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Todos Juntos

Os quatro jovens se reuniram aos outros dois na entrada. Justin e Gabriel chegaram e logo após Eliza e Victoria. Nora percebeu a face assustada e preocupada de Victoria e a expressão disfarçada de receio de Eliza. Justin e Gabriel pareciam cansados, mas apenas intrigados com o que estava acontecendo naquele local, o que os fez estranharem as expressões de Eliza e Victoria.

- Meu deus o que aconteceu? - Nora disse assustada. - Vocês estão todos acabados!

- Nós fomos atacados por um anão azul e dentuço, foi engraçado, mas ainda foi muito estranho. - Gabriel disse sereno.

- Peraí, uma criatura baixa, azul e com presas grandes? - Eliza disse curiosa.

- É, o que que tem? - Justin respondeu.

- Eu e a Victoria encontramos registros de uma coisa chamada projeto A12A01, que descrevia exatamente isso.

- Vocês descobriram registros? Onde? - Nora perguntou interessada.

- Tem uma biblioteca aqui, também tem uns quartos onde a gente pode ficar.

- Que bom, mas o que, mais vocês encontraram nessa biblioteca? - Nora falou tentando fazer Eliza ou Victoria contar mais sobre a biblioteca.

- Um xupacu. - Victoria disse antes de Eliza conseguir abrir a boca. Justin riu muito alto.

- Um xupacu? - Justin disse ainda gargalhando.

- Não era um xupacu, só parecia um xupacu. Você tá rindo agora, mas na hora foi assustador. - Eliza disse tentando ponderar a situação.

- Realmente, eu ficaria com medo se aparecesse um bicho querendo chupar o meu... - Gabriel parou de falar quando viu o olhar de Eliza para ele.

Eliza lembrou do que Justin disse e imediatamente virou para ele e perguntou:

- Justin, o monstro que atacou vocês, ele tá vivo?

- Bom, como eu posso dizer... O Gabriel matou ele. - Justin disse levemente receoso.

- Ok. - Eliza disse tentando se acalmar. - Enfim, tivemos sorte que o Francis e a Nora não foram atacados. De agora em diante, vamos ficar todos juntos. Não podemos deixar que ninguém mais seja atacado.

- A, mais uma coisa: encontramos uma cozinha e tinha comida, aparentemente está comestível. - Justin disse por último antes de subirem para os quartos.

Estava à noite quando os seis se dirigiram para seus quartos e depositaram os pertences que trouxeram para a viagem, e então se acomodaram nos quartos. Os quartos estavam estranhamente mais limpos que o restante do lugar, como se tivessem sido limpos há poucos meses. Após anoitecer, eles se despediram e foram dormir.

Na manhã seguinte, Eliza acordou antes de todos e foi para a biblioteca procurar mais sobre as coisas que poderiam estar naquela cidade. Ela encontrou uma árvore genealógica da família Lopez que estava nos fundos da biblioteca. Faltavam algumas partes da árvore, mas continha dados sobre os dois nomes encontrados até então: Hernán e Rodrigo Lopez. Após encontrar a árvore, Eliza voltou à seu quarto e se deparou com uma pessoa sentada na cama: Nora.

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- Todos juntos né? Mas parece que você não é todo mundo. Quebrar as próprias regras não é uma coisa que eu te imaginaria fazendo.

- Eu saí porque sabia que seria seguro. - Eliza justificou.

- Claro, muito seguro, podendo aparecer um bicho azul pra arrancar seu braço ou um xupacu. Você não sabe porque eles apareceram, inclusive, você não contou como escapou dele.

- Eu arranquei uma viga da prateleira e enfiei na boca dele, ele ainda está na caído na porta, se você quiser chamar alguém e ir pra biblioteca tirar o corpo dele de lá eu ajudaria.

- Pode ser. - Nora disse calma, mas ainda desconfiada.

Ninguém percebeu, mas Francis estava em pânico quando as duas duplas voltaram e contaram o que aconteceu. Ele não conseguiu dormir direito na noite anterior, ficou imaginando as coisas que poderiam viver em Feroville.

Justin não estava preocupado com os perigos, ele só queria emoção e adrenalina, já que não gostava muito de sua vida pacata em Berkeley. Apesar disso, ainda estava preocupado sobre as coisas que poderiam acontecer com os outros, principalmente Nora e Gabriel. Gabriel, em contraste, estava emocionado, mas com medo do que poderia vir dali pra frente.

Quando Victoria acordou e saiu de seu quarto, Eliza e Nora a convidaram para retirar o cadáver do ''xupacu'' da biblioteca. Após elas removerem o monstro, foram para a cozinha fazer um café da manhã. Com o tempo os garotos acordaram e sentiram o cheiro de café, então foram para a cozinha junto à elas. Lá, eles começaram a discutir hipóteses do que poderia acontecer na cidade para essas criaturas existirem.

- A minha hipótese é que essa cidade era usada como um local para experimentos secretos do governo. - Gabriel disse.

- Sim, pode ter sido isso, mas eu penso que seja uma união de coisas que fez com que essa cidade se tornasse o que é hoje. - Eliza comentou.

- Olha, não é querendo julgar, mas, de todos aqui, você parece saber mais do que o comum, Eliza. - Nora disse em tom desafiador.

- Sim, eu sei, mas é devido a que eu investiguei durante muito tempo tudo o que consegui sobre essa cidade, porém quase não consegui descobrir o que acontecia. É por isso que eu vim até aqui, pra descobrir o que eles faziam aqui e porque foi ignorado o fato de que aconteceu um dos maiores rituais satânicos da história nesse lugar.

O silêncio tomou conta da sala e todos se encararam nos olhos. Francis surtou.

- Vocês estão malucos! Olha, pra mim já deu. Eu não vou mais ficar nesse lugar, não tem como saber o que tem nessa merda. E eu não quero descobrir. Muito menos saber o que eles faziam aqui. Eu vou embora.

Mas quando levantou para ir embora, viu um ser parado no fim do corredor da porta da cozinha que estava aberta. Era um ser alto, que parecia usar chapéu, tinha dois olhos, preenchidos por escuridão, parecia usar um terno preto com uma gravata borboleta também preta, tinha longos braços e longas pernas. Todos viraram e viram a criatura, o terror preencheu suas faces. Francis gritou. A criatura foi correndo para atacá-lo, mas Gabriel pegou uma das facas da cozinha e foi correndo defender Francis, conseguiu fazer o monstro largar o colega, entretanto o ser começou a atacar Gabriel, que conseguia se defender melhor. Victoria foi ajudar Francis que havia se machucado. Eliza pegou outra faca da cozinha e foi ajudar Gabriel. Nora percebeu que enquanto lutava com a criatura, Gabriel deixou uma pequena bolha de cuspe cair no monstro e fez uma pequena queimadura. Logo, falou para Justin pegar um balde para jogar água na coisa. Nora conseguiu encher o balde mas, levou tempo suficiente para a coisa fazer uma ferida na parte inferior ao olho de Eliza. Justin pegou o balde, agora cheio de água e lançou sobre a criatura, que fez um alto ruído e se dissolveu.

Todos se aliviaram e foram ajudar Victoria a estancar o sangue de Francis.

- Meu deus cara, ainda tá de manhã e o dia começa assim, que tipo de coisas ainda vão acontecer?

- Eu não sei, mas acho que a gente devia ir pra biblioteca tentar achar se tem mais algum tipo de demônio ou experimento aqui, porque provavelmente vai estar escrito como derrotar ele não é? - Justin disse e fez os outros se impressionarem com sua sensatez.