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XII - RUMO AO INFERNO.

Chegou o grande dia. Estávamos todos na sala do diretor, com suas mochilas e equipamentos. Alexander usa uma armadura muito bonita, mas está incompleta. Ela é uma armadura de placas que cobre seus antebraços, peitoral e pernas. Sua cor escura se funde ao amarelo negro de nossos trajes, que refletem na mesma. Kaiki está usando uma couraça que tem uma capa atrás, e já dá para imaginar que ela antes era de Alexander, ele deu um jeito de arrumar a armadura que Alone destruiu. Os outros aparatos em seus braços demonstram isso, mas por baixo ele está com as calças de seu uniforme, seguidas por botas da armadura. Imagino que isso tudo foi para proteger seu peito com a couraça e deixá-lo mais resistente a golpes contra seu coração.

Ryan e Calisto estão com alguns arcos caseiros de madeira e usam ambos aljavas para suas flechas. Incrivelmente, Fillipa está com um chicote preso em sua cintura. Ele parece ser feito de correntes. Lilih com sua katana, que foi presenteada, está presa na bainha em sua cintura. Selena, usando uma faca de caça na cintura, era óbvio, suas garras já são lâminas, mas dá para imaginar o motivo da escolha. É estranho ver que Draco está com um porrete de madeira com algumas coisas escritas, e Raviel com seus sabres.

— Estamos aqui hoje para a missão tão importante. Eu apenas estou aqui para levá-los até o lugar onde se encontrarão com nosso representante. Esse lugar é um tanto confidencial, e por isso peço para que não digam sobre ela para os outros.

Albert diz com um sorriso um tanto forçado. Ele parece estar passando por alguns problemas, tem olheiras em seu rosto. Ele nota vários olhares sobre seu rosto e ele disfarça enquanto sai pela sala, pedindo que todos o sigam.

Todos caminham por partes da organização que nunca sequer viram. É uma parte inferior que parece não ser acessada há um bom tempo. Há algumas teias de aranha cabulosas.

— Aqui estamos... Não utilizamos esse recurso sem precedentes há um bom tempo, mas essa situação nos deixa sem escolhas.

Ele chuta a máquina velha que está à sua frente e tenta ligá-la. Parece algo futurista e mágico; se parece com um portal cheio de cabos e metal.

— Antigamente, eles eram usados antes do colapso humano. Desde então, essas tecnologias se tornaram escassas, mas nosso país ainda é dono de algo tão valioso.

Alexander pressiona o fio e o teleportador liga. Todos estranham, pois a pressão da sala aumenta e, então, raios parecem ser emitidos. Mas logo isso se estabiliza, e todos olham um tanto assustados.

Alexander é o primeiro a se aproximar, olhando com estranheza para tal coisa. Nem mesmo ele parecia saber sobre o lugar.

— Tem certeza que essa antiguidade é segura? Não quero que meus soldados percam um dos braços nisso.

Lilih diz em um tom sorridente. Dá para ver que ela vai falar bobagem.

— Nem ficar com cabeças de mosca.

Um sorriso no rosto de Alexander é notável, mas logo isso desaparece como se nunca tivesse surgido ali. Sua seriedade volta.

— É seguro, até onde eu sei. Um dos nossos antigos generais o utilizou em uma missão semelhante.

Alexander atravessa o portal e desaparece. Todos olham surpresos; é como mostrar fogo a um animal selvagem... é assustador.

Isaac adentra o portal com um pulo um tanto arrogante. Ele chama todos os outros de medrosos antes de desaparecer. Em seguida, Kaiki também entra. Todos os outros pulam, mas Lilih e Eva permanecem receosas.

— Entrem, filhas do general... se ele conseguiu usar um desses, vocês conseguem.

Eva pula junto de Lilih, mas fecha os olhos. A mesma sente um frio na barriga, mas nota que todos estão à sua frente quando abre os olhos, e isso a alivia. Mas logo nota Lilih com a cara no chão.

— Eu não sabia que era tão horrível usar isso, mas ainda bem que é rapido.

Todos entram em contenção por ordem de Alexander. Eva faz o mesmo, e Lilih se levanta de forma desajeitada e obedece a ordem. O mesmo homem daquele dia aparece diante dos mesmos, e Alexander dá um passo para frente para comprimentar seu representante.

