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4: Necessidade de vencer.

Capítulo 4: Necessidade de vencer.

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— Quando o futuro for incerto, você afirmará que o mundo não foi justo com você.

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“Estou em uma situação complicada.”

Maldição! Aquela deusa me mandou para um mundo desconhecido sem nem ao menos me informar como as coisas funcionam aqui.

“Huh.”

Eu suspirei.

“Reclamar não irá me ajudar em nada; para sair desta situação, devo agir com inteligência.”

Comecei a averiguar meu corpo; chequei os sentidos mais importantes, como cinestesia, audição, olfato, visão, e por fim, tato.

Suspirei de alívio quando percebi que ainda sou homem, e que havia reencarnado em um animal que ao menos tinha os mesmos sentidos que um humano. Claro, pode ser que haja mais sentidos; estou em um mundo de fantasia. Entretanto, apesar de estar contente, eu… estranhei meu corpo.

“... Agora, tenho que descobrir no que exatamente eu reencarnei.”

Tentei descobrir no que eu havia reencarnado através da repetição da autoavaliação, mas quanto mais eu tentava, mais estranheza me causava.

Eu já esperava que não fosse reencarnar em um corpo convencional, mas… garras afiadas e mãos revestidas de pelo preto? E uma cauda?

“No que diabos eu reencarnei?!”

Eu tenho que encontrar um rio ou ao menos uma poça de água para que eu possa ver meu reflexo e descobrir que animal eu sou!!

Olhei ao redor da caverna; há pedras pontudas por todo o teto dela, e ela tem um clássico chão de pedra; desnecessário dizer que parecia uma caverna comum, entretanto, ao norte(ou ao sul, não sei como as coisas funcionam neste novo mundo), havia musgo verde… um lindo verde.

Se no meu mundo, os musgos tinham uma coloração de verde morto, aqui, ele tem uma coloração viva, intensa; como se fosse um grito de vida.

Eu acho isso lindo. Além disso, se há musgo, significa que provavelmente há água próxima daqui… eu acho.

Meus pensamentos foram interrompidos abruptamente pelo som do voo de um inseto. Eu virei-me rapidamente em direção ao barulho e fiquei estupefato quando vi uma mistura de muriçoca com formiga de 2 metros de altura.

Eu estou na pré-histórica?! Como pode existir um inseto tão grande quanto este?! E por que ele tem essa aparência bizarra?! Ele é um demônio??!! Aquela deusa me enviou para o inferno?!

Barulho*

O monstro veio na minha direção, e antes que eu tomasse qualquer decisão, ele começou a brilhar e depois que uma espécie de líquido colorido o envolveu, ele jogou algo brilhante em mim.

“... Mas o que…!”

Por instinto, pulei para a direita, desviando do ataque, que deixou um buraco no chão onde eu estava.

“...”

How… Se… Se uma mistura de mosquito e formiga tem este nível de poder, quão poderosos são os animais maiores? Como eu vou dominar um mundo cheio de monstros assim?!

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“... Mais uma vez, calma! Preciso me acalmar.”

Eu respirei fundo.

Por mais que a deusa provavelmente seja uma pessoa que só se importa com entretenimento, ela não me daria um desafio difícil logo no início. Ou seja, ela provavelmente me reencarnou em uma espécie forte, e este mosquito provavelmente é significamente fraco.

O mosquito atirou de novo, e eu me esquivei novamente, entretanto, ele começou a atirar várias vezes ao mesmo tempo. Quando ele fez isso, eu tive certeza que não conseguiria me esquivar de todos.

Quando os tiros estavam prestes a me atingir, senti uma sensação estranha, e uma barreira de um líquido colorido envolveu todo o meu corpo.

Quando os tiros atingiram a minha barreira, causaram uma explosão tão grande que encheu a caverna de uma cortina de fumaça que durou alguns segundos.

Quando a cortina sumiu, ali estava eu, em uma cratera no meio da caverna, totalmente ileso.

“Oh, parece que aquela deusa não me deu apenas um corpo estranho; me deu poderes também!”

Aparentemente, eu também tenho a habilidade de criar e controlar o líquido estranho que o monstro controla; só preciso me concentrar na sensação que senti quando os tiros estavam prestes a me atingir.

