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XIV - ADEUS MEUS COMPANHEIROS

Todos foram acomodados em quartos separados, um local com uma sala, cozinha e banheiro improvisado o qual tinha quatro quartos e havia outro local tão improvisado quanto o mesmo, e ele foi ocupado pelos homens enquanto as mulheres eram juntas, colchões no chão frio eram a sua nova cama.

Eva então estava sentada no sofá velho da sala... Calisto, Lilih, Selena e Fillipa também estavam próximos enquanto conversavam.

“Qual relação o papai tem com esse país? Chega a ser estranho como eu mal conheço ele.”

— Eva, você ficou tão parecida com o papai naquele uniforme, até mesmo o representante viu como você é forte.

— Verdade, professora Lilih, é incrível como eles notaram ela, você foi reconhecida por um superior.

Eva olha um tanto confusa e se pergunta por que ela estava chamando sua irmã assim.

— Professora Lilih!? Você não está aproveitando muito disso?

Calisto solta uma risadinha com a dúvida de Eva.

— Ela é uma aprendiz de sua irmã, por mais que ela diga para a mesma não a chamar assim, ela insiste nisso.

Lilih olha um tanto incomodada mas solta uma risada um tanto nervosa. Selena então sai de seu silêncio e diz:

— Nós duas fomos criadas assim, meu pai sempre me ensinou a tratar dessa forma os nossos líderes e eu sei que o pai de Fillipa fez o mesmo.

Lilih olha incrédula.

— Você até parece seu pai falando assim... Dá até medo.

— Não liga para ela, Selena, digamos que seu pai era um pouco carrasco com nós duas.

Selena olha sério e com convicção.

— Eu conheço vocês duas, ele dizia sobre vocês e como era ser mestre de todos vocês.

Ambas olham apreensivas para si, Calisto tenta mudar o assunto.

— Err... A gente entra no campo de batalha amanhã, né? É uma pena que Kaiki não vá, ele é tão forte.

— Eu não sei como o mesmo está aqui sendo um doente.

As outras olham apreensivas e Lilih coloca uma mão no braço de Calisto. Eva percebe a situação e diz:

— Eer... err... Espero que tudo dê certo, acho que já vou me deitar pois vamos acordar cedo amanhã.

As outras concordam e Eva vai direto para seu quarto.

“Essa Selena é um tanto arrogante, imagino que ela puxou seu pai como Lilih mostra, parece até uma velha rabugenta falando... Eu espero que amanhã dê tudo certo, tudo está indo mais rápido do que eu pensei, a guerra faz com que as coisas sejam sem planejamento, queria pensar o que o papai faria no meu lugar, se ele iria se preocupar em como seus poderes se sairiam na guerra, não quero me deitar no chão e agonizar e em seguida ser empalada por uma espada. Mas Draco estará ao meu lado”.

...

— Como pode, Salazar... Como pode destruir todos eles? A vitória deveria ser minha.

Ela então observa todos os seus soldados empalados à sua frente em estacas de ferro por todo lugar, quilômetros de soldados empalados enquanto Salazar caminha em sua direção. Não há como escapar pois um dos espinhos atravessou sua perna.

— Você se acha mais forte, Alice? Destruir o meu exército é vencer para você? Eu sou o ferro absoluto e você não passa de uma pequena fagulha de fogo, e não é suficiente para me derreter.

Alice tenta se soltar mas não é suficiente enquanto ele vem até ela andando enquanto há vários corpos empalados atrás, enquanto os olhos de Alice brilham em terror.

— Não me mate, irmão, somos do mesmo sangue, me perdoe por tudo!!!

— Então minhas mãos se sujarão com o meu próprio sangue...

Salazar se aproxima e tenta golpeá-la, mas não é o suficiente.

— AINDA NÃO, AINDA NÃO IREI PERDER PRA VOCÊ!!!

A escuridão foi a última coisa que o mesmo viu, seu ferro se derreteu como nada, tudo que ele podia ver era a chama negra.

...

Eva acorda aos gritos e cai da cama.

— Mas o que porra foi essa!?

Lilih acorda rapidamente e vê que Eva está no chão mas se acalma ao ver que ela estava tendo pesadelos novamente, ela então diz com uma voz cansada:

— Você está bem, Eva? Você está sonhando de novo?

Eva se levanta e senta na cama, mas logo percebe Calisto na porta do quarto junto com Alexander. Lilih explica toda a situação e eles saem do quarto. Alexander parecia um tanto estressado e murmura algo sobre não conseguir dormir mais e que ainda faltava uma hora para a missão.

— Eva, o único pesadelo é imaginar como Rebecca se tornou a mão do rei... Ela parece ter a mesma idade de Fillipa e, pelo que parece, o posto dela é maior que o nosso... Não é boa coisa.

Lilih deita a cabeça de novo no travesseiro e parece desligar pelo seu cansaço. Eva ainda parece pensativa por seu sonho, mas aceita que tudo aquilo não era real.

...

— Hoje, Sexto País, estamos todos aqui juntos nessa sala, mas logo estaremos no campo de batalha. Martin confiou a mim para ser o líder de vocês e honraremos sua escolha. Tá na hora da gente mostrar para aqueles demônios como seis mais quatro é dez!

Todos olham inspirados por Alexander e jogam o cansaço e sono de lado. Nem mesmo noites mal dormidas poderiam impedir esse momento. O medo poderia pulsar em seus corações, mas a força de seu espírito era admirável.

— Todos serão divididos em grupos. A partir de agora, esqueçam seus nomes, pois tudo isso é irrelevante no campo de batalha.

Alexander então diz como os grupos se formarão e como todos serão chamados.

— Vento Norte (Calisto) e Vento Sul (Ryan), vocês serão como o vento. O Vento Norte e o Vento Sul congelarão todos que atreverem a nos desafiar.

Isaac então o atrapalhou que o mesmo estava falando.

— E eu farei time com quem? Já que minha dupla está de guarda.

— Bem lembrado, como Raviel não está no hospital com Kaiki... você fará dupla com Arthur.

Isaac solta um sorriso ao ouvir essas palavras, até parece que o mesmo está feliz por Raviel não ser mais a sua dupla.

— Estripador (Isaac) e Detonador (Arthur)

— Tornado (Fillipa) e Acelerada (Lilih)

— Lendário (Alexander) e Agarradora (Selena)

— Dama Blindada (Eva) e Amaldiçoado (Draco)

— Todos esses são os nossos guerreiros!!!

