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XV MISERÁVEL ALEXANDER

Os seus olhos se abrem, e tudo o que pode ser visto é a escuridão. Onde estará ele? Pois o sol parece tão apagado. É amanhã? Tudo o que pode ser visto é a areia negra e as vastas montanhas gigantes à sua volta, um deserto negro com rios de sangue. Ele se levanta com dificuldade, seu corpo não pode ser sentido, e o único impulso que vem de si é a vontade de vomitar, vomitar o líquido vivo e vermelho que escorre por sua boca.

— Qu-e mer-da? Cof-cof, é essa?

A imensidão da escuridão pode ser vista, a sua volta uma cratera simbolizando a sua queda. Ao se levantar, sua armadura cai em cacos ao chão. Humilhado e abandonado, ele caiu ao chão, sua blusa de malha, que estava por baixo, agora rasgada aos pedaços, e sua calça são as coisas que restam para ele... As coisas que restam para Alexander!!!

— A minha espada? Onde estou e Isaac!?

Todos esses pensamentos orbitam sua cabeça, mas Isaac... Ele se choca com um meteoro de emoções em seu peito.

Tudo em sua mente parece rodar, mas o desconhecido e o medo ainda mais. O local à sua volta só faz com que ele sinta mais e mais medo e ansiedade.

— Eu não vou morrer nem mesmo nessas terras imundas. Posso cair de um penhasco, mas voltarei e encontrarei Isaac!!!

Seu grito ecoa sobre o lugar vazio. Alguns diriam que seria uma perturbação do silêncio e do vazio do ambiente.

— Só pode ser brincadeira... Será que estou morto? E que tipo de inferno é esse? Meu corpo está todo lascado e minha habilidade!?

Alexander tenta convocar sua espada, mas é surpreendido pelo que restou dela. A mesma está quebrada e defeituosa, ofuscando, perdendo suas forças.

“A Rosa infame me salvou? E como podem lâminas mágicas se quebrarem? Isso tudo é uma merda!!!”

Algo chama a atenção dele ao ouvir um cantarolar de uma voz distorcida, mas aguda.

— Céu negro, rios de sangue, humanos caem e a chave exangue.

Alexander tenta invocar sua lâmina novamente, mas falha. Então a voz diz, revelando rapidamente um ser sobre um manto negro, que oculta sua aparência. Definitivamente é alto em comparação com Alexander, lembrando um tanto Nefasto Rah.

— Se eu fosse você, não tentaria... Eu já notei que está danificada, mas sabe, não é normal seres como você em nosso mundo.

Alexander então range os dentes e diz:

— O que quer que seja, eu não vou perder mesmo sem as minhas habilidades. Eu já matei muitos do seu tipo.

— Eu não disse que desejo um combate. Pelo contrário... Apenas uma ajuda sua.

— Por que eu aceitaria ajudar um demônio como você? Se eu der as costas, vai me esfolar vivo e me usar como casaco.

— Posso provar que você deve confiar em mim. Sabe, você não está mais no seu mundo ou no lugar que chama de casa... Está no nosso lar, e aqui não há como você sobreviver sozinho. Mas eu lhe ajudarei com isso, pois uma mão lava a outra.

— E o que isso importa? Ainda não confio em você.

— Informações são valiosas, sabia? Eu me chamo Dark.

— Isso não ajuda. Agora estou aqui nesse inferno e nem mesmo sei como cheguei até aqui. Tudo o que lembro... Isaac.

“Não há escolhas... Eu não sei nada daqui e esse ser quer me ajudar. É loucura acreditar em um demônio vestido com um capuz. Eu não consigo ver nada dele, mas não posso morrer aqui. Eu não consigo lutar e não tenho forças.”

De forma relutante, ele respondeu a Dark:

— Eu me chamo Alexander, mas me diga como posso ajudá-lo? Eu não quero me tornar seu subordinado ou algo do tipo, porque ainda tenho meus objetivos. Não somos amigos nem nada do tipo.

— Eu não conheço nenhum humano fraco que chegou até aqui. Todos eram bem fortes, até mesmo inteligentes demais. Vocês são seres que me deixam curioso, e não é como se eu fosse devorar ou usar voce como vingança pelo meu povo me traria alguma vantagem para mim.