— Vejo que chegou cedo, Alexander.

Alexander tenta ignorar um pequeno sorriso de desconforto, mas falha. O Maestro continua falando com um tom arrogante.

— É um prazer ter todos voces aqui e saber que foram escolhidos por Martin... Alexander... acha que eles estão prontos?

— Sem dúvidas, meu representante.

“Esse idiota sabe que não, mas não é como se você ligasse para isso.”

— Isso é ótimo.

Kaiki então olha para o homem à sua frente e diz:

— Eu imagino que existam algumas lacunas, mas vamos corrigi-las.

Maestro olha surpreso, mas logo uma mulher sai de trás de um amontoado de ferragens e diz:

— Por acaso foi permitido que você falasse com seu representante? Fique calado.

Alexander olha para Kaiki com um olhar de repreensão, e ele volta a ficar calado. Eva então olha em volta e vê um tipo de aeroporto abandonado e aos pedaços. Alguns corpos de demônios podem ser vistos; pelo visto, alguém fez uma limpa antes. O estranho é a aparência do representante e sua parceira; parece mais o diabo e sua secretária, a outra usa um vestido listrado preto e branco. Suas meias também são iguais. Seus óculos deixam seus olhos intimidadores em contraste com seu longo cabelo preto, nem parece que alguem assim luta.

— General, eu sei que a viagem será segura por enquanto. Eu mesmo aniquilei vários demônios desprezíveis que estavam nessa área e deixei seu trabalho mais fácil. O piloto já está esquentando os motores.

Alexander olha confuso e desentendido.

— É o avião que Albert havia preparado. Mas mudando de assunto, o representante queria se despedir antes de todos vocês embarcarem.

— Bem lembrado, Garvella. Uma boa viagem para todos. É muito importante para nosso país essa união com nossos novos aliados. Vocês se tornaram o instrumento do país, enquanto eles são a plateia. Quero vocês arrasando como a melhor banda.

Os olhos dele rolam, e ele volta a falar com um olhar presunçoso estampado em seus olhos.

“Eu não tenho mais o que fazer... Vocês vão se dar bem, aliás... Eu ja reforcei o avião com algums poderes meus.

O mesmo começa a andar, e Garvella o segue de uma forma organizada, que até parece que eles ensaiaram para essa retirada. Eles sussurram algo baixo que os outros não conseguem escutar pela distância, apenas uma risadinha de sua assistente.

— Que olhos vazios aquela mulher tinha... Nem parece estar viva de tão pálida.

— Foi essa aí que colocaram no meu lugar... Dá para acreditar nisso, Kaiki? Chego a pensar em como, em pouco tempo, ela tem agido como ele. São uma dupla perfeita e até parece que ensaiam para falar juntos. Que loucura.

Todos caminham até o avião enquanto conversam. Eles se deparam com um avião surrado e rústico; dá até medo de voar dentro dele. Dá para ouvir Eva dizendo atrás de todos.

— Que gambiarra.

— Mas é essa gambiarra que nos levará até os céus.

A dona dessa voz aparece enquanto a porta do avião abre com um estrondo, caindo ao chão. O seu rosto ou identidade não são revelados, pois o sol está bem em sua direção.

— Só se for o paraíso, né? Porque voar nessa coisa...

A figura então se aproxima de todos, fazendo com que seu rosto fique visível.

— Olá, Alexander. Queria pedir para que vocês entrassem no avião. Não podemos ficar aqui por tanto tempo. O Maestro não ficará em paz se ficarmos aqui de enrolação. El já preparou o avião para a viagem.

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Alexander olha um tanto curioso e confuso.

— Ele não me disse que receberíamos reforço. Por que está aqui, Eclipse? Não precisamos de ajuda.

O piloto então aparece pegando e guardando as malas de todos, enquanto Alexander e Alone perdem tempo, iguais dois cachorros rosnando entre si.

— Não sou necessariamente ajuda, mas estou aqui para proteger o piloto. Nosso representante achou melhor não dizer, mas esse é o meu trabalho.

— Certo, Alone.

Eles começam a entrar no avião, menos as três.

