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018

Barbara estava em sua caverna, concentrada em sua alquimia, quando ouviu uma batida na porta. Ela franziu a testa, surpresa. Poucas pessoas a procuravam diretamente. Quando abriu a porta, ficou surpresa ao ver um ancião da seita parado ali, com uma expressão séria.

— Barbara, posso entrar? — disse o ancião, sua voz calma, mas firme.

Barbara imediatamente se curvou em respeito, permitindo que ele entrasse em sua caverna. Sentiu uma leve tensão no ar, sem entender completamente o que ele queria.

— Claro, ancião, em que posso ajudá-lo? — ela perguntou, mantendo a compostura.

O ancião caminhou lentamente pela caverna, seu olhar caindo sobre o forno de alquimia de Barbara, que estava ali, brilhando suavemente. Ele olhou para ela por um momento antes de falar.

— Tenho ouvido rumores pela seita — começou ele, sua voz baixa, mas carregada de autoridade. — Disseram-me que você possui um forno de alquimia bastante raro e especial. Gostaria de vê-lo.

Barbara sentiu um leve arrepio de nervosismo, mas sabia que não podia hesitar. O ancião não estava ali por curiosidade. Ele estava investigando.

— Claro, ancião — respondeu Barbara, dando um passo para o lado, permitindo que ele se aproximasse do forno. Ela observou enquanto o ancião examinava o artefato com cuidado. Suas mãos experientes tocaram a superfície dourada e os desenhos ornamentados gravados na lateral. O forno era claramente antigo e raro, uma relíquia que poucos possuíam.

Após um momento de silêncio, o ancião se endireitou e a olhou diretamente.

— Esse é, de fato, um forno extraordinário. Antigo, raro e... poderoso. Onde você o encontrou, Barbara?

O coração de Barbara disparou por um breve momento, mas ela manteve a calma. Sabia que este era um teste e que precisava ser honesta, pois o ancião não aceitaria respostas vagas.

— Encontrei este forno em uma caverna isolada, ancião, durante uma missão fora da seita. Era o tesouro de um alquimista solitário que, infelizmente, pereceu ali. Ele estava guardado junto com alguns manuais de alquimia antigos. Eu o trouxe para continuar meu aprendizado.

O ancião permaneceu em silêncio, refletindo sobre a resposta dela. Seu olhar profundo parecia ler cada palavra que Barbara dizia, mas ele não encontrou nada que sugerisse que ela estava mentindo. Finalmente, ele assentiu levemente, satisfeito com a explicação.

— Entendo. Você fez bem em encontrá-lo e usá-lo para aprimorar suas habilidades. Mas saiba que possuir algo tão valioso traz responsabilidades, e muitas vezes, atrai olhares indesejados. — O ancião a observou mais uma vez, seus olhos severos, mas justos. — Tenha cuidado, Barbara. Não deixe que a inveja e a ambição dos outros se tornem uma sombra sobre você.

Barbara se curvou novamente, aliviada por ele ter aceitado sua explicação.

— Sim, ancião. Eu entendo e agradeço pelo conselho.

Com um último olhar para o forno de alquimia, o ancião virou-se e saiu da caverna, deixando Barbara sozinha com seus pensamentos. Apesar do alívio por ter passado pelo interrogatório, ela sabia que esse momento era um lembrete de que os rumores poderiam continuar a perseguí-la.

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Depois que ele se foi, Barbara se sentou em silêncio, refletindo sobre a importância de manter seu segredo seguro. O forno de alquimia já havia atraído atenção demais, e ela sabia que o jardim mágico, se descoberto, poderia causar uma tempestade ainda maior. O aviso do ancião era claro: sua ascensão na seita seria desafiadora, e ela precisaria estar mais atenta do que nunca.

Barbara estava em sua caverna, organizando suas ervas espirituais, quando ouviu uma voz familiar atrás de si.

— Barbara? Podemos conversar?

Ela se virou rapidamente e viu Hai Tu, sua amiga de longa data, parada na entrada da caverna. A expressão de Hai Tu estava um pouco diferente do habitual. Havia uma mistura de curiosidade e um leve tom de desapontamento em seu rosto. Barbara sentiu uma leve tensão no ar e soube imediatamente que algo não estava certo.

