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X - O SEU REFLEXO.

— Acorda, Eva, precisamos ir até a sala do diretor. Você tem dormido bem à noite!? — Lilih sacode Eva sem parar até que ela acorde, mas ela parece mais uma pedra do que uma humana em seu estado de sono. — Calisto, acorda essa menina, pelo amor de Deus. — Eva abre um de seus olhos e nota o relógio no pulso de Lilih e se levanta rapidamente. — É hoje a escolha, por que não me falaram? Ela nota que elas já estão vestidas e correm para se arrumar. Lilih e Calisto vão para a porta, pois já estão atrasadas. Eva aparece enquanto tenta amarrar seus sapatos. — O que aconteceu com a parte de baixo do seu uniforme? Calisto diz essas palavras ao ver a mesma com uma calça jeans e um tênis casual. — Elas acabaram sujando e não tive tempo para mandar pra lavanderia. Lilih solta uma risada. — Eva, você não toma jeito, hein? Tomara que não briguem contigo por isso, mas ainda bem que a parte de cima do seu uniforme está bem. É estranho a parte de cima estar limpa e a outra não. Eva ignora os comentários e elas correm até a sala do diretor.

...

Elas veem os outros na frente da sala e cumprimentam Alexander e Kaiki, mas Isaac está longe no corredor até que Alexander o chama para mais perto. — Eu preciso dizer algo importante sobre o nosso destino a partir de hoje. Eva dá um rolar de olhos e os outros ficam com uma cara cansada, pois esperam um grande discurso de Alexander. Apenas Kaiki parece interessado. — Pode me dar uma ajuda, Kaiki? Pessoal, é importante uma escolha certa para que a equipe seja tão forte quanto os perigos que nos aguardam. Não pense que isso é uma colônia de férias. Estamos entrando no fogo para queimar as mãos nele pelo nosso país. Não há como voltar atrás. Escolha o que mais combina com você e suas habilidades. — Eva fica um tanto pensativa, pois suas habilidades são para combates corpo a corpo e de forma defensiva. — Uma coisa que eu sempre penso desde o dia que eu quase morri na nossa capital... Por muito tempo nós tememos os homens e as bestas, mas mal sabíamos que algo surgiria no futuro ao ponto de provocar um temor ainda pior. Homens morrem e envelhecem, bestas podem ser contidos com o arreio, mas as criaturas... Eles não morrem, nem envelhecem, e nem mesmo podem ser contidas. Eles apenas esperam que criaturas como nós se enfraqueçam para que tudo seja destruído. Esperam a nossa morte. Até mesmo os poderosos morrerão. Os eternos sete guerreiros se chamam eternos pois estão vivos em nossos corações, pois eles estão no descanso eterno de todo esse inferno. — Eva nota as palavras de Kaiki, mas ela não deixa de achar engraçada a cara de bobo que Alexander fica ao ouvir todo esse discurso motivacional. Até mesmo Lilih solta algumas risadinhas. Kaiki e Alexander notam, mas ignoram. De certa forma, foi um tanto inspirador, e daqui em diante as coisas vão ser diferentes.

