Novels2Search
Desejos de um mercenário. [Português]
Capítulo 8 Ninho de ratos 1

Capítulo 8 Ninho de ratos 1

Puff, puf

Sobre uma tempestade de neve que nem mesmo um palmo pode ser visto, caminhando em uma grande planície de neve. A tempestade tão forte que mesmo as roupas mais grossas não afastam o frio.

Woosh

Os pequenos flocos eram lâminas afiadas, cortando as partes desprotegidas, penetrando em minha pele, uma planície que não tinha nada a não ser a neve acumulada.

Um lugar onde nada irá crescer e nada poderá sobreviver, um lugar representando o fim de tudo.

Puff, puff, puff

Eu estava neste lugar, como uma pequena criança perdida procurando a saída.

—Urg

Fiquei de joelhos, as minhas pernas não aguentavam mais caminhar cedendo ao frio. Minha pele estava azulada, nenhum traço humano, como se eu tivesse me tornado uma estátua de gelo.

Eu podia sentir, o inverno não queria me deixar ir, seu desejo era que eu ficasse e me tornasse parte dele, mas eu tinha que ir.

Prooon, crack!

Um barulho de algo desmoronando parecia um grande grito de ressentimento e imploração, era pegajoso como se dissesse que nunca me deixaria. Minha visão está obscurecendo…

CRACK! BROOON

Agora os barulhos tão altos que despertariam os gigantes adormecidos soou por todas as direções. O chão começou a rachar e uma grande cratera se formou embaixo de mim.

Caí na escuridão da cratera senti o mesmo olhar pegajoso, tão profundo, dando a sensação de não ter fim.

"Ache-me ####### #### ###### completo #######"

Essa foi minha última lembrança, da minha mente nebulosa.

—Aaaaah!

Acordei do pesadelo com um sobressalto, foi tão repentino que Lucy despertou já em guarda.

—Haaaa, Haaa, haaaa

Minha respiração estava rápida, meu coração disparado.

—Off

—Estou bem, só tive um pesadelo.

O sonho que sempre vinha quando era inverno, repetindo as mesmas cenas.

"O que era aquela voz?" Um sonho repetitivo mudou, com uma voz de uma criança distorcida pedindo para achá-la.

"Vamos pensar nisso depois" Mesmo que eu pense, não reconheço a voz. Com pensamentos complicados, acalmei a Lucy e voltei para a viagem.

Chegando ao destino ao meio dia, encontrei uma pequena vila, fumaça preta saindo das chaminés e uma grande estrutura que possivelmente será o galpão, e neve acumulada em certos pontos da vila. Não havia cerca e só uma torre com sino junto de um guarda com roupas de neve comuns.

Diferente da cidade, não havia movimentação, se não fosse pelas chaminés e guarda o lugar parecia abandonado.

Aproximei lentamente, não demorou muito para sermos vistos pelo guarda, ele preparou o arco e gritou com ordenança.

—Quem é você!

—Sou o aventureiro, estou aqui pelo contrato!

Com minha resposta o guarda abaixou o arco, o mantendo em mãos e me observando.

—Esperem aí, irei chamar o chefe!

Não demorou muito para o guarda voltar acompanhado. Era um senhor, aparentava chegar na velhice, seu cabelo estava passando para branco junto da barba, seu rosto começava a enrugar, sua expressão mostrava experiência de vida.

Eu estava um pouco longe da entrada então o chefe teve que caminhar até mim.

—Você é o viajante? Tão jovem — Sua voz era grave e rouca.

—Sou Atalis rank F.

Nesse momento, seus olhos fixaram em Lucy mostrando suas dúvidas.

—Tive sorte.

Eu já estava cansado, das pessoas ficarem surpresas por um baixo rank ter um uma potra, então comecei a dar pequenas respostas.

—Certo…

Vendo que a apresentação terminou, o Chefe se virou para a floresta à direita da vila.

