Aqui estou, e aqui está minha vontade e minha espada.
- Isso é loucura – Gadhiel reclamou, os olhos preocupados varrendo cada semblante, indo de um em um. – Vocês sabem disso, não sabem? – se preocupou, puxando uma cadeira e se sentando na mesa junto com Layla, onde todos já estavam reunidos.
- Ora, de dois para treze nem é uma subida substancial – Bhantor pensou alto, se servindo de um copo de hidromel.
Gadhiel suspirou fundo e demorado, tentando colocar a mente em ordem.
Inspirou fundo e demorado, observando a paisagem através das largas janelas da casa que Sekhemet havia construído há não muito tempo.
- Vocês ainda nem imaginam quem eu sou. Fui considerado um rebelde, que foi abandonado até mesmo pela sua família de almas. Sabem o que é isso, ser abandonado até por eles? E, depois, ainda fiquei todo esse tempo sem ir em frente, sem poder evoluir... Eu vivia sob uma conduta que não era a minha e...
- Está enganado – Sekhemeth foi contra, encarando os olhos confusos de Gadhiel, sob o olhar aprovador dos outros, até mesmo de Layla. – Sua personalidade e conduta podem ter sido forjadas e empurradas goela abaixo, mas não sua alma, que sempre sabia o que estava acontecendo, que nunca se esqueceu do que era. Feche os olhos e verá tudo, desde que foi capturado. Está aí, não vê?
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- Ela está certa – intrometeu-se Cassiel. – Veja como está conosco, e como estaria diferente se fosse Damãni, o original. Não estaríamos aqui conversando, ainda mais tendo uma dêmona por perto, sem querer ofender – riu, olhando para Layla, que sorriu de volta, compreendendo o que estava sendo dito. – Você é mais Gadhiel que Damãni, entende isso?
- E assim é – falou Zadiel por sua vez, - que você até mesmo compreende por que eles fizeram com você o que fizeram, e você não lhes guarda raiva, além de ser quase claro que você também desejava isso, o esquecimento. Sei que vê a diferença em tudo isso.
- Mas eu ainda tenho essa resistência a tudo o que...
- E você acha que nós aceitamos de bom grado o mal que corre por esse mundo? – interrompeu, a voz dura. - Nos faz mal ver o que fazem entre si, nos faz mal ver como tratam Urântia. Nos dói também – falou Bhantor, a mão apertando o coração.
- Não quero arriscar vocês – falou baixinho. – Menti quando disse que minha família me abandonou. Vocês são a minha família, é fácil ver isso...
- A importância que tem é a importância que dá?
- Não, Tueris, é mais forte que isso – disse, os olhos se abandonando em Layla. – É mais forte que isso. Tenho medo de perder vocês, qualquer um de vocês – sussurrou.
- Ah, não... Damãni sentimental... Quem diria que eu veria isso – Devaniã o olhava com uma repreensão divertida. Mas, eu sei para onde pende o seu coração – sorriu novamente, passando os olhos por uma luminosa Layla. – A verdade, meu amigo, é que não precisamos de babá.
- É, eu sei disso. Mas, ... mas com a ausência do UM as coisas sempre parecem meio perdidas, não parecem?
- Sim, isso é verdade. Mas, meu caro, isso é verdade para qualquer centelha que exista, seja luz ou escuridão.
Subitamente todos sentiram a aproximação, e ficaram tensos, tensão que rapidamente se desfez ao ver um sorriso amigável no rosto de Gadhiel.