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ALÉM DA CORTINA [português]
ANJOS DA GUARDA PARA ADEN - Tempo matéria – 0,009 - Frágil proteção.

ANJOS DA GUARDA PARA ADEN - Tempo matéria – 0,009 - Frágil proteção.

O futuro são linhas de possibilidades...

Quais são, afinal, as regras desse jogo em que estou?

I

- Isto está certo? É verdade então? – sussurrou Anaita, tomada de dor.

- Parece que sim... Tinha esperanças de que não fosse. Eu o procuro e não o sinto – Sênior gemeu. – Mas, logo vamos ter mais notícias. Por hora, vamos manter-nos equilibrados – orientou num fio de voz.

Os outros baixaram a cabeça, incrédulos com a possibilidade que rondava os espaços, fazendo cair a tristeza sobre toda a vida. Se fosse verdade que o UM se retirara, magoado que estava com aquela guerra monstruosa, que findara apenas por que o arquianjo fora enviado, como tudo seria então?

Sênior, controlando seu desespero, da órbita de Aden olhou para os espaços profundos, ciente de que a escuridão iria querer se aproveitar da ausência do criador, se a notícia se mostrasse verdadeira. Não que não acreditassem no arquianjo, mas só que a notícia era por demais... espantosa e terrível. Não conseguia acreditar. Em alguns havia uma esperança vã de que tudo não fosse mais que um puxão de orelhas.

Sênior suspirou fundo, se perguntando quando poderiam deixar de viver na fina e perigosa linha entre a luz e a escuridão.

Então apontou para as imensas montanhas brancas bem abaixo, onde milhares de figuras podiam ser vistas.

- Eles estão aqui – falou, identificando um grande arcanjo, que deveria ser o responsável pelos anjos daquele setor.

Ele era imenso, seus dois pares de asas fechavam-se naquele momento, em que se postava frente a uma fileira de anjos. Já ouvira falar sobre ele, e o magnífico guerreiro que ele era. Denatiel era o seu nome, sabia, como antes fora conhecido por Matiel, sobre o qual muitas estórias fabulosas serviam de inspiração para muitos anjos, e também para muitos demônios, e as estórias contadas sobre ele, Denatiel, eram, às vezes, até mesmo difíceis de acreditar.

- É ele quem está lá? – sussurrou Melchior maravilhado.

- Sim, é ele – sorriu Sênior descendo lentamente a um lado do arcanjo.

- Mas, sempre ouço dizer que ele não assumiu a forma dahen, que prefere ser manto. Por que está em dahen, aqui?

- Ele usa as duas formas, e até mesmo uma que mistura as duas. Dizem que a forma que mais gosta é a de manto – cismou. – Ele deve estar em dahen por nossa causa, porque a maioria que está aqui está nessa forma, não é mesmo?

- É, deve ser por isso – murmurou Dangelo. – Independente da forma, é um ser impressionante, não é?

Sênior desconfiou que ele devia ter sentido o interesse que havia despertados porque o viu se virar e, com um sorriso imenso e terno, se aproximar. Havia alegria e uma bondade natural naquele ser, que fez os ganedrais ficarem em silêncio.

- Pelo Trovão, então aqui estão os velhos tardischs, os novos ganedrais. Estou muito feliz e encantado por encontrar vocês, finalmente. Suas estórias são maravilhosas.

Sênior observou aquele ser de poderosa aura azul, sentindo a onda de felicidade que ele exalava. Mas não se enganava, já ouvira sobre a determinação, disciplina e força que ele imprimia quando batalhava contra os que desejavam sufocar a luz.

- As suas são ainda mais... Não há palavras para descrever a forma como batalha. Até Trevas, Escuridão e Mercator davam um jeitinho de se colocar fora de seu alcance, não é mesmo? – sorriu, recebendo o abraço do gigante, como cada um dos ganedrais, que o abraçavam também, felizes como crianças.

