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Todo este tipo de filosofia que Loc carregou em seus últimos anos de vida, na prática, não foi usado muitas vezes. Era como uma arma sempre engatilhada, mas não usada, porém útil, pois dava uma sensação de segurança.

Era útil somente para conspirações da alta cúpula ou em disputas que era necessário a dissimulação, argumentação e convencimento para com uma plateia.

Loc colocou em prática tais ideologias amoralmente maquiavélicas quando era questionado por oficiais mais altos.

Eles tentavam minar Loc, derrubando-o do exército ou ter um motivo para o matar, a corte marcial não era necessária em uma terra em ruínas.

Alguns por Loc ser um assecla de seu opositor, ou por Loc ser o único sobrevivente em um grupo e não ter evitado a morte de um dos falecidos que era parente de alguém influente da alta patente.

Eles queriam um bode expiatório para aliviar as suas raivas e frustrações ou uma inveja mesquinha.

Usando qualquer artifício hipotético e indutivo para o incriminar. Chamando-o de traidor comunista devido as mortes das equipes que participou e por ter um perfil esquisito.

Tentativas de assassinato durante missões na selva eram o mais típico. Ocultar a morte de alguém popular que lutava a anos na guerra ao lado dos yankees e dos nacionalistas anti-comunismo, seria mais conveniente.

Loc ficou sob as asas de alguns generais e comandantes durante seus anos como combatente, contudo isso não impedia os lacaios de seus opositores tentaram a sorte, apesar dos infames rumores que rodeavam a história e figura de Loc.

Obviamente, esta relação utilitária cobrou seu preço. Loc era ordenado a eliminar em segredo os antagonistas de seus padrinhos, às vezes nem isso, disputas supérfluas o faziam prestar o pagamento de assassinar um familiar do opositor.

No entanto, Loc nunca cruzou a linha de matar crianças, estupros e pedofilia. Este era um ponto recusado com firmeza por sua parte, seus patronos tentavam o comprar com riqueza ou mulheres, qualquer coisa hedonista era a moeda nesta venda.

E isso não era nem considerado uma moeda comercial para Loc, ele havia se tornado amputado deste tipo de desejo materialista e carnal.

Seus patrocinadores ficavam estranhos com isso, todo homem tinha um preço, e eles queriam saber o dele, pois este lacaio era muito eficiente.

Entretanto, Loc sempre pedia o mesmo: proteção contra os ataques políticos e físicos indiretos que ele desconhecia e informações sobre esquemas ou pessoas tramando contra ele.

Se tal proposta não funcionava, eles optaram pela rota de o ameaçar. Mas para isso, precisavam saber mais sobre ele, suas fraquezas, objetivos e o que ele protegia.

Apenas para pesquisar e achar uma incógnita. Relações, parentesco, motivações, encontraram somente boatos infundados beirando a desinformação. Ou seja, anônimo.

Eles não sabiam nem que ele estava em constante fúria, pois Loc estava frequentemente na apatia e indiferença.

Alguns até tentaram enfiar uma arma na cara dele, isso fez Loc rir de deboche e mandar atirar. O caminho da destruição estava em processo, mas se seu fim era isso, ele não morreria com o arrependimento de não ter saciado seu ódio e rancor até o talo.

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Contudo, Loc não iria se deixar cair sozinho. Geralmente nestas situações, ele era chamado para um local isolado, e em todos os encontros ele ia lotado de granadas em seu torso.

Só desvencilhar os botões de sua camisa e mostrar seu tórax enquanto fumava calmamente seu cigarro, era o suficiente para o estratagema ser parado. Chamado de louco e lunático era típico nessas circunstâncias que forçaram a mão de Loc.

Loc não havia contado sua história para ninguém, pois além de não querer que saibam sua verdadeira trajetória de vida, ele acreditava ser mais vantajoso manter o entendimento de seu personagem desconhecido e misterioso.

Tornar-se uma nuvem escura e nebulosa, para quando executar seus planos, cair como um raio fatal. Esta era a metodologia de aniquilação individual de Loc.

O ódio de Loc era fixamente norteado para a destruição de inimigos. Ele não se irritava mais com frustrações, tentativas de ferir seu orgulho e difamar o que eles achavam ser os aliados mortos de Loc.

Loc dava de ombros internamente, e externamente mantinha sua cara inexpressiva. Apenas agia se fosse frutífero se ofender e atacar.

Geralmente era os Vietcongues o foco do ceifar, mas Loc também matou muitos do próprio time, alguns eram apenas repugnantes o suficiente para serem exterminados como vermes, outros eram mais convenientes quando se tornavam um cadáver.

Loc era extremamente intolerante com estupro, pedofilia, e matar crianças. Este ato bestial era o gatilho para entrar no escopo de Loc.

