De volta à segurança de sua caverna pessoal, Barbara finalmente teve um momento para organizar o que havia encontrado. Colocou o forno de alquimia no centro da caverna, um artefato robusto, mas de aparência antiga. Ao seu redor, consultei vários manuais e livros que haviam sido descobertos no esconderijo do alquimista. Um deles chamou sua atenção em particular: um livro grosso, coberto de poeira, que continha detalhes sobre ervas espirituais. Ele listou os nomes, as funções de cada planta e seu valor na alquimia. Esse conhecimento seria inestimável para ela quando começasse a plantar suas próprias ervas no espaço mágico.
Enquanto folheava as páginas amareladas, Bárbara sentia uma sensação de realização. Ela já havia vendido o núcleo da besta espiritual por uma boa quantidade de pedras espirituais, o que precisava que tivesse um bom estoque de riquezas à sua disposição, algo que poucos discípulos pudessem se gabar de ter. Com essas pedras, você poderia comprar recursos, pílulas e outros itens necessários para seu cultivo ou até se manter fora da seita, se necessário. No entanto, o maior tesouro que possuía não era visível para os outros: o colar que pendia em seu pescoço, que escondia o espaço mágico com o jardim morto.
Ela tocou o colar suavemente, sentindo o frio do metal contra sua pele. O espaço dentro dele era vasto e silencioso, mas as plantas espirituais outras vibrantes estavam secas e quebradas. Ela sabia que, se pudesse descobrir como curar o jardim, teria uma vantagem enorme. Poderia cultivar plantas raras, estudar alquimia e até criar pílulas poderosas, tudo em segredo. Mas, por enquanto, não tinha ideia de como trazer o jardim de volta à vida. Havia uma questão ainda mais perigosa que pesava em sua mente: em um mundo onde cultivadores matam por poder e segredos, revelar que possuía um tesouro como aquele seria um convite à morte.
Barbara sentiu um calafrio ao pensar nisso. Já havia visto discípulos desaparecerem sem deixar rastros, alvos de outros cultivadores em busca de riquezas e recursos. Ela sabia que, no caminho da imortalidade, a moralidade era uma moeda escassa, e, como dizem, 'cão come cão'. Mesmo dentro da Seita do Cálice Eterno, a ambição poderia transformar aliados em inimigos em um piscar de olhos. Ela não podia falar sobre o colar, nem confiar em ninguém com esse segredo.
Com esse pensamento em mente, Barbara voltou sua atenção para os manuais. Cada técnica de alquimia, cada detalhe sobre ervas espirituais, poderia ajudá-la a decifrar como restaurar o espaço mágico. A solução poderia estar em algum lugar nos textos antigos, escondidos entre as receitas de pílulas e os segredos alquímicos. No entanto, sabia que não seria fácil.
Ela tinha que ser cuidadosa. Bárbara decidiu que o melhor plano seria começar discretamente, cultivando ervas comuns dentro da seita e usando as pedras espirituais que tinham acumuladas para comprar o que precisavasse sem levantar suspeitas. Mas, ao mesmo tempo, ela dedicou cada momento de folga a estudar os manuais do alquimista morto e entender como curar o jardim dentro do colar. Talvez seja necessário algum tipo de pílula ou uma técnica espiritual específica para restaurar o equilíbrio do espaço mágico.
Conforme os dias passandom, Barbara começou a se familiarizar com os livros. Estudava com determinação, cada página absorvida era vital para sua sobrevivência. A lista de ervas espirituais era vasta, algumas plantas eram conhecidas por seus usos em pílulas curativas, enquanto outras podiam aumentar o poder de combate de um cultivador. Saber como utilizá-las seria fundamental para seu sucesso futuro.
Mas, enquanto lia e estudava, a sombra do segredo pesava sobre ela. Cada vez que caminhava pela seita, sentia-se observado, mesmo que fosse apenas paranóia. Cada discípulo ao seu redor era uma ameaça potencial. 'Quem desconfiaria de mim?' pensei ela, lembrando-se de que muitos cultivadores mataram por tesouros muito menores. Ela sabia que, neste mundo, mesmo o menor erro poderia custar sua vida.
Certa noite, enquanto descansava em sua caverna, tocou o colar novamente e olhou para o jardim morto em sua mente. Sabia que havia um longo caminho pela frente, mas não poderia desistir. A chave para sua sobrevivência e ascensão estava no colar e não que ele escondia. Se ela pudesse desbloquear todo o seu potencial, teria algo que a tornaria diferente de qualquer outro discípulo da seita. Um poder que pelo menos poderia imaginar.
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— Eu vou descobrir como curar isso — murmurou para si mesma, os olhos cheios de determinação. — E quando isso acontecer, ninguém poderá me parar.
Barbara caminhou até os aposentos de Hai Tu, tentando manter uma expressão casual, mas com a mente fervilhando de dúvidas. Desde que descobriu o forno de alquimia antigo em sua caverna, a ideia de se aprofundar na arte alquímica havia tomado conta de seus pensamentos. No entanto, o medo de ser descoberta era constante. Ela sabia que qualquer sinal de sorte ou riqueza excessiva poderia trazer problemas. E, em um mundo onde cultivadores matavam por muito menos, manter aquele forno valioso em segredo era uma questão de sobrevivência.
