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Capitulo 103: Yumi!

— Não tem como ter sido obra do mesmo monarca... Será que são esses tais generais? — exclamou o ex-capitão, cruzando os braços, enquanto olhava para o horizonte com preocupação.

O mini ghoul sobrevoava a área, observando os arredores com atenção.

— Iniciaram a dominação. Os monarcas estão se movendo! — anunciou ele, em um tom sombrio.

— Por que você falou "monarcas" no plural? — exclamou Lena, pousando ao lado deles, com suas asas ainda abertas.

O mini ghoul fez uma expressão séria, mas sua confusão era evidente.

— Plural? — repetiu ele, como se a palavra soasse estranha em sua própria boca.

— Tem mais de um monarca? — insistiu Lena, sua voz tremendo de incredulidade.

— Sim. Quatro monarcas! — respondeu o mini ghoul, firme.

O silêncio caiu sobre o grupo como um golpe.

— Quatro... daquele monstro? Isso é brincadeira, né? Fala que é mentira! — Lena quase gritou, incapaz de conter o medo que crescia em seu peito.

— Monarcas espalhados pelo mundo. Estão se movendo para a dominação das raças! — continuou o mini ghoul, sua voz carregada de um peso quase apocalíptico.

— Por que agora? Se esses monstros estavam por aí, por que não fizeram isso antes? — questionou Ryuji, sua frustração evidente.

— O quarto monarca estava desaparecido. — explicou o mini ghoul, pousando próximo ao grupo.

— E o encontraram? — perguntou Mira, seus olhos estreitados em tensão.

— Não. Sentiram a presença dele, mas não sabem onde está. Monarca hibernando. — respondeu o mini ghoul.

— E o que vai acontecer quando ele sair dessa hibernação? — perguntou Rem, que se aproximava com Emilia ao seu lado.

— Guerra! — declarou o mini ghoul, sua voz grave, carregada de certeza.

— Então ele já deve ter acordado... Os ghouls não estão mais matando humanos, estão? — perguntou Thais, tentando juntar as peças.

O mini ghoul começou a falar, mas sua voz foi cortada por um som gorgolejante. Ele cuspiu sangue, cambaleando levemente.

— Você está ferido? — exclamou Mira, alarmada, correndo para ele.

— Não... tenho permissão para dar informações. Não voltem a me perguntar ou serei eliminado! — disse o mini ghoul, com dificuldade, mas mantendo sua postura firme.

— Para os humanos é dominação, então deve ser guerra contra eles mesmos! — supôs Himitsu, quebrando o silêncio.

Mira olhou para o mini ghoul, compreendendo a gravidade da situação.

— Parece que ele tem limitações nas informações. Não vamos pressioná-lo mais. Isso já nos deu muito o que precisamos saber. Publiquem isso de forma anônima, mas garantam que ninguém ligue essas informações à Sexta Divisão. — ordenou Mira, sua voz firme e autoritária.

— Entendido! — responderam todos os soldados, com determinação.

Mira devolveu o celular para Viviane e se voltou para Emilia.

— Eu vou te dizer de novo: o exército vai reconhecer você como rainha. Seu irmão é um falso rei. Você pode ficar no exército até darmos um jeito nele. Até lá, você é uma de nós. — disse Mira, com os olhos fixos nos de Emilia, transmitindo força.

— Certo! — respondeu Emilia, agora mais confiante.

Mira virou-se para o ex-capitão.

— Se o instituto ainda será nosso aliado, eu não sei. Solicite metade dos trajes que eles têm prontos, além de armas e munições. Avise que vamos continuar nossa função, independente do que o falso rei decidir.

O ex-capitão assentiu.

— Deixa isso comigo. Eu tenho contato com o líder de lá.

— Ótimo. — respondeu Mira, antes de erguer a voz para os outros. — Agora, mais do que nunca, nenhum veículo pode se aproximar da base sem autorização. Continuem emitindo os avisos de sempre, mas, se recusarem a parar, não hesitem em abrir fogo!

— Entendido! — respondeu Fernanda, já revisando as ordens com os demais soldados.

