Sentado nas escadas próximo às salas, apenas o som do vento acalma seus pensamentos em uma tarde de ventos quentes.
— Sim, Yuri.
Yuri se vira para trás, meio perdido, mas guiado pelo som da voz calma que chama seu nome.
— Ah, ei, Calisto. Você está bem?
— Eu que te questiono se você está...
A sobrancelha de Yuri se levanta, questionando, mas ele responde de uma vez. Em seu olhar dá para ver que ele carrega algo, talvez culpa?
- UE? Eu só estou me sentindo mal por ter puxado ela pra isso e ela parecia não estar muito afim, afinal de contas...
— Se acalme, Yu. Ela não foi forçada. Se ela não estivesse afim, era só ir embora, e eu tenho certeza que ela estava afim de vencer isso de uma vez por todas. Conhecendo Eva, imagino que ela quis mudar por sua causa.
Yuri se vira para Calisto, que está sentado ao seu lado. Isso toma sua atenção, sem ele conseguir explicar, parece até que essa possibilidade nunca havia passado por sua cabeça.
— Por minha causa!?
— É o que parece. Ela deu uma melhorada depois que vocês formaram uma dupla juntos. Você é uma boa influência pra ela, sabia?
Yuri coça sua cabeça e puxa um cigarro, mas logo o guarda novamente, hesitando por causa da situação.
— Se não fosse essa sua carinha de bebê, Yuri, eu nunca teria imaginado que você gosta de ser uma chaminé.
Os olhos de Calisto parecem avaliar como Yuri está. Parece até mesmo que isso foi além de um simples acidente. Tem algo em sua garganta, mas nem sequer palavra sai. Calisto o analisa dos pés à cabeça. Yuri é um rapaz baixo que aparenta ter 1,65 m, seu cabelo é médio e escorrido pro lado. Ele parece uma criança vista há muito tempo, mas é um grande guerreiro. Usa uma jaqueta de couro juntamente com sua boina brega. Parece até que ele parou no tempo, mas na verdade o que está parando é sua suspensão.
Algo inesperado tira Calisto de seus pensamentos...
— Eu vou te dizer uma informação confidencial, mas prometo que não irei comentar com ninguém sobre isso? Você é confiável, mas eu realmente preciso que você saiba sobre isso. Envolva você e a mim praticamente.
Calisto o encara profundamente, como se fosse possível ler a mente de Yuri. Dúvidas sussurram no seu ouvido, mas ela apenas o espera dizer.
— Recentemente você foi fornecido para a equipe, certo? Nós dois possuímos habilidades de cura, e normalmente em um momento há apenas um médico. Você só foi esgotado para nossa equipe há pouco tempo porque eu irei pra Capital junto com o Martyn. Ele me escolheu como seu suporte. Eu queria pedir para que vocês cuidassem da Eva para mim. Pelo que vi, a coisa mais pra frente vai ser séria...
— Nós cuidaremos daquela tonta, pode ter certeza... Mas por que as coisas estão ficando sérias? Isso já está ficando estranho de se entender.
— Você verá quem irá substituir Martyn.
Yuri se vira de costas para ir embora, impedindo que Calisto fizesse perguntas. Foi um jeito nada bom para se encerrar uma conversa, mas ele já está acendendo um cigarro e andando.
— Realmente conto com você para cumprir o que eu disse.
Essas são as últimas palavras que Calisto escuta dele. Aparentemente, agora ele se tornou uma chaminé e está indo embora.
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— Senhorita Eva? Onde você está?
Uma voz rouca sai de dentro do banheiro.
— E-eu estou aqui no banheiro.
— Já está se sentindo melhor? Você devia guardar repouso. Seu problema deve ter drenado suas energias...
— Enfermeira... eu estou bem, apenas me deixe quieta.
A enfermeira então encara a porta, esperando Eva sair, mas a demora a faz ficar preocupada e cada vez mais impaciente por Eva.
Eva sai do banheiro com sua roupa hospitalar toda bagunçada e com um cheiro forte vindo de si... parece ser suor e uma mistura de algo diferente que cheira forte.
A enfermeira a olha com um olhar estranho.