Tentei me concentrar na sensação, mas ela foi sumindo e levando minha barreira junto com ela.

É um pouquinho mais complicado do que parecia ser… haha.

Barulho*

O monstro avançou. Mal tive tempo de me esquivar quando ele quase me acertou na cabeça, e ele já já lançou outro ataque; tentáculos feitos do mesmo líquido que ele havia usado para realizar o primeiro ataque tentaram me agarrar.

Eu usei minha cauda para pegar impulso na parede da caverna e girei no ar, conseguindo me esquivar por um triz. Ao cair no chão, corri.

“Aquela deusa está tentando me matar?! Não há como vencer algo assim!!”

Tenho que pensar em uma maneira de sair daqui!

Aquele inseto veio do sul… ou norte… não sei exatamente, só sei que ele veio da direção contrário da do musgo na caverna, ou seja, a saída muito provavelmente está na direção que ele veio.

Corri na direção contrária ao musgo. Enquanto eu corria, o mosquito atirava em mim, e eu esquivava e continuava á correr, e este ciclo de atacar e esquivar continuou por 2 minutos até que eu finalmente encontrei a saída da caverna e despistei o monstro na floresta.

Depois de correr por mais alguns minutos, eu parei ao ver um rio. Inesperadamente, eu não estou cansado. No mínimo, o meu novo corpo tem uma boa aptidão física… Eu acho. Mas isso não é relevante; o que importante é que finalmente poderei ver em qual monstro eu reencarnei.

Olhei meu reflexo no rio, e fiquei tão surpreso que meu queixo literalmente foi até o chão.

“Eu… Eu reencarnei como uma capivara?! Uma capivara?!”

Eu quase gritei; gatos, cachorros, tigres, lobos, humanos, elfos, garotas gatos e até dragões, e eu fui reencarnar como uma capivara?! Além disso, em que multiverso uma capivara é tão rápida ao ponto de escapar de um monstro que atira explosões e feixes de luz a longa distância?!

Aquela deusa…

“Suspira. Bom, ao menos, não parece que sou uma capivara normal.”

Eu tenho uma cauda longa e forte, além disso, sou muito alto e pareço ter um corpo humanoide. Definitivamente, não sou fraco… ao menos, não muito fraco.

Agora que já sei no que eu reencarnei, tenho que priorizar outras coisas; como irei sobreviver aqui? Mal consegui derrotar uma formiga mutante, imagina outros animais!

Claro, pode ser que aquela formiga mutante não fosse parte da classe baixa do eco sistema deste mundo, e sim um monstro forte, entretanto, não posso me dar ao luxo de subestimar este lugar; tenho que ser cauteloso, e o mais importante: aprender a como controlar aquele líquido estranho.

“Vamos lá, concentre-se.”

Tentei me concentrar naquela sensação de novo, e, mesmo com dificuldade, consegui invocar o líquido.

“Hm.”

Comecei a controlar ele. Apesar de ter um um pouco de dificuldade ao manuseá-lo, ainda consegui fazer ele adquirir formato de diversas ferramentas.

Primeiro, modelei ele em uma espada, e depois, fiz dele uma lança.

“Que conveniente.”

Será que também conseguirei criar múltiplos tentáculos? Bom, não estamos em um hentai, mas caso eu consiga uma forma humana… com consentimento da moça, claro!

*Barulho.

O som do voo voltou. Parece que essa formiga é competente em perseguir as outras pessoas.

Apesar de eu estar com medo, eu tenho que lutar; me consolei com o fato de que a deusa não iria colocar um desafio impossível logo de primeira, além disso, a formiga pode voar e parece conhecer a floresta melhor do que eu; se eu continuar fugindo, será uma perseguição sem fim, e ainda por cima, corro risco de encontrar um monstro ainda mais forte ela.

Eu tenho que lutar, e vencer…

“Eu vou lutar, e vencer.”

Diferente das expectativas dele, agora, não iria ser como a nossa primeira luta; dessa vez será a revanche! E eu vou vencer.

É irônico, uma luta e uma revanche no mesmo dia.

Modelei o líquido azul em uma espada.

“Venha!”

Ela chiou; é como se entendesse a minha ordem, e, em um gesto de rebeldia, fosse até mim para provar quem de fato estava no comando.

Eu também avancei.