Todos começam a ir até seus quartos após o sinal de Alexander, mas Draco chama a atenção de Isaac.

— Ei...

O mesmo olhar com um olhar de repulsa, mas isso desaparece ao ver que Draco está tirando algo do bolso.

— Seja rápido, Draco...

— Felix me pediu para entregar algo pra você.

Ele então estende a mão para Isaac e entrega um tipo de pulseira de cobra. Isaac a coloca em seu braço, mas há algo que o incomoda.

— O que isso faz?

— Ele disse que era um amuleto que protege quem usa... Já que ele não poderia vir, achou que seria melhor para você.

— Obrigado, Draco. Me desculpe se fui meio chato no início, mas há certas coisas que não estão me deixando bem... Pelo menos Felix se importa comigo.

Draco parece um tanto confuso, mas toca o ombro de Isaac.

— Não se preocupe, pois geral vai estar lá e creio que vamos cuidar uns dos outros.

— Que seja.

Isaac tira a mão de Draco e sai andando, com o pingente brilhando em seu pulso por suas gemas.

...

Todos estavam juntos em uma sala um tanto abandonada e empoeirado. Um superior os observa. Eva estava usando seu sobretudo, sua espada presa em sua cintura. O brilho do uniforme preto e amarelo do Sexto País era inigualável. A armadura de Alexander brilhava, e todos estavam lá com suas armas e uniformes. As armas que Alexander lhes entregou os tornaram definitivamente guerreiros de verdade.

— Não sabia que ainda possuíam um teletransportador desses... Achei que já havia desaparecido há muitos anos.

Alexander estava tentando evitar dizer que seu país possuía um desses. Informações são importantes e ele queria que os outros entendessem isso, então todos permanecessem quietos.

— Nós vamos ligar e vocês serão enviados a uma base na entrada da capital... Tome cuidado, pois a capital está localizada no topo de uma montanha e, em torno da mesma, estão as bases... A escada principal para subir foi destruído, mas creio que há outras formas de chegar.

— Entendo, senhor, creio que estamos muito longe da capital e até seria uma desvantagem.

O homem à sua frente faz um olhar sábio e diz:

— Exato, a capital está a alguns quilômetros daqui.

Ele então começa a ligar a máquina e a mesma acender um portal à sua frente.

...

Eva então levanta do chão após abrir seus olhos meio zonza.

— Argh. Eu odeio teletransportadores.

Alexander também se levanta, mas o mesmo parece furioso.

— Cadê os outros? Essa porra de lata velha deixou deixou os outros?

Eva olha em volta e apenas nota Isaac, Draco e Alexander, que estão surtando pois os outros foram deixados para trás.

— Tá tudo bem, Alexandre, ainda bem que ninguém foi machucado na viagem.

— Tanto faz, Draco... Os outros ainda vão nos encontrar mais tarde se virem caminhando, essa droga de teletransportador tá quebrada.

Alexander chuta a lata velha na sua frente.

— Vamos juntos escalar até a capital.

Todos eles saem da base velha e vão até a superfície. O sol os cega um pouco, mas tudo que veem em volta é morte e destruição. A escada da entrada estava lá os esperando, é possível ouvir tremores do topo do monte.

— Lá em cima.

Eva aponta e eles começam a subir a escada de pressa. Ela parecia uma tanto rígida e quase os pedaços, mas era o suficiente para que eles pudessem subir. Eva se sente apreensiva, mas expulsa pensamentos ruins. Ela então se aproxima mais dos outros até que, depois de subir bastante, o problema surge.

— Parece que a escada maldita foi destruída por aqui...

Alexander então mexe a cabeça com desaprovação e pula por alguns restos da escada e sobe rapidamente. Os outros fazem o mesmo, mas Eva apenas os observa.

— Vamos, Eva, se continuar parada aí nunca vamos chegar. Honre o antigo dono desse sobretudo!

Eva então pula pelos destroços, mas os mesmos começam a se quebrar. Ela dá outro pulo desastrado e quase cai chegando até a outra parte, mas Alexander a segura.

— Você tem muito o que aprender.

Eles voltam em seu ritmo acelerado, subindo as velhas escadas e passando pelos destroços. O topo do monte é o seu objetivo e de todos que estão ali. Alexander desacelerou o ritmo e parece pensativo.

“Poucos de nós estamos nessa missão e, por enquanto, não quero reviver aquilo do passado. Não quero a morte de meus aliados e, ainda mais, que sou o general. Mas é passado... Espero conseguir proteger principalmente Isaac... Mas agora tenho uma montanha para escalar e não tenho que ficar pensando nessas baboseiras”.

Todos eles chegam até o topo. Tudo que ver é a destruição, o rastro de fogo que paira sobre tudo, gritos de guerra e gritos de medo... Não há dúvidas de que a capital está sendo engolida por fogo e sangue.

— Eu não queria, mas esqueçam os nomes e funções que eu disse. Aquilo tudo não importa agora... Protejam suas vidas como se fossem o bem mais precioso para vocês. Draco vai ir com Eva para o campo de batalha enquanto eu e Isaac vamos juntos.

Isaac solta um rolar de olhos, mas Alexander continua dizendo:

— Não vá fazer escolhas erradas, irmão. Há mais do que contendas em jogo. Eu e Isaac vamos na frente e você e Draco vão depois.

Eva afirma com a cabeça e então Alexander parte correndo com Isaac para o campo de batalha. Eles adentram a uma rua destruída indo até onde o combate está acontecendo. Demônios destruindo a cidade e brigando com outros guerreiros podem ser vistos a níveis de poderes estrondosos.

— Confie em mim, Eva, juntos seremos uma dupla imbatível. Não me deixe se perder em meu ódio... Se algo acontecer, me dá umas pancadas na cabeça para dormir.

— Se você diz... Eu farei, mas agora vamos.

Os dois correm até a cidade.

Humanos destruindo demônios podem ser vistos. Os guerreiros gritando de satisfação ao ver que todas as criaturas daquela área foram destruídas. Sangue negro por todo lado, fundido ao sangue vermelho. Civis feridos podem ser visto fugindo. Eva se espanta ao ver que isso não é um campo de batalha como os das escolas, mas na verdade um abatedouro de homens.

