Estamos na estrada há dois dias, a viagem tinha sido tranquila com descansos e um pouco de treinamento para melhorar meu físico, mas agora.
—Lucy corre, eles não podem nos pegar!
Estávamos correndo de uma alcatéia de lobos cinzentos. Um lobo nos alcançou e ficou à nossa direita começou a se aproximar mostrando suas presas. Percebendo a intenção, puxei uma adaga do coldre de minha coxa, foi nessa hora o lobo pulou, não tendo muito tempo soltei as rédeas e joguei meu corpo para trás.
—Urg — Bati com tudo em Lucy.
O lobo com o corpo todo esticado passou por mim, sem perder a oportunidade balancei meu braço a adaga perfurou as pernas do lobo não foi profundo, só suficiente para não correr como antes. Deixando os grunhidos de dor para trás eu e Lucy continuamos a correr, talvez o lobo era o alfa ou o mais rápido a alcatéia perdeu sua presença ao longo da fuga.
—Continua mais um pouco, temos que nos afastar mais.
—Irrrr
Três minutos de corrida tínhamos afastado então paramos para Lucy descansar. —Vou montar o acampamento.
—buff
Recebendo um bufo positivo juntei gravetos secos, peguei o kit de sobrevivência improvisado e acendi a fogueira.
—Fique perto do fogo, vou começar a cozinhar.— avisei.
A alcatéia apareceu quando tinha acabado de enrolar o saco de dormir, então nem café da manhã eu tinha comido. Sobre a fogueira montei uma pequena plataforma para a panela de ferro coloquei gelo, fui preparar a carne e outros ingredientes.
Sal, algo parecido com pimenta, um pouco de ervas junto da carne que não sabia de qual animal pertence, legumes reconhecíveis. Nunca cozinhei, não conhecia muitas receitas. Não querendo apimentar a comida deixei a pimenta para vender usei o resto dos ingredientes para fazer uma sopa. Guardei a pimenta e cortei os ingredientes em pequenos cubos, os legumes e a carne estavam congelados pelo tempo.
Deixando os ingredientes de fora até o gelo derreter fui fazer a vistoria para ver se perdi algo, quando terminei o gelo havia derretido em água morna takei todos os ingredientes, fechei e deixei cozinhar.
—Eu tenho que aprender a cozinhar, a sopa não vai ser algo desejável depois de um tempo.
Com tudo pronto fui para um canto, tirei duas das quatro camadas de roupas e comecei fazer minha nova rotina consistindo em treinamentos corporais.
—A temperatura realmente está próxima de zero. — observei.
O frio era insuportável quando ficava com menos de 2 roupas quentes, se não tivesse saqueado a casa de um nobre provavelmente estaria sofrendo bastante. Os ventos desde ontem ficavam mais fortes, provavelmente uma tempestade de neve vinha em nossa direção, tempestades tão frequentes não era normal.
Alongamento para começar fazer uma série de exercícios, melhorar meu físico é uma prioridade, peguei duas adagas e pratiquei com as lâminas. Sempre usei uma espada e não tive tempo para praticar com outras armas, a adaga dupla era uma novidade para mim. Ao longo do treinamento percebi não encaixar com meu estilo, carecia de distância e força na aplicação. O estilo da espada longa, apesar de não ter muito poder ajuda no controle da batalha.
"Provavelmente vou começar a lutar em cima de Lucy a partir de agora, ter uma arma compatível podendo usar todo potencial de aura e da montaria seria interessante." Pensei.
Terminando o treino e uma sopa quente, Lucy já tinha comido um pouco de grama escondida na neve, voltamos a nossa viagem em um ritmo acelerado. Tínhamos que chegar na cidade, os ventos uivavam com força ficando cada vez mais frio.
Aproximamos da cidade quando o sol estava se pondo, cercada de pedras, portão de madeira reforçado, guardas vestidos com armaduras de couro com pouco de metal. Nos aproximamos do portão um dos guardas veio até mim com a espada amostra para me ameaçar e com um tom de autoridade.
"Vamos fazer os ensaios valerem a pena".
—Identificação.— disse o guarda com armadura de couro.
—Eu sou Atalis, filho de pequenos comerciantes nômades.
—Está viajando sozinho?
—Sou 3° filho e meus irmãos não gostavam de mim, então peguei tudo que me pertencia e fugi o mais rápido possível.
Resumindo não tinha o direito de sucessão e meus irmãos tentaram me matar. Nesse momento pude sentir pena aparecer no olhar do guarda, mas ele ainda continuava desconfiado.
