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O manipulador, com um brilho insano nos olhos, segurava a varinha com uma determinação assustadora. A tensão no ar era palpável, e Alex, percebendo o estranho giro da mão do homem, gritou para os outros, sua voz cheia de urgência.
— É um manipulador mental! Parem ele antes que faça o que quer!
Imediatamente, ele se lançou para a frente, suas pernas movendo-se rapidamente enquanto seu punho se fechava em direção ao estranho. Cada músculo em seu corpo se contraiu, pronto para a colisão. No entanto, quando estava prestes a acertar o golpe, o homem parou, como se uma força invisível o tivesse congelado no lugar, assim como os outros guardas.
A perplexidade tomou conta de todos. Os olhos de Eva se arregalaram e sua mão segurando a flecha tremeu. Ana inclinou a cabeça, seus olhos estreitando-se enquanto observava a estranha cena diante dela. O manipulador estava parado em uma posição teatral, a varinha ainda erguida em direção a ela, mas sem emitir qualquer feitiço ou ação.
A mercenária se aproximou lentamente, uma sensação de reconhecimento surgindo em sua mente. Lembrou-se de memórias de um evento distante, logo depois de se tornar mercenária, quando enfrentou uma situação similar. As palavras do homem, a expressão estranha, tudo parecia se repetir da mesma maneira vergonhosa.
— De novo esse cara… — resmungou, franzindo a testa..
Sem hesitar, Ana se aproximou e, com um movimento rápido, pegou a varinha de sua mão, observando-a por um breve momento antes de quebrá-la com um estalo. Os pedaços da varinha caíram no chão, ecoando suavemente na cabana. O manipulador não reagiu, seu rosto mantinha uma serenidade vazia, como se sua mente estivesse em outro lugar.
— Bom… imagino que seja uma sorte inesperada… — ela se virou para os outros, sua expressão endurecendo. — Se eles sabem que estamos aqui, precisamos sair imediatamente. Não temos tempo a perder.
O grupo trocou olhares rápidos, compreendendo a gravidade da situação. O ar ao redor deles parecia mais pesado, como se a ameaça estivesse se fechando rapidamente. Juntando suprimentos, armas e alguns itens principais, saíram em direção ao desconhecido.
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— Bravo, Luiz, você conseguiu! — exclamou, levantando as mãos em um gesto teatral de celebração. — De todos os lugares que você poderia acabar, você escolhe exatamente o mesmo inferno de antes. Parabéns, gênio!
Ao abrir os olhos, encontrou-se cercado novamente pelas fileiras intermináveis de gaveteiros de escritório, cada um trancado com os mesmos estranhos cadeados pretos. Uma risada amarga e sem humor escapou de seus lábios ao reconhecer o cenário. Ele caminhou até o móvel mais próximo, sua mão trêmula tentando abrir a escura tranca.
— Não, sério, você é realmente um idiota — zombou de si mesmo, sentindo a desesperança crescer dentro de seu corpo. — Quem, em sã consciência, faria isso de novo? Você, aparentemente. Talvez da próxima vez consiga aprender a lição. Ou talvez não, porque você é um falho e patético.
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As palavras ecoaram no vazio, ressaltando a ausência de resposta. Luiz correu de um lado para o outro, socando os gaveteiros com os punhos fechados, rindo e chorando ao mesmo tempo, a ironia de sua situação esmagando-o.
— Pelo menos está mais colorido — resmungou ele, ofegante, enquanto observava os vitrais multicoloridos que substituíram o cenário monótono de antes. — Gabrieeeeel! Gabrieeeeeeel!
Com seus gritos desesperados, o anjo surgiu à sua frente. Ele estava deitado de bruços no chão, com o corpo completamente estendido e a testa tocando o solo, quase como um cadáver. O único sinal que demonstrava que ainda estava vivo eram suas asas movendo-se lentamente em um ritmo que exalava tédio.
— Luiz, meu caro, novamente por aqui?
— Me mande embora, por favor!
— Ah, sempre tão dramático. Você veio de propósito, lembra? — respondeu Gabriel, girando no chão e cruzando os braços. — Talvez seja a hora de refletir sobre suas escolhas, não acha?
