Estou na cidade há duas semanas, a temperatura estava mais fria chegando no ápice do inverno. Nesse tempo estive aqui, fiz várias missões de classe F e estou me preparando para missões de classe E. Tive comida farta, melhorei o físico agora pareço alguém da minha idade, o treinamento de espada está um pouco atrasado por não conseguir manusear normalmente agora como estou levando meu treino a sério para futuramente usar uma espada longa e alabarda.
Melhorei muito nessas duas semanas o manuseio de minha mana, com meditações finalmente consegui acumular mana o suficiente para ser usada no aprimoramento físico. Sem mana eu tenho a força de uma criança e se usá-la terei a força de um adolescente. E quando fiquei bom em manuseá-la comecei a treinar
—Vamos lá Atalis, isso é tudo? Continua me atacando!— Gritou o homem que estava duelando.
—Isso já é judiação!— Gritei em injustiça.
—Seja bem vindo ao mundo novato!
O homem que eu estava duelando era Algran, um mercenário sênior de rank C médio, era bem alto, o conheci por acaso quando voltava de uma missão. Ele tinha cabelos ruivos junto de uma barba aparada, seu corpo era um alto armário musculoso, usava uma espada curta junto de um escudo, mas agora só estava com a espada, rosto era áspero e de certa forma dava uma ilusão de um pai rigoroso.
Ele estava me ajudando com minha esgrima e para despertar minha aura mais cedo quando chegar a hora, também ajudou no treino do meu corpo e a teoria de lutas para minha inexperiência.
—Haaa, Haaa— Eu estava cansado, balançar uma espada por muito tempo para ficar chocando com um espadachim treinado com experiência não é brincadeira.
Vendo o meu cansaço, Algran deu um sorriso provocador.
—Já está cansado?
—Não.
Disparei para frente ao responder, mantive minha postura baixa e minha espada em guarda. Algran respondeu com uma postura com a espada na frente e o corpo inclinando. Quando cheguei perto para entrar no ponto cego empurrando meu corpo para direita, tentei fazer um corte segurando a espada com as mãos usando a força do meu corpo para ter mais poder. Isso provou ser inútil quando Algran bloqueou meu ataque movendo a espada rapidamente.
Clack. O barulho de metal soou como se tivesse batido em uma pedra, a força do impacto quase me fez perder a espada. Eu não teria força para puxar a espada e fazer um corte, então fiz uma estocada.
Vendo minha intenção, Algran simplesmente inclinou no corpo fazendo a estocada ser um fracasso quando minha espada foi para o ar. Girei meu corpo, mas tive que parar quando senti um frio no pescoço, era a lâmina de Algran.
—Previsível e lento. — Poucas palavras de ensinamentos contendo sinceridade.
Ele retirou a lâmina a colocou na bainha, já eu, me sentei no chão encharcado de suor.
—Como… eu fui?— Perguntei com voz cansada.
—Atalis sendo sincero foi bom para um novato, mas na sua postura vi muitas aberturas que podia ser exploradas com muita facilidade e algo que me incomoda— Algran ficou seu olhar em mim com uma expressão séria — Não sei como, mas me parece que você tem um teoria de como usar um tipo de esgrima só não consegue aplicá-la na prática por falta de experiência.
—Então tenho que ter mais lutas.
A esgrima que Algran está falando é um estilo desenvolvido pelo Luke com toda sua experiência de caçar monstros.
—Atalis vou te dar um conselho como mercenário, não pratique essa esgrima.— Disse Algran com um rosto de um veterano.
—O que!?— Fiquei sem reação com um súbito conselho.
—Já tivemos cinco duelos, tenho uma grande experiência de vida e posso lhe dizer novato. — Enquanto falava, ele entrou em uma posição de combate. —Essa esgrima foi feita para matar criaturas irracionais seria boa nas mãos de aventureiros, mas para mercenário é ineficiente.
Enquanto dizia isso, Algran fez sua esgrima pude perceber uma esgrima lenta e conservadora, onde conserva sua resistência e defesa.