— Vejo que está bem... Suas roupas já estão próximas à sua cama. Acho que você já consegue voltar para o seu quarto, mas nada de esforço até se recuperar da fraqueza. Não há nada de errado com seu corpo, aliás.
— Tudo bem, eu aguento o tranco.
Eva pega suas roupas e vai para o banheiro do quarto do hospital e toma um banho.
— Espero que ela não tenha notado que eu... que droga eu fiz de novo...
Eva toma o seu banho e veste suas roupas. A única coisa que vem em mente é voltar para o dormitório.
— Que cansaço, eu fiquei muito tempo apagada. Quando estávamos batalhando era manhã e agora já está quase anoitecendo.
Eva olha o pôr do sol que adentra as janelas. Seus raios parecem estar se despedindo em meio a ventos quentes de despedida com o frescor da noite.
— Eu queria que tudo isso fosse como o pôr do sol, que fosse embora de uma vez...
O seu peito se enche de ar, como se ela estivesse precisando disso. O calor do fim da tarde parece a deixar bem e relaxada.
Eva se dirige até seu quarto. Algumas pessoas podem ser vistas nessa área. Não está movimentado, pois já está anoitecendo e todos sempre voltam muito cansados. Então ela abre a porta.
— Cheguei no bagulho! Vocês já chegar...?
— Achei que elas estivessem me esperando.
Lilih sai de cima do guarda-roupa e Calisto sai do banheiro escovando os dentes, falando de uma forma bem engraçada. Parece um cão com raiva engasgado.
— Lilih, dessa vez você não conseguiu assustá-la, mas se você estragar esse guarda-roupa vai arrumar um problemão.
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Lilih sai de cima e se aproxima de Eva, a olhando, parece a examinar como um médico.
— Eva, você está bem? Claro que está, você é forte, minha maninha sapeca. Tudo foi um susto pra mim... Sinto muito por tudo isso.
Lilih a abraça bem forte, quase a sufocando. Eva corresponde o abraço, se sentindo bem.
— Acho que vou descansar um pouco... Tem trampo amanhã ou estou de atestado?
Calisto a olha meio tensa, parece até mesmo que algo ruim aconteceu.
— Fico feliz que está bem, mas não tenho boas notícias pra te dar...
— Que papo é esse, Calisto? O que aconteceu?
Os olhos de Eva ficam totalmente esbugalhados. Ela se sente que está em encrenca por tudo que houve.
— Se senta aí primeiro, miga. Eu realmente preciso ver como vou te dizer isso...
Eva se assenta e Lilih sai pela porta, pois alguém lá fora havia a chamado. Ficam apenas as duas enquanto Calisto termina de escovar os dentes e se assenta em sua cama. Olhar para Calisto tira o clima da tensão, pois ela está usando um pijama um tanto infantil. Ela é séria demais pra isso, parece que ela andou pegando algumas roupas de Lilih. Está pequeno e apertado.
— Alguém dos superiores enviou uma carta para você ler... e aqui está ela.
Calisto pega a carta da cabeceira de sua cama e a entrega a Eva, que, chocada, pega a carta. Ela nem sabe como reagir, mas sua garganta está seca, não pelo tempo que ela ficou na enfermaria, mas sim por essa carta. Parece mesmo com uma pedra em seu caminho ou o abismo ao qual ela será jogada.
— Eu não sei se quero ler isso, mas é o que eu devia fazer... Calisto, você acha que fiz algo de errado?
— Se for sobre dar na cara de um certo Isaac, acho que não... Mas em questão do seu estado físico... talvez.
Eva abre a carta, se sentindo um pouco pressionada pelas possibilidades.
— As informações chegam rápido nessa cambada, hein! Mas também, eu tive uma crise em combate... Achei que tivesse superado isso.
A mesma começa a ficar deprimida novamente.
— Mas já chega, não vou ficar me remoendo por isso.
— Prezada Eva Emi Rosa, nós da OFG (Organização Federativa de Guerreiros) a convocamos para uma reunião com o Diretor Albert Ferrum Taylor em sua sala de diretoria. Serão tratados assuntos profissionais. É de suma importância para o seu desenvolvimento em nossa organização sua presença amanhã às 8:00 AM. Será obrigatória, não aceitaremos sua ausência.
