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Barbara estava em sua caverna, cercada pelo aroma familiar das ervas espirituais que haviam se tornado parte essencial de sua vida. Hoje, ela estava determinada a produzir pílulas que melhorariam seu próprio cultivo de Qi. Com seu forno de alquimia cuidadosamente preparado, ela começou a selecionar as ervas que usaria, cada uma escolhida com precisão para potencializar sua energia interna.

Enquanto trabalhava, sentia a conexão com suas raízes espirituais vibrando em harmonia com o ambiente ao seu redor. Barbara sabia que, ao consumir essas pílulas, estaria não apenas reforçando suas habilidades, mas também se preparando para enfrentar qualquer desafio que pudesse surgir no futuro. Após misturar as ervas e moldá-las em pequenas pílulas, colocou-as no forno, ajustando a temperatura com cuidado. O calor emanava do forno, e a expectativa crescia à medida que as pílulas começavam a adquirir forma e potência.

Depois de um tempo, o sinal do forno indicou que o processo havia terminado. Barbara retirou as pílulas com cuidado, observando seu brilho e a energia que emanavam. Com um sorriso satisfeito, ela engoliu uma das pílulas, sentindo a energia revitalizante se espalhar por seu corpo. O Qi começou a fluir, circulando por seus meridianos com intensidade renovada. A cada respiração, ela se sentia mais forte, mais conectada ao seu eu interior e à força da natureza ao seu redor.

Com a mente focada, Barbara dedicou-se a cultivar a energia em seu corpo. Cada sessão de cultivo a deixava mais centrada, e a conexão com suas raízes espirituais se tornava mais profunda. Era como se cada pílula que ela criava não apenas fortalecesse seu corpo, mas também alimentasse sua determinação e confiança.

Após resolver os problemas relacionados à sua reputação, Barbara percebeu que ainda tinha uma responsabilidade maior em suas mãos: cuidar das plantas espirituais da seita. Com carinho, ela se dedicou a esse trabalho, sabendo que o cultivo adequado das ervas era fundamental para o bem-estar da seita. Ela agora conversava mais com outros discípulos, não era mais vista como uma eremita isolada; as interações trouxeram um novo sentido de comunidade.

Ela mantinha em segredo seu jardim mágico, onde cultivava ervas espirituais raras e possuía um forno de pílulas antigo e valioso. Essa parte de sua vida era um tesouro que ela se esforçava para proteger, pois sabia que a revelação poderia trazer não apenas admiradores, mas também inveja, ou tambem alguém matando a para obter seus tesouros e sua herança. Assim, mesmo enquanto se tornava uma presença mais ativa na seita, Barbara assegurou-se de que seu segredo permanecesse seguro.

Com a vida na seita indo bem e um crescente círculo de amizades ao seu redor, Barbara estava determinada a continuar crescendo. A cada dia, ela se tornava mais forte, tanto como cultivadora quanto como amiga. A jornada que havia começado com dificuldades agora se tornava uma oportunidade de florescer e prosperar em um mundo cheio de desafios e recompensas.

Chegou o momento que Barbara tanto aguardava: a colheita das plantas espirituais da seita. O jardim que ela havia cuidado com tanto zelo finalmente estava pronto para entregar seus frutos. Durante semanas, Barbara dedicou-se a garantir que as ervas espirituais crescessem saudáveis e fortes, e agora era hora de colher o resultado de seu trabalho. O pátio da seita estava movimentado, repleto de discípulos que, como ela, trabalhavam para colher e enviar as ervas espirituais para os depósitos da seita. A energia no ar era vibrante, como se o próprio Qi das plantas emanasse uma força vital que preenchia o ambiente.

Barbara estava concentrada, suas mãos habilidosas cortando e organizando as plantas com cuidado. Cada erva que ela colhia parecia pulsar com a energia que havia acumulado, fruto do cultivo atencioso e das técnicas que ela vinha aplicando. Ela sabia que o sucesso dessa colheita traria mais do que apenas o reconhecimento de seus esforços. Os pontos de contribuição que ganharia por cuidar do jardim seriam cruciais para ela.

— Se eu fizer essa colheita direito, os pontos de contribuição serão mais do que suficientes para pegar aquele manual que venho observando — murmurou para si mesma, enquanto colhia cuidadosamente uma erva de aparência rara.

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Ela já havia feito planos para usar esses pontos. Após tantos desafios e reviravoltas, Barbara estava finalmente pronta para investir em uma nova técnica de cultivo, ou talvez em um manual raro da seita. O acesso a essas técnicas avançadas era restrito aos discípulos que demonstravam verdadeira dedicação, e Barbara, agora mais confiante e respeitada, sabia que sua hora havia chegado.

