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Vermuthi e Moíah se movem na água, suas figuras derramadas na água morna e relaxante quase são levadas pela moleza do sono. Para sair deste sedativo poderoso, eles se esticam e se reposicionam, sentando-se ereto na parede da banheira.

Rualovu apenas assiste impassível, ele não será o professor, ele já tinha ouvido todo o discurso. Além de que sua agitação normal e suas risadas independentes de motivo, estão sedadas pelo cansaço.

''Eu iria te explicar isso quando chegasse a hora, funcionou assim com Kibi e Uvu, não gosto de preocupar as crianças. Fazer os exercícios já é o suficiente para os pequenos ficarem preparados ... ''

Vermuthi diz enquanto suspira, ele olha para Graco com uma mistura de fascínio e pesar. O Graco ganha uma expressão de desorientação, o rumo da conversa está diferente do que explicar o sistema de ensino.

''O que seu pai quer dizer, pequeno Ac, é que ele não quer que vocês se preocupem com coisas que vocês não podem controlar. E eu penso o mesmo, na verdade, todos da casa concordam nisso.''

Moíah explica com uma seriedade que Graco nunca tinha visto. E isso faz ele e Eztli ficarem ansiosos, a confusão lentamente se mistura com uma pitada de nervosismo e aflição.

'O que eles estão tentando dizer?'

Graco pergunta internamente no emaranhado de consciências entre ele e Eztli, ela aceitou sentir a sensação relaxante da piscina morna e cheirosa devido as essências e sabonetes. Mas mantém os olhos fechados perante a visão de Graco.

'Acho que eles precisam te dizer algo há algum tempo, Graco.'

''Como assim? Não estou compreendo.''

Graco vocaliza com curiosidade séria, ele está se preparando antecipadamente para o que quer que seja. Eztli tenta suavizar sua preocupação com o calor de suas almas, avisando-o inconscientemente que ela está com ele.

''Pequeno Ac, você é uma criança inteligente. Suas perguntas peculiares sobre cultura e sociedade, ou palavras que você usa não são típicas de alguém da sua idade. Que criança pergunta sobre a geopolítica do país que nasceu?''

''Respondemos vagamente suas perguntas, pois consideramos que a criança deve aproveitar este momento fazendo atividades infantis. Brincar, fazer bagunça, e ser criança. Mas não víamos você brincar, raramente você jogou com seus irmãos, ou falou travessuras como Uvu.''

''Você é quieto e introvertido, pequeno Ac, ficando no quarto dormindo ou apenas lá sozinho, e conversando poucas vezes. Globrilov foi o que você mais teve bate-papos , e ele viu você muitas vezes. Nunca vimos gargalhadas e risadas de você, apenas sorrisos leves.''

Vermuthi explana com cautela e preocupação, ele não quer que Graco se sinta estranho, ele apenas tenta elaborar os questionamentos.

Graco fica atônito, este era apenas ele sendo ele, ele não queria fingir um outro eu para sua família, e agora ele está pensando se não deveria ter agido como uma criança. Seu comportamento incomum foi notado, e isso o deixou aflito.

'Confie neles, Graco. Eles estão preocupados com você, não está vendo?'

Eztli ajuda Graco, porém até ela está nervosa.

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''Pai, eu ...'' As palavras de Graco travam na garganta, ele não sabe o que falar.

''Pequeno Ac, não estamos tentando te deixar nervoso. Não se sinta estranho, é apenas diferente, e isso não é ruim.''

Moíah, com seu longo cabelo castanho claro solto, tenta aliviar a seriedade da conversa. Ele gosta de seu sobrinho de consideração, e acha o menino parecido com ele e Globrilov, a quietude e introversão é presente entre eles.

''Ac, o que estamos querendo dizer é que, tratamos você como uma criança normal, mas isso apenas está atrasando sua perspicácia. Então iremos explicar para você, devemos tratar você com mais consideração, te deixar no escuro não é o que você deseja, você não é ingênuo e brincalhão como as outras crianças. Queremos nutrir seu talento de agora em diante.''

Moíah assumiu as rédeas, pois Vermuthi está com uma expressão complicada, como se estivesse pensando no futuro.

O silêncio cai no local, Uvu agora somente troca o olhar entre seus familiares, até que ele sente a seriedade do que está presenciando. Ele gosta muito de Ac, e se sente triste por seu irmãozinho estar nesta situação que nem ele está entendendo.

''Minha raposinha esperta, precisamos te dizer nossas preocupações antes de te explicar sobre a sociedade que vivemos.''

Vermuthi finalmente diz algo, e seu tom de voz carrega a delicadeza de um assunto complicado que está prestes a ser dito.

''Graco, sabemos que seu núcleo foi desenvolvido logo depois de seu aniversário de 1 ano de idade. Isso é maravilhoso, é sinal de um dom impressionante, é raro, é uma benção.''

