Novels2Search
Tetsu no Chikara: Saigo no Kibo
Capítulo 106: De volta ao lar!

Capítulo 106: De volta ao lar!

A entrada da muralha começou a se abrir com um ruído metálico. O caminhão continuou avançando lentamente, saindo da fortaleza. Sobre ele, um pequeno ghoul repousava. Assim que o veículo cruzou os portões, o pequeno ghoul se desfez, desaparecendo completamente no ar como poeira.

O caminhão parou perto do general, que o observava com desdém.

— Eu preparei e aqui entrego a quantidade de grávidas que vocês pediram. — O "príncipe" desceu do caminhão e imediatamente se curvou em reverência.

— Apresente-as. — A voz do general soava como uma lâmina, cortante e direta.

O "príncipe" abriu as portas do caminhão, revelando dez mulheres aterrorizadas, que desceram lentamente, incapazes de evitar os olhares arregalados diante do cenário de destruição e dos ghouls ao redor.

— Eu sou o rei dos humanos e me devoto ao monarca! — declarou o "príncipe", curvando-se novamente.

— Rei? — o general soltou uma risada irônica, sua expressão apática ganhando um leve toque de desprezo. — Acha que tem autoridade para se chamar assim?

— Eu me desculpo! Posso organizar os humanos para cumprir as demandas do monarca! Os humanos me obedecem e obedecerão ao monarca! — disse o "príncipe", a voz trêmula, mas insistente.

— Desgraçado! — gritou um soldado, a raiva evidente em suas palavras.

— Você não está com eles? — perguntou o general, levantando ligeiramente uma sobrancelha, sem real curiosidade.

— São tolos que querem ir contra o monarca. Mas eu, ao contrário, tenho vários humanos ao meu comando que irão obedecê-lo. Eu imploro por clemência! — O "príncipe" parecia rastejar verbalmente, mesmo estando de pé.

— Consegue mais dez até nosso próximo retorno? — questionou o general, como se estivesse negociando algo trivial.

— Me dê um mês, e garantirei essa demanda! — prometeu o "príncipe", apressado.

— As condições que darei, aceite-as. Pois falo com a autoridade permitida a mim pelo monarca. Cuide para que os bebês cresçam saudáveis e continuem se reproduzindo. Não atacaremos os humanos, e os humanos não devem atacar outros humanos, como foi o caso de hoje. Apresente todas as áreas sob seu controle — tanto as dos tolos que vão contra o monarca quanto as dos que o apoiam. — O general falava sem paixão, mas suas palavras eram pesadas como um veredicto.

— Certamente. Os tolos aqui têm o poder para destruir os que são a favor do monarca. Eles estão apenas assustados, com medo de serem mortos! — disse o "príncipe", lambendo as botas do poder.

— Maldito! — sussurrou Lena entre os dentes.

— Não é problema. Meu pelotão está vindo e ajudará a gerenciar os humanos. Não ousem comparar eles com os ghouls que estavam aqui hoje. São níveis totalmente diferentes. — O general abriu um leve sorriso, cruel. — O monarca não deseja eliminar os tolos, mas aconselho que não vão contra nós. Se desejam lutar, marquem horário, e certamente teremos o desprazer de enfrentá-los. — Ele bateu suas asas com força, criando um vento cortante ao seu redor antes de desaparecer no céu.

— Obrigado! — disse o "príncipe", curvando-se novamente, com uma satisfação repugnante em seu rosto.

Os soldados olhavam para ele com ódio e desprezo enquanto ele subia de volta no caminhão. As grávidas seguiram-no silenciosamente, e o veículo partiu, escoltado pelos ghouls.

— O que está acontecendo aí embaixo? — exclamou Mira pelo rádio, sua voz tensa.

— Nós... perdemos. — respondeu Joana, amargamente, pelo rádio.

Três dias depois...

— Os ghouls dominaram seu reino. — O mini ghoul retornava para a base, cansado.

— É como eles disseram... Não estão interferindo aqui dentro. Mas o que vai acontecer se sairmos da base? — exclamou Joana, angustiada.

Find this and other great novels on the author's preferred platform. Support original creators!

— Temos que agradecer por não estarem interferindo no instituto também. Caso contrário, seria o fim dessa divisão. — O ex-capitão parecia abatido.

— Temos estoques de comida para nós e os civis, mas acho que só dura, no máximo, quatro meses! — disse Ryuji, preocupado.

— Posso estar enferrujada, mas já fui uma soldada. Me permitam retornar ao campo de batalha com vocês! — pediu Lily, amiga de Rem.

— Você tem família. É melhor que fique com seus filhos. — Mira tentou convencê-la.

— Todos aqui são contra o tratamento que a capital está dando a vocês. Não podemos permitir que isso continue. Se querem estocar alimentos, me deixem ajudar na luta por isso! — insistiu Lily.

Mira permaneceu pensativa.

— "Estocar alimentos...?" — murmurou, enquanto uma ideia começava a se formar em sua mente.

— No que está pensando? — perguntou Rem, desconfiada.

— Naquilo que a Aiko disse sobre o nosso café. Esperem um pouco! — Mira saiu correndo em direção ao refeitório.

— Uma ideia maluca? — perguntou Lily, olhando para Rem.

— Certeza que é! — respondeu Rem, observando a mira.

Logo depois, Mira retornou correndo, segurando uma xícara e uma garrafa de café.

Ela encheu a xícara e entregou-a ao mini ghoul, que a cheirou, confuso.

— Consegue sentir o cheiro das nossas armas nisso? — exclamou Mira.

O mini ghoul cheirou de novo e balançou a cabeça em negativa.

— Conseguia sentir o cheiro das nossas armas no Kay? — Mira insistiu.

— Ferido... sangue! — respondeu o mini ghoul, com sua voz peculiar.

— Quando ele estava ferido... Entendo! — disse Mira, refletindo enquanto pegava a xícara e tomava um gole do café.

Ela virou-se para os outros, sua expressão agora firme.

— Escutem todos! Mesmo para aqueles que não gostam de café, vocês irão beber uma xícara pela manhã, à tarde e à noite. Todos os dias! — ordenou Mira, com determinação.

— Por quê? — perguntou a última garotinha que havia tirado uma foto com o capitão Takemichi, sua voz carregada de curiosidade.

— Isso vai fazer com que os ghouls malvados não queiram machucar vocês! — respondeu Mira, sua confiança estampada no rosto.

— É uma quantidade enorme de café! — comentou Lily, incrédula.

— Temos estoque. Só precisamos ir buscar! — disse Mira, já planejando o próximo passo.

— Mas como? — exclamou Lily, preocupada.

Poucos minutos depois, quatro caminhões saíram da base. O mini ghoul estava sentado no topo do primeiro veículo, como um sentinela vigilante.

Assim que os caminhões avançaram pelo território infestado, os ghouls começaram a se aproximar, atraídos pelo movimento.

— Não tenham medo! — disse Mira pelo rádio, tentando acalmar o grupo.

Os ghouls pousaram ao redor dos caminhões, cercando-os. Mira foi a primeira a descer, seu olhar firme desafiando a tensão crescente no ar.

— Aonde estão indo, humanos? — perguntou um dos ghouls, sua voz ecoando com ameaça.

— Estamos indo buscar comida para o meu pessoal. — respondeu Mira com calma, mas sem hesitação.

O ghoul riu alto, sua risada gélida reverberando entre os demais.

— Vocês saíram do seu lugar seguro e vieram direto para a morte! — zombou o ghoul, exibindo suas presas afiadas.

Mira deu um passo à frente, encarando-o sem medo.

— Tudo bem. Eu não me importo nem um pouco de morrer. Mas parece que seu monarca tem interesse no meu filho. Se eu morrer, ele não vai nascer. E as outras grávidas nesse caminhão logo irão tirar a própria vida se eu morrer. Então, vá em frente! Se quer me matar, faça isso agora. Ou, se preferir, mande-nos de volta para dentro das muralhas, onde morreremos de fome em poucos dias. Vai em frente! — desafiou Mira, sua voz carregada de uma mistura de ousadia e desespero controlado.

O ghoul aproximou-se lentamente, suas asas abertas como uma sombra ameaçadora.

— Todas essas fêmeas estão grávidas? — perguntou ele, desconfiado.

— Sim. E tem mais algumas lá dentro. Se quiser, pode ir conferir. Elas já estão esperando. Se você quer que todas nós morramos de fome, basta não nos deixar buscar comida. — respondeu Mira, firme, sem recuar.

— Não se ache tanto, humana! — rosnou o ghoul, fechando as asas e voltando para sua posição inicial junto aos outros.

— Então, isso significa que podemos continuar? — perguntou Mira, cruzando os braços e erguendo uma sobrancelha.

O mini ghoul acenou em concordância, e Mira sorriu de leve antes de subir de volta no caminhão. O comboio retomou sua viagem, rumo ao vilarejo natal dela.

— Faz tão pouco tempo, mas parece que foi há anos que estivemos aqui. — comentou Rem, se espreguiçando no banco do caminhão.

— É, mas com todos esses ghouls por aí, dá vontade de nunca mais voltar! — respondeu Mira, com uma risada amarga.

— Vão parando os caminhões na entrada. Eu e minha filha vamos abastecer. Mini ghoul, fica de vigia! — ordenou Rem.

As mulheres começaram a descarregar e encher os caminhões com pacotes de café moído. O trabalho durou quase um dia inteiro, até que os veículos estavam cheios.

Mira pegou o rádio e enviou uma mensagem para Ravena.

— Caminhões abastecidos. Vamos descansar aqui e partir ao amanhecer.

Na casa de Rem e Mira, a líder se dirigiu ao grupo:

— Podem tomar banho se quiserem. Partiremos ao amanhecer. Não precisam ter medo. O mini ghoul vai nos proteger durante a noite.

— Onde fica o banheiro? — perguntou uma das mulheres.

— Temos dois. Podem ir primeiro. Mira, mostre o caminho para elas. Eu vou ver se sobrou alguma coisa aqui em casa para comermos. — disse Rem.

— Me sigam! — disse Mira, conduzindo as mulheres.

Rem foi para a cozinha.

"Voltamos para casa... mas agora a sensação é muito ruim." — pensou Rem, enquanto abria a geladeira.

De repente, uma mão tocou a dela por trás.

"Amor?" — pensou Rem, girando rapidamente para olhar.

Não havia ninguém. A visão desapareceu como uma miragem.

"De onde estiver, eu sei que está nos protegendo." — pensou ela, sorrindo levemente.

Tanto a geladeira quanto as prateleiras estavam vazias.

"Como eles pegaram os alimentos daqui de casa?" — pensou Rem, confusa, até que se lembrou de algo.

"Ah... dei uma cópia da chave para a Lily."

— Entendo. — murmurou ela para si mesma.

— Encontrei alguns doces no meu quarto! Ainda estão bons. — disse Mira, retornando com um sorriso.

— Que bom que você é gulosa! — respondeu Rem, aliviada.

— Por que está me xingando? — exclamou Mira, indignada.

— Fico feliz. O pessoal levou nossos mantimentos para a base. Então, esses doces e o café lá fora são tudo o que temos para hoje! — disse Rem.

— Você fala isso, mas o Kay era mais guloso do que eu... — comentou Mira, olhando para o teto.

As duas correram para o antigo quarto de Kay, rindo.

— Onde é que ele escondia? — perguntou Mira, começando a fuçar nas gavetas, junto com Rem.

Elas reviraram o quarto inteiro, mas não encontraram nada.

— Acho que você era mais gulosa do que ele! — disse Rem, tentando fazer uma piada.

— Isso não tem graça! — retrucou Mira, batendo o pé no chão, visivelmente irritada.

De repente, uma parte do teto desabou e caiu na cabeça de Mira.

— A casa tá caindo! — gritou Mira, com dor.

— Não é isso, olhe lá! — disse Rem, apontando para algo no teto.

Mira olhou para o que havia caído.

— O que... Kay? — exclamou ela, olhando a madeira que agora estava visível.