— Claro, Hai Tu. O que está acontecendo? — Barbara perguntou, tentando manter a calma enquanto gesticulava para que Hai Tu se sentasse.

Hai Tu entrou lentamente, observando a caverna e, finalmente, seus olhos caíram sobre o forno de alquimia. Ela suspirou antes de falar.

— Eu ouvi... sobre o forno — começou ela, sua voz calma, mas carregada de sentimentos. — Por que você nunca me contou que tinha um forno de alquimia tão raro e poderoso? Nós somos amigas, Barbara. Achei que não tivéssemos segredos uma da outra.

Barbara congelou por um momento. Ela sabia que esse dia eventualmente chegaria, mas não esperava que fosse tão cedo. O desconforto de Hai Tu era visível, e isso a fez sentir uma onda de culpa. Mas, ao mesmo tempo, Barbara sabia o peso de manter certos segredos, mesmo daqueles mais próximos.

— Hai Tu... — Barbara começou, sua voz suave. — Não foi minha intenção esconder isso de você. É que... eu achei que seria melhor manter isso em segredo por enquanto. Eu não sabia como as pessoas reagiriam, e eu não queria que esse forno se tornasse um problema para mim... ou para nós.

Hai Tu cruzou os braços, claramente pensando nas palavras de Barbara.

— Mas por que não me contar, Barbara? — perguntou ela, sua voz mais firme agora. — Eu sou sua amiga. Achei que confiávamos uma na outra. Você sabia que eu poderia ajudá-la a proteger o forno, ou pelo menos estar ao seu lado. Agora, com esses rumores se espalhando, eu fico sabendo disso pelos outros, e não por você.

Barbara sentiu um nó se formando em seu estômago. Ela sabia que Hai Tu tinha razão, mas o medo de atrair mais atenção do que já estava atraindo era o que a motivou a manter o forno em segredo. Mesmo agora, o jardim mágico ainda era uma preocupação maior, algo que ela não podia nem imaginar revelar.

— Eu sei que errei ao não contar antes, Hai Tu. Mas... eu estava com medo. Medo de que, se mais pessoas soubessem, isso me colocasse em uma posição complicada na seita. Não são apenas os rumores — tem muita inveja, muita competição. Você sabe como as pessoas podem ser aqui. Eu não queria que você fosse envolvida nisso.

Hai Tu a olhou por um longo momento, antes de suavizar um pouco sua expressão.

— Eu entendo que você queira se proteger, Barbara, mas você também tem amigos. E eu sou uma delas. Não precisa carregar esse fardo sozinha. — Ela deu um leve sorriso, embora ainda houvesse uma sombra de desapontamento. — Só espero que, no futuro, confie em mim com as coisas que realmente importam. Eu estou aqui para você, não contra você.

Barbara respirou fundo, aliviada por não ter perdido a amizade de Hai Tu, mas ciente de que um nível de confiança havia sido abalado.

— Prometo que vou ser mais aberta com você daqui em diante — disse Barbara, sua voz sincera. — Eu realmente aprecio sua amizade e seu apoio. Só estou tentando me ajustar a tudo isso.

Hai Tu assentiu, mas antes de se levantar para sair, olhou para o forno mais uma vez.

— Esse forno... ele é muito poderoso. Sei que você o está usando para o seu progresso, mas também traz riscos. Tome cuidado, Barbara. Não deixe que isso se torne o centro das atenções da seita. Eu não quero que isso traga problemas para você... ou para nós.

Barbara assentiu, sentindo o peso das palavras de Hai Tu. Enquanto ela observava sua amiga sair da caverna, soube que precisava ser mais cuidadosa. O forno de alquimia já havia atraído atenção demais, e agora a pressão de manter o jardim mágico em segredo parecia ainda maior. Ela precisaria ser mais inteligente, tanto em quem confiava quanto em como agia na seita.

A amizade com Hai Tu estava a salvo por enquanto, mas Barbara sabia que o caminho à frente seria cheio de desafios. E, acima de tudo, ela sabia que o próximo grande teste não estava muito distante.