Após todo esse discurso, todos são encorajados a ir para a sala. — Sejam bem-vindos, guerreiros. Imagino que conheço todos que estão aqui, e é uma honra ficar de frente com os escolhidos para a nossa missão tão importante. Hoje vocês vão escolher seus discípulos. É uma forma de que vocês tenham uma dupla inseparável e que deem apoio a vocês no campo de batalha. Eu recomendo que escolham alguém que seja parecido com vocês, digo nas habilidades. — Alexander dá um passo à frente na sala do diretor. — Todos vocês se lembram do incidente no campeonato... Ele foi cancelado e teremos que escolher apenas aqueles que vimos lutar e, como superior, eu escolherei primeiro. — O diretor então entrega um papel para Alexander. — São apenas os que vimos lutando aquele dia... Creio que seja na decorrência dos problemas causados antes. Está escrito que dois foram afastados e estão em recuperação. — Ele então olha para os nomes que estão marcados no papel. Arthur, Fillipa, Selena, Ryan, Draco e Raviel. — Alexander diz os nomes para que todos escutem, mas logo algo o incomoda. Isaac começa a falar, interrompendo-o. — Felix não está na lista? Que pena, eu iria escolher ele... Sabe se ele está bem? — O diretor olha de uma forma sabia, mas há algo que o incomoda nesse assunto. — Ele está distante por estar com problemas. Sinto muito que iria escolher esse guerreiro, mas vai ter que fazer outra escolha. Alexander limpa sua garganta, interrompendo Isaac, e diz: — Eu escolho Selena. — Isaac resmunga um pouco baixo e Alexander se retira da sala, mas antes o diretor diz a Alexander e ele responde com a mão ainda estando de costas. — Uma carta será enviada informando onde vocês devem se encontrar. Kaiki observa e então nota que ele é o próximo a escolher. Os olhares do diretor aparentam isso. — Eu escolho Arthur. Não tenho muito o que falar, mas é essa a minha escolha. Preciso ir arrumar algumas coisas antes da viagem, então já vou indo. Obrigado, Senhor Albert. — Ele se despede de todos e logo em seguida Calisto escolhe seu irmão Ryan e sai da sala. É óbvio o motivo de sua escolha. Lilih olha um tanto confuso e diz: — Ela escolheu o irmãozinho dela, mas eu não faço ideia de quem seria bom pra mim. Você já pensou em quem escolher, maninha? — Eva olha um tanto confusa e mexe a cabeça dizendo que não. Isaac olha um tanto entediado e o diretor diz pra Lilih não perder tempo e ela então escolhe Fillipa. Já era de se esperar, pois elas se pareciam tanto, duas garotas um tanto parecidas até em seus cortes de cabelo. — Apenas restam dois para que você possa escolher, Raviel e Draco. Qual dos dois você escolhe, Eva? — Eva parece confusa, mas então pensa em como seria suas habilidades com um dos dois... — Acho que minhas habilidades não iriam combinar com espadas. Creio que Draco seja um tanto interessante, e ele parece comigo em certos aspectos. Ambos temos problemas. — Draco é quem eu vou escolher. — Isaac suspira ao ver que o guerreiro sem poder sobrou para ele. — Isaac, você fará dupla com Raviel. Então as equipes estão decididas. Você irá receber uma carta que dirá o dia que vocês deverão treinar com seus parceiros e outras informações adicionais. — Isaac murmura algo baixo, mas a sua cara não é uma das melhores. Eva se retira da sala ao lado de Isaac e o mesmo começa a voltar com ela para os dormitórios. É estranho o modo que eles voltam, ninguém diz nada o caminho todo até que isso muda. — Por que você escolheu aquele garoto com poder estranho? Eva continua andando enquanto conversa com ele, mas nota que algo o incomoda. Dá pra ver em seu olhar. — Eu não sei bem, talvez eu tenha visto algo naquele garoto que chamou atenção. Isaac dá uma risada sarcástica. — Aquela forma nojenta dele chama atenção mesmo, mas o que me incomoda é que me sobrou aquele moleque sem poderes. Se Alexander não tivesse parado a luta, eu tenho certeza que esse garoto fraco perderia a luta. — Não tem essa. Você nem viu direito como ele luta e já está julgando porque ele não tem poderes? Faz isso não, parceiro. — Eu só estou meio preocupado se vou voltar da capital... Não sei se ele seria forte o suficiente pra esse lugar. Eva sorri dizendo: — Eu também estou com medo e de um monte de coisa. Acho que não ficar pensando nisso é melhor. Medo é uma parada bem horrível. Isaac olha um tanto deprimido. — Eu tenho vivido com ele todos os dias da minha vida. Eu não queria parar em uma caixa de fósforos por causa de um garotinho que usa espadas. — Situações mudam pessoas. Alguém há cinco anos atrás me mostrou isso. — Você está falando do seu pai? Entendendo que ele se superou esse dia, mas você não sabe que foi nesse dia que nossa família foi completamente exterminada e onde estava seu pai pra nos proteger!? Foi nesse maldito dia que Alexander enlouqueceu com essa ideia de ser forte. — Meu pai estava me salvando enquanto minha tia morria na minha frente. Eva então apressa o passo para deixar Isaac para trás. — Estúpido. Isaac apressa seus passos e alcança Eva. — Estúpido? Você não faz ideia pelo que passei. Eva suspira e olha brava para o mesmo. — E você não faz ideia do que eu passei. — Eu achei que você fosse diferente de Lilih, mas vocês são iguais. Alexander me disse como seu pai estava se achando o fodão. Tão fodão que apunhalou a própria irmã com uma espada .Eva então se aproxima de Isaac e o empurra para trás, deixando-o contra a parede.