Uma voz chama a atenção de todos ao marcharem para frente. O pior de tudo é o que estava à frente. Haviam ganhado território, mas o que estava à frente era pior.

— Acham que venceram por destruir o mínimo do meu exército? Vocês são fracos o bastante para acreditar nisso. A luta de verdade começa agora... Exército contra exército!!!

Alexander e Isaac vão para frente do exercito, eles chegam perto de um homem todo armadura dos pés a cabeça. Seu rosto não é visível ao usar seu elmo prateado... Ele não tem nada de especial, mas parece ser influente. Ele os percebe e fala baixo com ambos, enquanto os seus homens trocam ofensas com os demônios.

— Vocês vieram em menor número, certo? Meus observadores disseram que são quatro, por acaso houve algo na escalada?

Alexander olha com um olhar de poucos amigos e o responde de forma crua.

— Houve um problema com o teletransportador, mas vamos resolver isso. Os guerreiros que tenho aqui são suficientes. Eu, general Alexander, estarei com meu irmão Isaac ao seu lado na batalha.

O homem toma a frente e olha nos olhos de todos os demônios. É de se intimidar, mas logo seu olhar paira para o alvo que está à frente de todos... Nefasto Rah, o crepúsculo, o general infernal.

— Escutem, criaturas! O Quarto País veio para derrotar vocês!!!

E Alexander, junto com ele, diz em uníssono:

— Escutem, aberrações! O Sexto País veio detonar vocês!!!

Eva e Draco estão na parte de trás, observando junto a outros guerreiros que tremem na presença do inimigo e seu exército, mas todos se mantêm firmes pela presença dos generais. Há uma dúvida que pulsa em Eva.

— Que criatura é essa, Draco? Esses são demônios muito mais fortes do que os que já enfrentamos.

Os seres à frente de todos são criaturas de pele negra como o ônix lapidado. O brilho dos seus olhos amarelados é como o de uma lua cheia. Gigantescos humanoides com chifres, especialmente criados para lutar. Os humanos proximos dessas máquinas de guerra são como nada. As armas que empunham em suas mãos são destrutivas: espadas, lanças e garfos. Mas há algo que os difere dos humanos: seus rostos horrendos com um sorriso distorcido, suas garras com energias malignas que pulsam de forma excitante pela êxtase da batalha.

— São sim, Eva, e pelo que Ryan já me disse... Aquela é Nefasto Rah, um dos demônios mais fortes que conhecemos. Me dá medo pensar que é ela, mas por que ela estaria aqui? Ryan me disse que foi ela quem perfurou o peito de Kaiki no passado e é isso que as histórias dizem.

Os olhos de Draco tremem, mas ele tenta se manter firme. Ele fica ao lado de Eva, empunhando seu porrete de madeira. Eva fecha os punhos. Então, Alexander, Isaac e o general Taylor, avançam na direção de Nefasto Rah, gritando. Ela vai contra eles e seus golpes geram um impacto que os faz voar até um altíssimo prédio, eles somem da visão de todos. A batalha então começa com todos os guerreiros correndo em direção aos seus inimigos. O impacto se tornou o gongo para se iniciar o massacre.

Stolen story; please report.

Explosões desferidas pelos seres a toda parte levantam a poeira para cima, fazendo com que nada fique visível em alguns metros. Tudo o que pode ser ouvido é apenas o som de espadas batendo e gritos destinados à morte. Draco fica atrás de Eva, em guarda junto a ela, enquanto estão em posição de batalha. Eles permaneceram sem atacar pela falta de visibilidade. Eles definitivamente não estão prontos para lutar.

— Por que está sem sua espada, Eva?

Eva tenta ignorar o fato de ela não ter a empunhado, mas logo ele ignora isso ao ver um inimigo vir em sua direção.

— Estavam se escondendo? Me faz querer os nec...

Draco, cheio de raiva, empunha seu bastão e vai na direção do demônio à sua frente, que se defende usando sua espada como um escudo.

— Vocês estão tão desesperados que usam um pedaço de madeira para lutar contra mim!?

O bastão de madeira é oprimido pela espada, que o empurra para trás. Eva então desfere um soco contra o inimigo, o afastando e o desequilibrando. O inimigo se segura, enfiando a espada no chão e recuperando seu equilíbrio, mas logo Draco começa a brilhar em verde e anda na direção dele, estalando violentamente seus dedos.

— E que tal uma briga de cachorro grande?

— Cai pra cima, humano.

Draco avançou em direção ao inimigo, armando um soco, mas logo é surpreendido ao ver que seu soco foi facilmente segurado pelo inimigo. Eva até tenta desferir um soco contra ele, mas não faz efeito, e ele então começa a apertar os dedos de Draco, fazendo-o gemer de dor.

— Essa é a diferença de humanos para demônios... Vocês são frágeis demais.

Draco, então, com sua outra mão, golpeia o demônio com um soco que o faz grunhir de dor. Eva se espantava com o rosto de Draco, que estava completamente tingido de verde esmeralda, seus olhos tortos e com uma pitada de insanidade, em seus dentes, presas tão afiadas quanto lâminas.

“Eu assumo daqui, garoto... Você não está cansado de ser tratado feito lixo? Você não se lembra do que você chamou de família fez? Me dê o controle, Draco!!!”.

“Eu não quero que você machuque todos à sua volta!!! Eu acabo com esse demônio sozinho”.

Eva se mantém afastada de Draco com medo de que ele perca o controle. Os olhos dele parecem vazios e pensativos. Um soco contra o rosto do mesmo o joga contra o chão. O ser caminha e vai até sua espada, tirando-a do chão.

— Nem adianta impedir, garotinha, eu vou destruir essa aberração humana. Não há espaço para você em nenhum dos lados, que tipo de merda é voce? parece conosco, mas é como eles... Me da nojo!!!

A voz na cabeça de Draco ainda continua a atormentá-lo, e ele permanece dentro de sua mente.

“Podemos impedir qualquer um juntos.

“Mas eu sei que você vai matar qualquer coisa a sua volta sem parar... e eu não quero isso!”.

“Formemos um trato... Eu não mato pessoas, apenas demônios. Mas você vai me deixar no controle por um bom tempo...”.

O demônio ergue sua espada para golpear Draco e, quando vai desferir o golpe, Eva pula na direção do mesmo, mas é recebida por um soco de esquerda, jogando-a contra alguns escombros da cidade destruída. A lamina da espada paira até o rosto de Draco, mas...

