Novels2Search
A Eternidade de Ana [Português, Brasil]
Capítulo 166 - Phasma Ex Machina

Capítulo 166 - Phasma Ex Machina

----------------------------------------

— Ei idiota! Abaixa!

Alex mal havia se estabilizado do impacto anterior quando o inimigo avançou novamente, veloz e impiedoso. Suas partes mecânicas brilhavam com um tom laranja pulsante, como lava prestes a explodir, enquanto estalos elétricos cortavam o ar, ecoando pelo salão parcialmente iluminado.

Sem tempo para pensar, o conselheiro se jogou ao chão, rolando para evitar o ataque. Enquanto isso, Eva, com movimentos rápidos e precisos, terminou de riscar as runas em sua flecha. A ponta brilhou com uma luz azul intensa, quase ofuscante, antes de ser disparada com um som agudo.

— Está feito... — murmurou ela, com um sorriso determinado enquanto pegava uma nova flecha em sua aljava.

Estas eram suas flechas mais rápidas, e apesar de não ser a combinação ideal para um combate em espaço fechado, acreditava em sua maestria para utilizar colunas e obstáculos como aliados em sua estratégia.

Ela apostou tudo nelas, e suas mãos, embora firmes, tremiam levemente sob a pressão crescente. Se esforçou para ignorar o nervosismo, não havia margem para erro. Um único disparo mal calculado e o inimigo avançaria novamente em direção ao seu amigo.

Felizmente, ao menos dessa vez, sua aposta foi correta.

Ela ziguezagueou entre as colunas, guiada pela mana impregnada, antes de atingir o ombro esquerdo de seu oponente. O impacto foi acompanhado por uma explosão de faíscas, e o homem-máquina cambaleou, seu corpo sendo sacudido por uma onda de choque que causou pequenos curtos-circuitos ao longo de suas articulações.

Ele recuou, puxando uma alavanca no lado do torso, liberando uma rajada de vapor comprimido que envolveu o espaço ao seu redor como uma névoa sufocante. As faíscas que saltavam de seu ombro deixavam claro que o ataque de Eva havia causado dano, mas não o suficiente para desativá-lo.

— Ainda há tempo para recuarem. Não precisamos transformar isso em um massacre — disse ele, sua voz distorcida por um tom metálico. Enquanto falava, girou o pulso mecânico que havia usado para aparar o ataque anterior, testando as engrenagens com um rangido ameaçador.

Sem qualquer sinal, torceu rapidamente a mão, ativando pequenas lâminas retráteis que, em um movimento fluido, disparou como projéteis na direção da menina ruiva, cada uma girando em grande velocidade.

Eva, com reflexos aguçados, deslizou para trás agilmente, desviando habilmente de alguns projéteis e se defendendo com o próprio arco dos demais, fazendo-os ricochetearem nas paredes. Sem hesitar, ajustou outra flecha em seu arco, disparando-a com uma preparação rápida.

O projétil cortou o ar como um raio, mas o homem, notando a falta de potência em relação a anterior, apenas inclinou o corpo, fazendo acertar uma superfície lisa em suas costas, não rasgando mais do que parte de suas roupas.

— Boa tentativa, garota.

Com um leve ajuste no pulso, redirecionou os projéteis restantes, desta vez mirando Alex. As lâminas cortaram o ar com um zumbido ameaçador, obrigando o pugilista a se esquivar para o lado, mas uma delas ainda encontrou sua pele, fincando-se profundamente em seu braço esquerdo.

Alex, ignorando a dor, aproveitou o momento para se levantar. Com um grito de fúria, ele golpeou o solo com as manoplas, tentando erguer uma barreira de pedra entre eles. No entanto, ao invés de sentir a conexão familiar com a mana de quando as runas eram ativadas com sucesso, não houve nada.

— Merda! — rosnou, olhando para o piso. — Eva, o piso é de madeira. Não consigo manipular!

— A gente dá um jeito! — Eva respondeu rapidamente, puxando outra flecha de sua aljava. Com um movimento habilidoso, começou a riscar runas de fogo na haste enquanto mantinha um olho no inimigo.

