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ELAHIN CAÇADOR

Não sei bem o que desejam, o que desejo. Sigo apenas para ver como o caminho se estica no tempo.

Elahin estreitou os olhos e baixou levemente a cabeça, continuando o seu caminho. Os dois anjos ficaram cismando sobre sua presença ali, e assim confusos bloquearam o seu caminho, o que foi alvo da atenção dos outros anjos, que estavam ao lado do portal cinza.

- Não o conhecemos, meu irmão. O que deseja?

- Ora, então agora é proibido entrar na cidade?

- Os tempos estão diferentes. Sabe como é, tem essa escuridão crescendo nos universos. Parece que você está longe por muito tempo, não é? Pedimos desculpas, mas você deve se identificar e se deixar ver.

Elahin observou com atenção os dois anjos, e sorriu.

- Claro que sim... Meu nome é Elahin, e estou só de passagem.

Então, com suavidade deixou um pouco do que era exposto.

Os anjos pareceram, de súbito incomodados, o que chamou a atenção dos outros, deixando-os mais alertas.

> Aconteceu alguma coisa, meus irmãos? – perguntou aos anjos, vendo que os outros se aproximavam lentamente, as mãos ainda distraídas sobre as espadas.

- O que é você?

- Por que pergunta algo assim?

- Você tem a luz, sem dúvida, mas também tem a escuridão.

- Você pode se enganar, se acreditando diferente, meu filho, mas todos nós criados temos a luz e a escuridão – falou, o jeito meio debochado, os olhos fixos nos dois e num terceiro que havia se juntado a eles, enquanto os outros ficavam parados ao lado. Elahin viu que, apesar das atitudes de alerta, estavam todos muito tranquilos, o que o tranquilizou também.

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Quando foi liberado, no começo da escadaria viu um ancião aguardando-o, o mesmo que o contatara e solicitara a sua presença.

- Que bom que veio, meu amigo. Vamos? – convidou, estendendo o braço esquerdo, indicando o interior do prédio, no topo da escadaria branca.

- Vamos saber se foi bom, não vamos? – sorriu. – Como me encontraram?

- A assinatura de sua energia é bastante... peculiar, quando se deixa ver – sorriu, indicando os outros anciões, com os quais iria se reunir.

- Entendo... E qual é o assunto que tanto interesse trouxe a atenção de vocês sobre mim?

- Gostaríamos que nos ajudasse com uma demanda.

- Se eu puder... O que seria?

- Alguns renegados... Um grupo desencaminhado e um outro, em risco.

- Querem que eu os persiga, é isso? Vejo que suas mentes estão muito fechadas, e isso mostra algum plano. Posso não gostar dele.

- Não, não é isso – atalhou um outro ancião. – Costume e necessidade. Os escuros...

- Sei... – falou, não muito convencido. – Me desculpem a franqueza, mas não deveriam estar mais preocupados com os escuros do que com anjos que vocês renegam?

- Há uma lógica nisso, mas ela não é a certa. O pior inimigo é aquele que está muito próximo...

- Ou talvez não. Manter o inimigo próximo pode se mostrar uma vantagem – sorriu de volta para o rosto da demiana que falara.

- Mas, não é este o caso aqui, eu lhe garanto.

- Sênior e Lúcifer – Elahin nomeou com lentidão, após ter recolhido a informação de alguns anjos na cidade.

- Esses mesmos.

- Sabem, gostei do jeito do Sênior, e acho que deviam dar mais atenção para ele e sua luta. Quanto ao Lúcifer, ele me interessa, e eu já estive com ele, como sabem. Ele não está mais em Urântia.

- Sabemos... Parece que alguém o deixou bem assustado – sorriu.

- E a outros, bem preocupados. Foi por isso que me chamaram, para saber se as preocupações em seus corações têm algum fundamento?

- Se acredita nisso, então por que veio?

- Para que me vejam, para que saibam. Não sirvo a vocês, não trabalho sob suas demandas – sorriu debochado. O ancião examinou tranquilamente o estranho sob os olhos pensativos de Derfla, que se mantinha em silêncio, até que Elahin se voltou para ele e o encarou.

> Vejo que você é um guerreiro... Nemaiel..., Derfla Edahc. E vejo também que está incomodado comigo. Minha parte sombria?

- Sim, sem dúvida que é por ela. Ela tem o mesmo poder sobre você que a luz tem. Em que lado está?

- Ah, lados... A dualidade. O UM não é dual, eu não sou dual – esclareceu. – Não sou nem escuridão nem luz, e somente sou visto assim. Não se deixe enganar, guerreiro – sorriu se virando e se afastando sob o olhar confuso dos anciões, a mente se desligando dos que estavam ali, avaliando se as linhas de tempo haviam se modificado. Com satisfação via que conseguira evitar sua modificação.

E mais satisfeito ainda ficou, como se fosse um presságio sentiu novamente a presença do UM, que novamente se mostrava, para grande alívio e alegria de toda a criação, mesmo dos demônios.