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Acordando berrando e de peito estufado com toda a intensa memória da noite passada invadindo sua mente, Graco acorda todo o quarto, seu pai se levanta já em posição alarmada e suas duas mães puxam punhais debaixo do travesseiro.

Todos param quando veem o bebê que chora e grita poucas vezes, esta foi uma das únicas vezes por um motivo desconhecido, todas as outras ele ficava quieto quando trocava a fralda ou davam o leite materno.

De vez em quando ele acordava gritando e chorando durante o meio da noite, era um som tão triste que os fazia acordar agitados.

O pai de Graco, Vermuthi, pega seu filho em seus braços fortes, e o abraça confortavelmente, cantando uma canção calma e mexendo lentamente.

As duas mães chegam perto e olham com curiosidade e preocupadas para seu filho, não vendo problemas as duas começam a conversar, Vermuthi entra na conversa, e logo todos estão sentados na cama dialogando seriamente.

Graco aprendeu o nome de seu pai, graças a seu pai, ele repetia o nome de seu filho e o próprio todos os dias. Recentemente, ele começou com o de suas mães enquanto fazia as poses frequentes delas, como as mãos na cintura da loira, ou o suspiro seguido de sorriso da ruiva, ou apontando o dedo para elas.

'Que porra foi aquela ontem de noite? Era parecido com as minhas alucinações, mas está se mexia enquanto estava olhando, não a cada vez que eu piscava'

Já um pouco calmo devido ao afeto de seu pai, e por puro costume de estar assustado e rapidamente se recompor, Graco tenta inferir naquilo, mas somente resta a questão das estranhezas de sua nova vida.

'Não percebo nada diferente em meu corpo, não enxergo ou ouço melhor, cheiro também. Aquela fumaça se escondeu ou o quê?'

Exasperado com tudo, Graco sai de seu estupor quando percebe que está respirando mais calmamente e sente uma energia fraca adentrando seu corpo, ela se espalha friamente e se dissipa morna por todo o seu físico.

Saindo de um susto, seguido de surpresa, Graco repete a ação respiratória diversas vezes, e em todas ele sente o mesmo. Ele se remexe em alegria nos braços de seu pai, Vermuthi olha para seu filho fofo apenas para dar seu clássico sorriso largo, e beijar todo o rostinho de Graco.

As duas mulheres vendo isso, saem da tensão da conversa e seu pensar posteriormente, pois não conseguem não se distrair com a linda cena. Se casar e ser feliz entre a nobreza é um privilégio um pouco raro, mesmo entre a nobreza baixa como a deles.

Seu pai começa a apontar para suas mães com o queixo, fazendo pai e filho muito parecidos olharam em sincronia para as mulheres que os encaram sem disfarçar. Vermuthi, pega Graco com somente o braço direito e aponta com o dedo para a loira e diz uma palavra lentamente e em sílabas separadas, depois o mesmo com a ruiva.

Ele faz isso repetitivas vezes, tentando demonstrar para Graco sem pressa.

Graco, ganha a percepção, entre semanas tentando, ele consegue desprender a língua para falar os nomes de suas mães. Pode ser engraçado para sua família, mas a primeira palavra de Graco, foi Graco, então ele conseguir tal feito é admirável a eles, ainda por cima pelo ciúmes bobo do segundo ter sido o pai.

''Yuliya ... Kletka'' Graco fala lentamente e com dificuldade, mas sua realização apenas gera sorrisos e risadas.

Seu pai sem perder tempo com o ímpeto de Graco, acena com a mão apontando para todos, depois para Graco e depois o chão, e diz languidamente duas palavras, depois repete o nome de todos antes dessas duas palavras enquanto aponta o dedo indicador para cada um a cada vez.

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" Lhublu Drumoxan" Descobrindo o nome e sobrenome de todos, Graco acha um pouco estranho, mas bonito, para ele tem um tom respeitoso.

Graco tem uma reação fofa para seus pais, porém para eles parece é puro êxtase, seu filho de menos de um ano de idade já falou mais que o normal, isso poderia ser considerado uma genialidade leve em suas percepções de mundo.

A alegria toma conta da sala, fazendo que os outros três parentes de Graco entrem com pressa no quarto, eles se acalmam com a cena afável e se juntam na conversa. Graco sabe que eles podem ser simples empregados, mas em todo seu tempo neste quarto, eles foram os únicos que o visitaram, ademais que eles são muito próximos de seus pais, abraçando-os, sempre os olhando nos olhos normalmente, beijando-os no rosto ou uma farfalhar da mão na cabeça.

O afeto é mais natural, mas igualmente forte com os outros, quando é na relação do mordomo sênior com as mães de Graco, Yuliya, a loira, e Kletka, a ruiva. Já com o casal de empregada alegre e o carinha com o longo rabo de cavalo é com seu pai, Vermuthi, a emprega até têm quase a mesma cor do cabelo e maneirismos de seu pai.

