Barbara entrou na sala de reuniões da seita, onde o ambiente calmo contrastava com a agitação em seu coração. Os móveis de bambu, simples mas elegantes, conferiam ao espaço uma sensação de tranquilidade. O ancião Wei Jian Qiu estava sentado em uma mesa baixa, tomando chá enquanto olhava para ela com uma expressão pensativa. O aroma suave do chá preenchia o ar, mas Barbara sabia que aquele encontro seria mais do que uma simples conversa casual.
Ela se curvou respeitosamente ao se aproximar do ancião.
— Ancião Wei Jian Qiu, você me chamou? — Barbara perguntou, mantendo a voz firme, mas respeitosa.
O ancião assentiu, colocando sua xícara de chá de lado antes de falar.
— Sim, Barbara. Sente-se. Precisamos conversar sobre o seu progresso — disse ele, sua voz calma, mas carregada de autoridade.
Barbara obedeceu, sentando-se diante dele. Seus olhos encontraram os dele, e ela sentiu a intensidade do olhar do ancião.
— Tenho observado você desde que entrou na seita — começou ele, após um breve silêncio. — Você progrediu com uma velocidade que raramente vemos. Em menos de um ano, você já avançou para o Reino da Condensação de Qi. Isso é notável, para dizer o mínimo.
Barbara se manteve quieta, sabendo que não deveria interromper. Embora estivesse orgulhosa de seu progresso, sabia que o sucesso em uma seita sempre trazia atenção — positiva e negativa.
— Ouvi alguns rumores sobre o forno de alquimia que você tem, e embora isso seja interessante — continuou o ancião, com um leve sorriso nos lábios — o que realmente me chamou a atenção foi a qualidade das ervas que você tem cultivado para a seita. As ervas que você plantou elevaram o nível da seita como um todo, e sua habilidade como cultivadora de plantas espirituais é impressionante.
Barbara sentiu um misto de alívio e orgulho. Pelo menos, o foco estava nas ervas, e não nos rumores sobre o forno ou o jardim mágico.
— Estou surpreso, mas também satisfeito, por ter tomado a decisão certa ao torná-la uma discípula interna — disse Wei Jian Qiu, seus olhos brilhando com uma aprovação rara. — O seu progresso, especialmente na alquimia e no cultivo de ervas, tem sido uma contribuição inestimável para a seita.
O ancião então tirou de seu manto um cartão ornamentado e o entregou a Barbara.
— Aqui está seu próximo desafio — ele disse, estendendo o cartão para ela. — Este é um cartão de acesso para a Torre da Provação. Algumas seitas, como a nossa, possuem estruturas místicas onde os discípulos podem testar suas habilidades. Na torre, você enfrentará formações complexas, bestas espirituais e, em alguns casos, versões ilusórias de seus colegas. Esses testes são projetados para classificar o nível de um discípulo e verificar o quão preparado ele está para os desafios que ainda virão.
Barbara pegou o cartão com cuidado, sentindo o peso simbólico daquele gesto. A Torre da Provação era famosa por seus testes rigorosos, e muitos discípulos falavam com reverência — e medo — sobre o que acontecia lá dentro.
— Sei que você está pronta para enfrentar essa provação, Barbara — continuou o ancião, enquanto voltava a tomar seu chá. — Espero que tenha boas notas e que continue a se destacar. Mas lembre-se: cada avanço traz novos desafios. Esteja preparada para o que virá a seguir.
Barbara curvou-se novamente, sentindo a importância daquele momento.
— Agradeço a confiança, ancião. Farei o meu melhor — prometeu ela, determinada a não desapontá-lo.
Wei Jian Qiu assentiu, satisfeito com a resposta.
— Tenho certeza de que sim, Barbara. Agora, vá e prepare-se. A Torre da Provação não é um teste qualquer. Confio que você encontrará o caminho certo, mas não se esqueça: confiança e cautela devem caminhar lado a lado.
Com isso, o ancião a dispensou. Barbara saiu da sala de reuniões com o coração acelerado, segurando o cartão da Torre da Provação com firmeza. O próximo passo de sua jornada estava diante dela, e ela sabia que precisaria de todo o seu poder e habilidades para superar os desafios que a aguardavam. A cada passo que dava, seu caminho como cultivadora se tornava mais árduo — mas também mais gratificante.
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No dia da provação, Barbara se posicionou diante da imponente Torre da Provação, uma estrutura antiga, cercada de mistério e reverência. Sua superfície era adornada com símbolos arcaicos que brilhavam fracamente, emanando uma energia pulsante. Cada discípulo que passava pela torre carregava a marca de uma experiência intensa, e agora era a vez de Barbara.
Ela segurou firmemente o cartão que o ancião Wei Jian Qiu havia lhe dado e, com uma respiração profunda, deu o primeiro passo em direção à entrada. Ao cruzar o limiar, sentiu uma onda de energia percorrer seu corpo, como se estivesse sendo avaliada pelo próprio espírito da torre.
Ao seu redor, as paredes da torre começaram a brilhar, e o ambiente mudou drasticamente. De repente, Barbara se viu em uma vasta floresta, densa e cheia de vida. Ela sabia que a torre criava ilusões poderosas para testar os discípulos, mas a sensação de realismo era desconcertante. O ar era fresco, o som de animais ao longe e o farfalhar das folhas ao vento faziam com que tudo parecesse incrivelmente real.