— Entendo, mas eu não gosto do seu povo. Tudo o que vocês fazem é simplesmente matar, destruir e ficar em êxtase sobre o nosso sangue.

— Chega de reclamações. Preciso que você me prove que é forte como aparente ser. Sua espada está aos cacos, né? Tenho uma solução se precisar de uma arma.

Dark convoca um machado de ferro negro e o entrega a ele, jogando em sua direção. Alexander pega com sua mão esquerda.

— Certo, mas o que eu deveria fazer exatamente? Não sei se estou em boas condições.

Dark desaparece enquanto uma voz diz:

— Mate três seres da minha espécie e os traga para mim nesse mesmo lugar. Não é muito difícil encontrar na escuridão. Não me desaponte.

Alexander então empunha o machado e sai andando pela escuridão em busca de seu objetivo. Ele estava errado; as esperanças são plausíveis de estarem longe dele.

“Maldito Maestro... Você me envia para a morte, certo? Tudo o que fez foi me deixar como um maldito porco no abatedouro. Todas as suas ações estão dizendo isso!!!”.

A raiva dentro de Alexander começa a aumentar ao ponto de ele começar a socar o chão a cada palavra.

— MALDITO SEJA, VOCE MAESTRO! MALDITO!!! SEI QUE NÃO PODE ME OUVIR, VOCE ME MANDOU PARA MORRER!!! EU FIZ TODO O SEU TRABALHO SUJO, EU ME FIZ LUZ NA SEU ESCURIDÃO, E AGORA SOU DESCARTADO COMO NADA? SE ACHA TÃO PODEROSO? A MINHA COVA NÃO VAI SER ESSE INFERNO!!!

Um ser distorcido aparece perante Alexander, que estava gritando de ódio.

— Olha só o que consegui fora do domínio. Você poderia poupar seus gritos para depois? Há tanto tempo que não vejo algo tão delicioso como você. Dois seres em um único dia... ganhamos na loteria, mas esse aqui caiu nas minhas garras e não na daqueles idiotas.

— Acho mesmo que eu não vou acabar com você? Já derrotei muitos de vocês e já sei que você não é muito forte. Dá pra ver na sua estatura física. Já lutei com seres maiores.

Várias correntes saem do chão e seguram Alexander. Ele tenta se soltar, mas não consegue. Seus braços estão presos.

— Pode ver o quão inferior vocês são? É como um inseto na minha teia. Não adianta ficar falando demais.

“Eu não vou perder pra esse verme. Eu preciso ser mais forte para salvar meu irmão...”

Alexander, com toda a sua força bruta e agressividade, puxa as correntes, estourando-as e assustando seu inimigo. Ele usa as correntes presas aos seus punhos e desfere um golpe contra o demônio, partindo-o ao meio em um único golpe.

— Eu sou Alexander, o guerreiro lendário. Eu não treinei por praticamente toda a minha vida para morrer aqui. Eu vivo do combate!!!

Ele tenta retirar as correntes de seu pulso, mas não consegue.

“Eu usarei tais correntes como armas... Não sei do que são feitas, mas é como aço. É a única arma que me resta... Não me dou bem com machados. Só me pergunto como vou entregar a cabeça desse cara se ele foi cortado na vertical.”

Ele tira a mão do demônio e prende em sua cintura. O vento era tão forte que ele foi até o ser e tirou um tipo de manto do mesmo, usando-o como uma capa. Continuou caminhante, e um tanto pensativo, mas logo expulsa os pensamentos de sua cabeça.

Ao entrar em um pequeno cemitério, ele se depara com uma sensação familiar, o que preocupa Alexander. Parecia um cemitério humano, com uma pequena capela abandonada próxima. O vento faz com que o sino tocasse; tal barulho era bem aflitivo. Uma figura negra se forma à sua frente, e sem pensar duas vezes, ele joga seu machado contra a figura, que reaparece à sua frente.

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— Isaac!?

A figura volta a se aproximar, e Alexander, irracionalmente, desfere um golpe com sua corrente contra a mesma, mas o corpo dela se desfaz como uma ilusão.

