Após dar a Graco a visão da propriedade, Kibi o levou novamente para o berço. Ela recebeu instruções de Yuliya para leva-lo lá depois de passear um pouco com ele.
Graco, com todo o tempo de pensar, inferiu se existia algum evento que deixava a família insegura. Meio que dando de ombros, pois se preocupar com coisas que ele não interferir iria somente atrapalhar sua preparação para o futuro, o seu treino rotineiro.
Já dentro do quarto tedioso, Graco inicia sua rotina, contudo sente a cada dia sua adaptação com o corpo e a diminuição do sentimento de não pertencer a ele.
A realidade foi graciosa durante estes meses, isso para Graco, foi somente um aviso para ele relaxar o quanto pode, mas também de que ele terá que se esforçar mais do que antes para conseguir no futuro ter essa paz com sua família.
'Seus irmãos são muito fofos, Kibi se fascinou por você, e Rualovu é uma criança alegre, muito parecido com seu pai. E que jardim lindo que Globrilov administra, ele apesar de não se expressar muito, é uma pessoa que gosta de jardinagem, pois para deixar daquele modo, é somente com diligência ou ser ordenado, e garanto que não é o último. '
'Ele é legal, talvez ele tenha passado por maus bocados no passado, Eztli. Acho que é a primeira vez deles vendo um bebê, chame ele de Uvu, Eztli, não se restrinja com formalidades.'
'Tá bom. Valeu, Graco.'
'É o mínimo, Eztli. Você merece mais liberdade, e os apelidos de Kibi são bons.'
Eztli fica não se proclama, tanto por constrangimento e timidez pela gentileza de Graco, e como não saber responder perante o calor fraternal que sentiu agora. Graco sentindo sua vergonha simpática, segue em frente na conversa deste dia divertido.
'Enfim, essa casa é grande e antiga, você notou? E pensar que tenho irmãos pequenos. Que coisa engraçada' Graco pergunta a Eztli, mas se sente extasiado com a nova experiência.
'Era esperado, seus pais são um jovem casal poligâmico. Admira-me que Kalinie e Moíah não tenham filhos, ou até Globrilov, ele já é um homem de quarenta e poucos anos eu acho.'
'Acho que eles tem, Eztli, você viu que a casa tem mais quartos, e eles têm nomes ao lado da porta.'
'Agora que lembrei. Acho que eles já são adolescentes ou adultos então, Graco.'
'Provavelmente.'
Ele raramente interagia com crianças, e as vezes que fez, foi por motivos tristes. Colegas de batalhão que morreram e precisam de alguém para avisar a família, ou órfãos de guerra.
Portanto, ver sua irmã e irmão sendo alegres e normais foi uma pancada que fez Graco sair da infeliz normativa que estabeleceu.
Tentar desenvolver um bom relacionamento com seus novos parentes, é também algo que ele espera conseguir fazer, entretanto, ele sabe que sua personalidade é díficil a novos vínculos, por enquanto ele é um bebê de quase um ano, ele não fala ou interage adequadamente, ou seja, seu jeito pária social ainda não está sendo demonstrado.
'É de fato, uma linda e carinhosa família. E não precise se sentir inadequado, Graco. Você tem o tempo para se estabilizar e extirpar sua castrações mentais, dê passo a passo e chegará longe. Se você fez algo legal a eles, aprecie esta ação, e não fique pensando que poderia ter feito melhor, o feito está no feito, não no que ele poderia ter sido.'
Eztli aconselha suavemente Graco, os dois sem nem perceberem, se ajudam. A inconsciência de tais atitudes passa batido, contudo, gradativamente eles se tornam a muleta emocional um do outro, e, obviamente, as pessoas que gostam o remédio mais poderoso para suas feridas.
A capacidade de sentir as emoções e sentimentos um do outro, os aproxima com mais naturalidade e qualidade, deixando-os mais confortáveis um do outro. Como se estivessem construindo um edifício pela primeira vez, mas toda a fundação e vigas já estivessem prontas, agora é construir o resto com sua parceria e coexistência.
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'Você tem razão, Eztli. Eu acabo saindo do foco de vez em quando' Graco suspira mentalmente, se acalmando.
Apesar de Eztli ter vivido sozinha muito tempo, ele não teve uma vida caótica como Graco. Isso fez ela repensar muito de tudo que podia, principalmente no vazio após ter esquecido a maior parte de sua vida passada e estar em um ócio absurdo.
Ela é quase oca de memórias ruins, lembra somente do que a entidade não tirou lentamente de suas lembranças. E o que sobrou, que era principalmente os momentos mais angustiantes, ela os usou como um combustível para desenvolver seu lado bondoso, mas a ingenuidade de sua amnésia é presente.
Em síntese, ela saiu do véu pesado que Graco ainda luta para se desgarrar. Graco têm a espada em mãos e toda a atitude para a desembainhar sem receio ou medo, Eztli em vez disso é a bússola moral que Graco não possui, e nem utilizaria se tivesse.
Sua inexperiência social afetou ela de forma diferente da de Graco. Ele após sua adolescência, teve quase nenhum momento feliz como este, suas interações sociais se resumiam a ordens e ameaças.
Isso fez com que ele se tornasse um robô zumbi que só segue em frente, não ligando para seu entorno, pré programado para próximos dias loucos. Pensava no futuro, mas era como evitar outros acontecimentos ruins ou se preparar para causar eles.
Graco ainda é ressentido, e principalmente indiferente com pessoas que não o importam. Tal apatia pode decepcionar sua família, pois o torna implacável e vem acompanhada de tirana e perversidade que ele utilizaria se for conveniente.