''Quando soubemos disso, comemoramos e gostamos, era um talento muito promissor, poucas crianças são assim. Como disse, não entramos neste assunto com você, pois era melhor que você aproveitasse sua infância.

Porém também chegou uma Sinecura, a Epifania Disruptiva de Kovskaya, uma Cornucópia Portento de uma Potestade Homogênea. Isso abriu nossos olhos, nos deu o sinal que estamos negligenciando seus dons.''

''É um assunto muito longo e complicado para uma criança de quase 6 anos entender, mas acredito na inteligência do meu menino. Você já provou para nós que merece ser tratado com mais seriedade, e devo provar a você que acredito no meu filho, se eu e nossa família não acreditar, quem vai?''

Vermuthi explica com uma seriedade orgulhosa, a expectativa escorre em sua voz. Ele sabe que isso pode estar pressionando e assustando seus dois filhos, porém este é o dever de um pai, guiar e ajudar seus filhos na caminhada da vida. E ele fará isso com um afinco fraternal avassalador.

Isso emociona Graco, tanto por ele não ser inteligente como eles pensam e isso ser como uma espécie de mentira. Toda a inteligência que eles acreditam é somente anos de uma vida traumatizante.

Contudo, Graco também se sente valorizado e amado, esta ambiguidade de emoções deixam seus olhos mais molhados que o normal.

Ademais, que ele notou que talvez não tenha dado o carinho que seus pais e família mereciam, ele sempre teve o afeto deles, mas poucas vezes demonstrou amor suficiente.

Seus pais não pensam que uma criança iria saber de tais noções, mas mesmo assim Graco se sente um ingrato.

Eztli sentindo tudo isso, apenas abraça a alma de Graco, ela sabe como é ter durante anos ninguém que se importante contigo e que te ame, acredite em você.

Ela quer confortar Graco, entre todos, ela tem a maior intimidade e laço com ele, é o mínimo que ela pode fazer por ele, e isso a frustra. Ela espera que no futuro possa ajudar ele mais, ela teve sua liberdade melhorada, e isso é bom, mas ainda a limita.

Ela vai lutar ao lado de Graco, ela estará com ele em todos os momentos ruins e bons. Ela será a sombra dele.

''Obrigado, Pai e Tio Moi''

Graco agradece com serenidade e um sorriso de mostrar os dentes, ele não sabe como responder além disso, porém não impede dele ser o mais genuíno e honesto que pode.

Ele não é bom com as palavras em tais momentos bondosos, ele usava a comunicação apenas para esquemas e conspirações.

Durante boa parte de sua vida, ele apenas viu e recebeu o lado hostil e visceral do ser humano, devido a isso, quando ele recebe demonstrações bondosas, ele fica perdido e não sabe como responder, até a timidez o assola.

Compaixão e Altruísmo são raros e anormais para ele, e por tal motivo, quando os recebe, os trata como diamantes, considerando importante e valioso. Eztli o ajuda neste processo de repassar este afeto, e isso faz Graco ver que não está mais sozinho.

Moíah e Vermuthi, até Rualovu, acham esse sorriso grato de Graco, tendo muitos sentidos, como se fosse uma demonstração de gratidão vasta.

Eles ficam olhando para ele por alguns segundos, o sorriso dura menos de 3 segundos, mas tentam relembrar aquela expressão feliz.

''Obrigado e por favor são desnecessários nesta família, mas se feitos, são valiosos, pequeno Ac. Todos do nosso sangue deve ajudar um ao outro.''

Moíah louva com fidelidade, ele gosta de seus sobrinhos como se fossem seus filhos. Ele via que Graco era sagaz, ele tinha a mania de observar como ele, e Moíah falava isso para Kalinie. Na verdade foi Moíah e Globrilov que informaram que Graco era astuto.

Além de que ele era simpatizante da introversão de Graco, por tal motivo, ele queria que o menino fosse mais expressivo, pois em sua vida ele se deixou levar e se arrependeu de não ter falado o que pensa para as pessoas que ele se importava.

Rualovu considera seu irmão um garoto quieto, mas afável. Ele já brincou com ele e Kibi, porém ele não tinha a naturalidade de uma criança para isso.

Graco ficava mais em seu quarto, por isso Rualovu o visitava e contava sobre seu dia, tentava alegrar Graco, conversar mais com o menino que ele achava ser triste.

Quando Graco treinou com eles, Rualovu ficou extasiado junto com Kibi, se Graco não brincava com eles, agora ele vai treinar ao seu lado, companheiro dele igual Kibi.

Ele achou muito legal a atitude de Graco, ele pedir para treinar e perseverar no treino, mostrou uma coragem e afinco que Rualovu não esperava em seu irmãozinho recluso.

Enfim, após Vermuthi engolir este sentimento conflitante, ele inicia a apresentação do que o preocupa.

''Mas este talento também traz circunstâncias adversas, Graco ...