“Eu aceito!!!”.

Draco então segura a lâmina do inimigo com sua mão e a despedaça com um aperto. O demônio olha chocado e, então, Draco avançou em sua direção. O inimigo segura as mãos de Draco, mas ele começa a gemer alto, fazendo força.

— Que força é essa!?

Draco começa a arrastá-lo para trás com força. Os pés do demônio parecem deslizar sobre o chão. Eva então os perde de vista na nuvem de poeira. Ela para, respirando e descansando um pouco, mas logo pode ouvir gritos em meio a vários outros. Há um, em particular, que chama sua atenção. Vários guerreiros podem ser vistos passando por ela, até mesmo seres que às vezes tentam golpeá-la enquanto correm por ela.

Eva então limpa seus olhos e corre em direção a um inimigo que encurralava um guerreiro. Ela aproveita que ele está distraído e pula em seu pescoço. Apesar da altura, ela consegue e começa a enchê-lo de socos.

— Me solte, NOJENTAA!!!

Eva continua a socá-lo ao ponto de ele se sacudir e soltar a lâmina. Ela sente seu corpo ser apertado por uma das mãos do inimigo, que a aperta, a fazendo gritar de dor. Mas o guerreiro que estava na frente do mesmo, pega a espada caida e arranca as pernas do inmigo. O corte é tão eficaz que faz com que ele e Eva caiam ao chão. Aos gritos, a aberração sem pernas sacode Eva, tentando enforcá-la. O homem então o finaliza com um golpe na cabeça. Ele observa a lâmina maligna em suas mãos desaparecendo e ajuda Eva a se levantar.

— Agradeço.

Vários guerreiros brigam à sua volta. Eva pode sentir poderes elétricos pulsando ao seu redor, rajadas de fogo explosivo. O calor faz com que ela fique ainda mais invicta que deseje lutar. Mas o que mais pode ser percebido são guerreiros que invocam armas mágicas.

...

— Orah Orah três contra um? Diria que vocês estão em desvantagem.

A figura nefasta à frente ri de forma eloquente e medonha ao ver os olhares de raiva entre os três. Os olhos que carregam o amarelo topázio tornam-se intimidadores em contraste com sua pele obscura, semelhante a uma armadura vibrante em trevas. Com três metros de altura, vistos aos olhos de Alexander, não são nada comparados aos seus míseros centímetros. Mas todo esse pensamento é cortado por Taylor, que está realmente enfurecido, mas sua voz tremula demonstra como ele está nervoso. Mas há algo que o deixa confiante...

— Se-rá mesmo qu-e se trata de uma des-devantagem? Você sabe que vai perder, sua imunda! Não é apenas nós que vamos derrotá-la. O sexto país também está aqui. Eu, general Taylor, o general Alexander Guerra e juntamente com seu irmão Isaac Guerra, vamos vencê-la!

Nefasto Rah fecha os olhos, rindo em desaprovação, mas há algo que aumenta mais e mais o seu sorriso.

— Parece que eu vou ter que aniquilar os últimos dos Guerras igual a cinco anos atrás... Me deixa um tanto mal saber que fiz meu trabalho errado, deixando dois para trás. Mas sabe... É idiotice pura virem escolher o túmulo de vocês justo aqui.

— Como ousa... Como ousa... Como ousa ter matado ela!

Isaac, aos gritos de raiva, convoca seu punhal e vai em direção a Nefasto Rah. Foi o suficiente para isso tornar-se o estopim para que os outros dois atacassem juntos. Todos, em sincronia, vão com suas armas, unidos com suas habilidades de conjuração. Punhal e espadas estavam em direção à sua inimiga. Nefasto Rah defende os golpes com sua espada gigante. É notável uma dificuldade da mesma em segurar o golpe, mas a força da espada dela faz com que eles não possam soltar o golpe. Alexander rapidamente se divide em onze com sua habilidade para enganar Nefasto Rah. Com toda a sua força, ela os joga para trás, afastando-os. Ela olha desnorteada em decorrência da habilidade. Taylor e Isaac estão olhando firmes para a inimiga, mas há um sorriso no olhar deles que a incomoda.

— Acham que ilusões fazem efeito na maior general de toda a ruína? Vocês só podem estar de brincadeira. Matar todos os Guerras não foi suficiente para vocês? Pelo que parece, eu terei que destruir todo esse exército.

— ARGH!

Alexander, estando em suas costas sem que a mesma perceba, a golpeia sem piedade, estocando-a agora com sua lâmina lendária, que parece que a queimada de dentro para fora enquanto está em suas costas. Não foi fundo o suficiente, mas foi o suficiente para fazer com que ela gema de dor. Isaac aproveita disso e ativa sua habilidade, tornando sua lâmina em duas brocas e a golpeando em seu estômago. César, por último, rasga o peito de Nefasto Rah, que cospe sangue negro...

— Como é bom sentir a luz te destruir de dentro para fora! Hahaha!

Ela então criou outros quatro braços malignos de suas costas que estão cheios de cicatrizes, o tamanho excede o normal. Seu sangue negro flui, mas parece que isso não é nada para ela. Ela ignora os danos e, com suas mãos, retira o broca de Isaac e absorve a energia da arma. Então, convoca um fogo negro tão intenso que, que os expurgar, ricocheteia para trás. Alexander e Isaac quase são jogados para fora do terraço. Alexander conseguiu segurar-se no parapeito e, com toda a sua força, agarra seu irmão para que ele não caia prédio a baixo. Isaac estava um tanto desorientado pelas queimaduras em seu corpo. Alexander foi queimado,mas pela resistência de sua armadura ele se manteve inabalável. ele olha para cima e se lembra.

— Taylor!!!

O mesmo caiu no chão, pois o impacto da explosão de chamas o jogou contra o parapeito do prédio, deixando-o desnorteado. Nefasto Rah se aproxima do mesmo e segura seu pescoço. Com um sorriso, ela tira seu elmo para ver o rosto daquele que a enfrentava. O rosto de Taylor é revelado, mas o que mais se destaca são suas olheiras e a cicatriz... A cicatriz em seu olho esquerdo, o seu olho havia sido partido por uma lâmina há muito tempo.

...

