A dor que eu sentia era muito profunda, e pouco efeito tinha tentar ignorá-la ou observá-la com indiferença. Que resposta ela me cobrava?
- Pelo UM; então era isso que faziam aqui? – Anaita olhava surpresa a criatura um pouco afastada, que observava com curiosidade uma árvore frondosa onde havia um ninho de passarinho.
- É o que parece – concordou Castiel, a voz não muito firme, também mantendo a estranha criatura sob atenção.
Ante eles havia um ser humanoide de modos brutos e animalescos. Mas, o que o tornava diferente, era a luz que trazia dentro de si: uma centelha luminosa estava ali. Quando uma centelha escolhia se fixar em qualquer outro elemento que tivesse até mesmo um pouco de consciência, era uma centelha meio adormecida, que assim escolhera estar, para experienciar este modo da criação. Mas não aquela criatura, não aquela centelha; ela estava bem mais luminosa e desperta que os animais, apesar de ainda estar bem longe dos anjos, mesmo os caídos ou os demônios, e até mesmo dos galácticos que sempre aportavam em Gaia.
Azazel se deixou quieta, observando como era belo de se ver aquela criatura quando ela brilhava curiosa, observando o mundo.
Eles haviam sido desenvolvidos pelos escuros que haviam dominado Gaia, porque para escravos foram desenvolvidos. Mas agora que estavam libertos, sua curiosidade aflorava, e o brilho se mostrava com todas suas promessas.
Uriel ouviu a conversa, como se fosse de longe. Ela estava absorta, a mente voando.
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- Ouvi alguns dizendo que deveriam ser destruídos...
- Ainda bem que são poucos os que disseram isso – sussurrou Castiel, também totalmente absorto no exame da criatura. – Vejam as pessoas e os homens... Me parece que eles sofreram algumas outras mudanças. Lembram daquele grupo que estava sendo amparado por alguns anunnakis? Acho que eles deram uma melhorada naqueles hominídeos. Estes parecem mais ... despertos.
- Estou começando a desconfiar disso também... – Jophiel soprou absorto.
Fora com surpresa que deram com aquela criatura. Os símios eram uma criatura velha, que se desenvolvia lentamente desde a quarta era. Então vieram os escuros, e por algum tempo reinaram no planeta. Quando foram expulsos e os seres de luz puderam descer no planeta, deram com aquela criatura. Ao que tudo indicava, pelos testes e analises que foram realizados, eram os símios, com algo mais: eles haviam sido alterados drasticamente pelos escuros, para que os servissem como escravos e alimentos energéticos. Eles haviam produzido algo novo enolvendo as pessoas, os símios e, desconfiavam, eles próprios.
Eles tinham a mente derrubada, mantida em constante desconfiança e medo. Eram criaturas aprisionadas em sua desventura. E a mente deles parecia estar aprisionada em um sentimento de medo, porque era do medo que os escuros se alimentavam.
Mas, haviam descoberto algo mais, a que deram o nome de adenochrome. Essa droga altamente viciante era obtida por aprisionamento e tortura desses seres, sendo que, quanto mais jovens, melhor. No momento em que o medo estava em seu maior nível as criaturas eram mortas, o sangue extraído e processado e o composto com alta dose de adrenalina era consumido, o que os mantinha jovens e fortes.
- E nossos irmãos perdidos ainda pensam em cometer mais maldades contra eles? – Zaniel se mostrou pensativo.
- Eles não os alcançarão. Eles estão sendo tratados na medida do possível – avisou Derfla descendo ao lado deles.
- Lúcifer estava envolvido, não estava?
- Sim, ele estava envolvido no começo, Angelina.
Angelina, desalentada, olhou para os seus, os olhos doloridos e magoados.
Castiel a chamou para si e ficou abraçado com ela, consolando-a, apesar de toda a dor que o torturava também.
- Quão fundo vai a escuridão? – perguntou Zaniel para ninguém em especial.