—Iremos verificar seus pertences depois você pode entrar na cidade.
Assenti com a cabeça. —Ah, passei por uma vila saqueada em ruínas, não entrei por medo parecia que tinha sido recentemente.
Olhar do guarda se aprofundou, não parecia ser um caso fácil.
—Obrigado pelo aviso.
Durante a inspeção perguntei por uma estalagem, graças a vigia de Lucy confirmei nenhum furto, dentro da cidade não havia movimento, casas feitas de madeira, as lojas estavam vazias.
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A estalagem não era nada demais, uma casa de dois andares sendo o primeiro um restaurante, um lugar para deixar os cavalos, dentro estava vazio só com uma mulher que parecia ser a dona, e algumas pessoas que pareciam ser comerciantes. A mulher quando me viu ficou surpresa e com um olhar de raiva.
—Garoto aqui não é um lugar para brincar. — disse ela com uma clara ameaça em sua voz.
Não liguei para isso, simplesmente abaixei o capuz e tirei as moedas do bolso. —Estou à procura de um quarto para essa noite.
A bolsa não tinha todo o dinheiro saqueado são só algumas moedas que julguei ter menos valor, as maiores deixei para trás, Lucy vai chutar qualquer um que se aproximar das minha coisas.
O rosto da mulher franziu com um olhar de dúvidas começou a listar os serviços. —Uma noite são cinco moedas de cobre pequenas, a comida é uma moeda de cobre e meia
As moedas eram dez cobres pequenos para uma de cobre e dez de cobre para uma de prata pequena. A hospedagem era barata a comida já era cara, supondo pelas memórias herdadas um pedaço de carne valia duas moedas de cobre, um saco de verduras uma moeda de cobre e meia, então uma moeda de cobre e meia era um pouco caro.
—O que vem na comida?— perguntei colocando o dinheiro da hospedagem em cima do balcão.
—Temos sopa, pão e queijo..
—Vou querer, para cavalos?- Coloquei um cobre na mesa.
—Você tem um cavalo?— Perguntou surpresa —Para cavalos, será mais um cobre.
—Certo.
Ela me deu a chave do quarto, deixei a Lucy no galpão, sentei em uma das mesas, tive que esperar alguns minutos até uma garota que parecia estar nos vinte.
—Aqui está jovem.
—Obrigado- Agradeci com um sorriso.
Ela abaixou a cabeça e voltou para a cozinha, depois de comer fui para o quarto e me joguei na cama que parecia uma nuvem.
"Dormir do lado de fora realmente acabou comigo." Essa noite eu tive ótimos sonhos.
Acordei com o corpo leve, peguei minha mochila e desci para o restaurante onde tinha cinco pessoas. Pedi a comida, me sentei em uma das mesas e inspecionei as pessoas. Três pareciam ser dessas cidades, os outros dois vestiam como comerciantes com roupas melhores e acessórios, um era um avô e outro era um homem de cerca de quarenta anos.
—Qual de vocês dois vai para a capital?— Eles olharam para mim me avaliando.
—Garoto se quer fugir de casa encontra outro, nós dois não levamos crianças.— Disse o senhor de idade bebendo em sua caneca.
—Sou Atalis, pago dois cobres se me deixar acompanhar, não se preocupe com carona, eu tenho um cavalo.
O homem de quarenta virou seu rosto estava carrancudo, ele se levantou soltando malícia tentando me ameaçar.
—Garoto não temos saco para piadas então é melhor parar. — Sua malícia era fraca, mas para esse corpo destreinado era o suficiente para tremer.
"Acalma, ele não pode fazer nada comigo." Mantive a compostura, encarei seus olhos e soltei a minha própria malícia.
—Senhor, sou um nômade e sendo sincero vocês me levam ou não tanto faz, só queria ter uma guia para me ajudar a ter mais noção do mundo.
—...— O homem só me encarou, seus olhos me examinaram e quando se sentiu satisfeito assentiu estendendo a mão. Entendendo o significado coloquei as moedas só então o rosto um ficou um pouco mais relaxado.
—Partiremos ao meio-dia sem reembolso, então prepare garoto.
—Ficarei preparado.
Assim voltamos a comer, terminando me levantei para vender o saque e comprar suprimentos de verdade.
—Garoto, você possui um codinome?— O homem perguntou sem virar a cabeça.
—Nascido do gelo.
—Atalis Nascido do gelo, avisarei os outros de sua presença na nossa viagem, vá para o portão leste.