Mira olhou para todos ao redor, seus olhos carregados de uma determinação fria.

— Estamos em guerra. Contra os ghouls e, possivelmente, contra civis. Estejam alertas. E lembrem-se: se alguém demonstrar perigo, não hesitem em abrir fogo. — declarou ela, sua voz cortando o ar como uma lâmina.

Os soldados assentiram em silêncio, cientes de que a partir daquele momento, o mundo que conheciam não existia mais. Era guerra.

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A cena muda para a enfermaria da Quarta Divisão.

— Quanto tempo vai ficar dormindo? Está deixando seus companheiros preocupados, idiota! — disse Nina, triste, encarando a figura imóvel na cama.

Yumi estava deitada, com a mão esquerda amputada e uma ferida profunda no lado direito do rosto.

— Ela vai acordar a qualquer momento. Mas... esse ferimento vai deixar cicatriz. — disse a enfermeira, enquanto revisava os curativos.

— E logo ela, que é tão obcecada com a aparência... Vai ficar super irritante quando perceber! — comentou Nina, preocupada, cruzando os braços.

— Vai mesmo! Mas é bom que ela conseguiu vencer um general. — respondeu a enfermeira com um sorriso encorajador.

— Um? Você está sabendo de alguma coisa? — exclamou Nina, levantando a sobrancelha.

— Foi simultâneo, então a senhorita provavelmente não viu. — disse a enfermeira, pegando o celular.

Ela abriu as notícias e entregou o aparelho para Nina.

— Aconteceu tudo hoje! — acrescentou a enfermeira, suspirando.

Os olhos de Nina percorreram as manchetes rapidamente.

— Dois capitães mortos e dois feridos desde a primeira aparição de ghouls inteligentes! — leu ela, sentindo um nó na garganta.

Várias outras notícias percorriam os portais:

"Aeroporto da Sexta Divisão destruído pela própria divisão para não receber nem apoiar outras divisões."

— Que palhaçada é essa? Os aeroportos são de uso internacional! Destruí-los só vai fazer outros países se voltarem contra a Sexta Divisão! — disse Nina, confusa, franzindo o cenho.

— Tem razão... Isso não é algo que alguém em sã consciência faria. — concordou a enfermeira, também intrigada.

De repente, o celular de Yumi começou a tocar, assustando ambas.

— Mas... estava sem carga! Como isso é possível? — murmurou a enfermeira, arregalando os olhos.

— É estranho... Esse toque... — disse Nina, hesitante.

O som parou subitamente.

— Sim, amor! — disse Yumi, atendendo o celular.

Nina e a enfermeira se viraram para a cama, perplexas. Yumi estava sentada, segurando o celular com a mão direita, como se nada tivesse acontecido.

— É você, Mira? Por que está usando o celular do Kay...? Ah, é verdade... Ele morreu. — disse Yumi, sua expressão se obscurecendo de tristeza.

— Que palhaçada é essa? Você não estava em coma?! — exclamou Nina, incrédula.

— Em coma? Eu só dormi um pouquinho! Isso não é brincadeira que se faça! — respondeu Yumi, balançando o braço esquerdo.

— Se acalma, capitãzinha! — disse a enfermeira, tentando controlar a situação.

— Tá tudo bem! Tenha calma! — insistiu Nina, colocando a mão no ombro de Yumi.

— Mas que porra é essa?! — gritou Yumi, nervosa, ao perceber a ausência da mão esquerda.

Mira afastou o celular da orelha, devido ao grito estridente.

— Nossa, como você grita! — disse Mira, esfregando o ouvido, do outro lado da linha.

— Meu braço está aqui... Mas cadê minha mão?! — exclamou Yumi, agitada.

— Se acalma! — disse Nina novamente, segurando Yumi pelos ombros.

— Como vou me acalmar? Minha mão não está aqui! — berrou Yumi, furiosa.

Nesse momento, os soldados começaram a entrar na enfermaria, animados.

— A capitã acordou! — gritavam eles, como se fosse uma celebração.

— Fiquem quietos! — ordenou Yumi, irritada.