A figura misteriosa aproveitou o deslize de seu oponente e disparou um gancho metálico. O cabo seguiu em linha reta, prendendo-se à parede atrás de Alex com um som seco. O cabo se retraiu em um instante, puxando-o em direção ao pugilista com uma velocidade assustadora.

Alex mal teve tempo de levantar as manoplas, bloqueando o impacto no último segundo. O golpe foi brutal, o som de metal contra metal reverberando pelo salão. A força do impacto o empurrou alguns metros para trás, forçando-o a colidir com uma das colunas.

— Mana é imprevisível — o homem robótico deu um passo à frente. — A tecnologia é confiável.

Antes que o conselheiro de guerra pudesse responder, ele desferiu um potente chute. No meio do movimento, um estalo perturbador ecoou quando o mecanismo interno de sua perna girou. Um fluxo de fumaça escapou de seu joelho, e a perna acelerou subitamente, atingindo o conselheiro com uma força ampliada. O impacto lançou o pugilista ainda mais longe, deixando um rastro de rachaduras na parede onde ele caiu.

Em paralelo, atirou em direção a Eva com uma das armas embutidas em sua palma, que se lançou para o lado instantaneamente. No entanto, contrariando sua predição, a bala explodiu no ar antes de atingi-la, emitindo uma explosão de luz cegante.

A explosão não se dissipou imediatamente; em vez disso, formou uma esfera brilhante que flutuava no ar, emitindo feixes de luz que se espalhavam pelo salão. Com o brilho intenso dificultando sua visão, Eva foi forçada a cobrir os olhos com o braço, o que tornou o ambiente ainda mais perigoso.

If you stumble upon this narrative on Amazon, it's taken without the author's consent. Report it.

— Que porcaria é essa? — ela murmurou, apertando os olhos na tentativa de focar no inimigo.

— Isso é o futuro!

Com o fim da frase, o homem ativou uma série de fios metálicos que se projetaram de suas costas, como serpentes de aço, prendendo-se ao teto com um som metálico seco. Ele se ergueu rapidamente, reposicionando-se no alto com uma leveza que desafiava a estrutura pesada de seu corpo cibernético.

O que ele não esperava era o treinamento aguçado da garota cegada.

Agora guiada apenas pelo som, Eva parou por um momento, os olhos fechados enquanto sua respiração se tornava lenta e controlada. Sua audição apurada captava cada vibração no ar, cada movimento que o inimigo fazia acima dela. Com movimentos firmes, reposicionou a flecha já runificada anteriormente, suspirou, e atirou.

No meio do trajeto, as runas de fogo se ativaram, transformando-a em um pequeno cometa incandescente que iluminou o salão por breves segundos. O homem tentou desviar, movendo-se lateralmente no teto, mas o impacto foi inevitável. Apesar da falta de danos diretos, a explosão gerada derreteu as cordas, fazendo-o despencar.

— Boa! — Alex gritou, cuspindo uma pequena quantidade de sangue enquanto ajustava sua postura com dificuldade e corria em direção ao inimigo.

No entanto, o homem que enfrentava a dupla não ficou no chão por muito tempo. Rolando no impacto, ele se reergueu com uma velocidade impressionante, com seus sistemas internos corrigindo automaticamente seu equilíbrio. O movimento era fluido, quase orgânico, apesar do peso evidente de seu corpo. Ele dobrou o pesado torso em um giro calculado, dissipando a energia da queda e voltando à posição de combate em um piscar de olhos.

Com um som mecânico suave, ajustou o braço danificado pela queda, liberando mais vapor e realinhando os componentes deslocados. Os mecanismos internos giravam e zumbiam, restaurando sua funcionalidade. Sem pronunciar uma palavra, ergueu o braço agora regulado, um brilho laranja emanando da extremidade enquanto um painel deslizava para revelar outro dos canhões embutidos.

Uma rajada de energia disparou, rápida e mortal, atravessando o espaço entre ele e Alex em segundos.

A primeira onda de disparos ricocheteou nas manoplas do guerreiro, mas o recuo forçou o pugilista a dar alguns passos para trás. Mesmo desviando com movimentos rápidos, três das balas da segunda onda atingiram sua perna de raspão, deixando marcas de queimaduras e uma dor aguda que o fez ranger os dentes.

