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ALÉM DA CORTINA [português]
SAMAEL EM SÊNIOR - Tempo matéria – Revide.

SAMAEL EM SÊNIOR - Tempo matéria – Revide.

A queda é causada pela diminuição premeditada da vibração,

Eu sabia do que abria mão. No entanto, mesmo que o tempo fosse longo o bastante para tocar a eternidade, como poderia pensar em abandonar o que sei ser amor?

Samael não pode deixar de se sentir feliz, ao ver que muitos ainda permaneciam.

Lentamente foram surgindo ao seu lado, um se apoiando no outro para se acostumar com aquela pesada dimensão.

O tempo se foi, e mais e mais, até que se olharam e viram que estavam íntegros e plenos, apesar de terem caído tanto.

- Aqui estamos, meus irmãos, e demônios não aceitamos nos tornar, porque em defesa da luz nos formamos. As três irmãs precisam de nós. A hora de reagirmos mais duramente chegou!

- Concordo plenamente com isso. Temos que reagir mais duramente, libertar as três irmãs outra vez, mas agora de uma forma mais definitiva, de uma forma que as deixe longe da influência deles para sempre – falou Zaniel.

- Essa é uma verdade – Samael sentiu aquela dor estranha novamente, dor pelo que resolviam deixar afundar, pelo que aceitavam perder, esquecer.

- Mas, antes, eu acredito que temos que saber como tudo começou. Temos que nos lembrar de tudo – falou Castiel.

- Sim, precisamos – falou Samael por sua vez.

Então, dito isto ele suspirou fundo e se recolheu, sondando os espaços. Com pesar notou que o UM estava observando, curioso sobre o passo que dariam. Resoluto diminuiu drasticamente o seu tamanho e se recolheu para dentro do sol azul. Ele precisava pensar, avaliar, ver as possibilidades, rever.

Com extrema suavidade Samael deixou a energia inundá-lo enquanto expandia tudo o que ele era. Isolando seu coração se esticou pelo espaço e tomou um dos escuros com cuidado para não ser percebido e o seguiu para trás no tempo e no espaço, e o que viu lhe deu a noção de tudo o que havia acontecido. Em dor seu coração se apequenou.

Agora podia ver com clareza o exato momento, há um tempo muito recuado na espiral, já dentro de Orvônton, quase após ter sido criado, em que milhões de irmãos se sentiram excitados com as possibilidades abertas. Com horror os viu em ondas frenéticas decaindo cada vez mais a frequência em que vibravam, entrando cada vez mais profundamente na experiência. Tudo parecia sob controle até que atingiram um ponto extremo, ainda acreditando que de lá poderiam retornar.

Mas eles estavam enganados, porque assim desejaram estar.

Depois sentiu uma poderosa onda de revolta e danação ao se verem impossibilitados de voltarem a ser, não porque a ligação houvesse sido cortada, mas porque eles simplesmente haviam... se esquecido de como era ser.

Foi assim que a escuridão se fez, e faminta e magoada, desejando não ver a luz e desejando que todos estivessem imersos na mesma escuridão em que haviam caído, avançaram com violência contra tudo, desesperados para dominar, subjugar e destruir.

Quando saiu do sol e repartiu o que descobrira, tornando o conhecimento que tinha como de todos sento, um silêncio terrível sucumbiu aqueles espaços, assim permanecendo por longo tempo.

- Então foi isso. Eu tinha alguma noção, mas, ver como foi... – gemeu um irmão, tomado de apreensão.

- Sim... É diferente saber de sentir – Samael murmurou sentido. – Vi que quando tivemos consciência um grande grupo deles ficou se perguntando o que poderia acontecer se continuassem a diminuir suas vibrações. Para isso descobrirem eles construíram um equipamento totalmente de energia para uma experiência definitiva. Eles pensaram que haviam cortado a ligação deles com o UM. Infelizmente, eles nem desconfiavam de que o que fizeram foi apenas instalar um forte ruído, bloqueando dolorosamente o amor que sempre os toca, encobrindo o que são. Eles não entendem o amor, acreditando apenas no que os corações magoados e assustados dos outros sussurram nas sombras. A vibração deles está muito baixa para poder sentir claramente o UM.

This book was originally published on Royal Road. Check it out there for the real experience.

- É terrível demais, tudo isto... – suspirou Jophiel. - Acha que eles conseguirão voltar? Ou que há alguma coisa que podemos fazer para ajudá-los?

- Quanto a ajudá-los, acho que podemos esquecer isso. O tempo deles para despertar, pelo que vi, está muito, muito à frente. Agora, quanto a se eles conseguirão ou não voltar ao UM, tenho certeza de que sim, mas com muita dificuldade. As sombras de que se vestiram estão muito densas. E eles ainda, por estarem tanto tempo longe do UM, agora duvidam até mesmo de que ELE exista, além de que se acham separados de tudo o que existe. Eles acreditam que estão sós, terrivelmente sós, e estão em tormento por isso. Ao final é a experiência que se propuseram, e não podemos usar nossas forças para impedi-los de prosseguirem ou mesmo de alterar seus caminhos. A decisão deles deve ser respeitada.