—Mercenários devem ser fluidos Atalis, temos que ser adaptativos a qualquer tipo de combate. — Foi nesse momento que a esgrima mudou, de conservadora para uma enxurrada, da defesa para o ataque absoluto. —Saber quando devemos atacar e defender, também quando deve ser limpo ou áspero.
Como se estivesse enfrentando um inimigo invisível, Algran mudou constantemente sua esgrima, como uma dança que mudava de ritmo, violento para gracioso, de gracioso para um violento. Não havia incongruência, era muito natural nem dando a oportunidade de perceber se não prestasse atenção.
—Incrível.— Isso é a única coisa que podia dizer. Era totalmente diferente do meu conhecimento, só agora pude perceber.
"No antigo mundo não passava de uma criança balançando um graveto." Por ser uma era que abandonou a espada fazendo de um simples esporte, não existe a essência vista agora. Essa é a sensação transmitida, mesmo tendo poder para decapitar o inimigo não havia tal beleza.
"Agora pude perceber algo diferente entre os mundos. Terráqueos são bestas irracionais que balançam um graveto, nesse as pessoas são seres refinados que usam o graveto."
Algran continuou sua demonstração por um período de tempo desconhecido, fiquei ali observando aprendendo o máximo possível. Quando percebi já estava meio dia, Algran colocou a espada na bainha e se virou.
—Vamos parar por aqui agora, nós dois estamos ocupados não?
—Infelizmente sim. — Fiquei deprimido por não poder ver mais dessa esgrima, eu poderia tirar algo dela.
—Não fique assim Atalis, possivelmente estarei aqui quando você concluir seu contrato. — Com isso Algran me deu um soco leve no ombro e partiu.
Fui na direção contrária indo para a pousada para pegar minhas coisas e partir para fazer o meu contrato. O contrato era de rank F para destruir um ninho de goblin, será concluído assim que o ninho for destruído por outro grupo de aventureiros de rank E juntos se tornaram um grupo de rank D. O grupo que eu participo matará os errantes.
Goblins eram uma das criaturas de mais baixo nível, sozinho é um rank G, mas por sempre estarem em bandos a maioria de seus trabalhos são de classe F ou E e quando há mutantes pode ser um trabalho E superior. Por eu ser um rank G fazendo seu primeiro trabalho de rank superior com risco de achar um bando de goblin, estarei fazendo isso junto de outros aventureiros.
Estando um dia de viagem da cidade preparei suprimentos para 3 dias junto de equipamentos de caça e poções alquímicas, se for para colocar em valor estou levando 2 moedas pequenas de prata para fazer uma missão que paga 5 moedas de cobre pequenas por goblin.
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"Tenho que manter a faixa de gastos para ter lucro nessa missão" Claro, coisas caras eram coisas como saco de dormir, lampião, então só roubando para ter perdas.
—Lucy, você está carregando coisas preciosas para mim, não tenha piedade entendido?
—Off
—Boa garota.— A elogiei dando tapinhas no seu pescoço.
Tendo a confirmação de Lucy, montei nela fui para a guilda, horário de encontro seria depois de meio dia era ambíguo mas não critiquei, relógios eram caros sendo o mais barato uma moeda de prata estando fora da faixa de preço de um aventureiro rank F. A guilda não estava muito longe e a cidade não tinha muita gente por causa do frio, então chegamos relativamente cedo.
Na guilda desmontei de Lucy deixei ela à vontade, só avisei para não ir muito longe. Lá dentro uma atmosfera animada era visível com diversas pessoas bebendo e rindo, qualquer que entrasse pela primeira vez, aconteceu comigo também, pensaria se da mesma organização, mas se você olhasse bem veria uma divisória entre duas organizações.
Uma pequena diferença já dizia muito, um tipo de faixa no cartão a mostra onde vermelho para Mercenário e marrom para aventureiros. Um corredor no meio da guilda não era só uma caminho para o balcão, era também uma "fronteira" separando os dois tipos de viajantes, uma separação respeitada por todos.
