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Competição

Estava novamente treinando sob o sol da manhã, brandindo a espada com precisão enquanto repetia os movimentos ensinados por meu pai.

"Seus movimentos estão relaxados." apontou Beatrice.

"Desculpe, não estava concentrado." respondi a Beatrice.

"Está pensando sobre a competição?" perguntou Beatrice.

"Sim. Estou ansioso para a competição. Como foi sua primeira vez participando?" perguntei.

"Foi relativamente fácil. A maioria dos alunos da primeira turma não conhece os conceitos de luta. É bem provável que você vença." respondeu Beatrice.

"Você venceu?" perguntei.

"Sim." respondeu Beatrice, com casualidade.

"Então, deve ser facil." disse provocativamente.

"Você ainda não me derrotou." disse Beatrice.

"Ainda." Disse com um sorriso.

o treino continuou normalmente.

Dois dias depois, na terça-feira, no treino com Mira e Kael.

"Como vocês acham que vão se sair no campeonato?" pergunto a ambos.

"Vou ganhar, é claro." afirma Mira.

"Queria ver essa confiança se estivéssemos na mesma turma." digo, lançando um ataque mágico em direção a ela.

"Mesmo assim, ganharia." responde Mira, enquanto se defende do ataque.

"Não seja tão confiante." diz Kael, acertando uma esfera d'água em Mira, que fica encharcada.

"Espero que você não perca para ninguém além de mim." digo a Kael, acertando-o também com uma esfera d'água.

"Como se eu fosse perder." retruca Kael.

"Hipócrita." murmura Mira.

Mira e Kael se entreolham e se viram na minha direção, acertando-me simultaneamente com magias d'água.

"Então é assim?" digo, conjurando uma grande onda que cai sobre nós três antes de desaparecer.

"Agora estamos quites." digo, dando uma leve risada.

No dia seguinte, quarta-feira, eu, Kael e Mira decidimos dar um passeio pela cidade. O sol brilhava intensamente, e as ruas estavam muito movimentadas.

“Nunca me canso de passear pela cidade.” diz Mira, observando curiosa os arredores.

Kael, vestido com roupas casuais e confortáveis, sorri. “Concordo, é sempre bom distrair a mente.”

Enquanto caminhamos pelas ruas, paramos em uma pequena loja de artefatos. Kael se encanta com a exibição de cerâmicas e começa a examinar os itens com interesse.

“Você se empolga muito com esculturas.” comento, observando-o.

“Gosto de como a arte reflete a cultura local.” responde Kael, com brilho nos olhos.

Mira, por sua vez, avista um estande de comida ao longe. “Veja, como posso resistir a uma comida tão bonita? Vamos conferir aquilo?”

Antes mesmo de receber uma resposta, Mira corre em direção à barraca e se senta em uma mesa.

Kael e eu rimos enquanto nos dirigimos para onde Mira está, tomando também um assento.

Aproveitamos para comer. Peço uma porção de carne empanada, que estava deliciosa e crocante. Mira pede bolinhos de peixe com salada, e Kael desfruta de bolinhos de arroz.

Após lancharmos, continuamos o passeio e passamos por uma loja de estátuas de barro. Kael novamente para para observar as estátuas.

“Tem certeza de que sua curiosidade é só pela cultura?” pergunto a Kael.

“Cultura? Desde quando Kael se importa com isso?” diz Mira, desconfiada.

“Desde hoje.” responde Kael, tentando esconder o que está realmente pensando.

“Hum?” percebo que ele está tentando disfarçar algo.

“Essas esculturas não têm a ver com aquela maga?” Mira pergunta, tentando se lembrar de algo.

“Não sei de quem você está falando.” diz Kael, na tentativa de manter o disfarce, mas sua expressão revela a verdade.

“Mesmo? Então o Kael sério está apaixonado? Quem seria digna de conquistar o amor dele?” pergunto a Mira, como se Kael não estivesse na conversa.

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“Se não me engano, o nome dela era...” Mira faz uma pausa, tentando lembrar, e então continua: “Lembrei, o nome dela é Beatrice.”

