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As provas finais

O sol matinal infiltrava-se pela janela, aquecendo o quarto e me arrancando do sono. O despertador ainda não tinha tocado, mas o brilho era suficiente para me acordar. Bocejei, espreguicei-me e olhei para o relógio. Faltavam dez minutos para o alarme disparar. Decidi aproveitar esse tempo extra para me levantar e começar o dia com calma.

Desci as escadas e encontrei minha mãe na cozinha, preparando o café da manhã. Minha irmã mais nova, Hana, já estava na mesa, absorta em um livro de histórias.

— Bom dia, Shin! — disse minha mãe, sorrindo. — Dormiu bem?

— Sim, mãe — respondi, pegando uma torrada. — E você, Hana? O que está lendo?

— Um livro sobre aventuras no espaço! — respondeu ela, animada. — É muito legal!

— Legal! Continue lendo, você vai longe com essa paixão — disse eu, acariciando sua cabeça.

Depois de um café da manhã rápido, peguei minha mochila e saí de casa, encontrando Seiji e Rintarou na esquina, como de costume.

— Ei, Shin! — gritou Seiji. — Pronto para mais um dia?

— Sempre, Seiji — respondi, rindo.

O caminho para a escola foi preenchido com nossas conversas habituais sobre jogos e os eventos do dia. Ao chegarmos, o clima na sala estava diferente. O professor entrou, carregando um semblante sério.

— Atenção, classe — disse ele, após a chamada. — As provas finais do semestre estão chegando. Sei que muitos de vocês estão ansiosos para as férias de verão, mas antes disso, precisamos focar nos estudos.

Um murmúrio percorreu a sala. Todos sabiam que as provas finais eram um desafio. Seiji, ao meu lado, soltou um suspiro.

— Estou perdido. Minhas notas estão terríveis — sussurrou ele.

— Eu também não estou muito bem — admiti. — Rintarou, podemos contar com sua ajuda?

— Claro — respondeu Rintarou, sempre calmo. — Podemos nos reunir para estudar depois das aulas. Eu ajudo vocês.

O intervalo chegou, e decidi ir à biblioteca. Precisava começar a estudar logo para não ficar muito atrás. Enquanto procurava um lugar para me sentar, avistei Yuki, sozinha em uma mesa, cercada de livros. Aproximei-me, hesitante.

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Sentei-me, sem fazer barulho, e comecei a estudar. De vez em quando, olhava para Yuki e via a intensidade com que ela lia e fazia anotações. Ela estava realmente focada. Após um tempo, deparei-me com uma dúvida que não sabia resolver. Arrisquei e tentei pedir ajuda.

— Yuki, você poderia me ajudar com essa questão? — perguntei, tentando não parecer muito nervoso.

Ela olhou para cima e sorriu gentilmente. — Claro, Shin. Deixe-me ver.

Ela explicou a solução de forma clara e eficiente, e eu finalmente entendi.

— Obrigado, Yuki. Você realmente sabe disso.

— De nada — respondeu ela, voltando aos estudos.

Passamos o resto do intervalo em silêncio, uma companhia silenciosa, mas reconfortante.

Depois das aulas, Seiji, Rintarou e eu nos reunimos com outros colegas que também precisavam de ajuda. Entre eles estavam Akira, um garoto sempre bem-humorado; Mai, uma menina tímida, mas muito inteligente; e Takeshi, que tinha dificuldade em matemática.

— Vamos todos para minha casa — disse Rintarou. — Podemos estudar juntos lá.

Fomos para a casa de Rintarou, onde sua mãe nos recebeu com biscoitos e suco. Sentamos ao redor da mesa da sala, e começamos a estudar. Rintarou explicava pacientemente cada tópico, respondendo às nossas perguntas.

— Rintarou, você deveria ser professor — disse Mai, admirada com a paciência dele.

— Quem sabe? — respondeu ele, rindo.

Os dias seguintes foram cheios de estudos intensos. Durante os intervalos, continuei indo à biblioteca e, muitas vezes, encontrava Yuki lá. Aos poucos, começamos a conversar mais.

Em um desses dias, enquanto estudávamos na biblioteca, minha curiosidade venceu.

— Yuki, você realmente se dedica muito aos estudos — comentei.

Ela olhou para mim e sorriu um pouco melancolicamente. — Tenho que me esforçar bastante.

— Pressão familiar? — arrisquei.

Ela parou por um momento, depois suspirou. — Sim. Meus pais e irmãos todos estudaram na Universidade de Tóquio. A expectativa sobre mim é gigante.

— Entendo, deve ser difícil — eu disse, sentindo um pouco de pena dela.

— Sim, mas faz parte — respondeu ela, voltando aos estudos.

Decidi não pressioná-la mais, e voltei a focar nos meus próprios livros. Passamos o resto do intervalo estudando em silêncio, uma companhia silenciosa, mas reconfortante.

Finalmente, o dia das provas chegou. A atmosfera na escola estava tensa; todos estavam nervosos. Fiz o meu melhor em cada prova, lembrando das sessões de estudo com Rintarou e do apoio silencioso de Yuki na biblioteca.

Depois da última prova, suspirei de alívio. As férias de verão estavam finalmente ao alcance. Saí da sala de aula, e encontrei Seiji e Rintarou esperando por mim.

— Como foi? — perguntou Seiji, ansioso.

— Acho que me saí bem, graças a Rintarou — respondi, sorrindo.

— Vamos comemorar? — sugeriu Rintarou.

— Claro! — respondemos em uníssono.

Enquanto caminhávamos para o refeitório, meus pensamentos voltaram àquela pergunta persistente. "O que eu quero para o meu futuro?"

Olhei para meus amigos ao meu lado, e para a escola atrás de nós. Talvez, com o tempo, eu encontrasse a resposta. Por enquanto, estava feliz por ter pessoas ao meu lado que me apoiavam.