Os discípulos ao redor colhiam as plantas com uma mistura de disciplina e entusiasmo. O clima era de trabalho, mas também de expectativa. Barbara sentia o olhar de alguns sobre ela — um reconhecimento silencioso de sua competência. Ao longo dos meses, a jovem cultivadora havia provado seu valor, e isso não passava despercebido.

Quando a colheita chegou ao fim, Barbara observou com satisfação as cestas cheias de ervas sendo levadas para a seita. Ela havia dado seu melhor, e agora só restava esperar os pontos de contribuição. Exausta, mas com uma sensação de dever cumprido, ela sorriu. Sabia que sua dedicação traria recompensas.

No dia seguinte, Barbara foi até o salão de recompensas da seita, onde os pontos de contribuição seriam contabilizados e distribuídos. Seu coração batia mais forte à medida que se aproximava, sabendo que esses pontos eram a chave para o próximo grande salto em sua jornada como cultivadora. A técnica ou o manual que ela escolheria seria crucial para seu avanço.

— Um passo de cada vez — disse a si mesma, com um sorriso confiante.

Conforme Barbara avançava em seu cultivo e sua reputação na seita aumentava, o peso de manter seu jardim mágico e o forno de pílulas em segredo começava a pressioná-la cada vez mais. No início, ela acreditava que seria simples: usar o jardim para produzir as ervas necessárias e o forno para criar pílulas de alta qualidade. No entanto, quanto mais Barbara se destacava na seita, mais pessoas começaram a prestar atenção em seus movimentos.

Tudo começou com olhares curiosos de alguns discípulos, que notavam o quanto Barbara estava conseguindo progredir em um curto espaço de tempo. Sempre discreta, ela utilizava suas ervas do jardim mágico apenas quando necessário, mas mesmo assim, o aumento de sua habilidade alquímica estava chamando atenção. Em especial, seus conhecimentos sobre ervas espirituais — sempre frescas, sempre da mais alta qualidade — levantavam dúvidas.

Em um desses dias, enquanto Barbara estava cuidando de algumas plantas no jardim da seita, um discípulo que ela conhecia de vista, chamado Liang, se aproximou.

— Barbara, as plantas que você cultiva são sempre tão perfeitas — disse ele, sem rodeios. — Você tem algum segredo especial? Uma técnica oculta de cultivo?

Barbara sorriu, tentando parecer casual, mas por dentro sentiu um frio percorrer sua espinha. Era a primeira vez que alguém fazia uma pergunta tão direta.

— Ah, eu só tento aplicar tudo o que aprendo nos manuais da seita — respondeu ela, sua voz calma, mas sua mente trabalhando rapidamente. — Dedicação é o segredo.

Liang assentiu, mas o brilho em seus olhos mostrava que não estava totalmente convencido. Ele sorriu de volta e se afastou, mas Barbara percebeu que, a partir daquele momento, ele a observava de longe.

Mais tarde, em sua caverna, enquanto cultivava e refletia sobre o dia, Barbara começou a sentir o peso do segredo. O jardim mágico, tão útil para seu progresso, agora parecia ser uma espada de dois gumes. "E se alguém descobrir?" pensou ela. "O que aconteceria se eles soubessem que eu tenho um espaço secreto, onde cultivo plantas raras e uso um forno de pílulas de valor incalculável?"

A questão não era apenas sobre ser descoberta, mas sobre o que isso significaria para sua posição na seita. Havia um risco real de que outros discípulos tentassem roubar seu tesouro ou, pior, que ela fosse acusada de esconder recursos que deveriam ser usados para o bem da seita. E, além disso, havia a questão moral que a atormentava. Hai Tu, sua amiga mais próxima, confiava nela completamente, e Barbara sabia que poderia contar com ela. Mas seria certo manter Hai Tu no escuro? E se o segredo acabasse prejudicando alguém?

Esses pensamentos a assombravam, criando uma tensão crescente em seu coração.

No dia seguinte, Barbara e Hai Tu estavam conversando nos jardins da seita quando Hai Tu comentou, casualmente:

— Sabe, Barbara, às vezes parece que você carrega um fardo invisível. Está tudo bem? Você pode confiar em mim, sabe disso, né?

Barbara hesitou por um momento, sentindo a urgência de compartilhar seu segredo com alguém em quem confiava. Mas, ao mesmo tempo, sabia que quanto mais pessoas soubessem, maior seria o risco. O que ela deveria fazer?

O dilema moral estava se intensificando. Compartilhar com Hai Tu significaria dividir o peso do segredo, mas também expor alguém que ela amava a um risco imenso. Manter o segredo, por outro lado, a protegeria — mas até quando?