As crianças eram puras, não tinham culpa de nada. Eram os únicos que Graco tinha empatia, pois a guerra vai sugar está pureza.

Eles eram esponjas que iriam absorver as imundícies do comportamento humano frequentemente cometidos, eram mais nítidos e intensificados na guerra.

Tentar parar no momento em que Loc estava trucidando seus inimigos também era uma boa alavanca da própria guilhotina.

Quem impedia a obliteração atemporal de Loc, tornava-se automaticamente o boneco de alvos dele, posteriormente ou no mesmo segundo.

Os emboscando, armadilhas camufladas na selva, envenenamento, explosivos, não importava qual, Loc não tinha métodos favoritos. A mais adequada à circunstância, era a escolhida.

Recorrer a covardia, como os matar com punhaladas enquanto dormem, se fosse o mais apropriado, era selecionado.

Qualquer meio para este fim, era justificável. Desde que advenha inóspito de escrúpulos, ineficiência, e vestígios.

Loc, na mais crua interpretação, era o inimigo comum de todos. Porém, ninguém sabia ou cogitava isso, ele era diligente e vigilante em não deixar indícios.

Esta combustão espontânea de ódio, rancor e quase imperecível se conservou por anos até ela ir lentamente sendo tragada por um nimbo niilista doentio no seu último ano de vida.

A morte corrompeu sua figura, Loc frequentemente se drogava e fumava, era compulsivo, era seu analgésico.

Seus pesadelos o enlouqueciam diariamente, lembrar do seu tranquilo passado apenas intensificava a compreensão que existia em uma latrina.

A guerra desgastou Loc, seu ódio e rancor nunca foram extinguidos. Contudo, o porquê de viver foi se tornando freneticamente recorrente em seus pensamentos.

Existir apenas para continuar nesta cruzada de aniquilações, sobreviver sem sentir nada além de fúria.

Sem pessoas que ama ou o amam, em um país colapsado, pobre e miserável, sem pertencer a nada, vendo somente desgraças e cores cinzas.

Ele era um simples soldado, subir na hierárquica necessitava de contatos, riqueza, indicação, linhagem e canalhice.

Loc era pobre como qualquer civil, ele era da casta mais baixa. O que o diferenciava era ter um fuzil em suas mãos e ser implacável o bastante para ainda estar existindo.

Ele não perseverou por aquela nação pobre, ele utilizou a guerra para matar à vontade quem queria. E o país utilizou ele como uma trivial formiga guerreira.

Tudo já tinha sido perdido, ele era miserável em todos os nexos. Exceto no de ser atroz, neste ele tinha riquezas de todos os tipos.

Suas emoções destrutivas ainda eram intensas, porém ele vai querer continuar com isso até ter uma morte decidida pelos que odeia e ter a capacidade de decidir parar de existir usurpada?

Existir já não tinha mais sentido a anos, ele somente começou a perceber porque notou que matar não iria resolver nada.

Isso fez Loc renascer lentamente a capacidade de enxergar suas próprias sequelas e feridas necrosadas, ter a nua percepção do que se tornou: um lunático ignóbil banhado em uma loucura visceral.

Ele confundiu as vindas da entidade do abismo acreditando que era uma alucinação intensa.

Aquela criatura audaciosa, loquaz e manipuladora foi estimulando estas ideias, reconfirmando e dando motivos plausíveis para se suicidar.

Quando decidiu desertar e entrar no grupo de Thai, ele já percebia que o fim era próximo.

Eles eram 5 moribundos que se tornaram rebeldes armados. Eles foram reconhecidos como os inimigos em comum, foram caçados por tudo e consequentemente levados a um canto sem volta.

Morrer odiado por todos que conheciam sua infâmia, foi somente a cereja do bolo, apenas a gota da água que o fez cometer o próprio óbito.

Eztli assistiu a vida dele várias vezes.

Ela sabe praticamente cada pegada deixada nesta trajetória torturante.

Atualmente nesta nova vida, todos os traumas, ódio, rancor e o séquito de pensamentos cínicos, amorais e malignos, estão entorpecidos pelo amor, paz e tranquilidade que recebeu.

Não curou Graco, ou o mudou.

Se ele foi implacável com seus inimigos, inescrupuloso em suas ações, traiçoeiro em seus métodos, indiferente com a morte, tirano em sua filosofia, e hediondo com as pessoas, quando já tinha perdido tudo.

Agora, que possui tudo novamente, isso é um aviso em neon, alertando-o que precisará ser um demônio para proteger do inferno quem ele ama.

Eztli está ciente, e concorda. Contudo, ela vai agir como um bondoso semáforo para Graco.