"Beatrice?" repito, surpreso. "Então é isso. Kael, você realmente tem um interesse especial por ela?"

Kael fica visivelmente desconfortável e tenta mudar de assunto. "Vamos, não é nada disso. Apenas admiro a arte dela."

Mira ri, percebendo que Kael está tentando desviar a conversa. “Claro, Kael. Não precisa esconder. Se você gosta dela, talvez deva ter coragem de falar com ela.”

Kael evita o olhar de Mira e opta por um sorriso forçado. “Vamos parar de falar sobre isso. Que tal continuarmos o passeio?”

“Então, Mira estava enganada? Que pena, pensei em trazê-la na próxima vez e apresentá-la a você. Mas, já que foi um engano…” digo, na tentativa de fazê-lo se entregar.

“Você faria isso?” pergunta Kael, caindo completamente na isca.

“Então admite?” digo, enquanto Mira ri, entendendo a situação.

“Droga,” resmunga Kael, frustrado.

Kael, ainda constrangido, tenta retomar o ritmo do passeio. "Vamos, antes que o dia acabe."

Continuamos andando e Mira logo percebe um evento acontecendo. "Olhem, parece que está acontecendo algo ali. Por que não conferimos?"

À medida que nos aproximamos, vemos uma feira de artesanato local. Barracas coloridas e vibrantes estão espalhadas por todo o local, e vários artistas estão exibindo e vendendo suas obras.

"Veja, Kael, por que você não escolhe um presente para Beatrice?" sugere Mira.

"Não seria estranho um desconhecido te presentear do nada?" pergunta Kael, tentando se esquivar.

"Posso apresentá-los, assim não seriam mais estranhos," ajudo Mira a convencê-lo.

"Você realmente a conhece? Achei que estava apenas tentando me enganar." diz Kael.

"Eu treino esgrima com ela às vezes." respondo.

"Treina esgrima? Os Lancaster não têm uma técnica própria que não pode ser compartilhada fora da família?" pergunta Mira, curiosa.

"Sim, mas eu também sou um Lancaster." revelo, percebendo a surpresa deles.

"Que?" os dois exclamam, boquiabertos.

"Não sabiam?" pergunto.

"Como saberíamos? Você nunca nos contou isso." diz Kael.

"Vocês já me conheciam quando nos encontramos. Imaginei que soubessem." respondo.

"Kael notou seu desinteresse pela explicação no primeiro dia de aula, então perguntamos aos professores sobre você. Mas a única coisa que eles disseram foi seu nome." explica Mira.

"Então foi isso..." continuo. "Bom, agora vocês sabem. Vamos continuar?"

Enquanto continuávamos a andar pelo evento, o sol começava a se pôr, lançando uma luz dourada sobre as barracas e criando uma atmosfera acolhedora e animada.

"Eu realmente não esperava que você fosse um Lancaster," diz Mira, ainda surpresa. "Isso explica muita coisa sobre suas habilidades."

"Bom... Acontece. Não costumo mencionar muito isso," respondo. "Por que não escolhemos algo para levar para casa?"

Kael olha para as várias barracas e aponta para uma exibição de cerâmicas decorativas. "Olhem aquelas peças. São incríveis. Talvez eu encontre algo que Beatrice goste."

"Ótima ideia." diz Mira, animada. "Vamos dar uma olhada mais de perto."

Passamos algum tempo explorando a feira e examinando as obras de arte. Kael, apesar de seu constrangimento inicial, parece ter se divertido escolhendo um presente. Mira e eu o ajudamos a selecionar uma peça de cerâmica que acreditamos ser do agrado de Beatrice.

Depois de comprar as esculturas e o presente, decidimos voltar para casa. O caminho de volta foi leve, cheio de conversas sobre a feira e as peças que havíamos visto.

"Foi um ótimo dia." diz Kael, enquanto nos aproximamos de casa. "Eu nunca pensei que um passeio assim pudesse ser tão interessante."