A Secretaria agradece.
Eva mostra para Calisto a carta. Um olhar sem expressão surge em seu rosto, algo como “Ferrou”. Calisto se assusta ao ler.
— As coisas estão mesmo feias pra ti, Eva. Você vai precisar de sorte, muita sorte para que não seja nada. Talvez não seja algo tão ruim. Eu estou aqui há mais de onze anos e nunca fui na sala dele e nem sequer o vi direito. Há rumores de que ele sabe de tudo... praticamente tudo chega até ele.
— Vou ter que encarar isso. Espero que eu consiga ser mais forte que meu problema, mais forte que tudo isso.
— Se você for forte, tenho certeza que seu pai e sua tia ficariam orgulhosos.
Eva vai até o guarda-roupa, pega algumas roupas, fecha a porta e começa a se trocar. A expressão de Calisto muda após a reação de Eva, que o ignora.
“Eva é complicada. Eu não devia ter dito isso.”
Eva termina de se vestir, deita-se em sua cama de costas para Calisto e rapidamente adormece devido ao cansaço.
Uma manhã fria se inicia. Será este o início do seu declínio? O que o diretor deseja? Uma reunião é algo importante demais; ela deveria acordar.
Batidas suaves na porta despertam Eva. O relógio na parede marca 7:20. Eva se levanta meio desorientada e cambaleando, mas consegue abrir a porta. Calisto e Lilih ainda estão dormindo.
Yuri aparece na porta.
— Me pediram para ir com você. Eu não gostaria que você fosse sozinha... Certas coisas são minha culpa.
Eva coloca a mão no ombro de Yuri e diz:
— Bom dia, Yuri. Apenas relaxe. Deixe-me me arrumar para que possamos ir.
Eva volta ao quarto, se arruma e depois vai com Yuri até a sala.
— Eu não sei onde fica a sala do diretor. Ainda bem que você está me ajudando.
Yuri pega dois cafés de sua bolsa e entrega um a Eva, que aceita.
— A sala dele é uma incógnita. Já fui até lá. Siga-me que eu vou mostrar.
Ambos seguem até uma parte diferente dos prédios da organização. Um prédio gigantesco se destaca na paisagem. A organização é um local cheio de prédios, corredores e praças... é como se fosse outro mundo, como se não quisessem que saíssemos para fora.
— É aquele ali? Um prédio gigante não seria uma incógnita.
— Foi apenas um sarcasmo, Eva. Mas vamos até lá, e você verá.
Eles caminham até o prédio, mas são parados por dois guardas. Ao notarem Yuri, permitem a entrada dele e de Eva. São guerreiros totalmente armadurados, com os rostos ocultos e se comunicam por sinais de mão. Eva e Yuri então adentram o gigantesco prédio.
— Estou cansada de passar por tantas salas com pessoal trabalhando. Onde vamos chegar?
Yuri permanece quieto e encara uma porta, que ele abre. Um quartinho de limpeza é revelado, pequeno e cheio de vassouras.
— O que acha, Eva?
Eva olha decepcionada.
— E-er... Essa era a sala dele? Vamos embora, Yuri. Se for para ficar de gracinha em um momento sério, não estou interessada.
Yuri bate duas vezes na porta e uma voz abafada lá dentro diz para que entrem. Eva se espanta e olha para Yuri, que está rindo.
— Eu não fui convidado. Agora só você pode resolver daqui para frente. Lembre-se, às vezes as coisas acontecem diferente do que nossos olhos veem.
Yuri toca suavemente no ombro de Eva e vai embora, despedindo-se dela. Eva toma coragem e entra na sala.
Uma cadeira de costas para ela é revelada em um escritório... A sala é um lugar genérico de diretor, com uma cadeira gigante. Não há muito a dizer sobre o lugar, mas ele está ali. Eva sente uma pontada no peito para continuar.
— Chegou cedo, filha do general. Pode se assentar na cadeira à frente.
Quando Eva se senta, o diretor se vira com um olhar afiado. Sua aparência não é o que ela imaginava; ele parece jovem, com cabelos prateados e longos, uma barba bem feita e olhos como ônix. É uma mistura de aparência jovial com autoridade. Ele é um homem jovem e bonito, vestido com um sobretudo branco e usando luvas, algo como um terno por baixo. Sua voz é grossa e imponente.
