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Tetsu no Chikara: Saigo no Kibo
Capítulo 115: Segredos do passado 7!

Capítulo 115: Segredos do passado 7!

— "Por que ele está comendo tão rápido? E por que parece tão... apático?" — pensou Mira, voltando a atenção para o café.

De repente, Kay levantou o prato vazio.

— Acabei! — exclamou ele, animado.

— Não grita, idiota! — reclamou Mira, assustada pelo barulho repentino.

— Quero um doce! — disse ele, pegando os pratos e indo para a pia.

Mira virou o rosto, resmungando para si mesma:

— Quer doce... ficou na floresta até agora e ainda quer doce...

Kay se aproximou e a encarou com expectativa.

— Não tem? — perguntou, aproximando o rosto.

— Não me assusta assim, seu idiota! — gritou Mira, dando um tapa no braço dele.

— Nada de brigas! — gritou Rem da sala.

Mira bufou e cruzou os braços.

— Se quer doce, no meu quarto tem alguns. Mas pega só um, entendeu?

Kay sorriu.

— Obrigado! — disse, saindo apressado.

No quarto de Mira.

Kay abriu a gaveta e encontrou os doces que ela mencionara. Pegou e comeu um após o outro.

— "Por que nada tem gosto? Isso é estranho..." — disse ele, encarando o papel do doce em suas mãos.

Suspirando, ele deitou na cama dela, olhando para o teto.

— Minha língua deve estar dormente... é isso, não é? Amanhã deve voltar ao normal... — murmurou para si mesmo antes de fechar os olhos e adormecer.

Mira apareceu na porta da cozinha, segurando uma bandeja com a pipoca.

— Está pronto.

— Traz para a mamãe e a titia! — disse Rem, dando um sorriso descarado.

Mira revirou os olhos, murmurando enquanto se afastava:

— Já fiz, e agora ainda tenho que levar... está ficando velha, com certeza.

— Eu ouvi isso! — respondeu Rem, irritada.

— Tá bom, já estou indo! — rebateu Mira.

De repente, Kay surgiu na cozinha.

— Eu te ajudo.

Mira o olhou desconfiada.

— Por quê?

Kay não respondeu, apenas pegou a garrafa e as xícaras.

— Quatro xícaras? Você nem gosta de café!

— Só me deu vontade. — respondeu ele, saindo tranquilamente.

Mira suspirou, ainda irritada, mas acabou levando a pipoca para a sala.

— Obrigada! — disseram as duas mulheres, enquanto ela colocava a bandeja na mesa.

— De nada, tia. — respondeu Mira.

Kay serviu café para as mulheres e, surpreendendo Mira, também para ela.

— Está querendo alguma coisa, não é? — perguntou Mira, estreitando os olhos.

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— Eu não. — respondeu Kay, pegando sua própria xícara.

A mãe de Kay olhou para ele desconfiada.

— Desde quando você gosta de café?

Kay deu de ombros.

— Parecia mais cheiroso que o normal... fiquei curioso.

Rem e a mãe de Kay riram.

— Sei... — disse a mãe dele, ainda desconfiada.

Kay tomou um gole.

— Idiota! Está quente! — reclamou Mira, com o rosto franzido de preocupação

Kay permaneceu em silêncio. As três mulheres o encaravam, confusas, esperando uma reação. Sem hesitar, ele tomou mais um gole do café, ignorando completamente o calor. Então, de repente, esvaziou a xícara de uma vez só.

— Está gostoso! — disse ele, com um sorriso genuíno e radiante.

Rem, observando a cena, não resistiu e provocou Mira:

— Que bom, né, filha?

— Eu não me importo! — rebateu Mira, desviando o olhar, mas em um movimento desajeitado, tomou um gole do próprio café e queimou a língua. — Está quente! — exclamou, fazendo uma careta.

Kay riu baixinho.

— Obrigado, Mira! — agradeceu ele, com sinceridade.

— Não fiz para você! — retrucou Mira, tentando disfarçar o rubor que tomava seu rosto.

— Já que está tão bom, quer mais um pouco? — perguntou Rem, segurando a garrafa com um sorriso divertido.

— Sim, obrigado! — respondeu Kay, estendendo a xícara com animação.

Elas estavam assistindo ao filme, mas a atenção das duas se voltava constantemente para Kay, que enchia mais uma xícara de café e a esvaziava com rapidez quase mecânica.

