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Tetsu no Chikara: Saigo no Kibo
Capítulo 125: Quando dois monarcas se encontram?

Capítulo 125: Quando dois monarcas se encontram?

— "Podem continuar o treino!" — disse Mira, afastando-se.

Os recrutas começaram a andar devagar pela pista, tentando se ajustar aos trajes.

— "Pois é... fomos superados!" — comentou Lena, sorrindo de canto.

— "Então eles começam com 100%... Talvez não sejam diferentes de Kay e Julius. Só precisam de experiência." — disse Thais, com um tom esperançoso.

— "Sim!" — respondeu Viviane, concordando.

— "Kay, maldito... Tudo seria tão diferente se ele tivesse falado sobre os trajes quando os criou!" — disse Ravena, irritada, cruzando os braços enquanto observava os recrutas treinando.

A voz de Lavel ecoou pelo celular dos líderes, interrompendo o momento.

— "Ele não sabia disso. Todos os testes feitos com o traje foram apagados da memória dele!"

— "Por qual motivo?" — exclamou Rem, com os olhos semicerrados, claramente intrigada.

Lavel permaneceu em silêncio por um instante. Então, uma imagem começou a se formar na tela do celular. Era um trecho de um vídeo antigo, mostrando Mira e Kay em um momento íntimo após a perda dos pais dele. Kay estava desolado, mas Mira o abraçava com firmeza, enquanto dizia com doçura:

— "Esqueça as coisas que te deixam triste. Não carregue isso com você, Kay."

Todos que assistiam ao vídeo ficaram em silêncio, absorvendo o impacto emocional daquela cena.

— "Em resumo, quando ele criava as coisas feitas de ghoul, Kay apresentava traços do próprio ghoul. Para protegê-lo, criptografei todos os vídeos e dados sobre isso, para que ele nunca os assistisse." — explicou Lavel, sua voz soando quase como a de alguém arrependida.

Mira, que até então mantinha a postura firme, estreitou os olhos.

— "Então os trajes e as armas eram um segredo... até mesmo para ele?" — perguntou, com a voz carregada de incredulidade.

— "Não exatamente." — respondeu Lavel. — "Ele sabia da existência de tudo que criava, mas não tinha ideia de como funcionavam. Isso porque ele não tinha lembranças diretas de como os desenvolveu."

Mira cruzou os braços, olhando para os recrutas na pista, que ainda se esforçavam para se adaptar aos novos trajes.

— "Fiquem de olho neles." — disse ela, com firmeza. — "Certamente, esses recrutas vão ser o coringa nessa guerra."

Lena, que observava ao lado de Mira, suspirou com um sorriso de canto.

— "Uma grande responsabilidade logo no começo... Não sei se isso é sorte ou azar."

Mira respondeu sem desviar os olhos dos recrutas.

— "Não vamos forçar nada além do que eles podem suportar. Mas, ao mesmo tempo, eles precisam estar preparados quando chegar a hora de lutar."

O grupo concordou em silêncio, cientes da pressão que recaía sobre aqueles jovens.

Algumas horas depois.

— "Eles ainda estão lá!" — comentou Mira, observando os recrutas correndo na pista.

— "Estão." — respondeu Ravena, com os braços cruzados, mas o olhar atento fixo nos jovens.

Mira suspirou, pensativa.

— "Parece algo de um passado tão distante... Mas, pensando bem, faz apenas alguns meses que nós mesmas fomos recrutadas."

— "É verdade. E, em tão pouco tempo, o peso que carregamos nos ombros parece maior do que jamais imaginamos." — disse Ravena, com a voz levemente carregada de cansaço.

Mira a observou de lado e soltou uma risadinha.

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— "Quer uma massagem?" — exclamou ela, em um tom descontraído.

Ravena virou o rosto, claramente confusa.

— "O quê?"

Mira ergueu as mãos, rindo.

— "Estava brincando! Mas falando sério, o que concluiu sobre os recrutas?"

Ravena olhou novamente para a pista, observando cada um dos novatos com atenção.

— "São persistentes. E já vejo o espírito de rivalidade aceso entre eles. Isso é bom... Eles vão ficar bem."