Entrei deixando meu Cartão à mostra, o cartão não tinha muita coisa a não ser uma quantidade de missões feitas e um título amarelado, então não era um problema mostrá-lo sem ocultar as informações. Se fosse dizer algo de notável seria na faixa do meu cartão começando marrom e terminando em vermelho entregando a facção a qual eu iria pertencer. Resumindo assim que tivesse as qualificações se tornaria um mercenário.
Quando entrei junto de um frio, recebi alguns olhares da multidão quando viram meu cartão perderam o interesse. Ouvi algumas conversas aqui e ali, as ignorei e caminhei até o balcão fui atendido pelo mesmo homem do primeiro dia.
—Oi Laspe, tudo de bom?— Perguntei ao homem no balcão.
Laspe era um recepcionista veterano profissional, ele tinha um olhar afiado junto de um rosto severo, parecia ter uns 40 anos.
—Por enquanto não tivemos brigas. — disse com um encolher de ombros — Mas vamos deixar isso de lado, você está aqui para a missão dos goblins certo.
Eu assenti com a cabeça. Laspe deu um sorriso e se abaixou para pegar alguns papéis e colocou em cima do balcão.
—Essas são as informações reunidas sobre o terreno, quantidade vistas de goblin e possíveis locais de esconderijo.
—Certo. — Peguei os documentos e comecei a revisar as informações.
Nos documentos havia algumas informações sobre a espécie junto dos costumes que o ninho apresentou, aparentava ser agressivo aos humanos já que atacou uma vila 3 vezes. Os documentos também tinha subprodutos dos goblin deixavam que podiam ser usados e vendidos, anotei no meu caderno pessoal, por algum motivo o fígado era uma iguaria, com diversas formas de cozinhar
—Isso está certo?— Vendo isso ser a coisa mais preciosa de um goblin fiquei meio enojado.
—Atalis, pode ter certeza que todo viajante terá comer fígado de goblin alguma vez na sua vida sendo ele forçado ou não.
—Nojento. — Terminamos a conversa com mais algumas trocas de informação sobre os goblin fui para o ponto de encontro marcado.
A equipe estava em uma mesa larga no total havia 9 das 16 pessoas, todos estavam usando equipamentos de couro ou tecido, espadas com ferrugem, arcos desgastados e um usava um bastão com algumas runas. Reportei a minha chegada para um homem que aparentava estar nos 20.
—Então você é um dos errantes e um espadachim pelo visto, tem uma dupla que está precisando de alguém para linha de frente, tenta com eles.— Disse ele me observando de perto.
—Obrigado.
Terminando mais algumas trocas de palavra fui na direção da dupla apontada, era um garoto com um arco e uma garota com um bastão.
"Um arqueiro e mago, não é uma composição muito boa, mas dá pro gasto". Me aproximei dos dois, perceberam minha presença e começaram a olhar pro meu equipamento.
Eu estava usando uma armadura de couro completa, uma espada velha com alguns arranhões, uma pequena bolsa com poções úteis e duas adagas para emergência. Para um classe G ou até para um F esse equipamento era melhor da média, então recebia alguns olhares de ciúmes.
O arqueiro tinha um rosto novo, cabelos pretos, olhos cinza e estatura baixa demonstra ser uma criança, usava também uma armadura de couro incompleta sendo a parte superior mais protegida, uma adaga no coldre, o arco aparentava ser um do modelo de caça comum. Já a garota usava uma roupa de tecido comum, seus cabelos eram castanhos junto de seus olhos grandes, o rosto era pequeno dando uma sensação de fofura e ela evitava meu olhar mostrando ser tímida, o bastão só tinha três runas e tinha aparência desgastada.
A dupla me encarou com curiosidade em vez de cautela, seus olhares demoraram na minha armadura e depois para meu cartão.
—Olá sou Atalis meu rank G e como podem ver sou um espadachim, queria saber se posso me juntar a vocês— Falei da maneira mais amigável e com um sorriso.
—Sou Roy, um aprendiz de rastreador sou do mesmo rank— Com apresentação curta ele olhou para garota. —Não vejo problema de você se juntar, e você Sara?