Se uma criança qualquer morresse na frente de Graco, ele olharia, sentiria uma pena momentânea e continuaria seu rumo, pensaria naquilo posteriormente, mas não agiria, ajudaria se pudesse, mas se não pudesse, Graco não sentiria remorso.
Contudo, se ela fosse filha de seu opositor, Graco riria de escárnio e daria de ombros para quem o chamasse de canalha lunático.
Graco os acharia até idiotas por dar valor emocional a algo vindo de alguém que ele quer matar.
A raiva o levou a diante, mas deixou muito de seu lado bom lá no início de sua vida, a dissonância cognitiva disso causou uma histeria em seu ser torpe. Quem o via em ação, ou o considerava a corja mais maluca ou alguém que não se deve chegar perto, comumente ambos.
Entretanto, com quem ele ama, Graco é tirado de toda essa insensibilidade patológica, pelo contrário, ele se torna obsessivamente protetor, claro, ele não percebe. Porém, Eztli, sim, ela sente o calor intenso que emana da alma cinzenta de Graco, enchendo-a de um branco puro e fogoso, espalhando-se e a enchendo, como jogar carvão banhado em gasolina em uma chama calma e cintilante.
Essa emoção é viciante até para ela que, apesar de conseguir ter as sensações de Graco em pele viva, não é ele exatamente sentindo, portanto, ela tem a racionalidade de ver a intensidade disso.
E em sua experiência de analisar as almas do vazio, para ela é um exemplo vivo do surgimento de um senso de dever e propósito, que pode se tornar uma bondosa compulsão e talvez uma distorção de valores.
'E acho o mesmo, Graco. As cores do cabelo e olhos de seu pai em relação com as árvores e flores do jardim, até a madeira da casa.'
'Provavelmente somos de uma nobreza baixa, Eztli. Esta grande casa evidência isso, pois não vimos joias ou acessórios em ninguém. A casa tem somente móveis de madeira, nada com ouro ou algo do tipo. Sem funcionários, ou um jardim exorbitante.'
'Sim, e nada luxuosa ou atitudes que buscam a ostentação. Acho também que Globrilov é um familiar de suas mães, Graco. Assim como Kalinie de seu pai. As cores dos cabelos e olhos são muito semelhantes e conversam como se já se conhecessem a anos.
Além de que pessoas abastadas geralmente não têm um jeito divertido como o de Vermuthi, e todos se tratam com afeto e respeito, conversam sem barreiras hierárquicas.'
'Com certeza. E prefiro tudo isso do que ter nascido em uma nobreza alta que me obrigaria a conflitos políticos e de interesses mesquinhos, um ambiente pútrido e cínico. Seria um fardo desprezível em troca da riqueza material, para mim pesar na balança essa questão é inútil.'
'Temos crenças muito semelhantes, Graco.' Eztli sem nem disfarçar, diz contente e aliviada.
'Também acho. Vamos treinar, Eztli, aproveitar nossa tarde isolados.'
'Você gosta de se preparar em?' Eztli diz brincando
'Se eu perdesse a vantagem que tenho eu seria o maior imbecil deste mundo. Além de que os ímpios não descansam, e eles um dia virão nos incomodar.'
Graco, sentindo o tom irônico de Eztli, diz mentalmente enquanto já começa seu exercício de treinamento.
'Não se esqueça de se amamentar bastante então. Sua mãe é saudável, ela aguentará sustentar um faminto'
'Você sabe que estou em fase de crescimento'
'Desculpinha barata, Graco. Você vai acabar secando a mulher.'
'Devo diminuir o ritmo então, o pai gosta da figura curvilínea dela, ele ficaria muito triste'
'Ele já tem Kletka.'
'Bem ... ele é um homem grande e jovem, ele tem necessidades mais fortes do que a minha fome.'
'Você é doido, Graco.'
Entre risadas os dois têm sua conversa fluída e sarcástica como se fossem amigos à tempos, mas são o primeiro que tiveram, pois são adultos rindo como crianças.
E assim, mais semanas passam. De vez em quando, alguém leva Graco para dar uma volta, majoritariamente Kibi, que ganhou o hábito de o abraçar frequentemente como se ele fosse uma boneca de pano.
Rualovu o visita para ficar conversando alegremente, mesmo Graco entendo agora pouco do idioma, acha engraçado as brincadeiras dele.
Quando ele completa um ano de idade, todos se reúnem na cozinha e comemoram com doces e um bolo. Graco não come, mas ele e Eztli ficam na vontade de se banquetear com as guloseimas.
Vermuthi e Kalinie, tentaram passar escondidos para um guloso Graco os doces caseiros, mas foram barrados pelo radar maternal de Yuliya e Kletka. Moíah sendo um clássico Moíah, ri levemente enquanto come quieto um tipo de pudim com um Rualovu sentado em seu colo.
Globrilov, apenas assiste com seu comum sorriso leve junto a Kibi toda a comoção brincalhona da casa.
O verão passa, não um calorento forte e úmido como o do Sudeste Asiático ou da América Central, mas ameno. O outono volta e com muitos ventos da mudança do tempo climático.
As vestimentas da família e de Graco ficam mais agasalhadas quando o inverno se aproxima.
Outros aniversários acontecem, e todos têm o clima alegre e afetuoso na casa de madeira negra escura. Graco e Eztli notam que a cultura das festas de aniversários são parecidas, eles também fazem churrascos, mas as festas somente acontecem no final da tarde, com bebidas provavelmente alcóolicas, chás e incensos que perfumam toda a casa.
Após mais semanas, Graco recebe os frutos do treinamento que fez, ele ganha seu núcleo de energia mundial.