— "Não queremos exaurir os novatos logo no primeiro dia." — comentou Mira, agora mais séria. — "Avise que eles podem descansar. A Fernanda vai instalar as placas nos trajes depois."

— "Entendido." — respondeu Ravena, com um aceno.

Mira sorriu satisfeita e começou a se virar para sair. Mas, antes de dar o primeiro passo, ouviu a voz de Ravena, hesitante:

— "Aquela massagem nos ombros... Será que poderia...?"

Mira parou abruptamente, surpresa, e depois abriu um sorriso animado.

— "Claro que sim!"

Ravena olhou para ela com um olhar firme e travesso, voltando ao tom sério imediatamente.

— "Já foi o suficiente. Bom trabalho, pessoal!" — gritou Ravena, interrompendo o treino.

Os recrutas pararam, ofegantes. Apesar do cansaço evidente, seus rostos ainda demonstravam energia e determinação para continuar.

— "Tirem os trajes e levem-nos para os cientistas. Eles precisam fazer os ajustes finais." — ordenou Ravena.

— "Sim, senhora!" — responderam os recrutas em uníssono, batendo continência antes de se retirar.

Enquanto os novatos deixavam a pista, Ravena deu um último olhar para Mira e caminhou ao lado dela.

— "São resilientes. Estou curiosa para ver até onde irão."

— "Todos nós estamos, Ravena." — disse Mira, com um sorriso que misturava otimismo e um toque de preocupação.

Na manhã seguinte, o general sobrevoava o reino, vasculhando os arredores em busca de algo. Os ghouls que haviam se dispersado com a chuva agora começavam a se agrupar novamente perto da muralha. A atmosfera estava tensa, e, mais uma vez, o general parou em frente à base do exército, como se quisesse transmitir uma mensagem.

— Eu vou lá! — disse Himitsu, já se levantando.

— Não vá brigar! — alertou Mira, enquanto mexia o café.

— Não vou. — Himitsu respondeu, em tom decidido, saindo pela porta.

O portão principal da base se abriu lentamente, e Himitsu caminhou para fora, encarando o general com firmeza.

— Uma visita logo pela manhã? É sério? — provocou Himitsu, cruzando os braços.

— Perdemos alguns humanos e ghouls ontem — disse o general, direto e sem rodeios. — Viram algum ghoul atacando dentro da muralha?

— Se você está falando daquela chuva de ontem, estávamos todos dentro quando o céu escureceu e começou a chover. — Himitsu manteve o tom calmo, mas firme.

— Não viram ghoul? — insistiu o general, estreitando os olhos.

— Nenhum. — Himitsu balançou a cabeça, encarando o gigante alado sem hesitar.

O general fez uma pausa, o olhar frio e analítico recaindo sobre Himitsu.

— Vou dizer isso para o bem de vocês. Se não quiserem morrer, quando virem um ghoul atacando humanos, nos avisem imediatamente. — A voz grave do general soava como um trovão abafado, carregando uma ameaça implícita.

Himitsu arqueou uma sobrancelha, provocando:

— Não conseguem controlar os ghouls que vocês mesmos trouxeram para cá?

O general desviou o olhar para o pequeno ghoul de vigia que repousava próximo à base, como se esperasse que ele confirmasse algo.

— Você sabe o que era o ghoul de ontem. Aquele ali, com certeza, sentiu. — Ele apontou para o mini-ghoul.

Himitsu deu de ombros.

— Pois é. Ele disse que era algo que nem vocês teriam controle.

A expressão do general se endureceu ainda mais, suas asas tremulando com o vento.

— Este reino está sob o domínio do meu monarca. É nosso dever protegê-los até segunda ordem. Então, colaborem, humanos. A menos que prefiram ser eliminados junto com todos deste reino. E, acredite, seria muito mais simples para mim acabar com isso agora do que ficar aqui perdendo tempo vigiando vocês.

Himitsu estreitou os olhos, avançando um passo.

— Se querem proteger, tirem esse monte de ghouls daqui e vão embora. Os humanos estavam bem antes de vocês aparecerem.

Por um momento, o general permaneceu em silêncio, como se ponderasse a resposta. Então, ele abriu as asas, preparando-se para partir.