— Você sabe de alguma coisa? Você só escuta as coisas da boca dos outros e onde você estava quando tudo aconteceu? Chorando? Você apenas é uma merda todo fodido querendo pagar de malucão.

Isaac empurra Eva de volta, derrubando-a.

— Estava lutando ao lado da minha família, sua nojenta. Quando isso aconteceu, eu não era uma pirralha como você! Para mim, seu pai é uma vergonha, só mais um que manchou sua honra para salvar a vergonha que você se tornou. Você não vai desmaiar na capital, né? Meu irmão não vai te salvar lá igual ao Martin!

Eva se levanta e bufa de raiva, tirando a poeira de suas roupas e saindo andando sem dar satisfação.

— Não vou sujar minhas mãos com o pedaço de lixo que você é.

Isaac solta uma risada sem esperanças enquanto Eva vai embora. Tudo que sobrou dessa conversa são seus murmúrios.

— Esse General só é mais um fodido, e eu sou mais um...

Algo então preocupa Isaac. “Esqueci do meu problema.” Ele começa a sentir seu corpo tremer e então corre até seu dormitório desesperado. Abra a porta com dificuldade e vaga pela casa vazia. Ele abre a porta do seu quarto como um turbilhão. Suas mãos tremem enquanto ele tenta abrir sua gaveta. Seu nervosismo faz com que ele não consiga abrir a gaveta por suas mãos tremulas.

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— Merda, merda, merda, as coisas eram boas demais para ser verdade. Como eu esqueci essa desgraça? E onde estão eles?

Enquanto tenta achar algo, ele olha para o lado e se assusta ao olhar no espelho. Seus olhos estão com aquele brilho amarelado

— De novo não!!!

Ele então arranca a gaveta, fazendo com que todas as roupas dela voem para longe enquanto procura por algo em meio a elas. A insanidade começa a adentrar seu coração, a agonia de estar perto de voltar a ser aquilo o consome.

Ele acha uma ampola e então aplica em seu peito, desabando sobre ela. A dor é imensurável enquanto ele joga no chão. Os olhos profundos e amarelos começam a sumir enquanto o efeito começa a agir. Isaac não sabe o que é, mas isso pode retardar o efeito maligno de sua corrupção demoníaca. É como se ela deixasse apenas o poder maligno fraco, mas não pode curar.

— Por que ele não me matou aquele dia? Alexander sabia que eu estava corrompido pelos demônios, mas ainda assim não me matou. Queria que ele tivesse me matado, assim como o pai de Eva fez consigo mesmo. Mesmo perto da morte, ele lutou até o fim... Mesmo transformado em uma besta, ele não deixou de seguir em frente... Não entendo como isso foi possível... Agora eu tenho que aplicar veneno em mim para acabar com isso .

...

Eva então entra em seu dormitório e nota Lilih sentada na cama enquanto conversa com Calisto. Elas estão totalmente animadas com a ideia de ir à capital e suas escolhas. Mas o silêncio de Eva ao entrar mostra como ela está desconfortável.

— Você está bem, mana? O fato de ir para a capital te deixa um tanto nervoso, né? Suas habilidades não irão falhar e eu tenho certeza disso.

Calisto olha sorrindo.

— E eu serei o médico do grupo e estarei lá caso a minha birrenta esteja precisando de ajuda.

Eva fica com um olhar baixo, e a preocupação de Lilih cresce. Ela move a mão e diz para Calisto deixar as duas sozinhas, e ela faz isso.

— Isaac falou comigo enquanto saía da sala e algo me incomodou.

O nome de Isaac é o suficiente para provocar uma expressão de nojo em Lilih. Ela fica com uma cara um tanto engraçada, mas não é o suficiente para que Eva se anime. Um sorriso fraco é a única coisa que ela consegue expressar.

— O que você falou com aquele nojento? Já te disse para ficar longe dessa má influência. E você sabe como ele é, apenas um maluco. O inferno de cinco anos atrás deixou certas pessoas bem perturbadas.

Eva suspira e, em seguida, agarra em algo em seus pensamentos para ter forças para dizer. Ela engole em seco e começa a falar.