— Sabe por que coloquei o seu nome de Taylor? Era para que você fosse forte quanto os donos desse mesmo nome, mas tudo o que se tornou foi uma falha. Tá me ouvindo, Taylor? Tudo o que você faz é uma porcaria. Seus resultados, seus treinos e sua habilidade são uma porcaria... Você nem consegue erguer a sua espada... Você me desaponta.

Seu pai então sai de seu quarto, enquanto desabava tudo que estava no caminho. A batida da porta enquanto ele sai parece ensurdecer os seus ouvidos... Assim como os pensamentos que rodeiam sua cabeça.

— Eu não sou quem ele queria... Eu nunca fui forte o suficiente como meu pai queria que eu fosse... Tudo o que eu tentei foi apenas sonho. Imagino que eu vou morrer nas mãos de um demônio algum dia ou nas mãos dele.

Os sons de seu pai voltando o assombravam até que ele entrasse no quarto com um olhar diferente. Era possível que o pequeno garoto sentisse o cheiro de álcool, mas o pior foi quando ele começou a falar.

— Tá vendo esse meu olho machucado? Foi isso que me tornou um homem de verdade, e tá na hora de você se tornar um homem de verdade, Taylor. Quem seria você no campo de batalha, hein? Seu bisavô morreu nessa porcaria, seu avô, sua mãe, e eu quase fui para o mesmo lugar... Ou eu te faço forte ou você não tem a sorte de voltar em algum combate.

Segurando César pelo queixo de forma agressiva e desajeitada, com uma lâmina ele samba sobre a órbita do olhar da pequena criança que se debatida de dor.

...

Nefasto Rah, com suas mãos em seu pescoço, o enforca e absorve sua energia vital, a curando e retardando o efeito de cansaço da lâmina lendária. O efeito não foi tanto, pois a lâmina não a perfurou o suficiente. Então ela olha para César, que estava enfraquecido, e com o pouco de força que resta, ele diz:

— Desculpe-me, Alexander. Eu não sou forte como pensei. Grandes generais morreram neste cargo, e sabendo que eu morreria, escolhi estar aqui para lutar pelo país e me fiz forte para que a esperança não fosse perdida. Mas não foi o suficiente, pois eu não sou um general de verdade... Eu sou uma falha, eu estava apenas tapando burraco...

Taylor, então, sendo enforcado por sua inimiga, seus braços então soltam as mãos de Nefasto Rah e descansam pendentes sobre o ar. Alexander então joga Isaac de volta para cima do prédio e vai para cima novamente em desespero.

— Papai, você estava errado!!!!!!!!!

Ele então convoca sua espada em sua mão e, ativando sua habilidade, a mesma se transforma em uma pistola mágica e ele a enche de tiros, fazendo-a recuar para cima com seu corpo. Mas, depois de tomar os tiros, ela o acerta com uma voadora, o jogando para fora do terraço. Alexander corre em direção ao mesmo para segurá-lo, mas já era tarde...

A mesma rodopia enquanto cai sem forças.

— Eu coloco minhas esperanças em você, Alexander.

...

Ela, com sua voz distorcida e um tanto sarcástica, diz:

— Olha que fofinhos, os dois aí estavam pendurados. Por que não se juntam a ele? Seria bem melhor, mas não se preocupem que já estarão todos juntos.

Alexander corre na direção de Isaac enquanto Nefasto Rah continua a rir, o que o enfurece cada vez mais. Mas ele não deixa de tentar fazer com que seu irmão volte à consciência. Ele o sacode e Isaac levanta com dificuldade, com seu irmão o puxando pela mão.

— Isaac, apenas ataque quando eu mandar. Não quero movimentos falhos. Me prove que você está pronto para lutar!

Isaac olha com um olhar de confirmação, mas parece estar cansado e ofegante.

Alexander vai em direção à sua inimiga. Os braços dela vão em sua direção. Ele então rola desviando e corta um deles fora com sua espada. A dor de Nefasto Rah quando isso acontece é grande. Sentir isso a deixa cada vez mais furiosa. Ela recua saltando com suas mãos e pega sua espada novamente. Começa a usar suas mãos gigantes para se mover como pernas enquanto seu corpo flutua. A mesma se irrita com fraqueza em seu corpo em decorrência da lâmina.

Alexander avançou novamente até ela e golpeia mais um de seus braços, mas é surpreendido pela sua lâmina a defendendo. Alexander é surpreendido com a segunda mão o agarrando e socando-o contra o chão. Sua espada então é guiada na direção de Isaac, ficando sobre seus pés.

— Isaac, ATAQUE!!!

Ele então, com a espada de seu irmão, mira na direção do braço e desfere um golpe de luz, cortando mais um braço no processo e soltando Alexander. É possível ouvir gritos de dor vindos de Isaac para ativar uma das habilidades da lâmina. Alexander parecia preocupado, pois sabia que o mesmo estava esgotando seus limites. Ele então joga a espada para seu irmão antes de desabar ao chão.

Alexander rapidamente pega a espada e rola, desviando de Nefasto Rah. Ele concentra toda sua energia na espada e corta o último braços com um raio de energia luminosa novamente. Nefasto Rah agoniza por não ter mais os seus braços e despenca ao chão, pois foram partidos os braços que sustentavam seu corpo.

— Chega de brincadeira! É hoje que as Guerras vão reivindicar sua cabeça!

Alexander avança em Nefasto Rah novamente, que golpeia o mesmo com sua espada. Alexander se defende com sua espada e com sua lamina magica, ambas em formato de X. É tão impressionante como ele luta com duas espadas tão grandes. Ela se afastou com um pulo e para olhando de forma ofegante pra ele.

— Já chega! Eu não vou perder novamente!

Seu corpo se transforma, as asas carnicentas aparecem em suas costas, suas garras aumentam cada vez mais, tudo que havia de anormal se torna ainda mais anormal. Diversos olhos trêmulos surgem de seu corpo, sua aparência se torna ainda mais grotesca, seus chifres ficam como lâminas afiadas e seus dentes ainda maiores. Seu corpo definitivamente se torna como o de um gigante, ser demoníaco e aterrorizante.

Ela então abre suas asas no ar, disparando vários ossos pontiagudos na direção de Alexander. Ele desconvoca sua lâmina mágica e começa a girar sua espada em espiral, rebatendo todos os ossos de volta para ela. O mesmo se demonstra formidável. Ela, então, com um grito distorcido, manda os ossos de volta para Alexander, que desvia rapidamente. Ela pousa ao chão, rindo de forma distorcida para ele. Para Nefasto Rah, isso não passa de uma brincadeira.