Barbara caminhou lentamente pela floresta, atenta a qualquer sinal de perigo. Seus sentidos estavam em alerta máximo, e sua mente estava focada. Ela sabia que o primeiro desafio poderia ser uma besta espiritual ou uma formação mística. As provações da torre eram conhecidas por testar tanto a força física quanto a mental, e ela se preparou para o pior.
De repente, o silêncio foi interrompido por um som distante. Um rosnado baixo, quase imperceptível, veio de algum lugar à frente. Barbara se agachou, tentando identificar a fonte do som, quando uma figura enorme surgiu das sombras. Uma besta espiritual, parecendo uma mistura de lobo e leão, com olhos brilhantes e dentes afiados, avançava lentamente em sua direção.
— Então, é isso — murmurou Barbara para si mesma, sentindo o Qi fluir dentro de seu corpo. A fera espiritual seria seu primeiro teste.
A besta rugiu, lançando-se em direção a Barbara com uma velocidade surpreendente. Mas ela estava pronta. Com seus sentidos aguçados pela Condensação de Qi, Barbara desviou do ataque com agilidade, saltando para o lado enquanto reunia energia nas palmas das mãos. Ela não podia se dar ao luxo de hesitar.
Enquanto a fera se preparava para um novo ataque, Barbara concentrou seu Qi, canalizando-o para suas pernas e braços. A criatura saltou novamente, e desta vez, Barbara atacou. Ela desferiu um golpe poderoso, imbuído de Qi, diretamente no flanco da criatura, fazendo-a cambalear para trás com um rugido de dor.
Mas a provação não seria tão fácil. A fera espiritual se ergueu novamente, os olhos brilhando com ainda mais fúria. Barbara sentiu o aumento na agressividade do inimigo e sabia que precisaria usar mais do que força bruta. Respirando fundo, ela recuou e começou a traçar uma estratégia.
A batalha durou mais do que Barbara esperava, mas, eventualmente, ela conseguiu derrotar a besta com uma combinação de agilidade e ataques precisos. O corpo da criatura desapareceu no ar, dissolvendo-se como uma ilusão, mas o cansaço em seu corpo era real.
— Primeiro teste... concluído — disse ela, ofegante, enquanto continuava a caminhada pela floresta ilusória.
Conforme avançava, a floresta ao redor começou a mudar, as árvores se dissolvendo em névoa. Barbara sentiu uma leve tontura quando o cenário mudou novamente. Agora, ela estava em uma planície desolada, sob um céu escuro e sem estrelas. O ar era denso e pesado, e o silêncio era sufocante.
De repente, uma formação mística começou a se materializar diante dela, desenhando-se no chão como um labirinto de símbolos e runas. Barbara reconheceu que essa era uma armadilha para testar sua compreensão de formações e sua paciência. Ela precisaria desarmar a formação ou seria presa em uma ilusão interminável.
A energia que emanava da formação era poderosa, e cada passo em falso poderia ativar uma série de armadilhas místicas. Barbara se ajoelhou diante do primeiro símbolo, observando os detalhes complexos da formação. Respirando profundamente, ela começou a trabalhar, utilizando o conhecimento que adquiriu na seita para desarmar os pontos mais críticos. Cada símbolo precisava ser cuidadosamente manipulado, e a menor distração poderia resultar em fracasso.
O tempo parecia esticar-se à medida que Barbara trabalhava na formação. Sua mente estava focada, e ela lembrava dos ensinamentos de seus manuais sobre o equilíbrio das energias. Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, ela desarmou o último símbolo, e a formação desapareceu.
Barbara sorriu levemente, aliviada por ter superado o desafio. Mas ela sabia que a torre ainda tinha mais a oferecer.
Quando a névoa se dissipou novamente, o terceiro e último desafio surgiu diante dela. Desta vez, era uma versão ilusória de si mesma, refletindo sua imagem e seus poderes. Era como olhar em um espelho, mas esse reflexo não era amigável.
— Um teste de caráter — Barbara sussurrou. A torre queria ver se ela seria capaz de enfrentar seus próprios demônios internos.
A versão ilusória de Barbara avançou, seus olhos frios e determinados. Ela representava todas as dúvidas e medos que Barbara carregava consigo, e derrotar essa versão de si mesma seria o maior desafio.
A luta que se seguiu não foi apenas física, mas também mental. Cada golpe da ilusão fazia Barbara questionar suas escolhas, seu caminho como cultivadora, e o peso dos segredos que carregava. Ela estava cansada das suspeitas e das pressões, e enfrentar essas inseguranças tornava a batalha ainda mais árdua.
Mas Barbara não recuou. Com determinação, ela usou tudo o que havia aprendido, tanto em combate quanto em alquimia, para superar a versão ilusória de si mesma. Cada golpe que desferia era uma afirmação de quem ela era e do caminho que havia escolhido. Quando finalmente derrotou a ilusão, o cenário ao redor dela se dissipou.
Ela estava de volta à torre, em sua forma original. O teste estava completo.
Ao sair da torre, Barbara sentia-se exausta, mas também renovada. A provação não havia sido apenas uma medida de sua força, mas também de seu caráter. Ela sabia que os desafios que enfrentaria a partir de agora seriam ainda mais complexos, mas estava pronta para qualquer coisa que viesse.