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O Juramento de Yukimura
A Floresta Sombria

A Floresta Sombria

A madrugada estava envolta em um silêncio inquietante enquanto Mika Yukimura e Ivan Rosett avançavam por uma parte ainda mais densa da floresta. A luz da lua mal conseguia atravessar as copas das árvores, deixando o caminho envolto em sombras. O ar estava pesado, impregnado de magia escura, e até mesmo Ivan parou com suas piadas, sentindo a tensão crescer ao redor.

— Tem algo aqui, não tem? — sussurrou Ivan, seus olhos brilhando com uma mistura de curiosidade e apreensão.

Mika assentiu, segurando seu arco e invocando uma chama azul na ponta da flecha. — A magia é densa. Pode ser um aviso... ou uma armadilha.

Antes que pudessem trocar mais palavras, um som de folhas secas pisoteadas ecoou ao redor deles, vindo de várias direções. De repente, formas sombrias começaram a se materializar entre as árvores, seus olhos vermelhos como brasas no escuro. Eram criaturas grotescas, feitas de sombras e ossos, com garras afiadas e bocas escancaradas em um sorriso ameaçador. Pareciam corrompidas pela magia sombria de Valtarr, criadas para espreitar e devorar tudo o que encontrassem.

— Huh, eu nem sei se dá pra chamar isso de boas-vindas. — Ivan brincou, embora a seriedade em seus olhos traísse seu tom descontraído. — Parece que a festa começou.

Mika não respondeu. Ele ergueu seu arco e disparou uma flecha de fogo azul em direção à primeira criatura, que avançava de forma desengonçada. A flecha rasgou o ar, atingindo o monstro com um impacto explosivo que o fez desaparecer em uma nuvem de fumaça negra. Mas, para cada criatura que caía, mais duas surgiam das sombras, cercando-os rapidamente.

— Acho que estamos em desvantagem aqui, Mika! — Ivan exclamou, suas mãos começando a brilhar com um fogo vermelho enquanto ele conjurava uma rajada de vento que empurrou algumas das criaturas para trás. — E parece que não estão aqui para um bate-papo.

Mika sabia que tinham pouco tempo. As criaturas eram numerosas, e as flechas azuis, embora poderosas, não seriam suficientes para lidar com uma quantidade tão grande. Ele olhou para Ivan, que estava com um sorriso destemido no rosto, mesmo enquanto conjurava pequenas explosões de fogo e vento, repelindo os monstros.

— Vamos criar uma abertura e correr! — Mika gritou. Ele disparou uma série de flechas ao redor, formando um círculo de chamas azuis que afastou momentaneamente os monstros.

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Ivan entendeu o plano imediatamente. Ele ergueu as mãos e criou um turbilhão de vento ao redor do círculo de fogo, expandindo as chamas e queimando as criaturas que estavam próximas demais. Com um movimento ágil, ele agarrou o braço de Mika, e ambos dispararam pela abertura que tinham criado na linha inimiga.

Eles correram por entre as árvores, as sombras se estendendo atrás deles. Podiam ouvir as criaturas rosnando, perseguindo-os com velocidade assustadora. A floresta parecia não ter fim, e o som de seus próprios passos era abafado pelos sussurros ameaçadores das sombras.

Após alguns minutos de corrida desesperada, chegaram a uma colina íngreme que os levou a uma clareira iluminada pelo luar. Ivan parou, ofegante, e olhou para trás, vendo que os monstros haviam parado na borda da floresta, hesitantes em avançar para a clareira.

— Parece que estamos seguros… por enquanto. — Ivan murmurou, limpando a poeira de sua roupa. — Mas o que eram aquelas coisas?

— Espreitadores das sombras. Criaturas corrompidas pela magia sombria de Valtarr. — Mika respondeu, observando a floresta com atenção. — Ele as usa para caçar quem ousa entrar em suas terras, principalmente aqueles que ameaçam seu poder.

Ivan bufou, com um sorriso de ironia. — Ora, que simpatia. A próxima vez que cruzar com ele, vou lhe agradecer pessoalmente pela hospitalidade.

Mika esboçou um sorriso, mas logo seu olhar ficou sério. — Precisamos continuar. Ele provavelmente sabe que estamos aqui agora.

— Antes disso... — Ivan aproximou-se e colocou a mão no ombro de Mika, fechando os olhos e invocando uma energia suave e verde ao redor de ambos. — Não vou deixar você lutar nessas condições. Vamos precisar de todas as forças possíveis.

A energia da cura envolveu Mika, e ele sentiu as dores de batalha se dissiparem. Estava impressionado com a habilidade de Ivan, e não pôde deixar de sentir gratidão por tê-lo ao seu lado.

— Obrigado, Ivan. Você é um aliado valioso. — Mika disse, colocando uma mão sobre o ombro do amigo.

— E você ainda não viu nada! — Ivan piscou, voltando a seu tom despreocupado. — Agora, que tal voltarmos para a floresta e retribuir o favor àquelas coisas?

Mika riu, mas antes que pudesse responder, uma sombra maior surgiu no céu, obscurecendo o luar por um momento. Quando olhou para cima, ele viu uma enorme criatura alada, com escamas negras e olhos vermelhos, que se aproximava rapidamente deles. Um dragão de sombras, claramente um dos servos mais poderosos de Valtarr, foi enviado para eliminá-los.

— Então ele mandou a tropa de elite... — Ivan murmurou, sua expressão agora totalmente séria.

— Pronto para uma luta de verdade? — Mika perguntou, com um brilho de determinação nos olhos.

— Sempre. — Ivan respondeu, o fogo em suas mãos aumentando de intensidade.

O dragão desceu com um rugido ensurdecedor, lançando uma rajada de fogo negro em sua direção. Mika e Ivan se separaram, rolando para os lados para evitar o ataque. Mika rapidamente ergueu seu arco e disparou uma flecha azul em direção ao peito do dragão, mas a flecha ricocheteou nas escamas resistentes da criatura.

— Essa coisa é resistente! — Mika gritou.

— Deixa comigo! — Ivan respondeu, juntando as mãos e conjurando uma tempestade de fogo e vento. Ele lançou a magia diretamente nos olhos da criatura, cegando-a momentaneamente. — Agora, Mika!

Aproveitando a oportunidade, Mika disparou uma série de flechas em um ponto específico do peito do dragão, onde as escamas pareciam menos densas. A criatura rugiu de dor enquanto as flechas penetravam, fazendo uma chama azul explodir em seu interior.

Mas o dragão ainda não estava derrotado. Ele lançou outra rajada de fogo negro, que Mika e Ivan evitaram por pouco. Eles sabiam que essa batalha seria longa e perigosa, mas agora, com sua força combinada, eles estavam prontos para enfrentar a ameaça de Valtarr, seja ela grande ou pequena.

O destino de Elandor e de todos os reinos pendia no fio de uma flecha e no sopro de uma chama.