Capítulo 3: O Caminho da Vingança

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Kreuz saiu da caverna com passos firmes e pesados. Cada movimento da armadura ecoava na floresta silenciosa, enquanto a lua cheia iluminava o terreno. Lian, no interior da armadura, observava tudo ao redor, mas sem controle sobre seu próprio corpo. Era Kreuz quem comandava.

A voz fria de Kreuz ecoava na mente de Lian.

“Você ainda está aqui, garoto. Mas lembre-se, quem governa é a armadura. Eu sou o que decide o caminho.”

Lian não respondia. Ainda estava tentando entender sua nova realidade, seu novo estado, a doença que o consumia agora parecia distante, mas o terror de estar preso dentro da armadura era real.

Enquanto cruzavam a floresta, algo interrompeu o silêncio. Galhos se quebraram sob uma criatura que se aproximava. Saindo da escuridão, um monstro de três metros de altura surgiu, com o corpo coberto de pelo negro e espesso, e a cabeça de um Saiga, um animal com dois chifres médios curvados para cima. Seus olhos eram poços escuros, sem vida, mas com uma sabedoria sinistra.

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Ele observou Kreuz, ou melhor, o símbolo na armadura, e riu.

“Esse símbolo...” começou o monstro, com uma voz baixa e retumbante. “Esse símbolo te levará a um caminho diferente. Talvez não só por ele, mas pela sua história, seus desejos... Eles são o alimento ‘dEle’.”

Lian, ouvindo tudo dentro de Kreuz, se encheu de perguntas. “Quem é Ele? Do que está falando?”

A criatura, indiferente à pergunta de Lian, continuou com uma expressão sombria.

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“Sinto inveja de você. Por ter o privilégio de ser marcado. Mas isso termina aqui. Você vai morrer, agora, por minhas mãos!”

Num movimento ágil, apesar do tamanho, o monstro avançou com um rugido ensurdecedor, suas garras prontas para atacar. Kreuz, sem hesitar, ergueu a mão esquerda, de onde surgiu um machado colossal, materializando-se como se estivesse guardado dentro da armadura.

"Prepare-se," Kreuz falou para Lian, sem emoção. "Não sou o tipo que hesita."

O machado cortou o ar com um som assustador. O monstro, surpreendentemente rápido, desviou do primeiro golpe, mas Kreuz não dava espaço. Ele avançou com brutalidade, lançando outro ataque, forçando a criatura a recuar.

De repente, em um movimento inesperado, Kreuz estendeu a mão esquerda e agarrou o braço do monstro. Um grito horrível saiu da garganta da criatura. Kreuz começou a absorver a energia vital do inimigo, e o monstro imediatamente começou a sentir uma dor insuportável. Seus órgãos e veias pareciam estar sendo puxados para fora, mas sem serem arrancados. Era uma sensação de tortura sem fim.

“Você... maldito...” o monstro rosnou, sentindo-se cada vez mais fraco. “O que está fazendo comigo?”

Dentro da armadura, Lian podia sentir a energia que cruzava pela armadura. Ele sentia o desespero do monstro, e mesmo não sendo o responsável pelo ato, algo nele se remexia. Sentia-se culpado e fascinado ao mesmo tempo.

“Eu estou drenando você,” respondeu Kreuz, com uma calma mortal. “É assim que acaba.”

Com a força do monstro praticamente sugada, Kreuz o lançou ao chão. A criatura, agora incapaz de lutar, sorriu uma última vez.

“Você... não sabe o que está por vir... Ele... já está à espreita... Você... está... marcado.”

Sem mais palavras, Kreuz balançou seu machado uma última vez, encerrando a vida da criatura.

Enquanto o corpo do monstro se desintegrava em uma fumaça negra que logo se dissipou, Lian permaneceu em silêncio, processando as palavras que ouviu e o poder que Kreuz tinha sobre seus inimigos. Quem era "Ele"? E por que aquele monstro tinha tanta certeza de que Lian estava destinado a algo terrível?

“Kreuz, o que era aquilo? Quem é Ele?” Lian perguntou, mas sua voz soou fraca.

“Não importa agora, garoto,” Kreuz respondeu, sua voz fria. “Nosso caminho ainda está apenas começando. Continue andando.”

Sem mais escolha, Lian obedeceu, com Kreuz liderando o caminho pela floresta, em direção à aldeia de Eldoria. Ambos sabiam que mais desafios estavam à frente, e a sombra de algo muito maior começava a pairar sobre eles.