"Concordo, deveríamos sair mais vezes." diz Mira.

Após isso, nos despedimos e começamos a nos preparar para a competição nos próximos três dias.

O dia do campeonato finalmente chegou

A cidade estava em um estado de excitação palpável, com bandeiras e estandartes coloridos decorando as ruas. Os competidores, incluindo eu, estavam concentrados e ansiosos para mostrar suas habilidades.

O evento aconteceria em uma grande arena coberta, que estava cheia de telespectadores ansiosos para o início das competições. Eu, Mira e Kael estávamos nos bastidores, nos preparando para nossas lutas.

"Prontos para isso?" perguntei, tentando aliviar a tensão.

"Mais do que nunca." respondeu Kael, com um sorriso determinado.

"Treinamos muito. Tenho certeza de que vamos conseguir." disse Mira, com uma expressão confiante no rosto.

Um dos responsáveis entrou na sala e indicou para onde os competidores deveriam se dirigir. Saímos da sala e nos dirigimos para a área de espera.

Passou-se um tempo, não dava para assistir às lutas, mas soube que Kael já havia lutado e vencido sua primeira partida.

Esse campeonato era um evento importante, não só para a academia, mas também uma oportunidade para o "Valouris", um torneio assistido pelo rei e pelos nobres de Solara. Os competidores podem obter grandes cargos ou até servir diretamente ao rei, dependendo do seu desempenho.

O ganhador, independentemente da turma, teria o direito de participar desse torneio. Por haver uma separação de turmas, três pessoas eram selecionadas todo ano.

Minha vez havia chegado. Um homem entrou pela porta e me chamou para a arena.

Meu oponente parecia ter a minha idade. Vendo sua mana, percebi que ele controlava o fogo.

"Comecem!" afirmou o juiz.

Iniciando, conjurei 'Aquasfera', projetando uma esfera de água em alta pressão que avançou rapidamente em direção a ele.

Meu oponente tentou desviar, mas recebeu parte da magia em seu braço.

'Fraco', pensei ao ver que ele não conseguiu desviar completamente. Aquela não era uma magia particularmente forte.

Percebi o chão abaixo de mim ficar vermelho. Imediatamente me retirei do lugar, que agora estava coberto por uma pequena camada de lava.

A magia não era ruim, mas sua execução foi horrível.

Percebendo a falta de habilidade do oponente, decidi acabar rapidamente conjurando novamente 'Aquasfera'. Ele tentou desviar, mas foi acertado em cheio pela segunda 'Aquasfera' e caiu no chão.

As próximas batalhas foram muito parecidas. A maioria dos competidores não tinha uma percepção básica de combate. Alguns até conseguiam lutar, mas nada que valesse o meu esforço.

Como havia muitos alunos, a competição duraria três dias ao todo.

O primeiro dia se passou. Espero que o segundo seja mais promissor.

Eu e Mira nos encontramos após o fim das competições do dia.

"Que dia cansativo." afirma Mira.

"Achei bem entediante." respondo, contrariando-a.

"Sério? Achei bem difícil derrotar tanta gente." diz Mira, com um sorriso cansado no rosto.

Percebo Kael vindo em nossa direção, parecendo ainda mais exausto que Mira.

"Parece que é você que é o estranho aqui." diz Mira.

"Talvez." admito, quase concordando com ela.

"Como foi?" pergunta Mira, dirigindo-se a Kael.

"Foi por pouco, quase consegui vencer." diz Kael, mais cansado do que triste.

"E vocês? Como se saíram?" pergunta Kael.

"Tive algumas dificuldades, mas ganhei." diz Mira.

"Muito fácil." afirmo.

"Que sorte a de vocês."

"Para quem você perdeu?" pergunto a Kael.

"Aeliana," responde Kael.

"Aeliana? Acho que já ouvi esse nome." digo.

"Nunca ouvi falar." diz Mira.

"Também não a conhecia, mas ela é bem forte." diz Kael.

"Ah, sim, ela é minha próxima oponente." relembro.