— Há cerca de cinco anos atrás que eu queria dizer... Ele me disse algumas coisas sobre o papai e eu queria saber se você sabe de algo... Você sabe bem que eu não consigo lembrar bem por causa dos meus traumas.

Lilih suspira fundo e faz uma expressão vazia.

— Você merece saber de qualquer forma, mas eu não sei bem, pois não estava lá aquele dia. Eu estava com Calisto quando o ataque aconteceu. Estávamos na casa de seus pais quando tudo ocorreu. Mas eu sei de alguns rumores e do pouco que o pai de Calisto sabia. Há tempos atrás, ele era uma autoridade do país, mas quando o Maestro entrou no poder, ele foi afastado por algum motivo. Tem certeza de que você quer saber sobre tudo isso? Não quero que você se sinta mal.

— Eu preciso saber de tudo para vencer toda essa minha dor.

Lilih volta a dizer com uma cara de preocupada, mas suspira mostrando que concorda com ela.

— Nenhum ataque há cinco anos, nossa casa foi destruída e nossa família foi massacrada. Todos eram guerreiros que lutavam contra as criaturas. Parecia que as criaturas estavam procurando o papai pelo que eles dizem por ai. Não sei bem como, mas você e a tia fugiram com ele. No meio do caminho, nossa tia foi acertada por um demônio e ela acabou... — Lilih congela, mas volta a falar. — Infelizmente, o papai teve que sacrificá-la, pois não tinha mais jeito.

Eva olha um tanto assustada e sem compreender. Tudo que ela mais quer saber é como ela fugiu.

— Como que nós fugimos se até mesmo nossa tia foi pega? Foram tantos inimigos, como nosso pai venceu? Nossa família morreu para essas criaturas.

— Dizem que ele foi forte o suficiente porque queria te proteger das criaturas. Você fugiu nesse dia enquanto ele ficou contra todos os seres. Dizem que foi um exército inteiro. Ele matou todos eles, mas não sobreviveu no final.

Eva olha sem acreditar enquanto suspira, estando mal.

— Ele foi morto? Isaac disse que ele...

Lilih olha com desaprovação.

— Ele não fez isso por desonra. O Isaac nem estava lá para saber disso.

— Então você sabe??? Por que não está me dizendo logo a verdade...

— Porque nosso pai se tornou um demônio e por isso venceu a batalha...

...

— Ora ora, se não é o tão poderoso Hidden? Você está tão miserável agora, hahaha. Mas não se esqueça de que você fez com nossos irmãos no passado. Vocês humanos são uma aberração de carne, e agora estou quase vomitando os restos de seus irmãos por ter você perto de mim.

Todas as figuras grandes e tortas à sua frente, que se escondiam nas sombras, zombavam dele e cuspiam em seu rosto. Tudo que Hidden poderia fazer era aceitar. Ele estava com uma fraqueza descomunal em seu corpo para fugir ou lutar. Hidden nem mesmo conseguia mexer os músculos da boca e desaba ao chão, se corrompendo. Ele então começa a se contorcer e se tornar uma figura alta, enquanto seu corpo começa a se rasgar. Seus braços começam a se dividir, terminando em mãos cheias de garras. Seus dentes são empurrados para fora por longas presas. Ele havia acabado de se tornar o que mais temia...

Eva estava desolada enquanto sua irmã tentava a acalmar. O fato de seu pai ter se tornado o que mais ela repudiava, junto com a ânsia de não se lembrar de nenhum dos acontecimentos, a atormentava. Tanto se falava do general, mas essa descoberta a atormentava. Talvez pudesse ser mentira, e isso atormentava mais a sua mente.

— O papai fez isso para te salvar. Não se atormente por isso, maninha. Ele apenas retirou a própria vida para não perder o controle. Foi um sacrifício necessário.

Eva considera o que sua irmã estava dizendo. Graças a isso, ela estava viva, mas ainda é um tanto perturbador. Algo não sai de sua mente: a ânsia de acabar com esses seres que acabaram com sua família.

— Antes eu estava nessa pelo nosso pai e agora estou muito mais... Essas criaturas vão me pagar pelo que fizeram com nossa família.

Lilih olha preocupada com a raiva de Eva, que se mistura com angústia. É possível ler isso em suas expressões, mas não o que se passa em seus pensamentos.