Vários seres começaram a rodeá-lo, rostos... vários rostos conhecidos.

— Isso é impossível, pois vocês estão mortos!!! Eu fracassei, pai!!! Eu não consigo continuar agora que perdi a única coisa que me faria continuar. Por que você confiou a sua espada a mim, meu avô? Eu não consigo fazer nada direito.

Uma figura então se forma à frente, dizendo:

— Morte e fracasso, disso que você é feito, Alexander.

Os olhos do mesmo se arregalam.

— Senhor!?

— Alexander, eu confiei em você para se tornar mais forte... Eu coloquei minhas expectativas, mas eu perdi tudo o que tinha. Perdi todas as minhas esperanças em você. Quanta arrogância, quanto egoísmo, você merece morrer.

Um enxame de seres sai de cada figura e se junta acima de Alexander. Ele tenta correr, mas sente que as forças de seu corpo se esvai.

— Eu convoco o breu!!!

Gigantescas mãos de fogo negro se formam nos céus e acertam o enxame, apertando-os como nada. Elas os incineram, e a visão de Alexander volta ao normal. Alexander sente seu corpo pesar e fecha os olhos. Logo ele os abre e nota uma figura à sua frente. Ele tenta golpeá-la com um soco forte, mas sente sua mão sendo segurada e depois puxada.

— Você se saiu bem contra os esquecidos... Não há nada mais cruel do que aqueles seres tentando se alimentar do seu sofrimento. Eles costumam nos expor a memórias horríveis, são múltiplas pessoas juntas ou eu diria facetas.

— O que diabos foi aquilo? O que diabos é isso tudo?

— Nós estamos em terras esquecidas... Não há nada aqui além de seres fragmentados como esses e demônios exilados como eu. Mas eu não estou aqui porque fui banida, foi minha escolha. Você é forte, e eu posso ver isso por você ter aguentado ficar tanto tempo com sua mente à prova. Mas vamos embora agora, tenho muito o que dizer ainda. Já chega de testes idiotas, pois não temos tempo.

— Embora? O que está acontecendo? Parece que tem algo que te assusta.

— Não posso dizer por agora. Apenas vamos logo...

Sons de uivados, como de lobos, podem ser ouvidos. Dark segura a mão de Alexander e começa a correr rapidamente, puxando-o. Alexander sente um aumento rápido de sua velocidade que o assusta.

Ela então se aproxima de uma pequena caverna próxima das montanhas e o joga lá dentro. Ela entra e fecha com uma pedra rapidamente, sem mais nem menos. Os cristais em seu interior não a deixavam tão escura.

— Eu não entendo o que você está fazendo, cara. Do nada eu quase fui morto por alguma coisa louca lá fora, e agora ouvimos sons estranhos e fugimos. O que diabos você temeria? Vocês são iguais e da pra ver como você é poderosa.

— O rei nos baniu para esse deserto esquecido e colocou esses seres fragmentados para nos punir. Poucos são os que estão aqui. A maioria são aqueles que lutaram contra as forças da nobreza. Você tem um pouco de sorte de ter surgido por aqui... O que mais vai encontrar é areia. Eu mandei matar três seres e trazer suas cabeças, mas por aqui é quase impossível. Você pelo menos conseguiu sobreviver um tempo, como eu gostaria de te testar afina.

— Mas por que você me ajudou? O que você viu de diferente em mim? Não sabia que demônios poderiam “salvar humanos”. Todo esse lugar é confuso pra mim. Eu costumava ser bem forte, mas agora não sou tão forte, e ainda mais sem minha espada.

Dark olha para ele, mas se vira de costas, dizendo:

— Achei que poderia me ajudar com algo. Soube que outro humano estava no palácio e achei que pudesse fazer um acordo. Tenho certeza de que você está atrás dele. Será impossível encontrá-lo sem a minha ajuda.

— Você me ajuda? Quais são essas tarefas que você me disse?

— Foi para ver se voce era confiavel. Os últimos humanos que apareceram meio que nos enganaram. Queria me precaver, caso você fosse fazer o mesmo.

— Como nós o enganamos? Por acaso eu não sou o primeiro humano a pisar aqui?