— Recebi a carta, e aquilo me deixou espantado... Vou ser chutada fora, não é?
O diretor analisa Eva de baixo para cima, arqueando a sobrancelha.
— Me alegra saber que você não está me tratando com toda aquela cordialidade como os outros. Me cansa ouvir toda aquela lenga-lenga. E sobre o seu problema, você não será necessariamente chutada fora...
— NÃO? — O diretor se assusta com o aumento repentino no tom de Eva. Ela se desculpa e ele começa a explicar.
— Eu a chamei aqui para dizer que sua luta contra Isaac chamou minha atenção. Você possui a habilidade do renomado general, mas seu problema não ajuda muito.
— Sim, eu sei que não ajuda e estou disposta a preencher essa lacuna. Eu realmente quero ser mais forte do que isso.
— Você se acha capaz, Eva? Creio que não poderei mais relevar coisas assim. Seria um problema em combate ocorrer tais falhas; uma fraqueza assim só traria distrações e mortes. Todos passamos por problemas nos últimos anos e devemos ser mais fortes, imagino.
Eva afirma com a cabeça.
— Eu prometo mudar isso. Não quero mais fracassar...
— Então estamos conversados. Acredito em sua palavra, mas creio que ainda vamos nos reencontrar novamente.
Duas batidas na porta e ela se abre, revelando uma figura alta, um homem de pele bronzeada. Sua altura passa dos 1,80m. Ele tem cicatrizes no corpo, tatuagens de correntes no braço, cabelo branco e curto, e um corpo robusto e musculoso. Está vestindo roupa de combate, botas e uma armadura de placas, com uma capa atrás, demonstrando imponência.
O homem adentra a sala irritado, falando de olhos fechados.
— Ferrum, você acredita que ele vai mudar minha posição? Será mesmo que sou alguém importante? Minha força não é para dar aula para um bando de pirralhos, mas para guerrear em prol do meu país.
O diretor tosse, limpando a garganta e chamando a atenção do guerreiro à sua frente. O homem abre os olhos e nota Eva à frente do diretor. Seus olhos a analisam até que algo o espanta. Eva ascena para ele.
— Essa é a filha do general? Sinto falta de massacrar o seu pai em combate, mas, pelo visto, restou apenas sua filha defeituosa. Os rumores sobre você correm rápido.
O diretor coloca a mão contra o rosto, sem acreditar no que está ouvindo.
— Não vê que estou em outra reunião? Você não pode sair entrando assim, mesmo sendo meu amigo, e nem tratá-la dessa forma. Ela não é o seu antigo amigo.
Ele olha com um olhar cansado para Eva, mas pensativo, parece envergonhado por seus modos.
— Desculpe. Antigamente, eu e o general trocávamos provocações antes de ir ao combate; era o que tornava tudo formidável. Sinto muito pelo que aconteceu, garota.
— Aceito suas desculpas... Mas qual é o seu nome, parceiro?
Alexander estranha um pouco, mas responde.
— Meu nome é Alexander Guerra II. E você já deve saber o motivo de eu a conhecer.
Eva se espanta e levanta, chocada, até mesmo apontando para ele.
— Você é o irmão de Isaac? É aquele guerreiro superior ao rank S?!!!
— Sinta-se honrada em estar entre nós, garota. Na sua frente estão Albert Ferrum Taylor, rank S, e Alexander Guerra II, rank S. Mas, em combate, meu poder vai além disso.
— Dá para baixar um pouco a bola, Alexander? Eva está começando sua jornada agora e é jovem. Pega leve com ela.
— Pode ser isso. Já estou com meus 40 anos, mas estou mais forte do que aos 18. Creio que a jovem aí tenha essa idade.
Eva olha, rindo um pouco, e diz baixo:
— Velhote.
— Ganhou uma lutinha e já tem toda essa marra!? — O orgulho de Isaac foi o que fez ele perder para você. Não me venha com esse tom de voz, garota. Se o “velho” aqui quisesse, já teria te dado uma surra, criança.