— Vai deixar um pouco pra nós? — exclamou a mãe de Kay, arqueando as sobrancelhas com indignação fingida.

— Desculpa! — respondeu Kay, entregando a garrafa com um sorriso travesso.

Rem não perdeu a oportunidade de provocá-lo.

— Parece que entrou para o clube dos amantes do café da Mira! — disse ela, rindo.

Mira corou imediatamente, sua expressão mudando de surpresa para embaraço.

— Do que você tá falando? — disse ela, cruzando os braços. — Se continuar com essas piadas, eu não faço mais café!

A mãe de Kay pegou a garrafa e deu uma sacudida, confirmando o inevitável.

— Está vazia! — anunciou ela, balançando a cabeça.

— Ele bebeu tudo! Impressionante! — disse Rem, divertida, enquanto olhava para Kay.

Ambas se voltaram para ele, apenas para perceber que já estava dormindo no sofá, os braços cruzados e a cabeça pendendo de lado.

— Deu nossa hora. Amanhã, eu vou caprichar no almoço. Venham comer lá em casa! — disse a mãe de Kay, levantando-se e ajeitando o casaco.

— Não quer terminar o filme? — perguntou Rem, fazendo uma careta de desapontamento.

— Ele fala dormindo. Só vai atrapalhar! — respondeu a mãe de Kay, enquanto colocava o garoto adormecido nas costas com uma habilidade que apenas mães parecem ter.

— Outra hora, então! — concordou Rem, dando de ombros.

— Sim! Obrigada pelo café, Mira! — agradeceu a mãe de Kay, com um sorriso caloroso.

— Por nada! — respondeu Mira, ainda envergonhada.

— Meu filho gostou mesmo. Faz anos que não vejo ele sorrir daquele jeito pra comida de casa! — comentou a mãe de Kay, com uma ponta de emoção na voz.

Mira desviou o olhar, o rosto ainda mais vermelho. Rem, por sua vez, sorria de forma descarada, claramente se divertindo com a situação.

— Eu vou indo. Bom filme pra vocês! Até amanhã! — despediu-se a mãe de Kay, saindo com o garoto adormecido em suas costas.

— Até amanhã! Cuidado na volta! — responderam Mira e Rem em uníssono.

Assim que a porta se fechou, Rem se voltou para Mira com um olhar travesso.

— Você ouviu, né? Agora precisa caprichar ainda mais no seu café! — provocou Rem, com um sorriso largo.

— Eu não vou caprichar nada! — retrucou Mira, revirando os olhos. Levantou-se e começou a levar as xícaras e a garrafa vazia para a cozinha, visivelmente tentando encerrar a conversa.

(Cena no quarto do Kay, com áudio e vídeo no instituto e exército)

No quarto de Kay, a mãe o deitou cuidadosamente na cama, ajeitando os travesseiros ao redor de sua cabeça.

— Você estava estranho hoje... Será que estava doente? — murmurou ela, olhando para o filho com uma expressão preocupada. Tocou sua testa com as costas da mão.

— A temperatura está normal... — continuou, franzindo o cenho. — Ele estava tão pálido, mas depois que comeu ficou bem. Então, ele está saudável, certo?

Ela suspirou, visivelmente aliviada, mas ainda com resquícios de preocupação no olhar.

— Vou torcer para que acorde normal amanhã! — disse, enquanto puxava o cobertor, embrulhando-o com cuidado.

Com um último olhar para o filho adormecido, ela saiu do quarto, fechando a porta com delicadeza, deixando Kay sozinho no silêncio da noite.

— Esqueci de pegar uma marmita para ele! — disse a mãe de Kay, enquanto caminhava pelo corredor. — Ele que coma um lámen depois! — completou, dirigindo-se para a sala.

Ao anoitecer, o pai de Kay saiu do laboratório com o estômago roncando de fome. Assim que abriu a porta, foi recebido pela esposa, que tampava o nariz com força.

— Você trouxe alguma arma de ghoul com você? Tá fedendo! — reclamou ela, afastando-se um pouco.

O pai de Kay, surpreso, começou a apalpar os bolsos do jaleco até sentir algo volumoso. Ele arregalou os olhos, virou-se e correu de volta ao laboratório. Lá, encontrou a peça de metal dentro do bolso e a colocou de volta na cápsula de onde havia saído.