— Eu não sei bem, pois sou um tanto novo em comparação a tudo isso... Eu não participei da guerra dos supremos e era um tanto jovem, mas humanos já pisaram por essas terras e, pelo que sei, antes vocês foram nossos aliados até todos nós se tornarem inimigos.

Alexander fica confuso por não saber sobre certas coisas, mas imagina que esteja ligado aos guerreiros eternos. Seus pensamentos estão longe de chegar a uma resposta, pois ele nem mesmo sabia que esse mundo existia, tudo parece explodir sua cabeça.

— Mas qual é o seu plano, Dark, e o que você procura?

— A pergunta é: o que você procura, Alexander?

— Eu preciso sair daqui junto do meu irmão. Eu preciso salvá-lo antes que a corrupção faça com que ele perca sua consciência. E também tenho que lutar pela guerra com meus companheiros. Eu não quero que eles morram sozinhos sem minha ajuda. Eu preciso aniquilar todos aqueles demônios.

Quando ele diz "aniquilar demônios", os olhos de Dark ficam cerrados, mas ela tenta manter a postura.

— Isso se relaciona a tudo o que eu quero dizer. Não sei como, mas os soberanos encontraram a chave que consegue abrir portas para o seu mundo. Parece que vai haver um grande ataque de um exército mais forte ainda. Nefasto Rah caiu, mas ainda há seres mais fortes do que ela. Há um humano infectado que foi encontrado com a chave...

— Maldito Isaac, esse é meu irmão que caiu nesse mundo. Digamos que, na luta contra Nefasto Rah, ele se corrompeu e acabou com ela. Eu estava lutando tão bem contra ela, mas a minha espada não aguentou as chamas...

— A espada é a chave. Possui poder divino, mesmo que em pouca quantidade da pra usa-la. Isso explica o motivo de vocês terem chegado até aqui e também significa que estamos atrasados.

— Atrasados? Você faz todo esse mistério, me diga logo tudo que está acontecendo!!!

— Eu estou disposto a impedir o rei demônio e, no processo, impedir que ele vá para seu mundo. Eu já estou farta de maldades com seu povo e meu povo. Não é necessário que façamos isso contra voces, mas sim o ego quebrado de todos eles e a ganância por prazer. Estou disposto a enfrentá-lo de frente e parar de fugir, mas há algo... há algo que me deixa sem forças.

— O que seria aquilo?

— Aquilo que eu estava fugindo está me caçando, e quando eu uso meus poderes, ele pode me sentir. Eu estou me escondendo ao máximo e até mudando meu corpo. Ele é uma das principais armas do rei. Todo ser que ele enfrenta é assassinado pois só o rei demônio ordenar para ele caçar alguém... A pessoa fica enfraquecida contra o mesmo. Essa é sua vantagem de caçador. Sozinha, eu não sou nada contra ele, e com sua ajuda, podemos destruí-lo. Seria uma ameaça a menos para seu mundo.

— Isso seria um perigo para humanos poderosos do meu mundo, mas como vamos matar algo que é poderoso até para você? Minha espada está quebrada e tudo que tenho são apenas essas correntes velhas e seu machado, que não é bom para mim.

— Esse machado é feito com um material daqui. Creio que posso fazer algo com as correntes, pois são feitas do mesmo material mágico.

As correntes se acendem e, então, são melhoradas, tornando-se mais fortes e novas. Alexander as prende em seus antebraços e diz, relutantemente:

— Obrigado, Dark.

— Vamos enfrentar uma criatura. Quando ela for derrotada, será possível reparar sua espada. Confie em mim, e eu revelarei toda a verdade para você e o ajudarei com seu irmão. Só não vamos perder tempo.

— Então vamos fazer um pacto, Dark. Nenhum de nós pode trair o outro nisso. Eu lhe ajudarei a parar o rei demônio e também a acabar com ele, mas você me ajuda a salvar meu irmão e nos tirar daqui.

Ela aperta a mão dele e eles formam um pacto.

— Eu aceito, Alexander. Mas, já que vamos lutar juntos contra o mesmo, devo revelar minha verdadeira forma. Não quero mais me esconder por causa daquele que está me caçando.

