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ALÉM DA CORTINA [português]
DESTRUIÇÃO DE PAKA NUTA

DESTRUIÇÃO DE PAKA NUTA

Tem mesmo certeza de que a escuridão é a luz brincando de se esconder?

Sênior inspirou demoradamente, vendo toda a destruição de Paka Nuta. Dentro de si sorriu tristemente, dizendo que sua fortaleza havia cumprido seus propósitos. Mas era mais que certo que não tinha como ignorar que sua destruição deixara um vazio que teimava em ser visto como paz, numa frágil tentativa de se enganar.

Devagar se aproximou de uma grande laje de granito, sobre a qual apoiou a mão, sentindo toda a energia que for a ali dispendida.

- Volitora – suspirou, examinando a energia que ela, premeditadamente deixara no ambiente, para que ele soubesse que for a ela, e porque providenciara tal destruição.

Volitora se enraivecera, considerando atrevida sua atitude quanto à el, ao separá-la do convívio dos homens. Suspirou aliviado ao constatar que nenhum dragão ou outra consciência qualquer for a morto ou sacrificado no ataque. Apenas pedras arruinadas e rios em cursos alterados, que poderia reconstruir em poucos minutos. Mas, sabia bem que não faria isso.

Acontecera, e estava tudo bem.

Então sentiu o ar se revolvendo muito ao longe, e sentiu a energia de Braba se aproximando. Com um impulso se elevou e pousou suavemente sobre uma imensa parede em que mais da metade for a destruída.

Aguardou.

- O que achou desse aviso, meu amiguinho? – Braba perguntou assim que pousou ao seu lado.

Sênior ficou ainda alguns segundos prestando atenção ao balançar dos seus pés, muito acima do chão, tendo ao lado todas as pedras descansando a esmo. Então sorriu, se voltando para sua amiga, que majestosamente fechava as asas, o olhar plácido sondando o entorno.

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- Foi apenas um desabafo dela, e não um aviso – murmurou.

- Sei que sabemos que ela sabe que você é um impartido, mas para mim foi sim um aviso.

Sorriu sênior.

- Isso não importa – falou se elevando, enquanto recolhia a energia das coisas que eram importantes, espalhadas entre os escombros. – Eu estava pensando em grandes reformas – falou. – Agora, acho que vou construir um outro lugar, mais para perto da espinha.

Braba observou o anjo, e ficou satisfeita ao ver sua energia controlada e em paz, enquanto um mínimo facho era dirigido para a antiga Paka Nuta. Seguindo o anjo voaram por alguns instantes em círculos sobre o lugar, enquanto Sênior arrumava o lugar, dando-lhe o toque de um lugar intocado. Pedras se instalaram nas faces das montanhas, enquanto outras se enterravam ou descansavam no chão. Árvores rapidamente se levantavam do chão e o rio tomou sua posição original.

Então, dando-se por satisfeito, o viu estender um braço, apontando para um lugar elevado mais para o oeste, perto das montanhas frias.

- Ali vai ser um belo lugar, não acha, minha amiga? – perguntou, os olhos pousados longe em uma montanha de onde desciam cascatas inúmeras vindas das geleiras do alto da cadeia da espinha, em frente à uma rica planície.

- Vai sim, meu pequenino, concordou, emitindo um pulso suave e gentil para os dragões que gostavam de ficar perto de Sênior, informando da elevação de sua nova fortaleza.

- E como a chamará?

- ElAmen – murmurou feliz.

- Com carinho para a el? Não acha que a Volitora poderá considerar uma afronta?

- Não vai não... Ela seguiu essa linha de tempo e já sabia de ElAmen.

- E como foi isso?

- Foi, porque eu lhe mostrei – sorriu parando alto frente ao lugar.

Braba pousou ao lado do anjo na planície frente a uma imensa face de montanha.

Maravilhada ouviu roncos suaves vindo das entranhas da montanha, como bem abaixo do chão. Então paredes e mais paredes se elevaram junto à face da montanha, nela se ligando, dela se projetando. Terraços e pontes se lançavam no vazio, enquanto paredes se elevavam alto e poderosas, e ninhos de dragões se mostravam, e imensos salões projetados para o vazio ou na entranha do colosso de pedra.

Então, assim que tudo estava aprontado, viu o anjo enchendo os espaços de móveis e da energia das coisas que sua alma embalava.

Sorriu, ao ver uma el se formar sobre um belo móvel de madeira trabalhada em uma sala toda iluminada de sol.