Quando chegou à porta de Hai Tu, sua amiga recebeu com um sorriso. Hai Tu já era uma alquimista em ascensão na Seita do Cálice Eterno, e Bárbara sabia que ela era uma pessoa certa para lhe dar algumas dicas.
— Como está indo na alquimia, Hai Tu? — disse Bárbara, tentando manter um tom casual. — Estou pensando em aprender um pouco mais sobre isso e queria saber se você tem algumas dicas para quem está começando.
Hai Tu enviou ainda mais, visivelmente empolgado com o interesse da amiga.
— Ah, a alquimia é fascinante! Mas também é um caminho difícil, você sabe. Se você realmente quiser aprender, você vai precisar de paciência e foco. Primeiro, você terá que aprender a refletir sobre os diferentes tipos de ervas espirituais e seus efeitos. Depois, vem o processo de refino. Você precisará de um forno de alquimia e, claro, as aulas dos instrutores da seita serão essenciais para entender as técnicas básicas. Eles ensinam tudo, desde as fórmulas mais simples até as mais complexas. E confie em mim, o processo de criar pílulas é uma arte tão delicada quanto poderosa. Mas com dedicação, você pode se tornar um grande alquimista.
Barbara assentiu, absorvendo as palavras de Hai Tu. Cada vez mais, ela tinha certeza de que estava tomando a decisão certa ao estudar alquimia, mas havia um problema que Hai Tu desconhecia: ela não poderia frequentar as aulas oficiais da seita. Não com um forno de alquimia antigo e valioso escondido em sua caverna. Revelar esse segredo poderia facilmente colocá-lo em perigo.
— Parece incrível — respondeu Barbara, tentando manter o tom animado. — Mas, por enquanto, acho que vou aprender no meu próprio ritmo. Não quero me apressar demais.
Hai Tu pareceu compreender, mas também estava surpreso.
— Sério? Bem, você sempre pode contar comigo se precisar de ajuda. Mas as aulas com os instrutores são realmente a melhor forma de aprender as bases. Mesmo assim, se você precisar de dicas, estou aqui.
Barbara concedeu e agradeceu, mas, por dentro, sabia que sua decisão já estava tomada. Não poderia ser arriscado expor o forno de alquimia que havia encontrado. Ela aprenderia sozinha, e mesmo Hai Tu, sua amiga mais próxima, não poderia saber sobre isso. 'Boa sorte demais pode causar problemas', pensou. Foi o ditado que ouviu inúmeras vezes entre os discípulos, e ela não poderia ignorá-lo.
Com esse plano em mente, Barbara foi para a biblioteca da seita, na esperança de encontrar algum conhecimento que pudesse ajudá-la a decifrar os mistérios do jardim morto no espaço mágico. Enquanto caminhava entre as estantes altas e empoeiradas, seus olhos corriam pelos títulos dos livros, buscando algo que pudesse dar inspiração. Ela sabia que uma solução para reviver o jardim não seria simples, mas qualquer pista poderia ser útil.
No entanto, conforme o tempo passando e ela folheava livro após livro, sua frustração aumentava. A maioria dos textos que encontrei eram contos e histórias antigas, sem nenhum valor prático ou conhecimento profundo sobre alquimia. Alguns falavam sobre grandes cultivadores que enfrentavam desafios monumentais, enquanto outros mencionavam pílulas milagrosas, mas nenhum oferecia qualquer dica concreta de como restaurar um jardim espiritual morto.
Barbara suspirou, fechando mais um livro. A biblioteca da seita não parecia ter a informação que procurava, e ela começava a pensar que teria que encontrar respostas em outro lugar. Talvez precise explorar regiões mais distantes, ou buscar conhecimento fora da seita. Mas, por enquanto, estava presa. O jardim dentro do colar permaneceu morto, e cada dia que passava sem uma solução tornava mais difícil manter a esperança.
Ainda assim, ela se recusava a desistir. Levantando-se da mesa da biblioteca, Barbara guardou o último livro que havia folheado e saiu. Mesmo que não tivesse encontrado o que procurava, ela sabia que seu caminho como alquimista estava apenas começando. E, como o forno de alquimia em sua caverna e os manuais deixados pelo alquimista morto, ela tinha as ferramentas para seguir em frente — desde que conseguiu manter tudo em segredo.
Ao voltar para sua caverna, Bárbara fez uma promessa silenciosa para si mesma: ela dominaria a alquimia, encontraria uma maneira de curar o jardim morto e usaria esses recursos para crescer sem que ninguém soubesse. Quanto mais segredo mantivesse sobre o colar, mais seguro estaria. Mas, ao mesmo tempo, sabia que essa jornada levaria a territórios perigosos. E era exatamente por isso que eu precisava estar preparado.