Ela então abre as mãos, e as trevas começam a exalar de seu corpo, até Alexander notar sua verdadeira face. Ele não sabia o que dizer ao ver que se tratava de uma linda mulher de pele pálida e cinza. Seus olhos elegantes e amarelos chamam sua atenção por serem atraentes, mas não deixam de ser demoníacos. Ela definitivamente era uma mulher elegante, com uma estatura maior que a de Alexander.

— Hora de caçarmos o caçador, Alexander!

Os dois saem da caverna e começam a andar. Alexander não entende para onde está indo, mas a segue, ainda olhando muito para ela. Ele não consegue distinguir porque um demônio se parece tanto com uma humana. É um tanto perturbador pensar que ele se sentiu um pouco atraído por algo que antes era sua raiva. Mas ainda é sua raiva... mas Dark... Dark é estranho.

— Vamos esperar até que ele note minha presença.

Eles se assentam em algumas pedras, e Alexander não deixa de perguntar:

— Por que você tem essa aparência? Achei que fosse um demônio, como tinha aparecido antes para mim.

— É uma longa história. Digamos que, no passado, os demônios e humanos formaram alianças. Eu sou uma hibrida de humano e demônio. Talvez eu pense diferente dos meus iguais por isso, mas também sou mais fraca em decorrência disso. Eu sou mais humana do que você imagina.

— Humanos com demônios? Isso é realmente possível!?

— Somos mais iguais do que você imagina. No passado, firmamos uma aliança com vocês por conhecimento e outras coisas... Mas o principal era porque não sabíamos como utilizar as máquinas que estavam em nosso mundo, mas vocês as conheciam bem. Elas foram deixadas pelos antigos seres de luz que residiam aqui antes de nós.

— Isso é muita coisa para minha cabeça, mas acredito que sabíamos, porque antes dos ataques, o que mais existia eram as indústrias. O ar do nosso planeta até melhorou depois que elas foram abandonadas... Estava uma poluição desenfreada. Eu não sei muito bem dessa época, pois meu avô me contou as histórias.

Sons pelos céus são ouvidos pelos dois, até que uma figura horripilante se apresenta diante deles, observando-os. Definitivamente é um dragão demoníaco de várias cabeças. Alexander nunca viu algo assim antes e é quase indescritível.

— Parece que eu a encontrei, princesa, e eu prefiro te levar viva ao rei. Mas você escolhe se vai morrer mesmo. E este ao seu lado? Não me disseram que havia outra presa... Mas não importa.

— Você não vai me levar, Dragon, pois irei até ele eu mesma... Mas sem que você esteja no meu caminho.

Dark pula em direção ao Dragon, e as duas cabeças do dragão tentam atingi-la, mas ela desvia com facilidade. Inesperadamente, uma quarta cabeça surge, golpeando-a com uma mordida mágica e jogando-a contra o chão. Alexander usa toda a sua força, pulando e acertando o dragão com suas correntes, se jogando em sua direção. Ele desvia das três cabeças do dragão. Dark então ativa um escudo negro em volta de si, fazendo com que dele saiam vários espinhos que não o machuquem, mas o atordoam o suficiente para que Alexander possa envolver uma das cabeças com suas correntes e cortá-la ao meio.

Dark então fecha seus olhos e diz:

— Já chega, sua criatura horrenda! Eu vou destruir você!!! AFASTE-SE, ALEXANDER!!!

Do corpo dela exala uma energia tão escura quanto o breu, pulsando como se estivesse a fortalecer cada vez mais. Seus olhos se tornam tão obscuros e de suas costas ficam seis asas negras.

— Você consegue lutar contra a imperatriz? Veremos, aberração!

Ela voa em direção ao dragão e começa a desviar das investidas de suas cabeças. Lanças mágicas são conjuradas em sua direção, mas se quebram ao acertar a criatura. Dark se teletransporta de volta ao chão.

— Eu odeio essa sua habilidade. Não tem habilidades especiais, mas essa em questão anula como a minha. De verdade, é um caçador.