— Não preciso de reflexão! Preciso sair daqui!
— Sabe, poderia ser interessante se você assistisse Ana junto comigo por um tempo. É uma boa distração — sugeriu o anjo, com um brilho malicioso nos olhos.
— Não! Eu não quero ser um espectador!
Gabriel suspirou, balançando a cabeça.
— Ok, ok. Bom, eu já fui bondoso o suficiente da última vez, então em alguns anos talvez eu considere a possibilidade de te mandar embora — disse ele, aparentemente pensativo. — Senta aí e descansa um pouco.
— Por favor, não me deixe no vazio de novo…
Gabriel se inclinou, observando-o com uma expressão falsamente empática.
— O vazio é uma companhia difícil, não é? — sorrindo, o anjo afundou lentamente no chão, desaparecendo.
— Por favor… por favor… — Luiz murmurou, caindo de joelhos.
De repente, Gabriel voltou, suspirando e balançando a cabeça.
— Caralho, você é realmente chato, eu estava só brincando — comentou o anjo, franzindo a testa. Em um movimento rápido, estalou os dedos e a realidade ao redor de Luiz começou a se desfazer.
O manipulador sentiu uma onda de vertigem e, num piscar de olhos, despertou do transe, de volta ao mundo real.
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Ana e os outros estavam caminhando pelas ruas desertas da cidade, discutindo sobre o próximo passo. A atmosfera era pesada, cheia de incertezas e planos a serem traçados. De repente, Luiz surgiu, apressado, com uma expressão de urgência. Ana soltou o ar de seus pulmões, demonstrando impaciência.
— Já estou de saco cheio — murmurou ela, pronta para ignorá-lo.
Luiz levantou as mãos em um gesto de apelo, tentando chamar a atenção de todos.
— Esperem, só um minuto, por favor! — disse ele, ajoelhando-se de forma exagerada diante deles. — Eu... Eu sinto muito por antes…
Alex ergueu uma sobrancelha, enquanto Eva, intrigada com a interrupção da fuga, cruzou os braços, esperando por mais detalhes. Luiz engoliu em seco, visivelmente nervoso.
— Sou um dos poucos que consegue fazer manifestações mentais, e isso sempre fez eu pensar ser um gênio.... Só te ataquei porque você feriu meu orgulho anos atrás, quando me ignorou. Mas, depois de tudo, sua mente é fascinante... embora perturbadora — continuou Luiz, o tom de voz cheio de admiração e um toque de loucura.
Ana ficou perplexa, ainda sem entender o porquê de tanta obsessão. Para ela, Luiz parecia apenas mais um dos muitos que encontrara ao longo dos anos — confusos e perdidos em suas próprias ambições.
— Que seja. — murmurou ela, já virando as costas e se preparando para continuar seu caminho, ignorando-o completamente.
Desesperado, Luiz se arrastou alguns passos para frente, tentando manter a atenção do grupo.
— Eu sou um grande fã seu! Nunca vi alguém como você! Por favor, me deixe acompanhá-la! — implorou, enquanto tentava manter o ritmo.
Ana apenas continuou caminhando. Ela pensou em não responder, mas vendo que o homem a perseguia, soltou um suspiro exasperado.
— Não quero saber, faça o que quiser.
— Não acho que é o ideal termos um mentalista desconhecido na equipe… — sussurrou a garota ruiva, tentando avisar Ana discretamente.
— Foda-se! Mande-o embora então, eu só não quero mais saber — respondeu a mulher, cansada das aleatoriedades de sua vida.
Eva e Alex trocaram olhares, surpresos e um tanto desconcertados com a resposta direta e raivosa de Ana. Luiz, porém, não se abalou. Pelo contrário, interpretou a frase como uma aceitação implícita.
— Gracias! — exclamou, com um grande sorriso aliviado se espalhando por seu rosto.
Assim, o grupo seguiu em direção aos portões da cidade, agora com uma nova e peculiar adição. Quatro figuras distintas, cada uma com suas motivações e passados complicados, deixando para trás o caos e a confusão de um dia longo e tumultuado.
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