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MEMÓRIAS DE UM DEUS - VOL 02 (Fantasia - português)
O HOMINÍDEO Tempo espírito – O novo jogador 92.500 e8

O HOMINÍDEO Tempo espírito – O novo jogador 92.500 e8

Eu trabalhei em segredo por longo tempo nessa joia. Cuidem bem dela!

- Olhe, lá estão aqueles símios esquisitos novamente – Zaniel chamou a atenção do grupo para uma grande árvore à frente, dentro da floresta, onde vultos escuros pareciam se mover.

Castiel observou as estranhas criaturas com cuidado.

- Não se parecem com os Gorishs – cismou, tendo em mente a raça que agora vivia nas entranhas da terra.

- Não... Esses são bem diferentes... São bem mais atrasados e animalescos.

- E nem são os símios originais da quarta era – contestou Castiel, sem tirar a atenção do que acontecia ao longe, avaliando seus detalhes. – Eles foram modificados.

- Parece que sim. Acho que eles foram usados como formas, só isso. Dos Gorishs parece que usaram a sugestão da forma humanoide – Azazel, murmurou, vendo um grupo familiar reunido sobre uma árvore de galhos poderosos que se esticavam pelo espaço, que se ligava com a outra árvore, e assim por diante, para uma vasta área da floresta.

- E eles não estão sozinhos – Angelina alertou, apontando para uma onça que subia lentamente por um lado do tronco, os olhos presos na parte da perna de um desses hominídeos, que viram se tratar de uma pequena fêmea.

Em silêncio viram a onça parar, os músculos rígidos, o copo se retesando para baixo, buscando todo o impulso de que fosse capaz.

Ela aguardava com terrível paciência.

Então, num movimento súbito, a viram usar o tronco onde as garras estavam cravadas para se jogar violentamente para cima.

O rebuliço e os gritos desesperados se fizeram ouvir quando as presas se fecharam na coxa da pequena fêmea, que olhava aterrorizada à toda a volta enquanto era puxada no ar para baixo, pelo peso combinado seu e da onça. Quando o baque seco atingiu todo seu corpo e a fez perder a respiração, lançou no ar daquela manhã um grito terrível ao sentir as garras prendendo seu estômago enquanto o animal se deitava sobre sua perna e começava a devorá-la por um dos pés.

Sem qualquer palavra os onze seres que observavam o que acontecia no chão atapetado de folhas ficaram seguindo o desenrolar da cena até que a criatura, sob os gritos do restante da família sobre a árvore, rapidamente foi desfalecendo, assim que a artéria femoral foi rasgada.

Ainda em silêncio ficaram aguardando, após terem visto a centelha, num pulso, se separar do cadáver e sumir num brilho suave.

A família de símios tratou de se afastar apressadamente para dentro da floresta quando urros de outras onças puderam ser ouvidos ao longe.

A quietude caiu novamente sobre a floresta, quebrado apenas por pássaros, algum passante um pouco distante da onça e dos ossos sendo calmamente mastigados.

Em silêncio os onze aguardaram até a onça se saciar e se afastar, deixando para trás o resto da pequena criança.

- Há futuro nisso? – estranhou Melchior agachando-se ao lado do corpo da hominídea, quase que totalmente devorada.

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- Tenha mais fé – Uriel sorriu, os olhos examinando a criatura com muita atenção. Então, suavemente, pôs sua mão sobre a cabeça ensanguentada onde se via o maxilar deslocado e a falta de parte do nariz e de uma das orelhas.

Melchior ficou cismando o que a queda na experiência estava lhes causando. Era fato que agora dependiam em muitas vezes do poder de psicometria que Uriel apresentava para saber de muitas verdades ocultas, o que os deixava muito à mercê do acaso.

Subitamente Melchior se ergueu, a atenção posta ao longe. Um a um foram se erguendo também, sentindo a distância. Sem que qualquer um falasse alguma coisa eles volitaram, surgindo um pouco distante de uma base drakoniana, de tal forma que não pudessem ser identificados, mesmo sabendo que, desde que não interferissem com os invasores, eles também seriam deixados em paz.