Alexander avança na direção dela, a golpeando, mas suas mãos seguram a lâmina da espada, puxando-o para perto. Os olhos tremulam em excitação a cada vez que ele está mais próximo. Ela defere um soco contra ele o desnorteando. Nefasto Rah sorri e começa a puxá-lo para perto, como um abraço. Ela queima em um manto de chamas, sua armadura começa a ficar quente enquanto as chamas o envolvem, o deixando toda sua pele queimada. Ela desativa sua habilidade, então vê Alexander com queimaduras em seu corpo. Ela sorriu, pois não o matou por conseguir controlar suas chamas; apenas algumas queimaduras e dor foram o que ele sentiu.

— Apenas os demônios extremamente poderosos podem possuir tal habilidade. Você não é nada, Guerra. Vocês são guerreiros inferiores que possuem armas mágicas. E o que você fará agora que está em minhas mãos? Sua maestria é apenas nada contra nós. Essa sua armadura só deixa mais difícil as chamas o matarem, mas eu quero que voce ferva dentro dela.

Nefasto Rah nota Alexander a olhar, estando enfraquecido, mas ele não solta sua lamina de jeito algum, é o suficiente para que ela se aproxime dos lábios dele, enfiando sua língua gigante em sua boca. Ela então o beija à força, enquanto faz isso, usa suas chamas na lâmina léndaria, enfraquecendo e ofuscando seu brilho, a ponta da mesma parecia estilhaçar em cacos luminosos.

Isaac observa incrédulo ao ver seu irmão nessas condições. Ele fica aterroizado ao ver o guerreiro mais forte ser derrotado.

— Solte-o! Lute comigo e o deixe em paz!!!

O mesmo parece perder sua pose arrogante e permanecer incrédulo. Ele imaginava que era impossível seu irmão perder um combate, mas foi totalmente enganado. Ele até sente as palavras sumirem de sua boca seca.

— Você será o próximo, Guerra. Não importa o que faça, você é apenas um fraco perto de mim e nada mais disso. Sinta-se honrado ao ver ele morrer na sua frente. Não há nada que você possa fazer. Para mim, vocês humanos sempre foram brinquedos, desde a primeira vez que apareceram em nosso mundo!

Alexander estende as mãos na direção de Isaac enquanto ela volta a queimar o corpo dele.

— Me desculpe, Alexander...

Isaac se deixa levar pela raiva e dor que estava sentindo. O sentimento de seu irmão estar morrendo na sua frente começa a pulsar em sua cabeça, uma agonia imensa começa a pulsar dentro de si. Seu coração começa a bater loucamente até que a órbita de seus olhos fica amarelada, e ele solta todo o poder maligno dentro de si para fora.

— Já não importa mais, JÁ NÃO IMPORTA MAIS NADA!!!

Nefasto Rah solta Alexander ao chão e ele, todo lascado, olha amedrontado por ver seu irmão nessa situação. Ele deita ao chão por estar fraco.

— De novo não!!! Eu não vou perder para mais um humano com isso!!!

Nefasto Rah envolve suas asas em fogo e vai em direção a Isaac, o derrubando do prédio junto a ela, e começa a socar seu rosto mais e mais enquanto os dois caem. Isaac então solta asas de suas costas as dilacerando, elecomeça a ter sua pele obscura ao tom cinza. Ele a puxa fortemente mudando a trajetória a jogando contra um prédio. Os dois caem se chocando e caindo dentro de um dos andares. A mesma se assusta com a tamanha brutalidade de Isaac, ela envolve seu punho com fogo e o golpeia para cima. O mesmo vai para cima em um gancho, mas logo voa na direção da mesma que desvia rapidamente com suas asas, por seu medo ela acaba caindo e Ele então caminha até Nefasto Rah que ativa suas chamas, consumindo-o completamente em um turbilhão, mas ele continua andando com dificuldade até se aproximar e segura-la pelo pescoço, golpeando com socos, quebrando todos os seus ossos um a um. Ela tenta reagir, mas tudo o que pode ser visto da órbita do seu olhar é uma poça de sangue. Isaac a segura pelo pescoço e a jogo de volta ao prédio que estava e voa até la com suas asas.

Nefasto Rah então vê Isaac novamente no prédio quando abre seus olhos e tenta se levantar, mesmo com seus ossos quebrados. Ela se assusta com a presença do mesmo e levanta, escorregando por seus ossos estraçalhados. Ela então cai em frente a Alexander, o mesmo que estava encostado na entrada do terraço, ele observa incrédulo e mais ainda quando Isaac se aproxima e quebra o pescoço da mesma. Ele olha para seu irmão com um sorriso maligno enquanto está perto dele, Nefasto Rah já não estava mais viva...

— Isaac, cof cof, pare com isso, por favor, não deixe a corrupção te dominar, a batalha acabou, apenas me escute!!!

— Sabe... Eu sempre esperei todos os dias para esse momento, o momento de ver você morto na minha frente. EU TE ODEIO, ALEXANDRE!!!

Alexander se levanta com dificuldade e pega sua espada. Ela está quebrada e exalando um pouco de energia apenas na sua ponta que foi estilhaçada pelas chamas. É possível ver que sua ponta foi destruída pelo fogo, além dessa parte não resta mais brilho. Seria impossível tirar a corrupção de Isaac agora?

— Mesmo que meu corpo esteja todo machucado eu ainda vou salvar você como eu prometi.

Alexander vai em direção a Isaac e o mesmo avança com ele sobre o ar, saindo de perto dos prédios e subindo sobre as nuvens. Ele é o segura de forma cruel. Alexander tenta perfurar seu irmão com sua espada quebrada, mas com facilidade Isaac a segura com as mãos. Os movimentos inúteis de Alexander não são de nada. Ele então puxa a espada a tirarado Isaac e cortando seus dedos, com dificuldade, ele tamném corta uma das asas de Isaac. Com toda a sua força, ele enfia a lâmina no mesmo, ativando uma de suas habilidades, causando uma repulsão perante o mesmo, jogando-o para cima. Ele ouve os gritos de seu irmão ao cair pela penhasco. Sua repulsão acaba e ele também começa a cair, mas antes que ele feche os olhos enquanto sente a brisa bater sobre si. Não há nada que ele possa fazer; ele já entendeu que está sobre o abismo... Sobre um penhasco que tirará a sua vida.