Vermuthi, com a súbita ideia oriunda da presença dos três, faz novamente o mesmo processo de ensinar a Graco, mas desta vez com eles alinhados lado a lado e perto de Graco. Esperando em antecipação pela voz de Graco, a sala fica em silêncio.

Com a sequência do mordomo sênior, com o sempre terno preto, a empregada de kimono branco puro, e o outro mordomo, que aparenta estar sempre relaxado. Graco se esforça para falar seus nomes pausadamente quando seu pai aponta o dedo para eles.

"Globrilov, Kalinie, Moíah''

Kalinie, a empregada, não aguentando mais, pega Graco em seu braço e esfrega com carinho o lado de seu rosto com a cabecinha macia de Graco.

Globrilov é abraçado como um urso e levantado por Vermuthi, e Moíah boiando na situação com a sua timidez tem o braço puxado por Kalinie e os dois ficam conversando em frente a Graco. Yuliya se junta aos homens se abraçando, e Kletka abraça a cintura curta de Kalinie.

Graco, é claro, fica sem jeito com toda a festa, ser abraçado e tal faz quase duas décadas, foi na época de sua adolescência e com sua mãe a última vez, quiçá ser beijado e vaiado por pessoas que, apesar de serem sua nova família e já os aceitar assim, ainda é a primeira vez de Graco.

'Meus pais são jovens, provavelmente vou ter irmãos, de duas mães que acredito serem irmãs. Que cultura esta sociedade tem?' Graco se pergunta com curiosidade brincalhona.

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Após tudo se acalmar e ficar sozinho novamente, Graco se concentra ao seu redor, fechando os olhos e respirando ciclicamente.

Quando abre os olhos, depois de sentir toda a sensação discrepante da energia, Graco começa a enxergar pequenas bolinhas translúcidas no ar, elas se movimentam sem rumo e sem tocar uma as outras.

Espontaneamente, elas se acumulam toda vez que Graco puxa seu ar, orbitando Graco em um raio de quase um terço de um metro.

Graco as atrai com isso, a cada inspiração nasal, ele vai se sentindo preenchido abundantemente com a energia que entra em seu corpo, e ele a solta a cada expiração com a boca quando se sente desconfortável.

Graco, reinicia tal ação durante alguns minutos, mas começa a tentar circundar a energia por seu corpo, consequentemente sentindo-se leve. Graco em meio a serenidade de seu processo mágico, pensa na fumaça negra da madrugada, gerando um sentimento semelhante a uma coceira.

Isso faz com que toda atividade seja interrompida, como se o tempo estivesse ficando lento ou sua percepção da realidade fosse muito veloz, quando ele tenta se aproximar daquela leve cócega bizarra.

Mas também sente uma energia volátil e teimosa o invadindo, ele não restringe, fazendo com que lentamente ele reganhe a normalidade do tempo.

Quando reabre os olhos, Graco vê que suas mãos estão com dedos pontudos e escuros, ralas escamas negras nos punhos e antebraços, pele está pálida esbranquiçada, e veias pretas saltadas em seu corpo que está deitado e enrolado em uma coberta fofa.

Graco facilmente presume que se origina do poder da fumaça.

''Olá" assustado com a voz feminina, Graco vira seus olhos por toda a sala, apenas para encontrar o vazio de pessoas. A voz era estranhamente vinda do nada, era entendível para ele e não tinha som, parecia mais algo vindo de dentro dele e fora simultaneamente.

"Não se assuste, por favor. Não aguento mais ficar na escuridão eterna, fala comigo, eu imploro, não me expulse"

A voz, agora, com um tom de súplica humana, fala com a característica desesperança que Graco presenciou.

'Onde você está e quem é você?'

Graco pergunta com desconfiança, já prestes a sair desse seu modo cascudo da fumaça. O que o pará, é a sensação de um ser colada desesperadamente a si, é como uma fumaça branca pura e frágil.

'Sou Eztli, não me tire, Loc, por favor. Não vou te fazer mal nenhum.' A voz desequilibrada e chorosa agora vem direto de sua consciência.

Sentindo uma certa pena, mas mantendo a cautela engatilhada, Graco pergunta com calma a este ser que se originou repentinamente.

'Como você sabe meu antigo nome? E de onde você é? Como você está falando comigo sendo que não a vejo'

'Sou como você, um antigo morador do vazio eterno. Fui parar lá ao ser sacrificada em um ritual do povo asteca, isso é uma das únicas coisas que lembro' Eztli explica respirando pesadamente na mente de Graco.

Atônito com essa história, Graco acredita ser mentira, entretanto, quando ele se aproxima da fumaça branca um ciclo de memórias assaltam sua mente. Levando-o para o antigo eu de Eztli.