— Continuem resistindo. Mostrem-me o futuro que aquele humano almejava. Vamos ver se vocês conseguem fazer jus a ele.
— Não vou dizer o nome, porque parece que você nem sabe o nome dele, mas... tire meu sobrinho da sua boca imunda! — disparou Himitsu, seus olhos faiscando de raiva.
O monarca começou a rir, como se a ameaça fosse uma piada.
— Eu gostei de você, humana. Recupere-se primeiro, e então você será minha refeição! — disse ele, com um sorriso predatório.
— Não se eu te matar antes! — retrucou Himitsu, firme, sua voz cortante como uma lâmina.
O monarca abriu suas asas, a imponência delas cobrindo o céu, enquanto ele analisava os humanos à sua frente.
— Os outros humanos podem até atingir várias metas... — disse ele, em tom condescendente. — Mas será que conseguirão manter esse progresso no futuro? Certamente haverá uma queda. O líder de vocês é tolo; eu prefiro algo mais duradouro.
Ele então direcionou um olhar intenso a Himitsu.
— Não morra antes de ter a chance de me enfrentar novamente, humana. Você é minha!
— Prefiro homens bonitos! — retrucou Himitsu, com desdém, provocando um sorriso no rosto de alguns soldados.
Sem se abalar, o monarca se retirou com dois dos generais, mas o terceiro, o executor, ficou para trás, encarando os soldados e o mini-ghoul.
— Eu me lembrarei bem dos insultos que fizeram ao meu monarca. Quando chegar a hora de matar vocês, vou saborear cada momento. — disse ele, com uma frieza que arrepiou até os mais corajosos.
Os soldados, seguindo a ordem silenciosa de Mira, mantiveram-se em silêncio enquanto o portão se fechava.
— Vão para a cidade dos humanos. Não deixem que nenhum deles morra! — ordenou o general executor, antes de voar dali com os outros ghouls.
Dentro da base, Mira foi direta:
— Lavel, mostre a capital.
No celular, a figura da fada digital apareceu.
— Vai contra a política de privacidade. Infelizmente, não posso mostrar. — respondeu Lavel, sem hesitação.
— Eu quero ver a capital! Por que vai contra essa política?! — exclamou Mira, irritada.
— Significa que as coisas estão feias por lá. — disse Rem, cruzando os braços. — Mas é escolha dos humanos. Não vamos nos envolver; colocaríamos as pessoas daqui em risco.
O silêncio que se seguiu foi cortado por Himitsu, que agora exigia explicações.
— Agora vai explicar por que não podíamos usar essas armas?!
Mira respirou fundo antes de responder:
— Os pais de Kay começaram a desenvolvê-las antes de morrerem, e foi o Kay quem as construiu. Como os ghouls mencionaram, o material principal dessas armas é... ghouls. E a base delas... é um general.
— Foi o Kay? Ele sabia fazer essas coisas?! — exclamou Thais, surpresa.
— Você ficaria surpresa com o que ele era capaz de fazer. — disse Mira, pensativa. — Ele podia ter nos contado desde o início. Talvez, se tivéssemos ajudado, teríamos feito ainda mais.
Stolen story; please report.
— Eu não sei construir armas. Não seria de grande ajuda. — retrucou Rem.
— Você entendeu o que eu quis dizer! — rebateu Mira, impaciente.
— Não adianta pensar no que poderia ou não ter sido feito. Os monarcas são nossos inimigos? — perguntou Rem, mudando o foco da conversa.
— Sim. Eles têm o mesmo objetivo, mas não podem ser aliados no final. — respondeu o mini-ghoul, com a voz grave.
— Então, no processo, pode ser que se tornem aliados temporários. — disse Rem, ponderando. — Envie as informações sobre as armas para as divisões que ainda têm vontade de lutar. Mas monitore o progresso de cada uma. Quem tiver sucesso em recriá-las deve compartilhar as gravações com as outras divisões.
Lavel hesitou.
— Tem certeza? Se as informações vazarem, os ghouls podem impedir antes mesmo de termos sucesso.
— No exército, mantenha apenas os capitães informados. No instituto, só quem tem capacidade para recriar as armas. Precisamos de todos os gênios que puderem contribuir para este projeto. — disse Mira, determinada.
Rem olhou para Himitsu.
— Você não se importa, não é?
Himitsu deu de ombros.
— Nem um pouco. Se foi ele quem construiu e quer passar adiante o projeto, não tenho por que recusar. Nunca estive envolvida de verdade nisso.
— Conseguiu chamar a atenção deles. É melhor descansar para se recuperar! — disse Rem, cruzando os braços e observando Himitsu com um olhar preocupado.
— Não se preocupe comigo, eu me recupero melhor me movendo. — Himitsu deu um sorriso confiante, tentando disfarçar o cansaço evidente.
— Até parece. É melhor descansar. — insistiu Rem, o tom firme como quem não aceita discussão.
O tempo passou rapido e os acontecimentos fluindo em uma sequência frenética.
Os institutos entraram em ação.
Dentro dos laboratórios, Aiko liderava uma equipe de cientistas com uma energia incansável. Ferramentas brilhavam sob a luz fria enquanto esquemas complexos eram rabiscados em quadros transparentes. Máquinas eram desmontadas, ajustadas e testadas. O som de metal rangendo, martelos batendo e conversas rápidas entre os cientistas criava uma trilha sonora de urgência.
"Não podemos falhar", pensava Aiko, com os olhos fixos no monitor enquanto ajustava os parâmetros de uma nova arma.