— Eu sabia que vocês iriam se superar. Agora entrem, pois não posso ficar de conversa. Estou trabalhando.

O piloto se assenta em sua cadeira após terminar o trabalho, e Alone senta ao seu lado para ajudar na viagem.

Todos se sentam juntos, mas o único lugar que sobra para Eva, que foi a última a entrar, é ao lado de Alexander. Ela fica apreensiva, mas se senta. Os olhos do mesmo vão em sua direção.

— Soube que seu rank é B-. Achei que a filha do general seria mais forte.

Eva revira os olhos, sentindo-se cansada por sempre ser a mesma coisa.

— Você o conheceu? E como ele era em combate? Eu meio que não tenho muitas lembranças.

Um sorriso surge em seu semblante.

“Ele era um bom amigo e também não decepcionava no combate. Lembro que o rank dele era A+ ou algo assim, mas ele superava suas habilidades mesmo com um rank mais fraco, eu diria.

Ele olha novamente para Eva; até mesmo parece que algo chamou a atenção dele.

— Vocês são iguais, pelo que parece, mesmo com um rank B-...

Ela olha espantada para ele e, sem entender, é como se Alexander estivesse falando coisas sem nexo e que não entram em sua cabeça, o que todos dizem.

— Iguais... Do que você está falando?

O avião levanta voo e todos ficam sentados em seus lugares, alguns com medo e outros confiantes de que chegarão ao tão aclamado lugar. Alone aparece, parecendo estar pronta para dizer algo.

— O aeroporto fica em uma área fora do país, então vamos voar livremente. Há chance de precisarmos lutar caso alguma ameaça apareça. Eu os explicarei caso aconteça como é possível. Alguma dúvida?

Lilih olha para Alone e diz:

— Tem algum banheiro nessa biboca... Nesse avião?

— A última porta ali no fundo é um.

Alone se retira e então Alexander volta a falar:

— Eu o conheci pois fui um de seus alunos. Todo general já foi um professor primeiro, e em missões importantes ele pode ser os dois, assim como eu. A maneira que ele ensinava não consistia em simplesmente pensar em ranks; o potencial dele era acabar com suas próprias fraquezas e parecia que ele as usava para ficar forte.

Eva permanece quieta, mas pensativa com as coisas que Alexander disse.

— E eu sei bem que também extingui as minhas fraquezas e aprendi com elas. Não sou o mesmo garoto implorando para não ser morto. Não tenho tempo para essas coisas de traumas ou algo do tipo, como esses fracotes aí. Eu só quero lutar. Eu vivo do combate.

“Será que foi isso tudo que o deixou forte? Parece um papo louco, mas eu sei que o papai ajudou na sua força, mesmo que ele seja um idiota.”

A conversa termina e Eva tenta tirar uma soneca. Alexander não parece querer conversar por agora; tudo que se pode ver em seu semblante é como ele está pensativo. A voz dos outros conversando ao fundo e as risadas de Lilih... Tudo some quando Eva cai no sono.

...

Eva então acorda com Alexander levantando do banco e ela olha para o mesmo sonolenta.

— Que bom que acordou, Eva. Já que os outros estão dormindo, acho melhor você vir comigo até a cabine.

Eva olha confusa, mas vai com ele. Kaiki é acordado por Alexander. Ele diz para que ele siga. Alone e o piloto estão na cabine e então ela começa a falar:

— Há alguns demônios vindo em nossa direção. Conseguimos despistá-los, mas creio que precisaremos lutar antes que chamem mais atenção.

— Certo, Alone. Eva e Kaiki me ajudarão nisso.

Draco aparece na porta da cabine e diz:

— Demônios conseguem voar?

Alone e os outros o encaram apreensivos e ela responde:

— Há um tipo de demônio que são humanoides com asas e garras. Elas se camuflam na noite escura e atacam sem nem percebermos. São seres gigantescos com asas negras e pelagem escura, mas a maioria deles nessa bagaça tem asas.

— Então, Alone, poderia nos dizer como lutar em cima do avião? Eu não estou afim de cair em um infinito de água.

— Certo, Alexander. Nós iremos prender cabos de aço em vocês no avião enquanto vocês lutam no ar e voltam até o avião se algo acontecer.

