No dia seguinte, na serenidade de sua caverna pessoal, Barbara sentiu uma leve tensão no ar enquanto aguardava a chegada de seu mestre, o ansião Wei Jian Qiu. Assim que ele entrou, o ambiente parecia mudar, a energia na caverna tornou-se mais densa, como se a presença do mestre comandasse o Qi ao seu redor. Com passos firmes, Wei Jian Qiu se mudou, carregando algumas manuais antigas, suas páginas marcadas pelo tempo e pelo uso contínuo.
Ele estendeu os manuais para Barbara, seu olhar sério e inabalável.
— Estes são os primeiros manuais de cultivo que você deve dominar. Não se trata apenas de ler — sua voz era precisa, quase fria —, você deve decorá-los palavra por palavra. Cada técnica, cada movimento de energia precisa ser executado com perfeição. Não há espaço para erros. Se você falhar, o caminho da imortalidade se fechará para você antes mesmo de começar.
Bárbara engoliu em seco, sentindo o peso das palavras do ancião. Ela sabia que Wei Jian Qiu não tolerava falhas, e sua expectativa era tão elevada quanto o potencial que ele via nela. Com mãos firmes, ela aceitou os manuais, sabendo que cada detalhe seria crucial para seu progresso. O antigo deu um passo atrás, sua expressão imperturbável, como se já esperasse o sucesso dela.
— Comece a cultivar o Qi em seu corpo imediatamente, seguindo essas técnicas. A energia precisa fluir como água em um rio — disse ele, com os olhos fixos nela. — E lembre-se, o menor erro pode causar sérios desvios em sua jornada. Sua raiz espiritual de madeira é rara e poderosa, mas precisa ser disciplinada. Se você quiser prosperar como cultivadora, sua mente e seu corpo precisam estar em perfeita harmonia com o Qi.
Barbara concordou, determinada, mas com uma leve onda de nervosismo crescendo em seu peito. Ela sabia que o menor deslize poderia custar caro, e o ancião não era o tipo de mestre que oferecia segundas chances. Com os manuais em mãos, ela foi enviada no centro da caverna, respirando fundo e acalmando seu coração acelerado.
Quando começou a ler, sentiu o peso das palavras gravar-se em sua mente. As técnicas detalharam como o Qi deveria ser guiado pelos meridianos, fluindo de forma perfeita e sem contornos. O estudo não era apenas uma prática física, mas uma conexão profunda entre a energia do corpo e a energia do universo.
Por horas, Bárbara mergulhou no estudo, recitando cada linha até que pudesse visualizar os caminhos do Qi dentro de si. A exigência do antigo ainda ecoava em sua mente: não haveria espaço para erros. Quando sentiu que estava pronta, ela começou a praticar. O fluxo do Qi foi lento a princípio, como um riacho tímido que tentava encontrar seu curso, mas com cada respiração profunda e cada movimento controlado, o Qi começou a ganhar força.
Ainda assim, a tensão era palpável. A responsabilidade de responder às expectativas de seu mestre pairava sobre ela como uma sombra. Mas Bárbara sabia que esse era o caminho que ela escolheu, e cada etapa era uma prova de seu valor. O ancião Wei Jian Qiu observava de perto, sem emitir qualquer palavra, mas seus olhos refletiam cada detalhe, cada sutil variação de energia ao redor dela.
E assim, sob a pressão do olhar implacável de seu mestre, Bárbara começou a trilhar um caminho sem retorno — o caminho para a imortalidade.
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O mestre Wei Jian Qiu observou Barbara por um momento, seus olhos penetrantes avaliando cada detalhe da postura dela enquanto cultivava o Qi. Satisfeito com o que viu, ele cruzou os braços e deu um leve aceno com a cabeça.
— Agora, vou deixá-la sozinha para cultivar — disse ele com uma voz firme, mas sem traços de gentileza. — Em breve daqui uma semana, voltarei para averiguar seu progresso. Não se atreva a relaxar ou desperdiçar esse tempo. Cada minuto é precioso, e seu sucesso depende de sua dedicação total.
Com essas palavras, ele virou-se e saiu da caverna, deixando Barbara imersa na atmosfera silenciosa e densa de energia espiritual. Assim que o mestre desapareceu, o som da porta pesada ecoando pela caverna, Barbara respirou fundo. O ar ao seu redor estava carregado de Qi, como se o ambiente todo estivesse esperando para ser moldado por suas mãos.
Enquanto continuava a prática do cultivo, Barbara percebeu algo peculiar: as plantas espirituais em seus vasos começaram a ressoar de novo com sua energia, amadurecendo rapidamente. Era como se a sua conexão com as plantas se fortalecesse a cada respiração, a cada movimento preciso do Qi dentro de seus meridianos. As folhas e flores, antes jovens, se tornaram maduras e viçosas, prontas para serem colhidas. Ela sabia que essas plantas tinham uma qualidade excepcional, algo raro até mesmo entre os discípulos mais experientes da Seita do Cálice Eterno.
Quando finalmente terminou o cultivo, o Qi fluindo com suavidade e poder por seu corpo, Barbara abriu os olhos. As plantas estavam no auge da maturidade, sua vitalidade quase irradiando energia. Satisfeita com seu progresso, Barbara colheu as ervas espirituais, cuidadosamente colocando-as em cestos.
Com as plantas em mãos, ela decidiu que era o momento de testar seu valor fora da seita. Caminhou em direção ao mercado mais próximo, localizado fora dos muros da Seita do Cálice Eterno, um lugar onde cultivadores e mercadores trocavam itens espirituais, ervas raras e ferramentas de cultivo. Ao chegar lá, o mercado estava movimentado, com vendedores oferecendo de tudo, desde armas espirituais até pílulas alquímicas.
Barbara, com suas ervas cuidadosamente embaladas, encontrou um mercador de aparência respeitável e apresentou suas plantas. Os olhos do homem se arregalaram ao ver a qualidade das ervas. Ele passou os dedos levemente por cima das folhas, sentindo a energia que emanava delas.
— Estas plantas... — o mercador murmurou, impressionado. — São de uma qualidade incomum. Não vejo algo assim há anos. Você é uma cultivadora habilidosa.
Com isso, Barbara conseguiu negociar um preço elevado, recebendo uma quantidade generosa de pedras espirituais em troca de suas ervas. As pedras espirituais, reluzentes e cheias de Qi, agora eram dela, e representavam uma nova fase de independência. Com o peso das pedras em suas mãos, ela sentiu um orgulho silencioso crescer dentro de si.
De volta à Seita do Cálice Eterno, Barbara decidiu que era hora de investir seu tempo em algo mais. Depois de vender as plantas e sentir o gosto de seu sucesso, ela seguiu para o grande Salão de Missões da seita. Lá, os discípulos podiam escolher missões para ganhar pontos de contribuição e melhorar seu cultivo. O salão era um espaço movimentado, com pergaminhos de missões espalhados por grandes mesas de madeira, cada um oferecendo uma oportunidade para crescer dentro da seita.
Um pergaminho em particular chamou sua atenção: uma missão de recolher ervas espirituais em um bosque próximo. A missão parecia simples, mas envolvia plantas raras que só cresciam em áreas de energia espiritual intensa. Barbara não hesitou. A ideia de explorar o bosque e recolher mais ervas, talvez tão valiosas quanto as que havia vendido, a atraía.
Com determinação renovada, ela pegou o pergaminho e se preparou para a próxima etapa de sua jornada. A missão estava apenas começando, mas Barbara sabia que cada passo que dava a levava mais perto de seu objetivo final: dominar seu cultivo e, eventualmente, alcançar a imortalidade.