Outros pesquisadores estavam concentrados em recriar munições, estudando pedaços de carne de ghoul para aperfeiçoar sua eficiência e minimizar os riscos. "Cada segundo conta", era o pensamento comum que parecia unir todos ali, como uma força invisível.
Enquanto isso, os treinos da Sexta Divisão se intensificavam.
— Quero mais velocidade! Vocês estão lentos demais! — dizias os lideres para os soldados, suas vozes como um chicote.
Havia suor, gritos e determinação. Um soldado caía, mas outro imediatamente o ajudava a se levantar.
— Mesmo que seu corpo peça arrego, vocês só podem desistir quando estiverem mortos, continue lutando até não dar mais! disse ravena, seu olhar ardendo de vontade de superar seus próprios limites.
Na entrada da base, os sensores de ghouls eram montados.
Os sensores, dispositivos de alta tecnologia, eram instalados em pontos estratégicos na entrada da base. Eles eram capazes de identificar ghouls automaticamente e enviar alertas diretamente para a sala de controle de Fernanda. Lá, telas de monitoramento piscavam enquanto o sistema era testado exaustivamente.
Soldados e cientistas trabalhavam lado a lado, conectando cabos, ajustando circuitos e verificando o alcance dos sensores. "Cada segundo que ganharmos com esse sistema pode salvar vidas", pensava Fernanda, enquanto limpava o suor da testa.
O ritmo acelerava ainda mais.
Armas eram empilhadas em caixas prontas para transporte. As munições experimentais brilhavam sob a luz das lâmpadas enquanto cientistas faziam os últimos ajustes em novos protótipos. A tensão no ar era quase palpável, mas havia um fio de esperança que unia todos.
Na arena, soldados gritavam em uníssono enquanto completavam uma série de exercícios sincronizados. Em outro canto, técnicos terminavam de conectar os sensores aos sistemas de vigilância da base.
Tudo estava se movendo em um único objetivo: preparar-se para a batalha iminente.
Enquanto isso na capital, não vamos falar sobre eles. E foi Assim que mais dois meses se passaram.
No pátio da Sexta Divisão.
— Já estamos com umas barrigas consideráveis. — Rem soltou uma risada, olhando para Mira.
— Nós vamos lutar. Vocês não precisam se envolver. — Himitsu afirmou, cruzando os braços com firmeza.
— O traje nem cabe mais em nós... — lamentou Mira, o desânimo evidente em seu rosto.
— Estranho seria se coubesse! — Himitsu respondeu, rindo.
— Eles realmente não estão atacando aqui dentro. Não precisam se preocupar conosco, foquem na missão de vocês! — disse Mira, lançando um olhar encorajador para os soldados.
— Não hesitem em usar as armas que ele fez para vocês. — Himitsu ajustou a alça da maleta que carregava, o olhar sério.
— Espero não precisar usá-las. Sem o traje, não seremos de grande ajuda... — disse Mira, com um suspiro.
— Garanto que não precisarão! — disse Lena, confiante.
— E você, cuide bem da base! — alertou Joana, apontando para Lena.
— Eu sei. Nenhum ghoul vai machucar elas enquanto eu estiver aqui! — respondeu Lena, com determinação.
— Fiquem de olho nela! — Joana virou-se para os soldados do esquadrão de Lena, como uma ordem final.
— Sim, senhora! — responderam eles em uníssono, com firmeza.
Himitsu ergueu a maleta enorme que carregava e sorriu:
— Vamos testar essas belezinhas que ele criou!
— Dentro dessa maleta, o cheiro das armas está contido. Mas, no momento em que abrirem, será para lutar! Assim que terminarem, guardem-nas novamente, e eu usarei aquele vapor para neutralizar o cheiro. — A voz de Lavel soou pelo painel do caminhão, firme e precisa.
— Contamos com vocês! — disse Mira. — Agora vão... e voltem vitoriosos!
— Sim, senhora! — os soldados bateram continência, com o orgulho estampado no rosto.
Os soldados subiram nos caminhões.
Agora, com os três novos caminhões, era possível levar uma quantidade maior de soldados por terra. Dois helicópteros os acompanharam no céu, cada um com apenas os pilotos e um soldado para operar as armas laterais. O mini ghoul seguiu os helicópteros, voando ao lado deles, como uma sentinela viva.
Assim, a tropa partiu da base.
— A Lavel vai controlar as armas das paredes. Nosso foco será totalmente aqui, no pátio! — anunciou Lena, seu tom autoritário.
— Entendido! — responderam os soldados, alinhando-se em prontidão.
— Avisarei assim que detectar ghouls se aproximando. Estejam prontos para interceptar caso as armas falhem! — disse Lavel, com calma estratégica.
— Bora assistir! — disse Mira, virando-se para Rem e o ex-capitão.
Os três seguiram para a sala de Fernanda, onde telas e monitores já estavam configurados para acompanhar a missão.
As câmeras instaladas nos caminhões transmitiam em tempo real.
As imagens eram vistas tanto da base quanto do instituto, criando uma atmosfera tensa e expectante.
Enquanto os veículos cortavam o terreno rumo à capital, os soldados dentro dos caminhões estavam atentos a todas as direções, os rostos concentrados. Nos helicópteros, os pilotos ajustavam suas rotas enquanto os atiradores mantinham os olhos atentos no horizonte.
O mini ghoul voava à frente, como um batedor ágil, pronto para alertar qualquer ameaça iminente.
Tudo estava em movimento.
A missão começou.