— Isso é loucura!!!

— Acalme-se, Eva. Tudo irá dar certo, pois somos guerreiros poderosos. A única alternativa aqui para chegarmos até o quarto país é eliminar as ameaças. Você dormiu por um bom tempo... Creio que já estamos por perto.

Alone acena com a cabeça dizendo que sim. Todos sobem até a escotilha, mas antes se vestem com um colete que tem um cabo de aço. Alexander sobe com dificuldade; os cabos estão presos na parte de cima do avião de uma forma improvisada. Eva, junto dos outros, sobe com dificuldade seguindo Alexander. Kaiki e Draco ficam olhando Alexander e Eva em cima do avião, enquanto a brisa suave bate sobre ele. Parece até mesmo que o piloto desacelerou o ritmo para que possam lutar.

— Lá estão eles!

Alexander olha contra a lua e nota seres passando entre as nuvens e se escondendo sob elas. Suas asas negras são o que podem ser vistas, são gigantescas; seus olhos brilham como gigantes esferas. Há bastante pelagem sobre o corpo deles, e apenas seus olhos e dois grandes chifres podem ser vistos.

Os seres começam a rodear o avião, enquanto todos entram em formação de batalha com as costas um para o outro.

— A meu comando, time, são um para cada um.

Alexander faz um sinal e então Kaiki ataca com uma rajada de vento, fazendo com que algumas sejam jogadas para trás e outras pousem no avião. Rapidamente, Alexander saca a sua espada e pula em direção ao inimigo e tenta golpeá-lo, mas ao abrir suas asas, que agora estavam em seu corpo como um grande manto, podem ser vistos quatro braços magros que o rebatem como um metal resistente. Alexander, com um grito de raiva, puxa sua espada e, dessa vez, em um golpe rápido, ataca mais uma vez, mas o inimigo segura sua espada novamente sem dificuldade. Outros seres também pousam no avião e cada um começa a brigar com seus inimigos.

— Vocês Homines acham que podem conosco? Somos as filhas de Black.

Alexander começa a colocar força com sua espada com uma mão e o demônio à sua frente ri, mas o mesmo ri de volta e, com sua outra mão, golpeia a barriga do demônio e com toda a sua força, com a outra mão, o rasga por completo. Outro voa em direção a Alexander, que jogou o corpo para fora do avião. Draco avança com um chute para protegê-lo.

— Deixa eu ostendere a ti como se faz.

O ser o chuta com sua delicada perna, mas cheia de espinhos. Até mesmo se parecem com humanoides um tanto femininos, mas não passam de bestas que se parecem com mariposas.

Draco é jogado para o chão e consegue se segurar ao chão, enquanto o mesmo diz com raiva em um tom diferente, até mesmo parece que seus dentes ficaram maiores.

— Tá maluquinho pra não voar mais, né?

Ele golpeia o chão de raiva, se levanta e vai até ela correndo. É o suficiente para que Kaiki jogue outra rajada de vento contra o seu adversário e o de Eva, controlando o vento e fazendo com que seja um tornado carregando ambos. Os seres abrem as asas, mas são afastados. Uma voz estridente então toma a atenção de Eva.

— Pensa rápido!

Uma rajada de vento, a qual foi lançada por Kaiki, vai até ela e a mesma ativa sua habilidade.

— Soldado Blindado.

Um desconforto a percorre, mas é o suficiente para que, com um soco, ela solte uma pressão surpreendente contra o demônio que estava enfrentando Draco. Ele fica desnorteada, colocando as mãos na cabeça. Draco se aproxima e dá um soco contra o mesmo, fazendo-o cambalear para trás. Em um corte de luz, Alexander o corta ao meio, o jogando fora do avião. As hélices do avião terminam o serviço, jorrando sangue negro para todo lado. Eva olha impressionada, mas também com um misto de nojo.

Os outros dois seres que haviam sido mandados para longe reaparecem, jogando vários espinhos de suas asas e fazendo com que eles perfurem o avião. Misteriosamente, os espinhos são rebatidos enquanto atingem o mesmo. Um som de música pode ser ouvido enquanto isso acontece, mas elas não deixam de tentar acertar os outros como uma metralhadora.