— Eu me tornei um guerreiro... Fui obrigado a morrer por dentro por meu irmão... Eu sofri um dos maiores sacrifícios de minha vida e toda a minha liberdade por aqueles líderes foi negada... Que jeito mais cruel de se morrer.

Ele então abre os olhos e vê uma imensa luz no final do penhasco e ao nela cair, diz:

— Eu não posso morrer... Eu me nego a morrer!!!

Tudo o que poderia se sentir era o vento e, no fim, a sua morte evidente.

...

— O que exatamente é seu plano para Alexander, senhor Maestro? Por que a ida do mesmo ao quarto país lhe deixa animado?

Maestro a olha enquanto está relaxado com o toque da Harpa de Garvella.

— Ora, só pequena Garvella, o que fazemos com as pedras que estão em nosso caminho? Nós as jogamos para o rio. Alexander é apenas uma peça do meu tabuleiro que atrapalha completamente minhas jogadas. Tal peça forte me desfavorece.

Ela então para de tocar a harpa e olha um tanto pensativa e sem entender as motivações do mesmo.

— O senhor está me dizendo que a morte dele é um tanto benéfico para si? É uma ideia tão boa. Tudo que ele fez foi atrapalhar tudo. Sem ele na jogada, podemos governar sem o idioto do Ferrum colocar o nariz em tudo. Quem sabe ele é o próximo.

Maestro olha extasiado e um tanto ofegante, mas logo a adverte.

— É isso que eu sempre quis, mas não se deixe levar porque pegamos um peixe... Aquele peixe grande está fora de cogitação no momento... Conhecendo Ferrum. Mas pensando bem, chega a ser um tanto irônico que eu falo consigo mesmo. Às vezes parece que você perdeu a cabeça pra mim, garotinha.

O mesmo começa a rir de forma eloquente, e ela, ao mesmo ritmo, se junta a ele.

...

Gritos podem ser ouvidos pela vitória. Com a morte de Nefasto Rah, os vários dias de guerra foram cessados. Os seres malignos foram obrigados a recuar, mas não significa que todo conflito chegou ao fim.

Draco corre até Eva. Ela está sentada no chão, machucada. Parece estar exausta e segurando o braço. Draco então começa a falar, mas sua voz é um tanto estranha e duplicada.

— Ei, garota, cadê os outros dois? Depois que eles subiram, eu não vi mais nada. Nós finalmente vencemos. Se deu tudo certo, eles podem estar bem.

— Depois de tanto quebra-pau, eu nem sequer sei. Eu só quero que as coisas deem certo.

Draco fica ofegante e parece cansado. Ele se ajoelha enquanto a cor esverdeada some de seu corpo aos Poucos. Eva olha preocupada, e um médico se aproxima de ambos, curando as feridas e dores do corpo. Como Eva e Draco não têm ferimentos tão severos, eles ficam melhores.

— Vocês são os guerreiros do sexto país, certo? Mas é claro que são, seus uniformes dizem isso... Mesmo com tropas um tanto inferiores ao inimigo, nós ganhamos. Obrigado por tudo. Meu irmão me disse que só não morreu porque você o salvou, garota. Ele achou tão surpreendente a forma como você grudou naquele demônio pelo pescoço.

—Ah, obrigado. Eu só fiz o básico, mas fico feliz que ajudei e soquei esse bicho até a cuca dele afundar.

Os dois dão risada juntos, ignorando o resultado do caos ao redor de todos. Várias pessoas mortas e corpos dos seres, junto ao seu sangue negro.

— Você sabe o que aconteceu com o nosso líder? Nós estamos aqui, mas parece que ele, junto de sua dupla, não voltou da luta.

O homem à sua frente parece um tanto desanimado.

— A dupla que você diz é aquela que subiu para o prédio junto com o general? Sinto muito em dizer, mas não tenho boas notícias.

Draco começa a se coçar de uma forma estranha, demonstrando estar bem estressado e fica bem apreensivo e nervoso. Ele pensa em Isaac e no amuleto de sorte que foi entregue e em seu líder, Alexander, mesmo que não seja tão próximo. Um medo percorre por ele ao pensar na chance...

— Qual o seu nome? Desculpe se nós não te perguntamos... Draco ainda não se recuperou bem, tudo no seu tempo para dizer o que tem pra nos falar.

— Eu me chamo Orlon. Vou ser direto e não vou enrolar. O general Taylor está morto porque foi jogado do prédio, e pensamos que foi jogado por Nefasto Rah. Eu não achei que ele fosse tão poderoso, mas nunca imaginei que ele fosse morrer. Há rumores de que viram uma outra criatura no terraço, outra além de Nefasto Rah.

Draco cerra os punhos, mas tenta ignorar o que ele está dizendo e vai procurar pelos dois. Ele se afasta, estando pensativo, e Eva permanece curiosa com os fatos, não estando muito bem ao ouvir cada detalhe. Cada descoberta a atinge como uma lâmina.

— O que você sabe do Alexander e do Isaac? Eles estão bem?

— Sinto muito, mas o general foi atacado pelo demônio e foi visto pela última vez próximo ao penhasco. Imagine que ele tenha enfrentado o ser depois que matou Nefasto Rah e o que eu sei sobre o penhasco é que não há como nem mesmo um demônio sobreviver a uma queda desses, a não ser que tenha asas. Eu não sei a altura exata, mas dizem que o penhasco tem centenas de metros. Sinto muito, Guerreira.

Orlon então se despede, mesmo com Eva estando mal pelas possibilidades. Ele tem muito trabalho a fazer como médico, e emoções não podem atrapalhá-lo.

Uma presença dominante se aproxima de Eva. Aquele olhar de novo... é Rebecca.

— Parece que cheguei tarde. Vocês foram realmente eficientes, mesmo em menor número. Fico agradecida.

Eva permanece quieta, olhando para o nada. Draco já havia se distanciado o suficiente. Parecia até que ele estava tentando procurar Alexander e Isaac, mesmo sabendo que não irá os encontrar.

— Ei? Vai ficar me ignorando mesmo, Eva? Acha que eu vou ficar bajulando vocês? Eu já agradeci. Não é como se os outros pudessem chegar rápido, estando a quilômetros de distância.