- Algumas estórias são transferências de feitos de outros que confundem como sua, outras são aumentadas demais... O importante é continuar sem mágoa, dor, ranço ou peso, apenas sabendo que cada ato seu é um ato de amor, mesmo que seja o de mandar o irmão de volta para a fila, para recomeçar a experiência – sorriu. - Mas, tenho que ir, meus queridos irmãos – falou, um sorriso imenso no rosto. – Não sabem o quanto estou feliz por ter encontrado vocês. Vocês são centelhas muito amadas. Que o deus em vocês esteja cada vez mais desperto. Akindará, queridos irmãos – se despediu.

Os ganedrais, rodeando o gigante, se sentiram tomados de emoção.

- Akindará, Denatiel. A felicidade foi toda nossa por o ter encontrado.

Denatiel sorriu novamente e se virou para ir-se, mas parou, a cabeça no peito. Então se voltou novamente para eles, as mãos à frente do corpo. Os olhos amorosos estavam postados em cada um.

- Meus queridos irmãos, sei bem que a luta de vocês é muito grande, e do que julgaram que teriam que abdicar para continuar. Mas, nunca se esqueçam de quem realmente são, nunca se esqueçam de que aqueles contra os quais lutamos são irmãos, desempenhando o papel que o UM quer experimentar, porque eles também são o UM. Vocês irão conseguir voltar para casa, e marcarão o caminho para muitos e muitos, como guerreiros da luz que são. Me orgulho muito de vocês. E, tenham certeza, iremos nos encontrar muitas vezes ainda, e me sentirei feliz demais quando isso se der.

- Seremos nós os honrados – disse Uriel emocionada, sob os olhos silenciosos e amorosos dos outros.

Permanecendo em silêncio o viram tomar a frente de seu pequeno séquito e partir, como plumas alvas ao vento, leves e suaves, vencendo a tempestade formada.

- Uauuuu... – suspirou Angelina. – Fora Yeshua e Emanoel, esse deve ser o mais próximo de Tupã que algum dia já encontramos. Esses três são demais, não são?

Os outros se viraram para ela, rindo satisfeitos, dando pequenos beliscões nela.

Sênior viu o que acontecia, e se lembrou como tudo era quando chegaram em Aden, como crianças criadoras que eram então.

Devagar e satisfeito abanou a cabeça, até que o viu.

Ainda com um sorriso perdido no rosto o apontou para os outros.

Nemaiel estava bem à frente, sentado sobre uma grande rocha, a espada abandonada ao lado. Ele os observava, e havia um sorriso lá, um pouco triste, pensativo. Com um impulso os ganedrais descreveram uma parábola, lentamente, sob os olhares vigilantes dos anjos daquele setor, descendo quase ao seu lado e do seu exército.

Enquanto Sênior se encaminhava na direção de Nemaiel, que mantinha a cabeça abaixada, via com preocupação uma tristeza profunda em cada um daqueles anjos. Deixou transparecer no rosto um sorriso de compreensão e apoio.

Nemaiel nem mesmo fez menção de ter se dado conta de sua aproximação. Em silêncio mostrava o semblante pesaroso, os olhos abatidos no solo, os ombros caídos, sentado sobre o alto da montanha, tendo ao fundo o serrilhado das cadeias nevadas. Ao seu lado estava um imenso contingente de anjos e arcanjos, todos tão abatidos quanto ele mesmo.

Sem dizer qualquer palavra se sentou ao seu lado, a mente distante, pensativo, vendo os tardischs confraternizando alegremente com os anjos.

- Denatiel é um ser fantástico, não é mesmo? – falou, a voz como um sussurro. – Ele nos enche de esperança e lembranças do verdadeiro caminho quando vem até nós.

- Sim, ele está muito desperto, muito próximo do Trovão. É bom estar na presença dele. As marcas que ele deixa no caminho são muito nobres e honrosas...

- Diferente do caminho que escolhemos, não acha?

- Um ser como ele tem essa capacidade, de nos obrigar a avaliar a nós mesmos – sorriu.