— Droga... — ele murmurou, usando o peso da previsível queda para deslizar alguns passos para frente, reposicionando-se enquanto a energia restante da rajada explodia no chão ao seu redor.

Ele respirou fundo, ignorando a sensação lancinante, e respondeu com um soco poderoso. As manoplas brilharam com um tom amarronzado enquanto ele ativava novamente as runas. Nunca havia tentado reunir partículas desta forma, afinal, nunca havia sido necessário, mas se concentrou nas partículas de terra e poeira presentes no ar, sugando-as para formar pequenas brocas que giravam velozmente ao redor de seus punhos. O gasto de mana foi abismal, e sentiu uma leve tontura momentânea, mas recobrando rapidamente os sentidos, disparou em direção ao seu inimigo.

O golpe foi certeiro, jogando-o para trás, mas sua estrutura reforçada absorveu boa parte do impacto. Ele caiu apoiado em um dos joelhos, mas logo se levantou novamente.

— Vocês são teimos…

Não teve tempo de concluir sua frase, pois o grito de Alex ecoou pelo corredor, sobrepujando sua voz metálica.

— Chega de brincadeiras!

Se aproximando em um segundo, desferiu mais um de seus socos. O impacto atingiu o peito do homem-máquina, e sem hesitar, Alex deu outro passo à frente, canalizando ainda mais energia para suas armas, suas manoplas brilhando intensamente ao imbuí-las com toda a mana restante que conseguia reunir. Mais sangue foi vomitado, porém continuou o processo, e pequenas partículas de poeira começaram a flutuar uma vez mais ao redor das manoplas, atraídas pela força da energia, girando rapidamente até formar pequenos espinhos rotatórios em suas luvas. Ele girou os punhos para ajustar a formação, e então desferiu outro golpe, mais devastador que o anterior.

A intensidade do golpe despedaçou o capuz de seu oponente, arrancando parte de sua mandíbula metálica. Fragmentos de metal voaram, misturados com um fluido preto viscoso que escorria junto com sangue humano.

Por um momento, Alex ficou estático, ofegante, observando o rosto agora exposto de seu adversário. Era uma visão perturbadora: a pele que restava estava esticada sobre partes grandes de ferro, os ossos artificiais moldados com precisão cruel. Algumas mechas de cabelo preto desordenado ainda estavam presas a partes do crânio, enquanto o lado esquerdo do rosto exibia um olho completamente mecânico, brilhando em um tom sinistro.

Antes que pudesse processar completamente o que via, o homem retaliou com uma precisão implacável. Mesmo gravemente danificado, ergueu o braço e disparou um último tiro direto. O projétil atingiu Alex também no rosto, destruindo sua máscara de proteção em uma explosão de fragmentos de cerâmica azul e pontas de aço.

A máscara despedaçada revelou o rosto suado e confuso do conselheiro, com pequenos pedaços ficando cravados em suas bochechas. Ele piscou, tentando recuperar o foco enquanto o som quebradiço dos demais pedaços atingindo o chão reverberava pelo salão.

Os dois ficaram parados por um momento, encarando-se em silêncio. O único som era o zumbido das máquinas e o ocasional gotejar de fluidos. Foi então que seus olhos se arregalaram ao mesmo tempo em uma compreensão mútua.

— Alex? — a voz do homem máquina soou diferente, mais humana, carregada de incredulidade e uma emoção inesperada.

— Você... — Alex murmurou, recuando um passo, sua respiração se tornando mais irregular. — Isso é impossível. Você morreu... Você… Você é um fantasma!

div [https://i.ibb.co/n6z10k4/k.png]

Quer apoiar o projeto e garantir uma cópia física exclusiva de A Eternidade de Ana? Acesse nosso Apoia.se! Com uma contribuição a partir de R$ 5,00, você não só ajuda a tornar este sonho realidade, como também faz parte da jornada de um autor apaixonado e determinado. 🌟

Venha fazer parte dessa história! 💖

Apoia-se: https://apoia.se/eda

Discord oficial da obra: https://discord.com/invite/mquYDvZQ6p

Galeria e outros links: https://linktr.ee/eternity_of_ana

----------------------------------------

166 [https://i.ibb.co/18Rm6sr/166.png]