- Isto foi autorizado? – Castiel mostrou toda sua estranheza. – Eles estão tomando aqueles hominídeos e os estão alterando.

- Eu tenho minhas dúvidas sobre isso – exprimiu Jophiel, a preocupação estampada no rosto. – Afinal, parece que eles estavam tentando uma mutação genética envolvendo as pessoas e esses símios. Isto está meio confuso. Acreito que não tenham tido autorização para algo assim ...

- Não sei se eles estão autorizados mas, com certeza, a Federação está ciente do que eles estão fazendo aqui – falou Uriel com autoridade. – Havia muita informação na carcaça da hominídea. Vejam, observem: eles não estão criando uma nova espécie a partir desta, mas apenas melhorando essa raça. Eles só a estão desenvolvendo. Acho que eles estão, além do receio de confrontar a proibição da Federação, tentando entender como essa espécie realmente funciona. Na verdade, meus amigos, eles estão dando continuidade à uma atividade que estava sendo desenvolvida pelos pleiadianos.

- Os pleiadianos? – Azazel estranhou.

- Eles mesmos. Ao que parece eles estavam querendo desenvolver escravos e guerreiros. Parece que acabaram tentando estender um forte controle mental sobre essas criaturas.

- Não sinto os pleiadianos por aqui – Uriel estranhou.

- Isso porque eles, por fim, caíram em si, entendendo a loucura e a tortura a que estavam submetendo as consciências que estavam nessas criaturas, e acabaram desistindo dessa empreitada, que os drakonianos resgataram e, ao que tudo indica, estão retomando - contou.

Anaita subiu vários níveis sua percepção, se estendendo bem além dos horizontes.

- Encontrei algo estranho – falou, a voz como um sussurro. – É um pulso promissor, vários quilômetros a nordeste, na base de uma imensa cordilheira.

Curiosos eles se deslocaram para lá, onde encontraram algumas cavernas.

O que viram os encheu de cuidados.

Em silêncio se acercaram do lugar.

O lugar onde as energias estavam era uma caverna na base da cordilheira. Sua entrada estava oculta por grandes rochas e altas árvores. Ela era uma caverna não muito rasa, com uns 100 metros de profundidade por uns 41 metros de largura em sua parte mais ampla. A altura variava, partindo de uns dois metros na boca até perto de nove metros na parte mais alta.

Com interesse viram que havia um grande grupo ali, contando perto de umas vinte pessoas, e elas não eram daqueles hominídeos que haviam encontrado antes, nem mesmo daqueles seres sem vontade que estavam com os drakonianos. Mas eram, definitivamente, seres originados de Gaia, provavelmente de uma mistura de seres anteriormente gerados.

Esses seres mostravam um brilho diferente nos olhos e nas auras. Mas, o que mais chamou a atenção é que elas mostravam medo. Seus olhos vasculhavam ao redor constantemente, como se temessem que alguma coisa, ou alguém, se lançasse contra eles.

- Acho que esses são fruto do que os drakos estão desenvolvendo ... – Uriel cismou.

Com cuidado se ocultaram duas dimensões acima, de onde ficaram estudando as novas criaturas, cismando o que elas estavam fazendo ali. Desconfiavam de que haviam escapado dos campos drakos, mas não tinham como ter certeza disso.

No terceiro dia foi que descobriram o que estava, realmente, acontecendo.

Três drakos, de modos furtivos, se aproximaram do grupo da caverna, e foram por ele bem recebidos.

Com cuidado eles os mantiveram sob atenção.

Então, sorrindo, se afastaram rapidamente, deixando tudo como se não tivessem estado por perto.

- Voces viram? – Anaita estava maravilhada, o rosto luminoso, um sorriso alegre boiando no rosto.

- Foi inacreditável... Os drakos estavam ensinando aqueles seres – suspirou Zaniel. – Esses drakos têm compaixão por eles.

Jasmiel ficou cismando, observando o pôr do sol, o coração numa canção cheia de esperança. Como não poderia ter, ao ver que, dentro da escuridão que julgara ser extremamente densa, a luz podia se mostrar assim tão forte?