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- Sem dúvida. Mas, talvez não seja mesmo esse o caminho, ganedrai. Cada um faz o seu, cria o seu, e nenhum é certo ou errado, pois todas as centelhas que existem irão voltar para casa. Mas... – sofreu Nemaiel com um cumprimento. – Vocês já sabem?

- Sim, ouvimos falar, sentimos a intenção. É mesmo verdade que o UM se retirou?

- Sabe que isso não é a verdade em si... Nós somos ele... Mas, sim, nossa solidão parece ter aumentado. Você não sentiu?

- Sim – declarou, a voz embargada. – Mas é muito difícil de acreditar, de aceitar. Fica uma pequena esperança gritando que tudo foi um mal-entendido e... É, eu sinto essa solidão, sinto essa saudade. Apesar de saber que tudo passa, e que ele voltará... Bem, essa é uma verdade também, não é? Ele irá voltar.

- Por que diz isso?

- Ora, meu irmão. Ainda estamos aqui, não estamos? – falou com a face já mais tranquila, renovado com o que ele mesmo dissera. Sorriu, imaginando se não fora inspirado a dizer aquilo.

- Acho que você está certo. Bom ter ouvido isso, mesmo que tenha sido de um tardisch, de um ganedrai.

- Ora, então você ainda nos renega?

- Sabe muito bem que eu os defendi no conselho, não sabe?

- Claro que sei, Nemaiel.

- Mas, acho que não deveria – sorriu debochado. - Vocês se tornaram quase que exclusivamente guerreiros.

- Por um tempo isso foi verdade. Bem sabe que tentamos não ser guerreiros...

- Começo a entendê-los – falou, os olhos passando por toda a destruição que podia ser vista. - Não a aceitá-los, mas a entendê-los.

- Já é um começo...

- Não entenda assim, Sênior. Não é um começo, porque isso não tem como evoluir. Um dia irão perceber que isto que fazem, em tentar conter a escuridão como fazem, é vazio, e transforma a eles e a vocês, endurecendo a ambos, que se sentem cada vez mais justificados em estarem magoados. No ar, à nossa volta, fica a pergunta do arquianjo, não fica? Não a ouve?

- Sim, ela agora está em nossos corações.

- Sei que está. Soubemos de Haamiah, ou devo dizer Negrumo? Entende o que eu disse sobre a escuridão?

- Ah, Nemaiel... Ele se doou demais, se sentiu traído...

- Traído até mesmo por você, o braço direito. Sabe, Sênior, é natural que o desculpe, mas veja você e os seus: vocês fazem com o coração, e isso os protege. Ele não fazia assim. Ele parecia necessitar de um reconhecimento, de um apoio, sempre sussurrando que ele estava certo.

Sênior suspirou fundo, deixando que sua alma se renovasse na calma e paz que trazia das montanhas distantes.

- Cada um em seus caminhos, que não são certos ou errados, não é mesmo? Mas, e quanto a vocês, meu amigo? O que fizeram aqui, Nemaiel? Parece que vocês andaram guerreando por estes lugares.

Nemaiel ficou em silêncio, ensimesmado.

- Sim, guerreamos – disse por fim. - No começo até que estávamos indo bem, mas depois as coisas começaram a sair do controle. Entendo cada vez mais que a única forma de obter a vitória é transformar, é alterar. Quando guerreamos reforçamos o que de mais duro e pesado há em nós e... neles, e o ciclo não tem como terminar. Vendo assim, e indo um pouco mais à frente, agradeço pela intervenção do UM. É por isso, meu irmão, que agora os entendo...

Sênior olhou para Nemaiel e viu que, apesar da tristeza do outro, havia em todo seu ser uma luz suave e bonita de se ver. E agora, consciente disso, viu que o mesmo acontecia com todos os anjos à volta, com exceção deles, os ganedrais.

- Vocês também conseguirão... – ouviu o apoio de Nemaiel, que percebera sua tristeza por ter observado que eles ainda não estavam prontos para saltarem para o próximo nível.

- Espero que sim, Nemaiel. Então, sem mais caçadas? – sorriu.

- Então, não exagerem – sorriu o outro, totalmente em paz.