A pequena Sara era uma maga, o que era raro pelas informações que adquiri do mago da equipe de Algran, além de ter uma afinidade natural eles tinham dificuldade para ter filhos por sua concentração de mana nos órgãos. Os olhos grandes tinham uma pitada de ansiedade, retribui com um sorriso tranquilizador.
—Também não vejo problema…— Sua voz era baixa como a de um esquilo.
—Então tudo bem, espero confiar na sua espada Atalis. — Roy estendeu a mão, aceitei com o meu aperto.
—Não se preocupe, sou confiável e espero o mesmo de vocês.
Com o grupo feito nós sentamos em uma das mesas próximas vazias, tivemos algumas conversas técnicas como as habilidades de cada um. Contei a eles que podia usar mana para melhorar meu físico e não tinha despertado minha aura. Roy contou sobre suas habilidades de rastreamento, sobrevivência e arquearia. Sara tinha conhecimento de alguns feitiços básicos, não eram muita coisa, o único feitiço atacante era flecha de mana se pudesse considerar um feitiço sendo só uma massa de mana concentrada.
A conversa foi agradável e informativa quando terminamos de conhecer as habilidades uns dos outros e começamos conversar sobre assuntos do dia a dia.
—Todos da subjugação do ninho goblin venham se reúnem!
O adolescente que era o líder dessa subjugação chamou todos assim que o último membro veio, e 16 adolescentes se reuniram em uma mesa, cada um com equipamentos variados.
—Se todos estão aqui vamos revisar o plano para subjugação e assim que eu terminar irei deixar todos fazerem perguntas entendido?
—Sim!— Muitos gritaram e outros acenaram com a cabeça.
—Então irei começar.
O plano era simples, dois grupos irão ficar na área em volta do ninho para matar os goblins que estão espalhados enquanto a equipe principal destrói o ninho a 3° equipe irá ficar do lado de fora para matar qualquer goblin que sair. Era uma estratégia recomendada pela guilda, mas só deve ser usada se a equipe principal aguentar um ninho de goblin, olhei para a equipe principal com um olhar de dúvida, eu não era o único. Percebendo nossos olhares, o líder do grupo estendeu a mão e algum tempo depois uma pequena bolinha de cor branca apareceu, a bolinha era algo que todos não magos desejam despertar.
—Aura…— disse um dos espectadores.
O líder vendo nossos olhares surpresos encheu o peito de orgulho.
—Eu e meus colegas despertamos nossas auras e o mago completou seu fundamento de mana, então acho que temos força para enfrentar um ninho.— Se todo o grupo principal despertou, então provavelmente eles teriam força para enfrentar o ninho sem dificuldade.
—Bom, agora vejo motivo para seguir o plano. — disse um espadachim duplo de outro grupo.
Todos tiveram a mesma opinião então fomos para o balcão e pedimos por uma carroça, a equipe principal pagou por uma carroça só para eles, os outros tiveram que pagar por outra então dividiram o pagamento entre eles.
E no final ficou as equipes ficou dividido assim:
Equipe principal: Líder Hiro espadachim.
Equipe de guarda: Líder Atalis espadachim.
Equipe de ataque 1: Líder Cai Escudeiro.
Equipe de ataque 2: Líder Liz Arqueira.
Todos já estavam entregando suas moedas de cobre até perceberem que eu não havia tirado minhas moedas
—Atalis você não paga?— Perguntou um espadachim.
Vendo seus rostos duvidosos, contei sobre a Lucy. —Não preciso, tenho uma égua chamada Lucy.
—Você tem cavalo?— Roy tinha um olhar de surpresa.
Eu assenti com a cabeça.
—Espera que você é o Filho do comerciante dos rumores!?
—Haaa— Com meu suspiro comecei a contar a velha mentira de ser um fugitivo.
"Sério, quanto custa um cavalo? Eles são realmente tão caros?" Quando eu tive uma resposta para meus pensamentos nunca teria imaginado quão abençoado era por ter Lucy.