—Você veio pelo trabalho de investigação correto?

—Sim.

Com a minha resposta, o senhor apontou para a floresta.

—Siga para essa direção. Você vai encontrar uma ravina, é de lá que os barulhos estão vindo.

—Posso perguntar o que tem lá?

—Há nosso sustento em pequenas minas… os barulhos começaram alguns dias atrás, e ficam mais frequentes a cada dia, as pessoas nem saiam de suas casas mais.

—Alguém desapareceu?

—Só um, David foi para as minas sozinho ontem e até agora não retornou.

Quando disse a última parte ele se virou para o vilarejo, pude sentir sua preocupação.

—Ainda é um segredo, recentemente caçadores acharam rastros de animais que não são da região. — Ele se virou para mim.

—Peço que entenda por não oferecer um lugar, não posso deixar as pessoas com mais medo, mas se você voltar com informações será atendido da melhor forma.

Um pedido sobre uma criatura desconhecida, provavelmente está em bando por fazer tanto barulho.

"As chances não estão ao meu favor" Queria ver se o cliente pode oferecer mais informações que poderiam ajudar de diversas formas. Agora não tinha nada de útil.

Unauthorized usage: this tale is on Amazon without the author's consent. Report any sightings.

Virei meu olhar para a floresta, que perdeu seu frescor pela neve branca. Estava claro, podia ver ao longe e eu já tinha todos os equipamentos necessários. Não havia motivos para adiar.

—Você tem um mapa das minas? Se eu encontrar algo de interessante lá, ficará em minha posse.

Seu rosto voltou com um brilho, provavelmente ele pensou que recusaria o pedido. Eu já aceitei o pedido sabendo dos riscos e não ganharia nada se voltasse agora.

—Não temos um mapa, peço para não levar os equipamentos deixados. — Sorri com a piada do chefe e comecei a minha busca.

A ravina era uma hora de viagem, relativamente perto para uma vila. O lugar em si era profundo tendo cem metros, no fundo havia várias estalagmites.

Não existia nada de interessante, exceto um pequeno planalto perto da abertura e a floresta em volta. Ainda era dia para investigar, deixando Lucy para trás e fui para a ravina.

Havia uma espécie de escadas esculpidas nas laterais, espaçosa para uma pessoa transitar. Uma plataforma suspensa de madeira grossa mostrava-se forte o suficiente para levar uma grande quantidade de peso, para levantar essa plataforma um sistema de polias foi instalado na entrada da ravina nela outro sistema que usa alavanca parecia ser a trava.

"Parece ser manipulada manualmente" Terminando o estudo da região, comecei a descer as escadas, canalizando aura nos meus sentidos para torná-lo mais sensíveis. Isso gastaria aura, mas não deixaria ser pego desprevenido.

Barulho dos meus passos ecoaram pela ravina, criando uma atmosfera sinistra. Assim que cheguei no que parecia ser o primeiro local de escavação, retirei a minha espada e acendi o lampião na minha cintura.

A luz do lampião era fraca, apenas o suficiente para iluminar ao meu redor. Lembranças obscuras esquecidas vieram como um pequeno flash. Entrei na mina com a posição de guarda, meus sentidos já aprimorados à flor da pele.

Dentro da mina, encontrei itens de mineração, como carrinhos nos trilhos e picareta, que foram deixadas espalhados. Descendo o corredor me deparei com uma bifurcação.

"Não sei qual dos dois leva mais fundo"

—Certo, espada, você decide. — Deixei minha espada em pé e soltei

Clank

—Então vamos para a esquerda.

A partir deste ponto comecei a deixar pequenas marcações nas paredes para poder achar o caminho da saída.

E passando alguns minutos, fui impedido de continuar por causa do caminho bloqueado por pedras, aparentemente houve um deslizamento

—Vamos descansar aqui.

Já gastei uma boa parte de minha aura, isso me deixou mais cansado do que imaginava.