— Não faça idiotices. Você pode ficar igual ao Isaac. Esse aí já perdeu a sanidade por tudo o que aconteceu com ele e sua família. Mais um que teve uma família aniquilada. A história de Alexander é um tanto...

Eva, respirando fundo e engole em seco só de maginar.

— Eu vou manter a calma... Lutaremos pelo nosso pai e pelo nosso país.

— Eva, você querendo ou não, parece mais com ele do que imagina, isso me deixa feliz.

...

Aquela velha casa estava à sua frente e era tão familiar. Tudo que ela podia lembrar eram os momentos que a mesma havia passado por ali. — Eu sinto falta dos momentos ao lado do papai nessa casa... Você a limpou recentemente, Eva?

— Sim, mas não faço ideia do porquê de você me trazer até aqui... Tem algo que deseja me mostrar?

O olhar de Eva estava estreito e impaciente. Tudo que ela se perguntava era o motivo de uma visita inesperada ao seu antigo lar... Mas parecia que era algo a mais que uma simples visita.

Lilih entra na casa depois de abrir com a chave. Era uma pequena casa rústica com seu telhado remendado, mas há algo que interessa mais do que isso... Lilih então ergue o tapete, revelando uma passagem secreta e abrindo um alçapão.

— Pega pra mim aí, maninha, uma vela... Creio que na gaveta da cozinha pode ter.

Eva pega a vela, acende com um fósforo um tanto antigo e entrega para Lilih, que entra completamente na sala secreta, enquanto Eva a segue.

— Quando papai faleceu, eu recebi algumas coisas e as guardei aqui. Achei que poderíamos usar, já que vamos para o quarto país...

Lilih se aproxima mais e a luz da vela revela um grande sobretudo marrom pendurado na parede, com uma espada cravada ao chão. É um tanto estranho, pois ela é repartida ao meio, demonstrando ter duas lâminas que se unem no final. Pesada e forte é o que Eva consegue dizer dela. Não tem nada de especial, apenas a sua forma, a qual não parece ser de nenhum ferreiro dessa região.

— Essas coisas eram dele. E por que está me mostrando?

Lilih arqueia as sobrancelhas.

— Eu imagino que ele queira que você fique com a espada dele, e eu já tenho uma.

— Não, você sabe que eu não me dou bem com espadas por causa do que aconteceu. E ainda essa espada... Eu não quero carregar a espada que carrega o sangue dela...

Lilih nota o olhar de Eva, mas diz com carinho para confortar.

— Mas você não consegue usar bem suas habilidades, e seria de boa ajuda para você. Dizem que ela pode até se adaptar aos poderes do usuário, pois ela é mágica. Nosso pai poderia dividir inimigos sem dificuldade, mas a escolha é sua.

Eva pega a espada e o sobretudo e olha para sua irmã com um sorriso um tanto de lado.

— Obrigado, Lilih. Me deixa bem saber que você está me apoiando... Eu vou te dar orgulho, garota.

Ao sairem da sala secreta e a esconderem novamente, uma voz chama a atenção das duas que estavam lá dentro.

— Eu sabia que encontraria vocês duas aqui... Eu preciso entregar notícias, mas quis eu mesmo dizer pessoalmente.

As duas encontram o diretor que agora estava dentro da casa, e ele voltou a dizer.

— Eva, você treinará com Draco amanhã de manhã na arena subterrânea, e sua irmã no próximo dia com Nuba... Em decorrência dos acontecimentos, um vigia vai observar o treino de Draco, certificando-se de que nada aconteça de errado.

Os olhos do diretor vagam pela espada e o sobretudo que estavam nas mãos de Eva.

— Eu conheço bem o dono disso... Um dos meus amigos disse o poderoso ele era, mas infelizmente eu era novo demais para o conhecer e estava ligado a outros meios. Imagino que eu tinha a sua idade na época, Lilih. Espero que vocês duas se tornem fortes como tal. Parando pra pensar, vocês duas herdaram cada parte positiva dele.

— Parte positiva? — Ambas falam em uníssono.

— Pense bem, ele possuía ambas as habilidades: Guerreiro Blindado e Velocista Blindado. Por mais que ele tenha inventado a primeira, aprimorando a segunda e deixando bem forte.