O clangor de espadas ressoava pelo ar enquanto Mika Yukimura segurava uma espada pela primeira vez em uma batalha real. A arma parecia pesada em suas mãos, cada movimento mais desajeitado do que ele gostaria de admitir. Ao seu lado, Arya brandia suas lâminas com a graça e precisão de uma guerreira experiente, protegendo os aldeões da investida das criaturas sombrias que ameaçavam Zorya.

— Concentre-se, Mika! — Arya exclamou, bloqueando o ataque de uma criatura antes de decapitá-la com um golpe ágil. — Lembre-se do que eu te ensinei. Use o fluxo dos seus movimentos, não lute contra a espada!

Mika respirou fundo, seus olhos fixos em um Espreitador das Sombras que avançava em sua direção. A criatura era grotesca, com olhos vermelhos brilhantes e uma forma distorcida que parecia ser mantida junta pela magia sombria de Kuroshi Onizuka. Ele ergueu a espada com ambas as mãos, bloqueando o ataque da besta, mas o impacto quase o derrubou.

— Não desista, Mika! Você é mais forte do que pensa! — Arya gritou, girando em um movimento fluido que derrubou dois inimigos de uma só vez.

Mika reuniu toda a sua determinação, bloqueando outro ataque e contra-atacando com um golpe que cortou superficialmente a criatura. O Espreitador recuou, mas seus olhos brilharam com ainda mais fúria, pronto para um novo ataque. Mika sabia que precisava melhorar — e rápido.

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**O Portão Norte em Perigo**

Enquanto isso, na entrada norte de Zorya, Keyjiro e Locke Kurosawa lideravam um grupo de guerreiros da vila para proteger o portão. As criaturas atacavam em ondas, suas garras arranhando as paredes e suas vozes emitindo gritos sobrenaturais que pareciam perfurar a alma.

— Eles não vão parar tão cedo, — disse Keyjiro, limpando o sangue negro de uma de suas adagas. — Você está bem, Locke?

— Sempre, — respondeu Locke, sua voz fria e focada. Ele desferiu um golpe com sua espada longa, destruindo um Espreitador que tentava escalar o portão. — Mas precisamos reforçar essa área. Eles vão tentar abrir caminho a qualquer custo.

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Os aldeões guerreiros, embora valentes, começavam a mostrar sinais de cansaço. Keyjiro percebeu isso e sorriu, seu habitual humor leve surgindo mesmo em meio ao caos.

— Ei, não pensem em desistir agora! Vamos mostrar a essas criaturas quem manda em Zorya!

Locke revirou os olhos, mas não conteve um sorriso sutil. Juntos, os irmãos continuaram liderando a defesa, inspirando os aldeões a resistir.

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**Ivan e a Abuela Xochitl**

No sul da vila, Ivan Rosett acompanhava Abuela Xochitl, uma curandeira anciã de Zorya. Ele observava com preocupação enquanto a idosa coletava ervas e pedras encantadas do mercado destruído, ignorando os sons da batalha que ecoavam ao redor.

— Senhora, nós precisamos ir para um lugar seguro! Essas criaturas... elas não têm piedade! — disse Ivan, tentando convencê-la.

Xochitl olhou para ele com um sorriso tranquilo, os olhos brilhando com uma sabedoria ancestral.

— Jovem, a verdadeira segurança vem da preparação e da coragem. E não se preocupe comigo. Tenho mais poder do que aparento.

Antes que Ivan pudesse argumentar, uma horda de Espreitadores surgiu na rua. Ele instintivamente conjurou uma barreira de vento para protegê-los, mas, para sua surpresa, Xochitl ergueu um bastão esculpido com runas antigas. Um feixe de luz dourada emanou da ponta, desintegrando os inimigos instantaneamente.

Ivan ficou boquiaberto.

— Eu disse para não se preocupar, — Xochitl disse, com um sorriso travesso. — Agora, ajude-me a proteger nossos aldeões.

Ivan, impressionado com as habilidades da anciã, sentiu-se renovado. Juntos, eles trabalharam para curar os feridos e reforçar as defesas do portão sul.

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**Memórias e Determinação**

De volta à clareira central de Zorya, Mika continuava lutando com dificuldade. Mas, em meio ao caos, um momento de puro terror congelou seu coração. Um Espreitador das Sombras encontrou uma brecha na linha de defesa e avançou sobre uma criança que havia se escondido atrás de uma carroça.

A cena disparou uma memória dolorosa em Mika — ele se lembrou do ataque ao seu antigo reino, do desespero de tentar proteger inocentes enquanto sua terra caía em ruínas. Seu corpo se moveu antes que sua mente pudesse processar. Com um grito feroz, ele partiu para cima da criatura, bloqueando-a com sua espada.

— Você não vai machucar mais ninguém! — ele rugiu, e naquele instante, algo despertou.

A marca abaixo de seu olho direito brilhou com um intenso azul, e chamas da mesma cor envolveram sua espada. O calor era avassalador, mas Mika sentiu um controle inato sobre o poder. Com um golpe poderoso, ele cortou a criatura ao meio, as chamas consumindo seu corpo até que não restasse nada além de cinzas.

A criança olhou para ele com olhos arregalados, mas Mika apenas sorriu, tentando transmitir segurança.

— Está tudo bem agora, — ele disse, tentando soar calmo, embora seu coração ainda batesse como um tambor.

Arya observou a cena, um sorriso orgulhoso surgindo em seus lábios.

— Muito bem, Mika. Talvez você tenha mais potencial com essa espada do que imagina. Esse poder... é algo especial.

Mika se levantou, ainda segurando a espada envolta nas chamas azuis, mas agora com uma determinação renovada. Ele sabia que o treinamento estava longe de terminar, mas também sabia que não lutava apenas por si mesmo. Ele lutava por Zorya e pelo futuro de Elandor.