"Pelo tempo posso manter por sete minutos." Antes podia manter a mana circulando pelo meu corpo por 14 minutos desde que não gastasse em lutas, mas aura sendo mana concentrada esse tempo ficou pela metade em troca de ter mana sobre meu domínio.

—Agora vamos ver o tempo de recuperação.

Eu não tinha nada para recuperar, aura gastava rapidamente e o cansaço mental não era leve também.

Os Poderes derivados de mana podiam se recuperar naturalmente, existe outras formas para recuperar mana como absorver mana no ar e quando totalmente recuperado pode usar essa técnica para aumentar a quantidade de mana dentro do corpo.

Sentei encostado na parede e comecei a absorver mana em minha volta a taxa de convertimentode mana em meu corpo era péssima, como se precisasse de um barril para fazer um mísera gota de aura.

Descansei o que seria 25 minutos minha aura se recuperou totalmente, uma grande quantidade de tempo para produzir resultados.

—Tsk, Preciso comprar uma técnica de meditação.

Em algumas lojas de treinamento ou até alguns espadachins vendem técnicas de meditação o problema era o preço que chegava ser de pratas grandes ou ouro dependendo do tipo de meditação e outro problema seria a qualidade então era difícil de conseguir uma técnica decente.

—Skeeeeeerr

Levantei em guarda com o uivo encarei a escuridão que o lampião não iluminava.

—Desgraçado, acha que vai me expulsar só com isso, vai sonhando.

Continuei a investigação nas minas sombrias. Explorei as minas por dois dias e não encontrei nada que fosse interessante os barulhos de rosnados ecoavam pelas minas, mas nada aparecia, continuei explorando com cautela e tentando seguir os barulhos.

Agora eu estava no terceiro local que era uma caverna tinha sinais de transformar esse lugar em mina por todas as partes até uma escada com claro sinais de desgaste nas partes mais íngremes.

Craak

—Porra, não sou feito para isso. — A cada passo a madeira rangia ameaçadoramente de quebrar a qualquer momento e quanto mais descia mais escuro ficava limitando minha visão para ver nada a não ser única fonte de luz do lampião.

Continuei por mais 10 minutos até encontrar a escada quebrada e o chão a queda parecia ser de 4 metros

—Caminho sem volta.- Dizendo isso amarrei uma corda no corrimão e pulei, não tinha mais lugar para explorar e estava precisando de dinheiro

Encostando no chão já comecei a olhar em volta, só existia uma passagem e um cheiro podre permeia no ar, parecia que finalmente encontrei algo. Aumentei a chama do lampião e comecei a seguir o cheiro. Estando quase entrando na caverna…

—Skeeeeeerr!

Algo parecido com um rato do tamanho de um cachorro pulou no meu pescoço. Reagi ao ataque jogando meu corpo para a direita.

—Skeer

Foi nesse momento que outro rato apareceu pulando no meu peito, não tive espaço para desviar só pude bloquear com a espada.

O impacto do rato contra a espada foi forte para tirar o fôlego, com a espada na garganta ele tentava me morder. Recuperei o fôlego, torci a espada apontando a parte da lâmina pro pescoço e puxei o suficiente para fazer o corte.

O rato parou de morder para gritar, aproveitei a chance empurrei a lâmina para esquerda, agora livre levantei e entrei em posição, concentrando aura na visão.

Com meus olhos aprimorados para ver a mana o mundo em minha volta ganhou um estranho tom azul acinzentado com duas silhuetas dos ratos e uma delas vinha na minha direção. Preparei para fazer um golpe e na hora que o rato pulou desviei um pouco para direita e cortei o lado direito.

—Skiiiiiiiii

Senti uma resistência impressionante, mas isso não impediu de cortar todo o lado direito da criatura. Sem perder tempo virei atacar novamente. O rato estava caído tentando se levantar, não dei tempo e fiz um estoque nas costas, a espada teve mais uma vez resistência no começo.