Alexander desvia com um pulo e Kaiki convoca mais uma rajada de vento, que faz com que os espinhos sejam parados por ela.

— Maldito Maestro, ele sabia que isso aconteceria!

Alexander se prepara para jogar sua lâmina, mas é surpreendido pela outra criatura que mexe o dedo indicando que não e logo abre mais suas asas, revelando-as de uma forma encantadora e até mesmo hipnotizante, cheias de letras como runas. Então, são desferidos vários golpes mágicos enquanto ela bate as asas, fazendo com que eles sejam jogados para longe, enquanto estão sendo segurados pelos cabos. Eva, Draco e Kaiki são jogados para longe, enquanto Alexander permanece no avião com sua espada cravada contra o chão. Felizmente, a magia do Maestro não se aplica à sua espada. Ele até parece voar um pouco quando isso acontece. Os outros estão pendurados nas laterais. Draco começa a gritar por ajuda, pois está próximo das hélices do avião.

— Desgraça! Eu vou morrer feito carne moída!!!

Eva se pendura com o cabo e tenta escalar a lateral do avião com esforço e dificuldade. Ela nota Kaiki tirando o cabo e caindo para baixo do avião; ela se assusta e grita para Alexander. O mesmo não consegue ajudar, pois está brigando com os dois demônios.

Eva então se espanta ao ver algo subindo rapidamente como um raio. Kaiki então pega Draco por sua perna e o joga novamente para cima do avião. Ela consegue subir e então nota que Kaiki está adornado por asas de vento em suas costas. Elas são grandes e parecem fluir. Ele novamente convoca sua espada de vento e Alexander se abaixa, preparando um golpe de ventos cortantes contra os inimigos.

— Vendaval de lâminas!

O peito de Kaiki dói e então ele acaba ficando no chão com sua mão no coração. Ele segura o chão com a outra mão, e Eva vai até ele com preocupação.

Um dos seres cai no chão, estando todo retalhado, mas o outro ser se esconde em suas asas e se protege como um escudo. Parece que a mesma consegue torná-las bem resistentes por sua vontade, mas suas asas caem ao chão, todas destruídas. A mesma olha com ódio por tê-las perdido.

— Mas que maldito.

Uma lâmina é convocada pelo ser e então aponta para todos eles.

— Consegue lutar de igual para igual?

Os pelos da mesma brilham e se tornam cinzentos. O aspecto de dor some de seu rosto e então ela cria mais três espadas para ficarem em seus outros braços.

— Consegue lutar agora, humano? Não acho que vá conseguir em minha segunda forma. Seus danos foram praticamente anulados, seu pedaço de carne podre.

Alexander se prepara para lutar e então Draco corre até o inimigo e tenta desferir murros de uma forma um tanto irracional. A raiva do mesmo parece ter aumentado por causa do que aconteceu anteriormente. Um brilho verde parece vir de seu corpo. Ele tenta golpear, mas o demônio desvia com facilidade, movendo seu corpo para desviar dos socos e rapidamente pega o cabo das costas de Draco e o usa para o enforcar. É flexível e forte, mas ainda assim parece estar prestes a se romper.

Alexander vai até o demônio, mas ele usa o corpo de Draco como um escudo. O mesmo fica sem o que fazer enquanto Draco se contorce. Draco rompe o cabo, puxa e desfere uma lapada insana com o cabo no rosto da criatura.

— Toma essa lapada seca!

O ser olha irado e lança suas espadas na direção de Draco para o perfurar. Ele desvia rapidamente de todas as lâminas, por ser um golpe mal calculado do mesmo devido à sua ira. Alexander tenta rebater as lâminas e isso é o suficiente para que o demônio se aproxime de Draco, dando-lhe um chute e jogando-o para fora do avião. Alexander corre e tenta agarrá-lo, mas é obrigado a desviar do demônio que logo convoca uma nova espada.

— Patético. Ele terá o mesmo destino que o corpo das sororibus.

