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Raiz de Madeira [Português, Brasil]
Capítulo 5 - A Pílula da Harmonia

Capítulo 5 - A Pílula da Harmonia

Na manhã seguinte, Bárbara e Hai Tu se encontraram no refeitório da seita para o café da manhã. As duas amigas compartilhavam suas experiências recentes enquanto aproveitavam a refeição. Hai Tu, com seu entusiasmo habitual, começou a contar sobre as aulas de alquimia.

— Sabe, finalmente consegui refinar uma pílula sozinha — disse ela, com um sorriso orgulhoso no rosto. — Essa aqui é pra você. É uma pílula de fortalecimento para o cultivo. Ajuda a aumentar a fluidez do qi e melhora a absorção de energia.

Bárbara olhou para a pequena pílula brilhante nas mãos da amiga, surpresa e grata pelo presente. Ela sabia o quanto Hai Tu vinha se dedicando à alquimia, e o fato de que sua amiga havia escolhido dar a ela uma de suas primeiras criações era significativo.

— Obrigada, Hai Tu! — Bárbara agradeceu com um sorriso caloroso, segurando a pílula com cuidado.

Depois de se despedirem, Bárbara voltou para o dormitório, ansiosa para testar a eficácia da pílula durante seu cultivo. Ela sentou-se calmamente no centro do quarto, fechou os olhos e, com uma respiração profunda, engoliu a pílula.

Imediatamente, ela sentiu uma onda suave de calor percorrer seu corpo, começando pelo peito e se espalhando pelas extremidades. A energia da pílula começou a se fundir com seu qi, proporcionando uma sensação de conforto e equilíbrio. Aos poucos, a força que emanava de sua raiz espiritual parecia se fortalecer, como se sua conexão com o elemento madeira estivesse sendo nutrida e amplificada.

A sensação era agradável, quase como estar envolta por uma brisa morna em um dia de primavera. Cada respiração fazia o fluxo de energia em seu corpo se intensificar, até que seu cultivo se tornasse mais eficiente do que nunca. Bárbara sentiu o potencial de seu poder crescer e sabia que essa era apenas a primeira de muitas conquistas que viriam com seu novo empreendimento e a ajuda de Hai Tu.

Após finalizar o cultivo, Bárbara se dirigiu para a área de ervas espirituais, onde o ar vibrava com uma energia pura e intensa. O lugar era rodeado por campos bem cuidados, repletos de plantas que floresciam com uma vitalidade impressionante. Ali, começaria sua tarefa de cultivar ervas raras para acumular pontos de contribuição, essenciais para seu progresso na seita. Com a mente focada e as mãos habilidosas, ela sabia que, embora o trabalho fosse árduo, as recompensas valiosas poderiam ajudá-la a atingir suas metas mais rapidamente. Cada erva que cultivava era um passo a mais no caminho de seu desenvolvimento.

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Enquanto Bárbara estava imersa em seu trabalho, focada no cultivo das ervas espirituais, algo incomum estava acontecendo. As plantas sob seus cuidados estavam crescendo com uma velocidade impressionante, suas folhas mais verdes e viçosas do que as de qualquer outra plantação na seita. A qualidade das ervas também superava as cultivadas pelos outros discípulos, o que passou despercebido por ela. No entanto, um ancião da seita, que estava de passagem pela área, notou a diferença. Ele se aproximou das plantas, observando-as atentamente, e então virou-se para os discípulos que trabalhavam ali, questionando com um olhar penetrante:

— Quem é o responsável por essas plantas?

Enquanto aguardava a resposta, o ancião fez uma anotação mental, marcando o ocorrido como algo digno de atenção. Ele sabia que algo além do comum estava em jogo, e o futuro de Bárbara parecia estar entrelaçado com essas plantas excepcionais.

Os discípulos, ao perceberem a atenção do ancião, apontaram discretamente para Bárbara. Ela se levantou, curiosa e um pouco nervosa, e caminhou até o ancião. Quando chegou diante dele, o olhar penetrante do velho se fixou nela por um momento, antes que ele perguntasse, com a voz grave:

— Então, você é a responsável por essas plantas?

Bárbara, com um leve sorriso, confirmou:

— Sim, sou eu. Fui eu quem cuidei delas.

O ancião a observou em silêncio por alguns segundos, como se estivesse avaliando algo além do óbvio. Ele acenou com a cabeça, como se notasse algo peculiar, e fez uma anotação mental. Não era apenas o crescimento acelerado das ervas que o impressionava, mas a qualidade incomum que elas apresentavam.

O ancião usou seu sentido espiritual para avaliar Bárbara com atenção. Seus olhos brilharam ao detectar algo incomum: uma raiz espiritual de madeira única, pulsando com uma energia serena e poderosa. Intrigado, ele se questionou sobre como uma cultivadora com um talento tão raro havia se tornado discípula externa. Na seita, jovens com habilidades excepcionais eram rapidamente nutridos pelos mestres, mas ninguém parecia ter se interessado por ela até agora. Talvez, por algum motivo, nenhum ancião tivesse se atrevido a treinar uma cultivadora com essa raiz espiritual tão voltada para o cultivo de plantas espirituais de qualidade superior.

Talento assim não pode ser desperdiçado, pensou o ancião. Esse poder deveria ser aproveitado para algo grandioso. Algo que ele precisaria investigar mais a fundo.

O ancião fez um gesto para que Bárbara o seguisse. Ele caminhou com passos tranquilos, mas seu semblante mostrava uma concentração profunda.

— Vou tomá-la como discípula — disse ele, com voz firme. — A partir de agora, deve seguir os meus ensinamentos. Chame-me de Wei Jian Qiu.

Eles caminharam por mais alguns minutos até chegar a uma caverna isolada. Wei Jian Qiu apontou para a entrada e disse:

— Este será seu alojamento a partir de agora. Leve suas coisas para cá. No dia seguinte, começaremos o treinamento adequado.