— Eva, já estamos resolvidos. Você continuará conosco. Creio que poderá se superar quanto ao que conversamos.
Eva se retira da sala e encontra Yuri encostado na parede do corredor à frente.
— Como foi, Eva? Notei que alguém muito importante entrou na sala enquanto vocês estavam lá.
— Meio que vou continuar... Mas apenas se eu tiver uma melhora significativa no meu problema. Eu chamei a atenção dele na luta contra Isaac.
— Maravilhoso. Espero que isso ajude, Eva. Eu tenho algo para lhe contar... Poderíamos ir para um lugar mais reservado?
— Você me deixa mais ansiosa do que essa manhã já me deixou, mas vamos sim... Eu gostaria de lhe dizer algumas coisas, Yuri.
Ambos começam a andar juntos. Eva estava com roupas casuais, mas Yuri estava com seu uniforme. Eles saem da organização e Yuri continua tagarelando.
— Ouvi dizer que abriram uma boa lanchonete aqui perto. Acho que quero comer algo.
— Estou sem minha carteira. Não quero que você pague tudo sozinho.
— É apenas para comemorar o início da sua jornada. Eu irei pagar e não adianta dizer nada.
Eva concorda com a cabeça, mas não deixa de pensar: “Esse vacilão vai ficar sem salário desse jeito".
Ambos caminham pelas ruas cheias de pedras, uma espécie de asfaltamento com pedregulhos, até que chegam a uma pequena lanchonete, meio precária, mas com alguns bancos e mesas do lado de fora. Eles se sentam em uma das mesas.
— Faz muito tempo que eu não vou a uma lanchonete dessas, Yuri. Eles servem umas paradas deliciosas.
Yuri chama a atenção da garçonete que está à frente e faz alguns pedidos, enquanto Eva faz uma expressão de dúvida e tédio.
— O que você iria me dizer, Yuri? Pode ser rápido e direto? Estou cansada de esperar. Estão acontecendo muitas coisas rapidamente, e a paciência está me fugindo.
— Eu nem sei por onde começar, mas queria que você ficasse calma, independente do que eu disser... E-eu irei para a capital com Martyn. Ele meio que me escolheu como seu suporte para lutar ao seu lado, e eu aceitei.
Os olhos de Eva se arregalam e ela se levanta da cadeira, quase derrubando a mesa.
— COMO É QUE É A HISTÓRIA?
— Me desculpe, Eva, mas você sabe que eu sempre quis isso. Meu pai teve o mesmo destino, e eu quero ajudar o país. Não tenho esses poderes à toa, e sei que é para lutar e vencer essas criaturas das trevas que estão acabando com a capital.
— VOCÊ ESTÁ MALUCO? VAI VESTIR O MALDITO PALITÓ DE MADEIRA? EU NÃO QUERO QUE VOCÊ MORRA, YURI! O MARTYN PODE QUERER IR, MAS POR QUE VOCÊ?
— Por favor, tente entender... Eu escolhi isso porque é assim que as coisas funcionam. Um dia você vai me entender. Sei que você se importa comigo, mas eu irei para a capital custe o que custar.
— Se é o que você quer... Eu não posso impedir, Yuri, mas se você morrer, eu nunca irei te perdoar.
Eva tenta esconder sua tristeza, mas aceita que é isso que Yuri quer e que ela não pode mudar.
— Aliás, preciso te contar algo. Eu meio que irei embora, então pedi que fizessem algo. Sou do tipo suporte e cavaleiro. Antes, eu e Calisto não tínhamos tempo, mas, com a minha saída, vai precisar de um guerreiro do tipo cavaleiro... Eu recomendo você como meu substituto e, por isso, você está passando por esses testes e alguém irá substituir Martyn como seu superior.
-YURI? EU NÃO SEU LUGAR? EU NÃO ESTOU ACREDITANDO!
— Bem, você é o único confiável para mim que pode fazer isso. Você precisa vencer seus traumas para embarcar junto com sua irmã. Me desculpe mesmo por isso, mas agora, sabendo que o diretor obteve suas habilidades, acredito que fiz uma boa escolha.
— Mas quando você vai para a capital?
— Eu não tenho certeza, mas será logo. Eu te direi quando tiver um dado.