— Certo! — responderam em uníssono, se calando imediatamente.

Yumi ficou pensativa por alguns segundos, sua mente tentando organizar as memórias.

— É verdade... Eu estava lutando contra aquele ghoul. Ele me feriu na mão... e no rosto? — disse ela, com a voz incerta.

Todos os soldados desviaram os olhares, evitando encará-la. Yumi, alarmada, correu até um espelho próximo.

— Maldição! — gritou ela, encarando seu reflexo, com a cicatriz ainda fresca.

— O que está acontecendo aí? — perguntou Mira, ainda na chamada.

Yumi respirou fundo, tentando conter a raiva.

— Agora eles conseguiram... Eu estou irritada! — disse ela, pegando o celular das mãos de Nina.

— Antes de querer brigar com os ghouls, é melhor ir comer alguma coisa. Aproveita e pergunta para a Mira sobre essa notícia do aeroporto. — sugeriu Nina.

— Manipularam tudo. Meus soldados tiveram suas contas apagadas, e o príncipe — que agora se autointitula rei — está colocando a culpa em nós. Mas foi ele quem destruiu o aeroporto. — explicou Mira, com frieza, na chamada.

— Destruíram o aeroporto por vontade própria?! — exclamou Yumi, confusa.

A cena muda para o refeitório da Quarta Divisão. Os soldados estavam em silêncio, olhando para Yumi, que agora usava uma máscara cobrindo a metade do rosto, onde fora ferida.

— Está dizendo que o príncipe fez um golpe de estado contra o próprio pai, e agora quer aliar o governo dele aos ghouls? — exclamou Yumi, sentindo a revolta crescer.

— É isso aí! — respondeu Mira, seca.

A conversa se intensificava, e o tom de Yumi tornava-se cada vez mais impaciente:

— Mas você não me ligou para falar de um pirralho fazendo birra, não é? — exclamou Yumi, irritada.

— Isso é uma coisa séria! — rebateu Nina, séria.

— Se querem tirá-lo do governo, é só ir lá e atacar o castelo! É bem simples! — disse Yumi, como se a solução fosse óbvia.

— Não é simples assim! Tem civis no meio! Isso seria considerado um ato de traição, dadas as circunstâncias! — explicou Nina, com firmeza.

— Você está com raiva de mim? — perguntou Mira, do outro lado da chamada, sua voz carregada de hesitação.

Yumi respirou fundo, mas seu tom logo transbordou mágoa:

— E você ainda pergunta? Toda a Sexta Divisão estava lá, tanto para o seu pai quanto para o Kay! Eu até entendo não terem atacado quando era o seu pai, já que havia reféns, mas o Kay estava sozinho contra o ghoul! Não havia civis por perto, era só vocês se unirem contra ele, mas não fizeram nada! Então, não me pergunte se estou com raiva, porque você já sabe a resposta!

— Você acha que venceria o Kay? — retrucou Mira.

— Tola, é claro que não! — respondeu Yumi sem hesitar.

— Se nem você, como capitã, venceria o Kay, por que acha que nós seríamos de alguma ajuda? Só atrapalharíamos! É por isso que ele nos mandou não nos envolvermos! — argumentou Mira, tentando justificar a decisão da divisão.

— Idiota! Justamente porque ele não envolveria vocês, é que vocês deveriam ter se envolvido! Dava para aproveitar as brechas quando o Kay feria o monarca! Vocês nem pensaram nisso! — disparou Yumi, indignada.

Mira respondeu com um tom mais duro:

— O Kay cortou o pescoço do monarca, mas aquele miserável não morreu! Ele o cortou várias vezes, e ainda assim não morreu! Desde o começo da luta, o Kay estava usando a quebra de limite. Ele já era 200% e ainda juntou isso com a quebra de limite. Você realmente acha que seríamos capazes de fazer alguma coisa? Não dava nem para acompanhar os movimentos deles!

— Duzentos por cento?! Do que está falando? — exclamou Yumi, confusa.

— Ué, você nem sabia disso? — provocou Mira, com um toque de sarcasmo.