- Que bom, que bom... Bem, eu soube de Mercator e do arcanjo...

- Sim, isso foi terrível, e desnecessário.

Sênior o observou, e viu uma dor fina e quente no anjo.

- Para tudo há um propósito, e em tudo há a mão gentil do UM. A aparência, meu irmão, é terrível.

- Mão gentil do UM...

- Não duvide disso. Pelo que me disseram, Mercator parecia alheio quando o arquianjo o tomou.

Nemaiel o observou com mais cuidado, estudando seu rosto.

- Sim... Ele parecia em transe...

- Me parece que uma semente foi lançada para dentro dele. Não é o que lhe parece também?

O anjo estreitou os olhos, a mente vasculhando todos os significados das palavras do ganedrai. Por fim, como se uma compreensão o tivesse atingido, seus olhos se suavizaram.

- Parece que falou agora por inspiração, meu irmão – congratulou.

- Sim, sempre somos inspirados, não é mesmo? Mesmo sendo ganedrais, mesmo sendo guerreiros em tempo integral – sorriu se levantando.

- Ah, eu sei, eu sei. E está tudo bem. Tudo vai dar certo – tranquilizou, levantando-se e abraçando Sênior, que retribuiu ao abraço.

- Obrigado, bom amigo.

- E agora, o que pretendem fazer?

- Sabe que os demônios, quando souberam que o UM se afastou, ficaram muito felizes, não sabe? Não podemos deixar que se alegrem muito.

Nemaiel sorriu.

- O guerreiro... Mas, vocês estão certos. Apenas aprendam a guerrear com compaixão no coração. Se vejam no lugar deles para poder compreende-los, e então, saberão como realmente combatê-los. Acho que só assim poderemos responder a pergunta do arquianjo, não lhe parece?

Sênior ficou pensativo, deixando aquelas palavras escorrerem para dentro do seu coração. Se agora não faziam muito sentido, porque não esperar o tempo para se mostrarem?

- E quanto a vocês?

Nemaiel olhou à volta, passando-os por aquelas terras.

- Esse planeta pequenino e desprezível é...

- Maravilhoso?

- Ah, cativante, cativante demais. Enquanto Aden precisar, ficaremos por perto... Hum, aposto que isso te deixa feliz, não é mesmo? – sorriu ao ver a reação aliviada do outro.

Sênior o observou com curiosidade, e sorriu abertamente.

- Ora, protetores para Aden. Adorei isso, meu irmão. Então, vai se tornar um AsaLonga?

- De forma alguma. Não vou ser parte de alguma consciência em Aden. Apenas ficaremos por perto, cuidando, ajudando.

- Que bom!

Nemaiel o observou com mais cuidado, sentindo um peso se apoiar em seu coração. Passou os olhos rapidamente pela armadura de Sênior e dos outros ganedrais. As viu amassadas e rasgadas, sinais de cortes profundos, o vermelho do sangue, e isto lhe doeu. Então ficou se perguntando porque eles não as consertavam, como eles mesmos faziam. Não era para se mostrarem, entendeu, mas apenas porue isso era irrelevante, na visão deles.

Não pode deixar de sorrir por dentro, um sorriso triste e saudoso de dias melhores.

- Não estão se exigindo demais? – perguntou, segurando sua emoção pela sorte que os amigos aceitavam para si.

Sênior o olhou com carinho, uma dor suave revoando no coração.

- Não há outra forma, por enquanto, ao menos ainda não conseguimos ver outro meio de impedir toda a destruição que os escuros vêm causando por toda a criação.

- Cada um em suas escolhas – Nemaiel declarou com suavidade. – Que se sintam bem com as suas, meus irmãos.

- All Lantun, meus irmãos – Sênior cumprimentou os anjos e o arcanjo, que já se preparava para partir.

- All Dezana, queridos irmãos – responderam todos, abrindo as asas.

Nemaiel o observou com carinho, tocando entre os olhos com o indicador e o médio esticados na mão direita fechada, enquanto a direita punha em concha sobre o coração. Então retirou com suavidade os dedos de entre os olhos e os apontou para Sênior e os outros ganedrais, enquanto fechava a mão direita e dava uma batida suave no coração, no ato abrindo seus dois pares de asas.

