Tempo e coração ... Se são inimigos confesso que ainda não sei. Mas, sabe? Prefiro não saber, por enquanto.

- A decisão foi tomada, Lázarus.

- Sim, eu já soube, Derfla. Já sabíamos que essa linha era a mais provável, não é mesmo? Quanto à guerra na superfície de Gaia...

- A Federação foi atacada, Lázarus. Várias de nossas bases foram destruídas em Gaia. Gaia, você entendeu? Não podemos lutar por Gaia e arriscar a perder tudo o mais.

Lázarus olhou com carinho para Derfla. Era doloroso ver que seu amigo esquecera mesmo quem realmente fora. Ele tinha o conhecimento de que fora um anjo, algum dia, mas agora era total e somente um comandante de frota.

- Por isso sua base, aqui em Alpha Centauri?

- Era a escolha mais correta. Os escuros, principalmente os drakos, estão se concentrando por aqui.

- Gaia está sofrendo muito com toda essa guerra, Derfla.

- Bem sei, querido Lázarus.

- Não podemos abandonar Gaia, Derfla. Temos que tirar os escuros de lá e expulsá-los, para então a colocarmos dentro da Federação, onde ela será devidamente protegida.

- Se ela assim quiser, não é mesmo? Esqueceu-se que ela tem livre-arbítrio?

- Podemos e devemos ajudá-la a tomar a decisão correta.

- Vontade e oportunidade – soprou. – E quanto a vocês três, não se juntarão a nós?

Lázarus observou Haamiah e Ariel, que se mantinham em silêncio ao seu lado.

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> Olhem, vários planetas e sistemas estão caindo como gotas de chuva perante eles. Estamos nos desdobrando, mas está muito difícil – Ashstar mostrou toda sua preocupação. - E, em Gaia, Gadhiel e a família já estão trabalhando – insistiu, esperançoso. – Curioso como o poder escuro até parece mais forte que a luz, não parece?

- Foi pensando assim que vários dos nossos guerreiros tombaram, e caíram - Haamiah interveio por fim.

- É, eu sei... A verdade é que, mesmo que não reconheça, eu considero isso como uma limpeza, pessoal.

- Eu sei. É doloroso, mas vejo sua utilidade. Os que sobrarem... – Lázarus murmurou. - Poderemos reconstruir sobre eles.

- Sim, poderemos. Mas, mudando só um pouco de assunto, eu soube do carregamento que tomaram.

- Foi uma grande apreensão. A maior quantidade era de bombas de plasma antárikas. Elas não foram proibidas?

- Como sempre, parece que a proibição só serve para nós. Os conselhos se reuniram e estão exigindo uma resposta, mas eles não dão a mínima. Sabe para onde elas estavam sendo dirigidas?

- Parece que a maior parte iria para Gaia, enquanto que a outra parte seria para cá, para o sol de cá...

Derfla ficou pensando, sondando as possíveis implicações.

- Contra o sol? Aqui em alpha? – preocupou-se.

- Temo que sim.

- Foi por isso, Lázarus, que sugeriu que dobrássemos a esfera de proteção em torno do sistema?

- Sim...

- Está certo! Entendo... Se tivessem conseguido nos atacar aqui, com toda essa força, seria um golpe do qual levaríamos um tempo enorme para nos recuperarmos – a voz saiu em um tom pensativo e preocupado. - O que vocês pretendem fazer com as bombas?

- O que sugere?

- O conselho vai querer o controle sobre elas, isso é certo. Mas, foram vocês que as capturaram. Têm algum pensamento sobre elas?

Lázarus sorriu.

- Você já deve ter se esquecido, Derfla, mas isso já aconteceu antes, muito e muito tempo atrás – Lázarus sorriu. - Estava pensando em fazer o que foi feito antes – sorriu novamente. – Pensando assim, as bombas não são deles? Sabemos onde estão suas rotas... Podemos estrangulá-los. Pensamos em dividir o poder delas, torná-las menos poderosas. Então...

- O conselho não irá autorizar, bem sabe. Não com a rapidez necessária.

- Somos independentes dentro da Federação... – Ariel falou, por fim. A voz era tranquila e clara.

- Mas vocês, a federação e vocês, são aliados...

- Somos independentes, meu amigo – Lázarus frisou novamente.

– Acha que deveríamos entregá-las para o conselho? – Haamiah olhava para Derfla com um certo divertimento, pois sabia a opinião dele.

- Ara, bem sabe que não penso assim. Alguns dentro do conselho acham que o tempo para amenidades não é agora, mas existem outros...