— Maldita... — resmungou Yumi, frustrada.

Mira mudou de tom, mais suave agora:

— Não foi para isso que eu liguei. Para começar, eu fico feliz que você tenha sobrevivido e matado o general! De verdade, fico feliz.

— Idiota... Me deixa ter um motivo para te odiar! — disse Yumi, irritada, mas havia uma sombra de alívio em sua voz.

Mira prosseguiu:

— Sobre o aeroporto, estamos tão surpresos e irritados quanto vocês. Mas a mídia está manipulando as informações. Vocês não conseguiriam nos ajudar com isso. Apenas informe os outros capitães.

— Vou tentar falar com eles. — disse Yumi, mais calma.

— E tem algo que preciso te contar, em particular. — anunciou Mira, hesitando por um instante.

— Estou ouvindo. Pode falar. — disse Yumi, curiosa.

— Eu estou grávida.

— Que legal! Quem é o pai? — exclamou Yumi, surpresa.

— Como assim?! Você sabe muito bem quem é! — retrucou Mira, indignada.

— Como descobriu isso? Não tem nem uma semana! — questionou Yumi, desconfiada.

— Foi o monarca. Acho que foi por isso que ele nos deixou partir e nos deu tempo antes de voltar. — explicou Mira, com seriedade.

— E vai acreditar nele? — perguntou Yumi, desconfiada.

— E como ele saberia que eu e o Kay...? Ele disse que eu estava com o mesmo cheiro do Kay!

— Só por isso? Talvez o perfume dele tenha ficado em você depois daquele abraço! — sugeriu Yumi, tentando racionalizar.

— Sei não... Ele também disse que minha mãe está grávida do meu pai. E uma amiga cientista fez o teste nela, deu positivo. Eu vou esperar alguns dias e fazer o teste também, mas tenho quase certeza de que estou.

— Quer os parabéns? — respondeu Yumi, com um misto de sarcasmo e desconforto.

— Para de ser fria comigo! Você ainda não entendeu, sua idiota! Você também pode estar! — disse Mira, com seriedade.

O choque percorreu o rosto de Yumi. Sem perceber, apertou o celular até ele quebrar.

— Que droga! — exclamou Yumi, irritada.

— Tenta não quebrar o meu também! — disse Nina, entregando seu próprio celular.

Yumi digitou o número do Kay novamente e tentou outra ligação.

— O que foi isso?! — perguntou Mira, ouvindo o barulho na chamada.

— Tem certeza disso? — perguntou Yumi, sua voz mais trêmula do que o normal.

— Claro que não, né, idiota? Pode ser, mas eu não sei. Espere alguns dias e faça o teste! — disse Mira, tentando acalmá-la.

— Eu vou fazer, mas mantém isso entre nós. — disse Yumi, séria.

— E, Yumi... Ninguém vai te culpar se não quiser prosseguir com isso. — completou Mira.

— Quem você pensa que eu sou?! — respondeu Yumi, irritada, com os olhos fixos no chão.

— Não quebra meu celular! — disse Nina, preocupada.

Mira riu, mas sua voz carregava ternura.

— Eu sei... Você o amava tanto quanto eu. Por isso, tenho certeza de que vai continuar. Só não morra!

— Eu sei! — respondeu Yumi, com firmeza.

Mira fez uma última advertência:

— O monarca apareceu poucos dias após o general. Tome cuidado. Existem quatro monarcas espalhados pelo mundo, e um deles deve estar no seu país.

— Quatro?! — exclamou Yumi, incrédula.

— Obtivemos essa informação de um ghoul inteligente. Esses monarcas são monstros se comparados ao general. Fique atenta! — disse Mira.

— Obrigada pelo aviso. Vamos aumentar as defesas do reino. — disse Yumi, decidida.

— Espero nos encontrarmos novamente. — despediu-se Mira.

Yumi sorriu de leve.

— E se você morrer, eu te mato. Cuide bem da sua barriga. — disse ela, encerrando a chamada.

— Que final foi esse? — exclamou Nina, surpresa com o tom da capitã.

Yumi se levantou, virando-se para os soldados: