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Dama Blindada e o Abismo do Quarto País (Português)
XVII O RENASCIDO E A GUARDIÃ DA CHAVE.

XVII O RENASCIDO E A GUARDIÃ DA CHAVE.

Os dois notam um brilho vindo de Isaac, e seu pingente então sai de seu pescoço e flutua até Beblood. O pingente se estilhaça, tornando-se uma esfera de luz que então adentra no mesmo. Alexander e Dark, impotentes por estarem fracos, apenas podem observar o que acontece, e naquele momento parecia que o fôlego de vida havia sido assoprado em Beblood. O mesmo se levanta, olhando para os dois.

— Como é maravilhoso estar de volta, são tantas lembranças, tão motivadas! Hahhaaahhaaa!!!

Um sorriso de orelha a orelha se forma no mesmo.

— Como você ainda está vivo? A Espada destroi tudo de maligno. A voz trêmula e assustada de Alexander diz essas palavras, ele mal tem forças para falar.

— Este não é Beblood, seus olhos são diferentes... NÃO PODE SER ELE!!!

— Isso mesmo, Dark, eu não sou ele, mas tenho suas valiosas memórias. Você sabe muito bem para alguém tão fraco... Uma espada tão útil, a usarei para concretizar o plano, mas da minha maneira agora.

Um trovão demonstra o início de uma chuva de sangue que começa a cair. O ser que agora reside em Beblood não parecia ligar para o lugar estranho em que estava. Como poderia ser possível? O pingente de Isaac, que foi presenteado por Draco, Alexander não deixava de pensar isso enquanto nem mesmo sentia seu corpo.

Ele então puxa a espada de Alexander como se estivesse usando telecinese. Dark solta Alexander, que desaba, e ela vai na direção ao mesmo. Ele se afasta, empurrando-a da mesma forma que fez com a espada, a fazendo cair em cima de Alexandre. O rosto de Beblood se desfigura como uma TV em interferência.

— Meus poderes ainda estão se adequando, mas ainda estou muito fraco sem as seis partes...

O mesmo pega a espada lendária e a crava no chão em excitação.

— Há algo que o rei não sabia... Os contos antigos diziam como abrir a chave.

Ele então pulsa sua mão contra a espada, fazendo com que ela se sobrecarregue de energia maligna quanto luminosa.

— Ele vai sobrecarregar a lâmina, gerando uma explosão e, se acertar, vai mandar esse castelo cheio de demônios para seu mundo... Os tipos de seres mais fortes daqui!!! Eles já estão adentrando e chegando até aqui mesmo, posso senti-los...

Dark, em cima de Alexander, o envolve com suas asas para protege-lo, enquanto o ser misterioso começa a rir, a porta se abre com varios seres correndo até a sala, mas tudo desaparece quando um clarão como uma explosão consome a todos.

...

Alexander então se vê aos pés do penhasco em que se precipitou. Ele nota Dark acima do mesmo, deitada sobre ele, estando fraca e machucada. Ele olha para suas mãos, por não as sentir, e nota o quão esbagaçadas estão e como sua pele está queimada. Sem forças, ele olha em volta e vê que está de volta ao mundo normal e descansa sua cabeça, deixando-a cair para baixo.

— Que bo-nito é o s-eu mundo... Eu estou cansada demais... Me deixe fazer isso...

Ela então começa a atravessar Alexander, entrando dentro do mesmo. Ele se mexe confuso, e então ela diz dentro da sua cabeça:

“Alguns demônios têm poderes de possessão e eu estou dentro de você... Mas não vou controlá-lo, acho que é melhor assim, pois causaria problemas se me vissem.”

Ela se cala e Alexander faz o mesmo.

“Onde está o corpo de Isaac? Que droga... Eu mal pude olhar para ele e me despedir... Eu matei meu próprio irmão.” Ao dizer isso, Alexander começa a chorar, mas ele sente que não são só as suas lágrimas.

...

— Aonde vamos, mestre? Todos estamos reunidos aqui por ti, todos os Rah, exceto Nefasto Rah, que foi eliminado por aquele humano que desapareceu com Dark. Faremos a tua vontade.

Todos eles se curvam em temor ao seu senhor, e seus rostos demonstram como estão cheios de lealdade.

— Estamos em uma parte abandonada pelos humanos. Aqui costumava ser um local no qual eles se reuniam, e é rebuscado o bastante para nós.

Ele se sentou em um trono com gravuras de serpentes que havia no templo, que foram um pouco destruídas. Todos estavam à sua frente e o rosto de Beblood era de satisfação.

— Outros de nós estão ao redor do local para garantir a segurança. Duvido que algum ser humano ou qualquer ameaça consiga se aproximar e ainda continuar vivo, Dark não nos incomodará.

Beblood se levanta com um olhar sério e diz alto o suficiente para que os outros ouçam:

— Dark nos traiu, pois estava loucamente atraída por seres humanos e prejudicado por sua conexão com esses seres nojentos. Eu, como rei, não deixaria tal coisa acontecer. Eu não sou como uma fraca princesa, mas nós não vamos atacar os seres humanos deste mundo como animais e sim utilizando a inteligência. Uma guerra maior do que todas que existiram em anos surgirá. Eu morri como Beblood e renasci como o maior!!! Curvam-se diante de Nicolau Flamel, Senhor da Imortalidade!!!

Todos os soberanos do inferno se curvaram diante do mesmo, e todos os outros demônios que escutaram apenas se curvaram em louvores ao seu líder. Havia felicidade e força em seus louvores.

...

Alexander então acorda sendo levado em uma maca hospitalar. Seu olhar zonzo não o faz enxergar bem, enquanto Eva e Draco o acompanham. Sem entender nada, ele escuta uma voz abafada junto a uma luz forte que o deixa um tanto cego quando atravessam uma porta.

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— O senhor vai ficar bem, Alexandre, eu sei disso!

...

— Ouça bem, equipe, pois o líder, Alexander, não morreu como pensamos há três semanas atrás. Eva e Draco o resgataram caído no fim do penhasco quando estavam fazendo uma missão de reconhecimento e buscando se ainda havia inimigos no perímetro. Como eu estive sendo a líder de vocês com a ausência do general, com muita felicidade venho dizer que ganhamos o território, mas também o mesmo venceu a morte e está aqui. Mas, infelizmente, Alexander está completamente ferido e não irá se recuperar tão cedo, e há riscos severos por seus ferimentos.

Todos olharam animados e incrédulos, mas sabiam que seu líder estava vivo, e isso proporcionou mais uma vitória do sexto país. Mas mal eles sabiam da guerra que estava por vir. Será que seus corações estavam prontos para isso?

Alone, depois de falar com a equipe, sai da sala e vai até a sala em que Yellow marcou uma reunião com a mesma. Sentindo-se nervosa, ela adentra, observando a presença de Yellow, que era um tanto séria.

— agradeço a ajuda de vocês do sexto país e por ganharmos o combate. Em anos, não foi possível derrotar Nefasto Rah, mas isso se tornou possível graças a Alexander. É uma pena que eu não posso agradece-lo pessoalmente. Agradeça por mim. Duas baixas importantes foram evidenciadas: o nosso general provisório e Isaac, que era proveniente de sua equipe. Eu sinto muito, mas não é a respeito disso que a chamo, afinal de contas.

Yellow se vira de costas ao dizer isso. Ele parece um tanto nervoso, e Alone o responde, mas, por seu nervosismo, sua voz mal pode ser ouvida, fazendo um som estranho.

— E o q-que seria, senhor?

Yellow fica com a palma da mão em seu rosto refletindo, mas logo começa a dizer, ignorando o nervosismo e despreparo de Alone.

— Sei que a guerra não acabou. Precisamos afastar todos os demônios de nosso território e reconstituir as barreiras. Preciso mais de sua ajuda e ainda mais agora que Alexander não pode lutar. Mas a senhora ainda está aqui. Se a batalha for perdida, nós seremos completamente condenados...

Alone continua nervosa, mas logo pensa em Albert e Alexander na forma como se portavam. Ela logo limpa a sujeira inexistente de seu traje e começa a falar palavras que brotam de sua mente e escorregam até sua boca.

— Eu aceito com uma condição, pois já deveríamos estar em nosso país. O piloto está doente e o pior, nosso general está muito machucado. Eu apenas entrarei em combate se Rebecca estiver presente e se chegar junto. Não haverá mais oportunidade para as criaturas, e também a morte de um dos nossos foi desnecessária, pois poderia ser evitada.

Yellow aperta sua mão, e Alone sente um nó na garganta, mas se mantém firme, tentando imitar a forma como seus superiores se portam.

— Entendo suas condições, Alone... Passar bem.

Ela sai da sala agora, andando com sua postura correta e sem estar nervosa. “Por que imitar Alexander é tão complicado? Esse bagulho me estressa, pois eu não sou general e nem nada, mas por eles eu preciso ser... Nem quero imaginar o que esses otários fariam conosco sem uma figura forte para nos proteger, e eu tenho que ser isso”.

Ela, cheio de suas dúvidas, caminha até a ala onde Alexander estava no hospital e adentra ao local tingido de verde e um tanto improvisado com médicos arcanos. Ela se aproxima e abre a porta. Ela se assusta ao ver subitamente os olhos do mesmo se abrindo, a encarando. Seus olhos parecem sem vida e parecem que ele está dormindo acordado. Ela se sente assustada, mas se aproxima.

— Alexander, eu não sei o que fazer. Nós não podemos ir à guerra sem o senhor. Estar no seu lugar é demais para mim. Eu não sou forte como o senhor e nem capacitada como um líder. Eu acho que apenas menti para Yellow e fingi ser você.

Os lábios do mesmo se abrem com dificuldade e seus olhos brilham um pouco de cor negra, mas ele fecha os olhos. Isso espanta Alone, mas logo Alexander diz, com uma voz rouca e sem forças:

— Há uma guerra maior do que essa que vocês estão enfrentando, algo bem pior. O senhor do inferno caiu, mas algo... Algo o fez renascer. O país será atacado por um exército infernal. Pessoas morrerão, guerreiros poderosos cairão. Eles destruirão primeiro esse país e depois... e depois. C of, cof.

A voz do mesmo começa a falhar e ele começa a tossir, mas se recompõe para falar. Alone se mantém apreensiva e atenta, mas há algo em Alexander que a incomoda.

— Nós não podemos nos recuperar a tempo, mas a espada sagrada... A espada lendária está no penhasco, garota... É a única ajuda que posso lhe fornecer no momento.

Ela fica espantada com as palavras de Alexander e até gagueja quando reage a isso.

— E-eu com a sua espada? E-eu não sou forte o suficiente para isso.

— Você deverá se tornar forte ou morrerá... a escolha é sua.

Alexander, ao dizer isso, retira seus curativos, mostrando suas queimaduras e todo seu corpo destruído, e fica com os olhos fechados, permanecendo quieto em um sono profundo. Ela tenta o acordar novamente, mas é interrompido pela médica, que diz que o mesma necessita de descanso e a expulsa da ala médica sem mais nem menos. Fora da sala, ela observa suas mãos e diz:

— Eu vou procurar a tua espada!

...

Ela então estava vagando pela neblina sem rumo, mas com algo em mente. Quanto mais andava, mais se aproximava dos pés da montanha. “Chega a ser irônico isso tudo, Alexander me desprezou se identificando como uma montanha perante a mim, mas foi aqui que ele quase morreu”...

Alone olha para cima enquanto divaga em sua mente, lembrando da luta na qual foi humilhada pela espada de Alexandre. Ela permanece receosa pela escolha do mesmo em deixar a espada nas mãos de quem foi derrotada pela mesma. Mas há algo dentro de si gritando para provar que pode ser mais forte, ser uma general, e ao olhar para cima, presa no desfiladeiro, ela nota... Lá está a brilhante espada presa ao penhasco.

“A quanto tempo esperei por esse momento! Todos achavam que eu estava alienado; todos concluíram que eu estava morto. Imagino que fui esquecido em consequência do tempo, mas aqui estou, de volta em uma nova era. As criaturas se curvam diante de mim, assim como todos devem se curvar. Eu vou reescrever a história, moldar o ser humano e mostrar como somos fracos e quebrados a esse limitador natural. Podemos ser fortes; eu demorei para saber a verdade. A verdade é que a Pedra Filosofal nunca existiu, mas ela ainda existe no inconsciente de todos... Fortalecer o ser humano e vencer a morte é a minha Pedra Filosofal. Eu venci a tão maldita morte e a desgraça do tempo. Eu sou a luz na escuridão e a escuridão na luz. Serei o novo Adão, serei o novo homem para uma terra próspera, sem fraquezas... Mas a carapuça de Beblood, por enquanto, me cai bem”.

Ambos os lados da moeda criam seus motivos para lutar e se preparar para a guerra evidente.

— Eu, Alone... Não, Eclipse, usei a tua lâmina, meu senhor. Vencerei aqueles que são nossos inimigos. Sua luz pulsará junto ao meu eclipse; a sua fé em mim não será em vão. Nosso plano estará completo e voltaremos para casa.

— Eu, o alquimista mais poderoso, usarei a tua lâmina negra, meu receptáculo. Teu corpo morre enquanto eu o uso, mas sei que venceremos aqueles que irão contra o meu plano. O seu plano a mim já não tem valor, mas é apenas um dos degraus para o meu objetivo. As suas trevas pulsarão junto com minha alma. Meus estudos e esforços não serão em vão; tudo estará completo e logo eu encontrarei a verdadeira imortalidade.

Carlos Eduardo Rosa:

Chegamos ao fim de mais uma jornada, e eu gostaria de aproveitar este momento para agradecer a todos que chegaram até aqui e que se interessaram por esta obra. Cada personagem e vivência da história tem um pedacinho de mim. Não sei bem como, mas Eva reflete tanto de mim e de alguns problemas que tenho enfrentado. Em meus momentos mais solitários e dolorosos, escrevi cada palavra deste livro. Desde 2022, tenho me esforçado para colocar em palavras o que sinto; foram tantas versões, e até me lembro que em uma delas Draco era o protagonista. Mas chega de bla bla bla. Vamos ao ponto certo: se essa realidade lhe decepcionou como me decepcionou, explore outros mundos através da leitura. Entre no universo mágico e fictício que inspira nossos corações, empunhe a lâmina mais afiada e brilhante, chamada esperança. Um abraço do seu autor preferido. Carlos Eduardo Rosa...

...

FIM

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