Então se elevou, tomando rapidamente a direção das suas legiões, que depressa partiram do planeta.

Sob os olhares dos ganedrais Sênior ficou ainda algum tempo parado, os olhos presos no céu, emocionado com o cumprimento do arcanjo, que só dispensavam entre si.

II

Na companhia de boa parte dos ganedrais Sênior se elevou acima do planeta, deixando sua mente escoar. Flutuando abandonado, com carinho chamou por Aden. Não demorou e a mônada surgiu. Os ganedrais então elevaram suas energias e a envolveram com intenso carinho. Ela estava abatida, entristecida.

Por longo tempo ficaram assim.

- Você não precisa se magoar tanto assim, minha querida. Por que permanece?

- Já olhou à frente, anjo?

- As possibilidades são imensas, se abrindo em largo leque.

- Pois eu consigo. As vidas que vocês, anjos, me ajudaram a fecundar, estão germinando. Não veem?

Sênior ficou em silêncio, cismando.

- Essas são as possibilidades mais luminosas, e as que causarão maiores dores.

- Eu sei... – pulsou a centelha com imenso carinho. – Seres com cada vez mais consciência, diferentes de vocês anjos, para cá virão e aqui irão se recriar, cada vez em uma onda mais fértil. É isso que os demônios enxergam e desejam, é isso que os anjos percebem, e juram proteger. Esperança... E é aqui que eles irão surgir. Eu tenho que continuar...

- Você fala dos seres profetizados?

- Sim, deles mesmos. São eles, querido anjo, aqueles que conseguirão manter em si a luz e a escuridão, e pacificar tudo o que há. É a experiência, ao menos uma fase dela, tão aguardada pelo UM, que já a viveu inúmeras vezes. Sei que aqui elas conseguirão viscejar...

- Amo você, Aden. Amo a parceira que fizemos, e o que você representa.

- Eu sei, meu querido anjo, meus queridos amigos e parceiros. Também vejo a doação de vocês, e as dores que procuram, a cada dia, ignorar. E assim, não mais Aden eu sou, porque o paraíso não existe mais, mas Urântia eu sou.

- Urântia... Não é cedo?

- Não – a centelha pulsou como se sorrisse. – É como me reconheço, agora. Na verdade, é como uma preparação para a chegada deles, que serão chamados de pessoas e homens. Akindará, velhos amigos, velhos parceiros... – se despediu.

- Akindará, minha querida amiga – cada um a cumprimentou, vendo-a pulsar e desaparecer.

Sênior sentiu uma saudade pesada descer em seu coração, que se esforçou em deixar ir-se, porque sabia que, a partir de agora, a centelha que era Urântia, iria entrar em uma espécie de letargia, até poder ascender novamente, muito tempo à frente.

Então, com uma suavidade pensativa lentamente desceram ao planeta, onde se reuniu com os outros ganedrais, com os quais repartiu o que se passara na órbita do planeta, agora Urântia.

Por longas e longas horas ficaram em silêncio, pensativos, até que um pulso estranho se mostrou num canto do planeta.

Sem perda de tempo Sênior abriu as asas e subiu alto no céu, onde ficou flutuando, sondando as distâncias do norte.

- Você o sentiu? – perguntou Jasmiel flutuando ao seu lado, acompanhada por Angelina.

- Sim...

- Sabe que o enfrentamento não tem mais como ser adiado, não sabe?

- Sei, minha querida, como ele também... Vá, e chame quantos dranians puder encontrar, porque esse assunto temos que resolver – falou, a voz tranquila e dura, observando com cuidado um ser em um trono escuro, que os aguardava ao longe.

Porém, antes que ela se fosse, surgiu um grande ajuntamento de anjos no oeste, e a vontade deles estava fixa neles. Sênior sentiu um frio percorrer sua espinha, preocupado com o que estava se anunciando, tal como os outros ganedrais.