— Vai agradecer por estarmos aqui. Nos mantenha atualizados. — Com um bater de asas poderoso, ele voou para longe, deixando para trás um silêncio desconfortável que ecoava na base.

Himitsu observou a silhueta do general desaparecer no horizonte e suspirou. "Proteger o reino? Que piada." Ela voltou para dentro.

No refeitório.

— O que ele queria? — perguntou Mira, ainda na cozinha.

— Aquilo que imaginávamos: informações sobre aquela chuva. — Himitsu respondeu, cruzando os braços. — O engraçado foi ele nos dizendo para relatar qualquer ghoul que causasse perigo, como se ele estivesse realmente preocupado. Maldito general! O povo vive aterrorizado com medo de ser atacado, e ele ainda tem a audácia de me dizer algo assim!

— Eles só podem estar brincando com a nossa inteligência. — Mira balançou a cabeça enquanto servia café.

— Se um monarca entrar no território de outro, certamente começará uma guerra. Se há outro monarca por aqui, além desse, teremos problemas sérios. — Himitsu franziu a testa, pensativo.

— Mas nem os ghouls sabem onde ele está. Não há muito que possamos fazer. — Mira suspirou.

— Deve ser por isso que os monarcas incentivam os humanos a se reproduzirem. Se as "reservas" de humanos deles acabarem, terão que caçar em outros reinos. Precisamos tomar cuidado.

— Então é assim que funciona? — Ravena apareceu na entrada do refeitório, cruzando os braços.

— Apenas uma especulação — explicou Himitsu — mas há grandes chances de ser algo assim.

— Quero corrigir isso. Pela reação dos ghouls, os monarcas podem atacar outros reinos a qualquer momento. Não precisam esperar que os humanos acabem. — Ravena sentou-se à mesa, a expressão séria.

— Essa deve ser a guerra que o mini-ghoul mencionou de forma indireta. — Mira se aproximou com uma garrafa e três copos, sentando-se junto deles.

— Mas por que eles entrariam em guerra? Essa é a verdadeira questão aqui. — Ravena inclinou-se para frente, intrigada.

— Diversão? — sugeriu Himitsu com sarcasmo.

— Perderiam muito só por isso. — Mira negou com a cabeça.

— Território? — Ravena levantou as sobrancelhas.

— Pode ser isso. — Mira e Himitsu concordaram.

Ravena franziu o cenho.

— Suponhamos que seja por território. O que acontece quando dois desses monstros se enfrentam?

— Destruição. Isso é óbvio. — Himitsu respondeu sem hesitar.

— E seremos eliminados como efeito colateral. — Ravena suspirou.

— Será mesmo? Se matarem os humanos, só terão a própria raça para devorar. — Mira ponderou.

— Por isso digo como efeito colateral. Não deve ser o objetivo, mas, de qualquer forma, o monarca vencedor acabará dominando os humanos. — Ravena apoiou o queixo na mão, pensativa.

— De qualquer forma, estaremos à mercê deles. Esse é o problema. — Himitsu concluiu, com amargura na voz.

— E, de qualquer forma, teremos que lutar contra eles. No fim, isso não muda nosso dever. Apenas aumenta o perigo quando outro monarca entrar neste país. — Ravena olhou para ambos, a decisão clara em seu olhar.

— É possível impedir isso? — perguntou Mira.

— Impossível. — Himitsu e Ravena responderam em uníssono.

— Imaginei. O país é grande demais. — Mira suspirou, resignada.

Ravena sorriu levemente.

— Quero tentar uma coisa. Lavel, traga um traje que fique um pouco mais largo em mim.

— Não é recomendado usar outro traje... — Lavel respondeu pelo comunicador.

— Tudo bem. Não vou usar outro traje, só me traga um! — insistiu Ravena.

— O que você está planejando? — perguntou Mira, desconfiada.

— Não posso dizer. Apenas confie em mim. — Ravena levantou-se.

Mira hesitou por um momento antes de assentir.

— Tudo bem. Traga um traje para ela, Lavel.

— Vou separar. — Lavel respondeu.

— Espero que você não faça nenhuma loucura. — Mira advertiu, olhando-a nos olhos.

— Não vou. Confie em mim. — Ravena respondeu com um sorriso firme.

Mais tarde, no campo de treino.

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