"A pele não é brincadeira" O rato ainda não tinha morrido e com medo de ser atacado pelo segundo, soltei a espada e me preparei para atacar a qualquer momento.

Com a visão de mana o não pude ver nenhuma outra silhueta o rato devia ter morrido ou fugido, sem inimigos próximos concentrei no outro rato que agora estava morto.

—Haaaa, isso me surpreendeu.

Não esperava receber um ataque surpresa e fui descuidado até certo ponto por não usar aprimoramento de sentidos, a armadura ficou arranhada e não tinha ferimentos.

"Não vamos repetir" Agora que identifiquei o monstro está na hora de voltar. Estava noite quando saí eu fiquei cansado por carregar dois cadáveres pesados, não gastei aura na luta mas o caminho compensou isso.

Saindo da ravina encontrei Lucy adormecida a poucos metros quando me aproximei ela acordou com a guarda levantada sentindo o cheiro de sangue, ela olhou em volta freneticamente e só se acalmou quando me viu.

—Desculpe, tomarei mais cuidado na próxima vez.

Acalmei a pequena potra e acendi a fogueira e com luz desmantelei os cadáveres, a pele era dura não cortava facilmente e parecia conter alguns pequenos fragmentos de pedra, a carne não tinha muita gordura sendo principalmente músculos os ossos pareciam ser comuns, outros subprodutos eram dentes e garra que não tinham valor. Provavelmente a coisa mais cara desses ratos era a pele que daria uma boa armadura de nível baixo.

Guardei os subprodutos e apoiei minhas costas em Lucy e comecei a costurar minha armadura, o dano não foi grave pelo menos, sendo só alguns arranhões pequenos. O barulho familiar da fogueira relaxava enquanto costurava.

Fui para vila no dia seguinte, o chefe da vila veio ao meu encontro e quando soube que identifiquei as criaturas me levou para sua casa. Mostrei a pele como prova, o Chefe ficou visivelmente surpreso.

—Ratos de pedra.

—Você conhece?

—Claro, comuns na região como pequenas pragas, nunca vi um desse tamanho.

—Pequenas pragas?

—Encontramos frequentemente perto das minas e do armazém todos são pequenos, a única coisa diferente dos ratos comuns é que comem pedras ou minérios.

"Isso não é um surto de crescimento exagerado?" Uma criatura pequena ficar do tamanho de um cachorro já é perigoso agora isso acontecendo com ratos…

"Nunca ouvi isso."

—Chefe, vocês encontraram algo nas minas?

Com minha pergunta ele inclinou a cabeça —Como assim?

—Digamos algo como minérios contendo mana.

Pelo que ouvi de outros mercenários só existem dois motivos para uma criatura crescer, um um bando maior tomou controle ou algo que contém mana começou habitar no corpo das criaturas.

—Não, essas minas são de carvão comum, não. houve casos de carvão mágico que eu saiba.

"Então o que causou esse surto?"

—Bom, isso não importa agora, esses ratos não são fortes, então vamos fazer um trato com o chefe.

O chefe olhou para mim parecendo já saber o ponto que queria chegar.

—Vou cuidar desses ratos e em troca quero que aumente a recompensa para 3 moedas de prata pequenas sem pechinchar.

A recompensa base era uma moeda pequena de prata e se entregasse o monstro ganharia 5 moedas de cobre. Agora que eu sabia que tipo de criatura era e seu nível, não podia perder essa chance.

—Posso pensar até amanhã?

—Desde que forneça um quarto.

Minha oferta não era cara nem barata até poderia ser aceita de imediato, o problema era meu próprio rank não ser muito alto. Fui levado para uma casa vazia só tinha uma cama e alguns utensílios para cozinhar, deixei Lucy do lado de fora e entrei para descansar.

Previous Chapter
Next Chapter