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OS DANATUÁS - SERES DA ÁGUA

BOITATÁ – também chamada de cobra de fogo. Na maior parte das vezes é uma grande cobra, transparente, que incandesce como se estivesse queimando por dentro. É um fogo de cor azul-amarelado que não queima o mato seco e nem tampouco esquenta a água dos rios. O fogo simplesmente rola, gira, corre, arrebentando-se e finalmente apagando-se. É um Monstro com enormes olhos de fogo. De dia é quase cego, mas à noite vê tudo. Ele era uma espécie de cobra e foi o único sobrevivente de um grande dilúvio que cobriu a terra. Para escapar ele entrou num buraco e lá ficou no escuro, o que fez seus olhos cresceram. Desde então anda pelos campos em busca de restos de animais. Algumas vezes assume a forma de uma cobra com os olhos flamejantes do tamanho de sua cabeça e persegue os viajantes noturnos. Às vezes ele é visto como um facho cintilante de fogo correndo de um lado para outro da mata. Para os índios ele é "Mbaê-Tata", ou Coisa de Fogo, e mora no fundo dos rios. Dizem ainda que ele é o espírito de gente ruim ou almas penadas, e por onde passa vai tocando fogo nos campos, porque só queima o mato quando deseja. Outros dizem que ele protege as matas contra incêndios. É um fogo azulado que fica sobre cadáveres de grandes animais ou carcaças de guerreiros abandonados nos campos de guerras.

CABOCLO D’ÁGUA – Ser de pernas e braços longos e finos, mãos e pés mais largos, parecendo achatados, para poder se mover mais rapidamente dentro da água. É um sujeito pequeno e esguio, de altura média de 80 cm. Sua pele é escorregadia, o que os torna difíceis de capturar. Eles possuem grande força, o que os torna terríveis em seu ambiente, cursos de águas e rios caudalosos. As mãos, quando se agarram a algo, parecem tenazes, das quais é difícil se libertar. Eles agarram-se às pessoas e animais e os afogam. Eles podem virar canoas e pequenos barcos. Não se aproximam de embarcações protegidas por pequenas carrancas colocadas na popa e proa, mas só se não estiverem muito famintos, motivo pelo qual muitos levam consigo pequenos animais que vão atirando à frente do barco.

CENTOPÉIA - vive em regiões alagadas de lâmina de água fina, em brejais e margens rasas de rios e lagos. Tem a cara e o corpo recobertos de carapaça, sendo que o corpo possui muitas articulações. Se move rapidamente por meio de quatro pares de cerdas potentes. São guerreiras canibais muito ferozes. Elas devoram rapidamente os que conseguem alcançar.

JAUBAS - são seres esbeltos de cara mais felina que humana, com lindos olhos de várias tonalidades. A juba que recobre sua cabeça lhe chega até a metade das costas. São seres silenciosos e extremamente perigosos. São solitários e enormemente independentes, não sendo, por isso, bons para formar um exército.

JANUBAS - As janubas são como as sereias, só que as feições são verdes e mais escuras, e não cantam. Talvez em tempos remotos tivessem sido sereias, que por alguma razão haviam ficado presas em rios lamacentos, ou mesmo em pântanos. Com o tempo, provavelmente haviam se adaptado tão bem que não sabiam mais viver sem um pântano. Por isso, quando não tinham um à mão, o construíam. São traiçoeiras, e devoram qualquer coisa que caia em seus domínios.

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IARA, MÃE-D’ÁGUA OU UIARA - Ela é um ser metade peixe metade mulher que vive nos rios e oceanos, que surge magnífica à flor das águas, cabelos longos enfeitados de flores vermelhas.

Os homens são os mais atraídos pela beleza irresistível da Iara, uma linda índia com cabelos longos e pretos, corpo muito bonito. É através de sua música mágica que ela hipnotiza os seres e os leva para o fundo das águas, onde fica o seu reino. Eles morrem afogados, hipnotizados pelo canto e pelas visões que ela incute. Quando resolve sair da água, quase sempre no fim de tarde, ela assume a forma humana de uma mulher, principalmente quando se apaixona por pessoas, humanos ou nefelins. Ela gosta de ficar deitada nos bancos de areia ou grandes pedras ou ilhas dos rios, lagos ou igarapés, brincando com os peixes e penteando seus longos cabelos com um pente de ouro.

As que vivem nos oceanos são maiores e mais fortes, e são também guerreiras ainda mais cruéis.

No Rio São Francisco ela é uma moça muito bonita de cabelos amarelos bem compridos, que protege as donzelas. Ela mora debaixo de um rochedo ilhado que tem seu nome, e os que se arriscam a passar por perto ela faz com que naufraguem, vivendo com os que mais lhe agradam, dando-lhes, depois, a liberdade com muita riqueza. E quanto aos que não lhe interessam, ela os devora em grande banquete, ou então os guarda no fundo das águas.

O masculino da iara é o Ipupiara, homem peixe que devora pescadores e os leva para o fundo do rio. Ele é um guerreiro destemido e extremamente violento. Conta-se que, mesmo que decepem partes de seu corpo, ele continua a batalhar. Quando sai transformado em homem, é um ente extremamente forte de corpo brilhante.

Tanto a iara quanto o ipupiara podem ficar fora da água por, no máximo, um dia, o que limita sua ação num campo de batalha, a não ser que exista algum corpo d’água por perto. Quando assim se decidem, tanto um quanto o outro se dão um corpo terrestre muito parecido com o de uma mãe-da-mata, só que com esse corpo mais claro de tatus parecendo prata. Se antes já causava fascínio nos seres, principalmente nos humanos, homens ou mulheres, como terrestres esse impacto e ainda maior.

HIPOCAMPO - O hipocampo é um monstro metade capivara e metade peixe. Ele possui presas enormes e força descomunal. A inteligência do mesmo é uma inteligência básica, elementar.

MÃE-D’ÁGUA, IARA OU UIARA – vide Iara.

ONDINAS - São seres formados de água, podendo alterar seu tamanho dependendo do volume da água que tiverem à disposição. Quando em ação seu poder é irresistível e avassalador, porque podem comandar as águas.

UIARA, MÃE-D’ÁGUA ou IARA – vide Iara.