Alexander corre até o inimigo e o combate continua com suas espadas se chocando rapidamente. Eles parecem ser inimigos à altura, mas Alexander lamenta por não conseguir ajudar Draco. Eva, abandona, e deixa Kaiki que estava ao chão e se prepara para pular em direção a Draco. No mesmo instante, ela pula e tenta chegar até ele, mas não consegue, pois está longe demais. O cabo até parece que vai estourar. Eva então tira seu cabo e pula em direção a Draco, mergulhando pelo ar.

Alexander olha para ela caindo em direção ao mesmo e diz com raiva:

— Que idiota! Louca como o maldito do Hidden!

Mas logo é golpeado pelo seu inimigo, o fazendo retornar à luta. Eva continua tentando chegar até Draco. A altura a favorece.

“QUE LOUCURA EU TÔ FAZENDO!!!”

Eva então usa toda a força de seu corpo e tenta chegar até Draco se impulsionando. É possível ver o oceano abaixo de ambos. Quando Eva chega até Draco, a segurando.

— Nós vamos morrer, ou pior, ficar para trás. Por que pulou aqui? Você é maluca, Eva!

Draco fecha os olhos enquanto grita e Eva o segura e fecha os olhos, gritando consigo mesma:

— Eu preciso ficar viva. Eu preciso ser como o papai!!! EU PRECISO SER MAIS DO QUE ISSO!!!!!!!!

Um calor percorre o corpo de Eva e então ela sente seu corpo ser arremessado para cima junto a Draco. É como se ela estivesse próximo de fogo. Ela então se sente fraca e seus olhos se fecham em um desmaio.

...

Ela acorda com vários olhares à sua volta. Lilih parece estar desesperada, enquanto Calisto tenta acalmá-la. Eva olha confusa ao notar que Draco está perto dela, mas o olhar de Alexander a deixa perturbada.

— Vejo que acordou, Eva... Eu deveria cortar o seu pescoço fora por causa daquela sua loucura. Eu a atiraria de um penhasco se você já não tivesse feito algo pior!!!

Selena se aproxima, meio desconfortável, e diz:

— Ela tentou salvá-lo. Não brigue com ela, mestre. E sei que ela fez o que achou ser certo. O meu pai disse que valorizar a equipe é essencial.

Alexander coloca a mão sobre os olhos, parecendo que vai furá-los com os próprios dedos. Raviel e Ryan parecem estar com medo da situação e permanecem quietos.

— Ela tem razão, às vezes sacrifícios são necessários, e é isso que os Sabres de Balestra nos ensinam.

— Tanto faz o que os Sabres representam, Arthur, não muda o fato de tudo isso ter acontecido. Agradeço muito por Kaiki ter a habilidade de voar... Mas isso só piora, porque ela não está em condições de lutar. Já que se acha esperta, Selena, você ficará no lugar dele quando chegarmos ao quarto país. Balestra, você vai ficar de guarda enquanto ele se recupera no país.

Eva se levanta e olha para Kaiki, que está deitado em um dos bancos. Ele não parece nada bem, mas por enquanto está deitado. A respiração dele não está nada boa. Ela acha melhor não o incomodar.

— Não vá se matar enquanto estivermos na batalha de verdade. Estamos chegando no país.

Alexander se afasta e vai até a cabine do avião.

— Eu achei que tivesse feito o certo... Draco, você está bem?

— Não sei como você nos salvou, Eva. A gente simplesmente estava caindo no mar e, do nada, subiu. Depois senti alguém puxando e era o Kaiki.

— Mas foi o Kaiki que nos salvou, e não eu. Eu simplesmente fiz merda pulando igual uma maluca.

— Mas foi essa maluca que não me abandonou.

Draco então vai até o banco e se deita, enquanto os outros voltam aos seus lugares. Eva permanece deitada no chão, parece ter um travesseiro em sua cabeça. Ela está totalmente esgotada, mas não entende o motivo. A mesma fecha os olhos e Lilih se aproxima.

— Maninha, é verdade o que aconteceu?

Eva continua de olhos fechados e a escuta.

— Kaiki havia dito que vocês estavam praticamente "voando" quando os viu.

— O que? Voando? Isso é impossível para mim. Imagino que ele tenha confundido na hora do susto.

— Talvez ele estivesse enganado... Kaiki não está bem depois que ele excedeu seu limite, e eu acho que você também não está... Descanse.