Após uma semana dedicada ao cuidado das plantas espirituais da Seita do Cálice Eterno, Bárbara sentia que já era hora de se aprofundar mais no método de cultivo único da seita. Ela sabia que sua raiz espiritual de madeira era diferente, algo que a tornava mais apta para cultivar as ervas e plantas da seita. Contudo, ainda havia muito a aprender sobre como sintonizar a energia da madeira e aplicá-la corretamente no cultivo.

A instrutora, Lan Yue, orientou os discípulos externos em um campo aberto, onde várias plantas espirituais cresciam de maneira ordenada, cada uma com suas peculiaridades. Ela explicou que o método da seita era baseado na simbiose entre o cultivador e as plantas espirituais, e que era necessário compreender as necessidades da planta e como a raiz espiritual do discípulo poderia interagir com elas.

— Para uma raiz de madeira, é essencial criar um ambiente de crescimento harmônico — disse Lan Yue, com uma voz serena. — Você deve compreender a energia vital da planta e deixar que ela se expanda em você. A raiz de madeira se nutre do crescimento, da vitalidade, e precisa de paciência e atenção.

Bárbara observava atentamente enquanto Lan Yue demonstrava o processo. A cada movimento, a instrutora parecia quase conversar com as plantas, sentindo seus pulsos de energia, e como ela usava sua própria raiz espiritual para guiar o crescimento das ervas. Quando chegou sua vez, Bárbara se sentiu nervosa, mas também determinada a provar seu valor.

Ela se ajoelhou diante de uma pequena planta espiritual que precisava de cuidados, e, ao estender suas mãos, tentou concentrar-se na energia ao seu redor. Ela sentiu uma leve resistência em sua raiz de madeira, algo novo e um pouco confuso. Sua raiz não se harmonizava com a planta da maneira que Lan Yue fizera. Em vez de crescimento, a planta parecia reticente, como se estivesse hesitando.

Bárbara se concentrava profundamente, seguindo o método de cultivo da Seita do Cálice Eterno, com as instruções sobre como sintonizar sua raiz espiritual com as plantas. O calor da sua energia se fundiu com a planta, como se ambas estivessem em perfeita harmonia. O processo, que no início parecia difícil, começou a se tornar natural à medida que sua conexão com o elemento madeira se aprofundava.

Quando a planta, inicialmente pequena, começou a crescer sob sua cuidadosa atenção, Bárbara sentiu uma alegria indescritível. O vínculo entre sua raiz espiritual e a planta de teste parecia florescer de maneira tangível, e ela percebeu que estava começando a entender a verdadeira natureza do cultivo.

A cada respiração, a energia da madeira fluía mais suavemente dentro dela, como se a própria planta estivesse respondendo à sua presença. Ela sorriu, satisfeita com o progresso. Pela primeira vez, sentiu-se no controle de seu destino dentro da seita.

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À medida que Bárbara se concentrava no cultivo da planta, uma sensação estranha começou a se espalhar por seu corpo. Ela sentiu como se sua própria energia estivesse se fundindo com a da planta, criando uma conexão quase espiritual. Era como se a natureza ao seu redor estivesse se tornando mais vívida, mais intensa, e ela fosse parte disso. Cada respiração a conectava mais à terra, e, pela primeira vez, ela não se sentia mais uma estrangeira no mundo espiritual. Ela compreendia, intuitivamente, o fluxo da energia natural ao seu redor. Algo estava mudando dentro dela.

Enquanto os outros discípulos praticavam o método de cultivo, a instrutora Lan Yue observava atentamente os progressos de todos. Alguns falhavam, outros conseguiam um crescimento modesto, mas algo em particular chamou sua atenção: a planta de Bárbara. Diferente das demais, ela crescia de maneira extraordinária, com uma vitalidade e tamanho que impressionavam a todos. O verde intenso das folhas parecia irradiar energia pura. Lan Yue, surpresa com o sucesso da discípula, sorriu e se aproximou para parabenizá-la.

— Muito bem, Bárbara. Você tem uma conexão notável com a sua raiz de madeira. Continue assim.

Depois da aula, Bárbara retornou à sua rotina diária de cuidar das plantas espirituais da Seita do Cálice Eterno, mas desta vez tudo parecia mais fácil. Sua conexão com as plantas estava mais forte, e ela sentia uma harmonia profunda com elas. A dor que antes a incomodava, vindo de sua raiz espiritual, desapareceu, como se ela tivesse encontrado o equilíbrio necessário. As plantas começaram a crescer mais rapidamente sob seus cuidados, como se reconhecessem o vínculo que ela havia formado com elas.

Agora, sem dor, sem resistência, Bárbara se sentia em sintonia com a natureza. Ela respirava mais calmamente, seu espírito mais sereno, sabendo que havia dado um grande passo para descobrir o verdadeiro potencial de sua raiz espiritual de madeira. Ela sentia que, finalmente, havia encontrado o seu caminho na seita

No final do dia, após o árduo treinamento e cultivo das plantas espirituais, Bárbara se dirigiu para o dormitório, sentindo-se exausta, mas satisfeita com seu progresso. Ao entrar, encontrou sua amiga Hai Tu, que estava sentada na cama com um brilho nos olhos, animada para compartilhar as novidades.

"Você não vai acreditar no que aconteceu hoje!" disse Hai Tu, claramente empolgada. Ela estava ansiosa para contar sobre um rumor que circulava entre os discípulos da seita, algo que poderia afetar a rotina e as oportunidades de todos.

Bárbara se acomodou ao lado dela, curiosa.

— Avancei muito nos meus estudos de alquimia! — disse Hai Tu, sentando-se ao lado de Bárbara. — E tenho uma sugestão para você. Que tal começar a cultivar suas próprias plantas espirituais? Se você conseguir vender essas plantas por pedras espirituais, pode até começar um negócio próprio fora da seita. A Seita do Cálice Eterno tem muitas ervas raras que podem ser cultivadas e vendidas, o que pode ser uma ótima forma de ganhar independência.

Bárbara pensou sobre a ideia. Ela sabia que as pedras espirituais eram a moeda fora da seita e que um negócio poderia abrir novas portas para ela. Mas também sabia que isso significaria mais trabalho e dedicação. Seria um novo desafio... e ela estava pronta para ele.