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Os três mosqueteiros

Sem que eu percebesse, os dias haviam passado rapidamente. Junho tinha chegado ao fim e já estávamos no meio de Agosto. Meu ciclo diário consistia em; acordar, comer, jogar e dormir.

Decidi ligar o videogame para me distrair, mas logo percebi que jogar sozinho era entediante. Liguei para Seiji e Rintarou para ver se estavam livres para jogar.

Seiji atendeu rapidamente, sua voz animada, como sempre, do outro lado da linha. — E aí, Shin! Claro, estou dentro! Só preciso arrumar minhas coisas.

Rintarou, sempre responsável, também estava disponível. — Eu também estou livre. Podemos jogar juntos.

Pouco tempo depois, estávamos todos online, prontos para mergulhar em uma maratona de jogos. Jogar com meus amigos era muito mais divertido, e logo estávamos rindo e competindo animadamente.

Depois de algumas partidas, Rintarou fez uma pausa e falou: — Falando nisso, vocês já terminaram as tarefas de verão que o professor passou?

Seiji soltou um gemido. — Que droga! Eu esqueci completamente disso!

— Eu também... — respondi, sentindo o desespero crescer.

— Sem pânico, galera. Que tal nos reunirmos na minha casa em uma hora e eu ajudo vocês? — sugeriu Rintarou, sempre o mais organizado.

Desligamos o jogo e começamos a nos preparar. Chegando na casa de Rintarou, fomos recebidos pela sua irmã, que nos conduziu até o quarto dele. Era um ambiente organizado, com uma mesa de estudos cheia de livros e papéis.

— Boa sorte com os estudos, meninos! — disse a irmã de Rintarou, saindo do quarto com um sorriso no rosto.

Rintarou já estava com os livros abertos e pronto para começar. Seiji se jogou na cadeira, claramente sem vontade de estudar.

— Vamos começar pela matemática, Seiji. — Rintarou anunciou.

— Ah, não! Matemática não! — Seiji reclamou, pegando o celular para ver suas redes sociais.

— Também não estou com muita vontade, mas não temos escolha. — concordei, resignado.

Rintarou pegou um livro de matemática e começou a explicar os conceitos básicos, tentando simplificar ao máximo para Seiji.

— Então, Seiji, se x é igual a 5, o que acontece com y? — Rintarou perguntou, pacientemente.

Seiji franziu a testa, olhando para o problema. — Hum... Y fica igual a... 10?

Rintarou suspirou, mas manteve o sorriso. — Quase. Vamos tentar de novo.

O tempo parecia ter parado enquanto lutávamos com equações e fórmulas. A cada dúvida que surgia, Rintarou pacientemente explicava, tentando de várias maneiras até que entendêssemos. Logo, Seiji se viu exausto, implorando por uma pausa.

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— Por favor, me salva, Shin! — ele disse, jogando-se na cama.

Rintarou olhou para o relógio e balançou a cabeça. — Seiji, só se passaram dez minutos...

Eu ri, tentando aliviar o clima. — Vamos lá, Seiji. Mais um pouco e depois a gente faz uma pausa.

Enquanto tentávamos nos concentrar, as conversas começaram a fluir naturalmente. Lembranças do passado surgiram, e nos vimos rindo de momentos embaraçosos.

— Ei, lembram daquela vez que o Seiji confessou para a garota que ele gostava, na frente de toda a escola? — comecei, tentando não rir.

— Ah, eu lembro. Foi tão embaraçoso que aquilo se tornou notícias na escola durante a semana toda — disse Rintarou rindo.

Seiji ficou vermelho, desviando o olhar. — Vamos mudar logo de assunto!

— E aquela vez que o Shin dormiu na aula e começou a falar sozinho enquanto sonhava? — Seiji retrucou, rindo.

— Do que você está falando?! Isso nunca aconteceu — disse eu, tentando-me lembrar de quando isso aconteceu

— Ah, essa foi boa! — Rintarou acrescentou, rindo junto com Seiji.

Todos rimos, e eu me senti um pouco aliviado ao ver que Seiji também estava se divertindo. Tentei desviar o foco para Rintarou, mas percebi que não conseguia lembrar de um momento embaraçoso dele.

— E você, Rintarou? Algum momento embaraçoso? — perguntei, curioso.

Rintarou ficou pensativo por um momento antes de responder, hesitante. — Bom, teve uma vez que me lembro que tirei 89/100 em uma prova...

Seiji e eu nos entreolhamos e depois olhamos para Rintarou, incrédulos.

— Vou te matar, como assim isso é algo embaraçoso?! Você só quer se mostrar, né?! — Seiji gritou, fingindo estar bravo.

Nós rimos, e Rintarou, finalmente, sorriu.

— De qualquer maneira, vamos logo terminar as tarefas — disse Rintarou, olhando para o relógio

— Sem chance, não quero estudar mais matemática! — respondeu Seiji

Tentando convencer Seiji a terminar as tarefas, falei: — Li em um livro que garotas gostam de homens inteligentes.

Como um flash, Seiji pegou o lápis e começou a fazer a tarefa. Um segundo depois, ele parou e me olhou, sorrindo maliciosamente.

— Onde você leu isso, e por que estava lendo? — perguntou, com um tom provocador.

Tentei evitar o olhar dele, mas falhei miseravelmente. — Ah, não é nada...

— Tá querendo impressionar quem, ein Shin? — disse Seiji com um sorriso provocador no rosto.

Rintarou interveio. — Tá na cara que a pessoa que ele gosta é a Yuki.

Seiji arregalou os olhos. — Queee?! Você gosta da Yuki mesmo? Aquela Yuki?!

Eu me virei para Rintarou, desesperado. — Por que você contou?!

— Isso não vem ao caso. Vamos continuar com as tarefas. — respondi, tentando mudar de assunto.

Seiji refletiu por um momento e depois disse: — Você devia agir rápido. Se não chegar nela logo, vai haver quem chegue antes de você, você sabe disso né?

Fiquei pensativo, mas decidi desviar a conversa para Seiji. — Sim sim, e você, Seiji? De quem você gosta?

Ele respondeu sem hesitar.. — Eu gosto da Yumi da classe. Ela é tão linda, cheirosa, gentil... Seria a namorada perfeita para um bonitão como eu.

Eu ri. — Mas você sabe que ela também é muito concorrida. Tanto os do terceiro ano quanto os do primeiro ficam de olho nela.

— Não tem problema, eu tenho um plano infalível — disse Seiji rindo.

Seiji e eu olhamos para Rintarou, que parecia confuso.

— E você, Rintarou? De quem você gosta? — perguntamos em uníssono.

Ele balançou a cabeça. — Não gosto de ninguém. Estudos vêm em primeiro lugar.

Seiji reclamou. — Eh, que chato, Rin. Você tem que aproveitar sua juventude agora. Logo vai ser tarde demais e você pode se arrepender.

Rintarou ignorou e insistiu. — Vamos voltar às tarefas logo.

— Eh!? Vamos fazer uma pausa — implorou Seiji

— Nem vem, já desperdiçamos muito tempo conversando, anda logo — respondeu Seiji

Observei meus amigos e senti imensa gratidão. Mesmo com todas as diferenças e desafios, éramos unidos por um laço inquebrável de amizade. O calor do verão parecia menos opressivo com eles ao meu lado. O futuro poderia ser incerto, mas sabia que, juntos, podíamos enfrentar qualquer coisa.