Ela avança na direção do mesmo, aparecendo e desaparecendo, e vários golpes com suas investidas, enquanto se teletransporta, cortam as três últimas cabeças. Mas dele surgem outras seis. De suas mãos surgem uma lança e ela começa a reetalhar o corpo da criatura em uma velocidade insana, cortando-o. Mas quanto mais ela golpeia, mais forte o dragão fica e seus atributos físicos aumentam. Ela avançou com sua lança acertando o coração da criatura, expondo ao cortar seu peito. Ela voltou para trás com um salto e para o lado de Alexander, que estava afastado. A criatura começa a se regenerar.

— Como você ficou assim, Dark? Que nível de poder é esse!?

Ela desaba no chão.

— Isso não importa. Essa porcaria só me deixa mais fraca. Enquanto ele me caçar, eu não vou vencer, independente do que eu faça... Ele se adapta a tudo.

Dragon então concentra um raio de energia negra em suas seis cabeças, pelo resultado dos golpes e esforços de Dark. O raio então é disparado na direção dos dois. Dark, com o pouco de força que ainda resta, desfere uma energia negra gigantesca contra a habilidade do inimigo, fazendo com que elas se choquem.

“Esse imprestável está absorvendo o poder divino dentro de mim... Eu não fui feito para usar isso de fato... O que me torna poderosa... Isso ou minha vontade de mudar toda essa situação?”

Alexander olha maravilhado para Dark e permanece atrás da mesma, que com apenas uma de suas mãos está chocando seu poder contra o de seu inimigo.

“Por que esse poder se parece tanto com a lâmina lendária. Seria tão bom tê-la em mãos, mas eu tenho uma ideia”.

Dark é empurrada para trás, mas ainda continua com seu poder. Ela definitivamente está mais enfraquecida.

— Eu não queria fazer isso... Mas já que você está aqui, seu inútil, sirva a sua imperatriz.

Ela rapidamente, usando sua velocidade, se teletransporta, levando Alexander junto e saindo da direção do raio que faz uma imensa cratera contra o chão. Dragon olha maravilhado, pensando que havia os eliminado. Ela então cai e Alexander a segura. Ela da um soco de leve no peito de Alexander.

— Use o meu poder certo ou eu acabo com você... Temos apenas uma chance, pois ele não está te caçando e o poder dele não aumenta caso você o ataque.

Em um súbito momento, uma lança é vista cravada no peito da criatura. Alexander avança na direção da lança e pula com os pés contra ela, cravando-a mais fundo no coração exposto da criatura.

O dragão começa a se destruir em partículas, mas, além da morte da criatura, o que surpreende é que Alexander, à frente de Dark, está exalando energia. Asas são vistas saindo de suas costas, seu cabelo é tão claro e a energia pura parece envolver seu corpo. Em comparação com a mesma antes, eles são opostos, ela é a escuridão e ele a luz.

— Como pode? O poder dos antigos flui em você? Em mim, apenas havia uma vasta energia maligna que eu tentava suprimir, mas você... Você está parecendo com os seres das histórias.

Alexander tira o poder de si mesmo e passa para Dark.

— precisamos cumprir o plano agora que não temos nada nos atrapalhando, essa luta só foi mais um obstaculo, a luta de verdade vai ser bem pior...

— Claro, mas antes preciso lhe dizer algo... Nossa jornada não será fácil e poderemos sair mortos disso. Eu acredito que será um tanto difícil, pois se trata do rei demônio... Nosso plano é chegar sorrateiramente. Com sorte, poderemos encontrar seu irmão.

— Está decidido, Dark... Vamos salvar todos aqueles que merecem viver. Sabe, no início, tudo o que eu pensei era como eu tinha um nojo de seres como você, mas você se mostrou diferente. Eu ainda não entendi por que me salvou, mas vamos ajudar um ao outro.

— Eu achei que todos os humanos eram egoístas e enganadores, mas eu estava errada.

— Não está errada, mas nem todos são assim.

— Eu digo o mesmo, Alexander.

Os dois se aproximam novamente, unindo seus braços e firmando novamente sua aliança. Mas Dark aproxima-se do seu ouvido e diz:

— A chance de não voltarmos é grande, então essa pode ser nosso último dia juntos.

Sem perceber, ambos estavam se conectando mais do que imaginavam.