Deixei a estalagem, peguei Lucy e fomos para o centro. Vendi todas as minhas mercadorias e comprei outros suplementos, rendendo cinco moedas de prata pequenas juntando com as que eu saquei, se a lógica da prata é a mesma do cobre fiquei com valor total de 2 moedas de pratas.
"Agora o ferreiro" Perguntando por aí, soube de um ferreiro da cidade se fosse a mesmo dos guardas provavelmente era especializado em espadas e escudos.
Trin
Entrando na ferraria indicada um homem olhou para cima com o som do sino, ele não tinha um olhar questionador só levantou a sobrancelha com curiosidade. Mesmo sentado atrás do balcão era alto, seus braços eram fortes, mãos apresentava queimaduras, barba aparada e olhos afiados.
—Escudeiro?— Perguntou.
—Nômade— Respondi com um sorriso inocente.
—Um aventureiro dessa vez?
—Estou para um mercenário na minha opinião.
—Você é muito jovem para um mercenário.
—Mercenários precisam de idade?
—Tsk.
A conversa investigativa acabou com estalar de língua do ferreiro, agora estava na hora dos negócios, não queria perder muito tempo aqui.
—Espada longa.
O ferreiro olhou para mim como se eu tivesse dito algo absurdo. —Moleque se você usar uma espada longa agora não passará de um porrete pesado… espere aí.
Dizendo isso ele foi até um cômodo, aproveitei para olhar em volta. O lugar tinha ferramentas, utensílios e algumas flechas. Passou alguns minutos o ferreiro voltou com uma espada do tamanho médio, não tinha detalhes.
—Use essa espada, servirá para seu tamanho e força.— Disse ele jogando a espada nas minhas mãos.
Peguei e tirei a lâmina, pude ver sinais de estar guardada pela poeira da lâmina, mas não perdeu seu fio.
—Preço? — Satisfeito com o produto agora só faltava pechinchar.
—cinco pratas pequenas.
—Duas.
—Quer que eu morra de fome? Quatro e meia pratas pequenas.
—Três e meia.
—Quatro pratas pequenas e 2 de cobre.
—uma de cobre.
—Haaa— Com o suspiro o ferreiro olhou para mim como um delinquente —fechado.
Entreguei o dinheiro e prendi a espada na minha cintura quase arrastado pelo chão.
"Isso é vergonhoso, vamos colocar mais carne na refeição" Pensei envergonhado.
—Você também tem alabarda?
—Essas coisas não são usadas aqui, e não venderia para um moleque de seis invernos.
"Tenho dez inverno bastardo" Xinguei o ferreiro mentalmente.
—Você sabe onde vive o alquimista?— Com a questão da alabarda de fora agora precisava de remédios.
Na minha antiga vida os cientistas conseguiram sintetizar algumas plantas, transformando-as em coisas úteis como pomadas e bebidas para melhoria de força, então tive que tentar.
—A uma loja seguindo essa rua, ele sabe fazer algumas opções básicas.
—Obrigado.
Sai da loja fui para a loja de poções, comprei duas poções calmia, um veneno de Urie, se eu não fui enganado calmia melhora minha regeneração natural e a Urie pode paralisar o oponente, preço total de uma prata pequena com pechincha. Com dinheiro restante comprei coisas mais caras como lanterna, mochila, saco de dormir e livro vazio me restando oito moedas de cobre.
—Vamos para o leste, não podemos atrasar.
As compras demoraram, o sol já estava em cima de nossa cabeça, chegando no ponto duas carruagens prestes a partir, um dos vigias me viu começou a se aproximar.
—Sou Atalis!— Gritei avisando, o vigia parou e olhou para seu colega dando um simples aceno.
—Fique perto das carruagens, não atrapalhe.
Guiei Lucy até o lado da carruagem guia, o motorista era o mesmo velho do restaurante quando me viu ficou surpreso.
—Você realmente tem um cavalo… um bem treinado.
—Lucy é uma potra esperta. — Querendo se mostrar, Lucy ficou mais ereta e bufou em confirmação.
—Haha— o velho riu em diversão —Cavalos são parceiros leais e precisos, darão sua vida pelo seu parceiro, cuide bem dessa égua ela será uma das maiores forças.
—Eu vou.
—Buff
Conversei mais um pouco sobre cavalos com o velho, ele me ensinou algumas coisas e teria ensinado mais se não fosse pelo grito de partida. Agora fora da cidade, parti com o comboio em direção a capital.