A voz de Eva até sai com dificuldade, mas ela se agarra em algo inexistente em sua mente e tenta dizer.

— N-não é isso... Alexander... Ele não... Não conseguiu. Ele subiu lá pra cima e depois algo jogou ele do abismo... Eu não consigo acreditar.

Rebecca olha sem entender, mas sem acreditar.

— Acalme-se e diga tudo certo. Onde está Draco e o que houve com Alexander mesmo? Espero que não esteja tramando algo!

— Tramando algo? Alexander está morto e Isaac está desaparecido!!!

Os olhos de Rebecca brilham, e ela dá uma risada em deboche.

—Alexandre morto? Levou tempo, mas enfim já aconteceu.

— O que você está falando, garota? Ele morreu por vocês, e você está metendo o louco?

— Você não entende, Eva? Quem está “metendo o louco” são vocês. E como diabos uma garota do sexto país parece tanto conosco? Somos uma raça de guerreiros tão fortes quanto o fogo, e ninguém se compara a nós. Por causa da forma estúpida que nosso pai governou, estamos aqui afundados no declínio. Eu não me importo se seu pai é poderoso ou se o fracote do Alexander já foi! Tudo o que é mais importante para mim é minha soberania e o império. Talvez o único que está acima disso tudo seja Maestro, mas saibam que vocês são todos os peões do nosso jogo.

Eva calmamente desfere um tapa no rosto de Rebecca. Passos podem ser ouvidos próximos das duas.

— Você não fez isso, fez!? Mas é claro que fez!!!

Mas o olhar de Rebecca muda ao ver Fillipa e Lilih se aproximando, é um olhar ainda pior.

— Vocês estão bem?

Rebecca corta as duas e diz, furiosa:

— Só a vadia da companheira de vocês me atormentando, mas ela vai se arrepender do que fez. Dar a outra face também quando baterem nela? NÃO.

As duas ficam sem entender nada, mas tentam parar o conflito.

— O que você fez, Eva!? Lilih fala baixo. — Bateu no rosto dela!?

— Sinto muito, Rebecca. Ela não fez porque quis, o que talvez tenha acontecido.

Rebecca as afastou com seus braços e vai em direção a Eva, acertando-a com um chute no rosto. Eva não reage, pois não imaginou que alguém baixo como ela conseguiria acertar sua cara. A mesma saltou e acertou Eva com uma voadora.

Eva se mantém em posição de batalha, e Rebecca solta um sorriso. Parece até mesmo que ela vê Eva como um cachorro que não morde, mas Eva a vê do mesmo jeito por causa da sua altura.

Lilih tenta intervir, mas logo é parada por uma gigantesca parede de fogo criada por Rebecca.

— Se aproxime e vire churrasco, sua nanica.

— Eu sou maior do que você viu!!!

Rebecca cria um círculo de fogo entre ela e sua inimiga.

— Fico realmente triste que Alexander esteja morrido. Eu sempre imaginei eu mesma que iria derrotá-lo, mas quem sabe eu derrotar a filha de Hidden já seja de bom agrado... Você não é nada e não vale o esforço. Eu vou derrotá-la apenas com um golpe, não quero acabar com a minha beleza, por nada.

Eva se mantém em posição de batalha, mas tenta evitar ser irritada por Rebecca ou ser tocada pelo fogo. Ela sabe que não tem chances e que fazer aquilo foi uma idiotice, dar ouvidos a uma garota rude e esnobe...

“Eu não acredito que Alexander se foi, mas falar assim dele... Essa Rebecca é uma arrogante. Eva, sua idiota.”

Lilih e Calisto gritam para as duas pararem, mas não podem ser ouvidas pelo barulho das chamas. Outras vozes podem ser ouvidas, mas as duas ignoram.

— Vai me deixar falando e não vai atacar, Eva? Comparada ao seu pai... Eu vejo mesmo é uma covarde.

— Sem todo esse poder, você é o quê? Uma criança?

Rebecca solta uma risada com desdém, mas volta a intimidar.

— Ah! Mostrarei o que eu sou e o que esse poder me torna!

Os olhos de Rebecca começam a brilhar. Ela estende suas mãos para frente. Em torno de suas mãos surgem chamas, que se estendem violentamente por seus pulsos, consumindo-os. O som do fogo estalando é intimidador, parecendo com milhares de gravetos se quebrando. Os olhos de Eva se arregalam, e ela perde um pouco a postura. As chamas de Rebecca alimentam seu corpo, seus cabelos se movem como se estivessem ao vento, e seu sorriso se torna maior que o normal. Ela parece muito mais forte do que antes, uma aura ardente parece exalar de seu corpo.

— Aguenta essa, sua vagabunda alta!!!

Rebecca então solta um soco para frente, desferindo uma grande rajada como um soco flamejante. O golpe corta o ar com um som estridente, e então Eva olha para frente dizendo:

— Soldado Blindado, não... Dama Blindada!!!

Eva estende as mãos para frente como se fosse segurar a rajada e tentar absorver tal energia. As chamadas se proliferaram na direção do seu corpo. Um gemido de dor pode ser ouvido, mas por algum motivo, ela não é consumida pelas labaredas, e apenas o calor parece a machucar. Eva então segura toda a rajada de fogo. Seu corpo se torna rígido, e ela começa a brilhar. O vento então para, e Rebecca a observa.

— O que!?

Eva dispara um soco contra o ar em direção a Rebecca, desferindo uma pressão gigantesca juntamente com as chamas que estavam em sua direção. Ela atravessa sua parede de fogo, e tudo que pode ser visto é o rastro de fogo junto ao vento jogando Rebecca para longe. A mesma tenta se recompor, tentando ficar em pé após a queda, mas não deixa de vomitar sangue e cambalear.

– Blargh! Minhas chamadas como!?

O rosto dela vai ao chão, mas ela ainda está consciente.

— Maldito Soldado Blindado, maldita Dama Blindada.

Calisto corre em direção à mesma direção juntamente com outros guerreiros que estavam no local. Um homem se posiciona na frente de Eva, dizendo para que ela se acalmasse e que parasse com tal comportamento. É um superior e a cara dele não parece nada boa.

A mente de Eva se mantém em choque, mas ela tenta se acalmar após usar sua habilidade. Ela nota Rebecca longe de seu campo de visão, desaba de joelhos, sentada e cansada. Toda a luz da órbita de sua visão desaparece em um redemoinho de escuridão.