— Foi naquela hora que eu esbarrei na mesa... Deve ter rolado até aqui. — murmurou ele, pensativo, enquanto voltava para a sala.

Já no quarto, a mãe de Kay abriu a janela para o cheiro sair e foi verificar o filho, que ainda dormia profundamente.

— Desculpa por isso, não foi de propósito... — disse o pai, entrando no quarto com o semblante culpado.

— Eu sei, mas toma mais cuidado! — respondeu ela, lançando um olhar sério.

— Tá bom... — disse ele, desanimado, antes de olhar para o filho.

— Ele dormiu cedo. Nem é sete horas ainda! — comentou ele.

— Ele foi dormir às duas da tarde. Comeu um bicho estragado e passou mal. Deixa ele descansar. — explicou a mãe de Kay, enquanto ajeitava os lençóis do garoto.

— O que tem para o jantar? — perguntou o pai, mudando de assunto.

— Eu não ia fazer nada, mas como é você, fiz um pouco. — respondeu ela, meio resignada.

— Te amo! — disse ele, com um sorriso, beijando-a rapidamente.

— Também te amo, mas agora vai comer! Você nem almoçou hoje. — retrucou ela, empurrando-o para fora do quarto.

Alguns minutos depois.

Kay começou a descer as escadas, o rosto pálido e com o olhar distante.

— Acordou! Tá com fome? — perguntou o pai, entre uma garfada e outra.

Kay não respondeu e continuou andando em silêncio.

— Seu pai falou com você, Kay. Quer comer? — insistiu a mãe, preocupada.

Sem dizer nada, Kay abriu a porta da sala e saiu para a rua, descalço.

— Fase rebelde? — brincou o pai, erguendo uma sobrancelha.

— Ele saiu sem chinelo! — exclamou a mãe, correndo atrás do garoto.

— É com isso que você tá preocupada? — perguntou o pai, já se levantando da mesa.

Kay caminhava pelo meio da rua, os pés descalços tocando o asfalto frio.

— Volta pra dentro, Kay! Pega um chinelo, pelo menos! — pediu a mãe, sem esconder a preocupação.

Ele não respondeu, continuou atravessando a rua em direção à floresta.

— Ele tá indo pra floresta! — exclamou a mãe, pegando um par de chinelos e correndo atrás.

Sem hesitar, o pai largou a comida na mesa e seguiu os dois.

Kay já estava dentro da floresta. A mãe ofegava, tentando acompanhá-lo, enquanto o pai a alcançava com facilidade.

— O que esse garoto tá pensando? — murmurou o pai, acelerando os passos.

— Ele nem tá correndo... Como consegue ser tão rápido? — questionou a mãe, já sem fôlego.

— Eu vou buscá-lo! Espera em casa! — disse o pai, passando por ela e correndo mais rápido.

— Cuidado! — gritou a mãe, ficando para trás.

De repente, o som de árvores sendo derrubadas ecoou pela floresta, como se algo gigante tivesse caído do céu.

— O que foi isso? — exclamou o pai, parando abruptamente.

— Filho! — gritou a mãe, desesperada.

— Kay! — chamou o pai, avançando na direção do som.

Quando chegaram, viram Kay parado frente a frente com um ghoul enorme. A criatura era disforme, com tentáculos se movendo de maneira ameaçadora. Kay estendia a mão na direção do ghoul, que o observava fixamente.

— Amor, o Kay tá com cheiro de ghoul! — disse a mãe, a voz trêmula de preocupação.

— Do que você tá falando? Ele tá com alguma peça? — perguntou o pai, alarmado.

— Não! É outro cheiro... — respondeu ela, confusa.

O ghoul começou a reagir, estendendo um de seus tentáculos em direção ao garoto. Antes que pudesse atacá-lo, o pai de Kay correu e o puxou para longe.

— Tinha que ser um ghoul com tentáculos... — murmurou o pai de Kay, apertando os punhos. — Fuja daqui com o Kay! Estou sem armas e sem o traje. Traga-os para mim! Eu vou chamar a atenção desse bicho e ganhar tempo!

— Toma cuidado! — respondeu a mãe de Kay, a voz carregada de preocupação. Ela pegou o filho no colo e começou a correr pela floresta, ofegante, enquanto olhava por cima do ombro.

Sem hesitar, o pai de Kay correu para o lado oposto, gritando para atrair a atenção da criatura.