É natural que uma força se engrandeça com outras. É bom quando a luz do mundo é aumentada.
- Uma nova guerra já está sendo anunciada – FlorDoAr falou, a excitação nos olhos fixos nos de Ariel. – Eu digo novamente, Ariel: aqui já chegou ao limite para ela.
- Mas, ela é tão criança ainda e...
- Não, não é. Ela já tem dezesseis anos – Ánacle lembrou. - Além disso, ela é uma guerreira de muito potencial, você mesma disse. Ela é veloz, forte, seu fogo é imenso e ela até pode chamar um ardun e...
- Mas é claro que ela é, meus queridos. Eu só acho que nós..., que eu...
- Ela confia em você, ela confia em vocês. Além disso, a estória de vocês duas juntas é muito mais antiga que qualquer coisa – falou a flor-do-fogo, um sorriso bailando no rosto.
Ariel parou e sorriu também. Sim, a estória delas, juntas, era muito grande. E ela fora uma das mais formidáveis guerreiras que já vira. Essas qualidades estavam lá, ainda mais contando que essa era a primeira imersão dela na experiência.
Ariel a viu, ouvindo do canto do aposento.
- Sol, é isso que você quer, mesmo?
Sol surgiu, orgulhosa e altiva da esquina do cômodo, os olhos brilhantes.
- Se não for com vocês, eu irei procurar meu caminho de outra forma – declarou, a teimosia no olhar. – Só espero a resposta de vocês para tomar a minha decisão. Mas eu sei que posso ser muito útil e que não tem como eu decepcioná-los.
Ariel a examinou, seu jeito determinado e cheio de energia. Era a sua amiga que estava ao seu lado, novamente. Não pôde deixar de sentir que o mundo estava melhor.
- É com vocês que ela quer ficar, Ariel – apressou-se o pai a declarar tomado de preocupação, os olhos fixos e esperançosos na vigilante.
- Acho que nem preciso perguntar como vocês dois estão com isso, não é?
- Eu e Ánacle ficaremos muito orgulhos e agradecidos – declarou FlorDoAr, os olhos sérios.
Ariel viu que ali estava uma verdadeira guerreira, criada assim, que tinha orgulho na honra e na ferocidade. Voltou os olhos para Sol, e a ali o rosto determinado da mesma e velha NuvemEscura.
- A honra vai ser nossa, de tê-la conosco.
Com satisfação viu quando o alívio tomou os pais da garota. Suspirou feliz.
- Vai anunciar para os outros? – perguntou Sol, a voz equilibrada e tranquila, escondendo com galhardia sua vontade de gritar e se agitar toda.
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- Por que você não conta, Sol? – sorriu, apontando para a porta da cabana, onde os outros aguardavam, todos sorridentes e confiantes.
> Acho que eles queriam você no grupo mais do que você desejava entrar – sorriu feliz.
O coração de Ariel cresceu, ao ver que as tatus de FlorDoAr estavam iluminadas de felicidade, tal qual as de Sol.
- Obrigada!
- Agradeço muito a vocês... – falou o ellos, um sorriso satisfeito no rosto.
Quando os quatro surgiram na porta, os outros fizeram um largo arco. Lázarus, Mulo, Valentina e Avenon mostravam os olhos iluminados, dando-lhe as boas-vindas.
Sol se encandeceu um pouco mais.
- Vocês vão ter muito orgulho de mim, mãe e pai.
- Isso não é o importante, minha filha – falou o pai, o rosto sério e amoroso. – É você que importa. Tenha orgulho de você mesma. E sempre haja com honra.
Lázarus, ao ouvir aquelas palavras, conseguiu ver os valores que as sociedades estavam formando.
- Honra, ... Deveria haver algo mais...
- Não seja uma guerreira qualquer, minha filha. Matar e se impor é algo de que este mundo já está muito cheio – falou a mãe com muito carinho. - Faça a diferença. Há muitos seres orando nesse mundo.
Lázarus sorriu. Ali estava o que esperava ouvir.
Sol olhou os pais com imenso amor, e todos viram quando lágrimas de fogo desceram lentamente de seus olhos. E havia aquele sorriso nos três que fez o mundo ficar em silêncio por algum tempo.
Então, como se algo tivesse sido partido, ou deixado de lado por algum tempo, o mundo voltou ao normal.
FlorDoAr e Ánacle estavam felizes, e agora pareciam estar em paz. Estavam realmente satisfeitos.
Então Sol saiu para a chuva fina que caia e se juntou aos outros, sendo recebida com amostras de carinho e muitos afagos. E muitos riam dela, que nem se importava. Ela estava tão feliz que uma onda de vapor a acompanhava, tal sua incapacidade no momento de esconder a brasa que se espalhava fortemente por todo seu corpo.
Foi então que Ariel viu nitidamente sua amiga, quando ela, com o cabelo vermelho de fogo, se virou, um sorriso imenso no rosto. O grito que deu, de alegria, encheu o coração de todos. O rosto era só felicidade, e seus braços estavam agitados e seu corpo estava livre.
Todos gritaram juntos com ela, juntos em sua alegria inocente e livre.
- Ela vai estar bem – despediu-se Ariel dos pais, o sorriso fixo no rosto, se recusando a abandoná-la.
- Sabemos, agora sabemos – agradeceu FlorDoAr dano um grande abraço na vigilante.
- Obrigado, e que o mundo lhes seja leve – despediu-se o pai, também abraçando-a com carinho.
Os outros gritaram em despedida assim que Ariel veio para junto deles.
- Cuide dela – FlorDoAr falou para Avenon, que estava mais próximo, olhando Sol e os outros.
- Eu acho que é mais fácil ela cuidar de mim. Sabem, até que vou gostar disso – riu.
- Nossa, você é muito irritante – falou Sol se virando para encará-lo, ao ouvir o que ele dissera. – Além disso, não preciso que ninguém cuide de mim – finalizou com ar de alegre deboche.
Então fez uma flecha de fogo fina que que lançou contra ele. Ele, muito rapidamente, manipulou a seta e fez com que parecesse que fora atingido no peito, a ponta surgindo nas costas.
Isso pegou todos de surpresa, ainda mais quando Sol gritou assustada, vendo Avenon fraquejar nas pernas.
Lázarus balançou a cabeça desconsolado, tal como Ariel, FlorDoAr e Ánacle.
Assim que Avenon se ergueu em toda sua altura, um sorriso de moleque estampado na cara, os outros relaxaram e começaram a rir.
Sol o olhou irritada, por ter sido enganada assim.
- Viram? Ela se preocupa comigo – riu satisfeito.
- Não queria uma morte nas minhas costas, mesmo que seja a sua. Que imbecil – reclamou se afastando satisfeita com os outros.
- Mas, isso foi legal, não foi? – Avenon perguntou feliz se voltando para os pais.
- Você nunca vai crescer? - perguntou FlorDoAr, rindo baixinho.
- Espero que não - ele disse, correndo no encalço dos outros.