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ALÉM DA CORTINA [português]
QUEDA E AMOR – 2,013 - Tempo resgate.

QUEDA E AMOR – 2,013 - Tempo resgate.

Na terra muitos desses elementos foram unidos para criar o seu corpo.

Eu fiz a minha escolha. Como poderia saber que não conseguiria viver com ela?

- Eu ouço as três irmãs – Samael chorou perto de uma estrela azul recém-criada.

- Também ouvimos – reagiram os outros irmãos.

- Enquanto estávamos longe eles retornaram e as tomaram novamente. Eles as estão ferindo profundamente.

Samael observou a bela luz amarela de Khyah. Deixou a dor de saber que eles não tinham saída permanecer em sua alma, porque ao aceitarem lutar contra os escuros cada um sabia que iriam cair rapidamente, como via que a luz de Khyah já não estava mais tão pura e forte.

Então, tomando uma decisão, Haamiah observou os outros treze anjos mais próximos, um por um, e os outros poucos milhões de anjos que com eles estavam unidos.

- Não vou mais me dividir – falou, o sentimento embargado. – Vou me manter assim, um impartido serei, e assim me manterei. E,... – seus pensamentos tremeluziram um momento, examinando a própria decisão para lhe dar validade, - resolvi descer mais um pouco na escuridão. Vou ser um impartido, porque se vou cair, não aceito lançar minha dor em sementes.

Um silêncio se fez, longo e espesso.

Na face de todos havia a consciência do ato que se davam. Normalmente as grandes consciências permaneciam nos níveis mais altos de vibração, e somente uns poucos haviam aceitado descer suas vibrações sem se fragmentarem, pois que a escuridão não era de suas naturezas, e muito sofrimento causava.

Como resposta, muitos anjos se foram, não aceitando descer na experiência.

Samael lhes sorriu com carinho, sua consciência determinada em sua decisão.

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- Também farei assim – ouviu seus irmãos declarando, um por um, por agora milhares de consciências.

- Assim é, assim será – sussurrou Samael.

De súbito Samael diminuiu intencionalmente a própria vibração, sentindo que tudo se espessava à sua volta, sob os olhos dos irmãos que baixavam sua percepção para seguir sua queda.

Samael ficou confuso e controlou um início de pânico, pois que tudo ficara estranho e confuso. Então, lentamente, tudo foi se acomodando, e rapidamente reconheceu e disse seu nome.

Havia chegado até a quinta dimensão.

Lentamente, sentindo a agonia e dor pelos espaços, como um gemido, viu seus irmãos surgindo aos milhares à sua volta. Quando o último emergiu naquela dimensão densa não pode deixar de se sentir orgulhoso de seus irmãos. E sorriu, ao notar que estar orgulhoso da força deles era um sentimento estranho com que tinha contato pela primeira vez.

Assim refeito, assomando sua consciência e dela tomando consciência, se fez inteiro novamente.

Então subiu às dimensões mais altas, e retornou, se dizendo satisfeito com o que haviam conseguido.

– Quanto à Aden e suas irmãs, não podemos deixar isso continuar – falou, estudando como reagia àquela dimensão, como sabia que todos os outros estavam fazendo.

- O que sugere? – quis saber Jasmiel.

- O tempo correu muito longo já, e aprendemos muitas coisas... – falou Amadiel, a energia lisa e homogênea, brilhando intensamente num vermelho vivo. – Mas, vocês já perceberam que estamos nos esquecendo de algo? É como se estivéssemos pendendo entre vários mundos, entre várias realidades. Caímos rapidamente, e temos que aceitar isso. Talvez, até um pouco mais, porque Aden está mais densa que isto.

Haamiah guardou silêncio, sondando Amadiel.

- Você está sugerindo que devemos decair ainda mais nossa energia? – Uriel reclamou assustada.

- É isso mesmo que estou dizendo. Mas só a nossa, sem qualquer divisão, como já concordamos – frisou.

Samael sentiu a torre que era tremeluzir, se perguntando o que realmente estavam fazendo. Propositalmente estavam entrando na experiência.

- Muitos se tornaram demônios, ao entrar tão fundo – Jophiel se mostrou confuso. – E eles também estavam impartidos. Como vamos permanecer sem nos transformarmos?

- Eles desceram de forma inconsequente, esquecendo-se de quem eram. Esse não é o nosso caso. Desceremos não por experiência, mas por amor. Amor, meus irmãos, o UM...

E, como que para mostrar o caminho, Samael cintilou fortemente a luz enquanto a escuridão se adensava à sua volta, decaindo assustadoramente sua vibração. Mas, viram todos, no meio daquela escuridão densa e abafada havia um coração que cintilava poderosamente, não permitindo que a escuridão se fechasse sobre ele.

Lentamente viram tudo se acomodar, a escuridão se acomodar, a luz se acomodar. E, daquelas trevas confusas e profundas ouviram um suspiro e um riso carinhoso pouco após, marcando um caminho.