- Respeitada – gemeu Azazel contrita, relembrando das belas cidades e poderosas civilizações, as primeiras naquele pequeno universo. – Nas guerras antigas, nos outros superuniversos, os respeitamos e os deixamos com suas experiências, porque após imergirem nelas apena se mostravam curiosos e incômodos. Então se sentiram mais fortes em seus desejos, e aqui em Orvônton se esmeraram em seus desígnios sombrios. Eles já destruíram várias civilizações. Libra, Lira... Eles as destruíram e também a quase todas suas colônias – gemeu mais uma vez, espantando de sua consciência as visões que a assombravam. - Se essas são as escolhas deles, de se afundarem cada vez mais na experiência da dualidade, também fazemos as nossas escolhas, mesmo que seja um tipo diferente de queda.

- Concordo plenamente, e isto porque é fácil ver que eles não irão parar. Eles estão perseguindo, caçando qualquer um dos sobreviventes. Eles querem exterminá-los. A eles votam intenso e estranho ódio – apontou um anjo de cores suaves, como uma água marinha.

- Pois eu escolhi uma possibilidade, e é esse o caminho que escolho seguir – Haamiah declarou, fazendo surgir membros, como braços e pernas e asas, e uma cabeça encimada em um pescoço sobre um poderoso tronco. E, com uma lentidão estudada, fez surgir uma espada azulada, como vira um liriano usar quando se batera com um escuro e tal como aquela que vira um anjo guerreiro, chamado Nemaiel, portar. Com pesar o viram olhar a energia que o envolvia, que envolvia seu braço e a sua mão que segurava a espada, vendo como que um peso atingir seus olhos. Era de um belo azul, mas já sem o vigor e a clareza de antes.

Samael deu de ombros, pois viram que a escolha dele já estava feita.

Em resposta Samael também se deu um corpo e se cobriu com uma pele de metais e coletes e elmo de andurino. Devagar trouxe uma forma de energia ao lado do corpo a partir da mão direita, que logo em espada se mostrou. Era uma espada longa e bem trabalhada, cinza oleosa riscada de finas linhas brancas. O punho e o pomo pareciam feitos de prata, mas a forma como irradiavam a luz era diferente.

- Essa é vintana – apresentou a espada, que subiu ante seus olhos. – Ela é “aquela que termina” – apresentou, enquanto esses dizeres se inscreviam ao longo de suas faces da lâmina. Com carinho a desceu, guardando-a na pequena bainha presa à cintura que acabara de invocar. - E Sênior é o que sou, a partir de agora – falou, a voz baixa, quase num sussurro.

Angelina o observou com cuidado, sorrindo ao ver que ali não havia tristeza, mas apenas determinação em observar o que era correto.

- Pois esse é o caminho que escolhemos – declararam muitos outros, erguendo cada um a sua espada, enquanto outros, vendo que aquele não era o caminho que trilhariam, em silêncio se retiraram.

Haamiah não pode deixar de se maravilhar com aquela visão.

À frente dele seres de imenso poder guardavam suas espadas, os olhos determinados e, até mesmo, em paz, aceitando o que estava por vir, aceitando o que estavam para se tornar. Vermelho, azul escuro, verde, amarelo, rosa, branco...

- Tantas cores, tantas majestades... – Sênior suspirou.

Então eles se viraram e encararam a distância, onde Aden, Mitra e Vintra sofriam.

- Em que está pensando? – perguntou Khyah, respeitando o bloqueio que Sênior dava aos seus próprios pensamentos, tal como muitos deles agora faziam.

- Aqueles anjos, que vimos em Lira...

- O que tem eles? – quis saber Zaniel.

- As batalhas deles são as nossas, as dores deles são as nossas...

- E agora, até mesmo as formas – sorriu Azazel.

Sênior a observou, e sorriu feliz. Era bom ver que ela ainda conseguia preservar sua felicidade e seu humor.

- Sim, minha querida Azazel, até mesmo a forma deles.

- Você quer encontrá-los, é isso? – voltou Azazel.

- Você não? Precisamos de aliados...

- Sou totalmente a favor – interveio Khyah.

- Acho que todos nós – manifestou Dangelo.

- Mas, acho que temos que estar preparados – observou Melchior. – A reação daquele comandante Nemaiel e de muitos daqueles anjos não foi assim muito, digamos, amistosa.

- Eles nos veem como guerreiros que querem ser apenas guerreiros... – confabulou Haamiah.

- Foi o que senti também – sussurrou Castiel. – É isso o que somos?

- Acho que sim, ao menos por enquanto, enquanto as coisas não se definem. Os escuros precisam ser barrados em qualquer caminho que escolham seguir.

- Concordo com Amadiel – manifestou-se Sênior. – Não podemos deixar que cresçam sua influência assim. Precisamos que outros vejam isso também, e acho que temos uma grande chance com Nemaiel.

- Você viu que eles fecharam suas mentes para nós, não viu?

- E nós não acabamos de fazer o mesmo? – sorriu Angelina.

- Está bem. Você está certa – sorriu Amadiel.

- Mas, antes, nossa missão por aqui não terminou. Precisamos fazer com que recuem de suas pretensões sobre as três irmãs – pensou Haamiah.

- O que sugere?

- O que pretendíamos no início, Sênior. Aqui é onde dizem ser a base. Temos que fazer com que recuem. E precisamos achar os colonos de Lira e Libra – orientou Haamiah.