"Só não vá perder como o Kael." diz Mira.

"Não sou tão fraco assim." Respondo.

"Ei, não me trate como um fracote." diz Kael.

"Relaxa, você é mais forte que um bebê." digo a Kael.

"E claro que sou... EI." diz Kael, enquanto rimos com Mira.

Nos despedimos e fomos para casa.

Outro dia:

A arena estava repleta de espectadores, cada um ansioso para ver a próxima batalha. A multidão mal podia conter a excitação enquanto os competidores se preparavam para o confronto. O sol brilhava intensamente, e a atmosfera estava carregada de energia.

Entrei na arena com uma expressão serena, mas meus olhos estavam fixos e determinados. Vestindo minha armadura leve, eu estava segurando minha lança com firmeza, sentindo o peso familiar da lâmina que havia manuseado tantas vezes antes.

Do outro lado, Aeliana se aproximava, seus cabelos prateados brilhando à luz do sol. Ela exalava uma aura de confiança, uma guerreira treinada. Seu olhar se encontrou com o meu e ela deu um leve sorriso.

O juiz deu o sinal, e o confronto começou.

Fui o primeiro a se mover, avançando rapidamente. Lancei um ataque diagonal, visando o ombro de Aeliana. Ela, com reflexos rápidos, ergueu sua própria espada para bloquear o golpe, faíscas voando no impacto. Recuei por um momento, estudando minha adversária, enquanto ambos circulavamos pela arena, medindo um ao outro.

Aeliana aproveitou a distância para conjurar uma magia. Ela murmurou uma magia, criando uma bola de fogo que arremessou na minha direção. Saltei para o lado, esquivando-me do projétil que explodiu no chão, deixando uma marca carbonizada.

Sem perder tempo, fechei a distância entre nos e desferi uma série de golpes rápidos, forçando ela a recuar. Ela mal conseguia bloquear os ataques.

De repente, Aeliana sorriu, então percebi tarde demais que ela estava apenas se defendendo para preparar uma magia. Com um movimento rápido, ela fez um gesto, e o chão sob mim se desfez. Quase perdi o equilíbrio, mas conseguiu saltar para trás a tempo.

Ela aproveitou a abertura para lançar uma magia do elemento vento, “Zephyr”. Uma rajada de vento veio na minha direção. A força do ataque me empurrou para trás.

Antes que eu pudesse se recompor completamente, Aeliana avançou. Ela misturou ataques físicos com rajadas de vento, me mantendo na defensiva. Cada golpe dela era rápido e preciso, e suas magias impediam que eu recuperasse a postura.

Eu sabia que precisava mudar de estratégia. Deixei que Aeliana continuasse seu ataque, desviando e bloqueando como podia, até que vi minha chance. Quando Aeliana lançou outro ataque , eu usei a força de sua magia para me impulsionar para o lado, escapando do alcance dela.

"Mizuha" exclamei, lançando uma corrente de água que avançou na direção de Aeliana. A surpresa em seus olhos foi evidente, e ela mal teve tempo de erguer uma barreira de vento para se proteger.

Corri ao redor de Aeliana, forçando-a a girar e manter a barreira. Então, conjurei a magia novamente.

Eu sabia que logo destruiria a barreira. Então canalizei o máximo de mana que podia, preparando um ataque decisivo. Quando a barreira começou a rachar, eu estava pronto. Assim que Aeliana quebrou a parede e saltou para fora, l desferi um golpe com toda a minha força.

A minha lança de brilhou intensamente com a energia concentrada, cortando o ar em direção a Aeliana. Ela tentou se esquivar, mas a velocidade e a precisão do golpe foram demais. A lâmina passou de raspão, cortando uma mecha de seus cabelos e criando uma

fissura no chão atrás dela.

Aeliana recuou, visivelmente abalada pela intensidade do ataque. Eu já estava ofegante, mas minha postura mostravam que eu não iria desistir. Aeliana se preparou para contra-atacar, mas antes que pudesse agir, o juiz interveio, declarando o fim da luta.