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A França do Interior

Após limparem a cozinha e a louça do café da manhã, eles subiram para ir à biblioteca e deixar Francis de repouso em seu quarto. Victoria ficou com Francis para ter certeza de que ficaria bem. Os outros foram e começaram a procurar mais sobre a cidade. Ficaram meia hora procurando até que Justin encontrou um diário velho e com páginas faltando. O diário datava de 21 de Março de 1959 e era de Hernán Lopez.

- Gente, eu achei um diário. Aqui diz que é de Hernán Lopez. - Justin disse animado pela descoberta. Os outros se viraram para ele.

- Hernán Lopez? Esse é o nome do fundador de Feroville. Eu e a Victoria descobrimos isso quando viemos à biblioteca ontem. - Eliza disse interessada.

- Vamos ler a primeira página. - Justin logo disse e então começou a ler em voz alta:

''21 de Março de 1959. Encontrei um terreno excelente aqui no interior e pretendo ficar nos próximos dias. Acho que poderia trazer os outros, mas vou precisar consultar Marry sobre isso. Suspeito que possa haver petróleo nesse lugar. Há muitos animais selvagens na região. Deixei o símbolo da Hardia na entrada da cabana que construí, para que, caso alguém apareça, saiba que não estou aqui para causar problemas. Vou descansar agora. Amanhã, se Marry permitir, pretendo voltar e trazer os outros junto comigo.''

- Sou só eu ou esse cara é muito suspeito? - Gabriel disse.

- Realmente, ele disse que encontrou um terreno excelente no interior como se já tivesse vindo com essa intenção. - Nora concordou.

- Ele poderia estar fugindo da polícia ou apenas tentando começar uma vida nova. - Justin contra-argumentou.

- Fugindo da polícia no interior da Califórnia em 1959? É quase impossível. E começar uma vida nova é possível, mas parece que ele tinha outras intenções. - Eliza respondeu. - Eu acho que alguém deveria ir falar com a Victoria, ela tinha guardado a foto de Feroville quando era uma vila, a gente pode descobrir algo. Quem vai?

- Por que só uma pessoa ir? - Nora perguntou.

- Porque, enquanto isso, os outros procuram mais sobre a cidade e leem o diário, é claro. - Eliza justificou.

- Certo, vai você Gabriel. - Nora disse com rapidez e andou até uma estante procurar mais registros ou livros sobre a cidade.

- Por que eu? - Gabriel disse sem entender.

- Porque sim, vai lá. - Nora respondeu sem paciência.

Gabriel então foi falar com Victoria e buscar a foto e o resto de registros que ela e Eliza encontraram no dia anterior. Enquanto isso, Justin, Nora e Eliza ficaram procurando mais sobre a história local e, possivelmente, da seita que havia sido montada em 1978. No momento que retirava um livro de uma estante, Nora percebeu uma bandeira da França em um pôster na parede da biblioteca com a escrita: ''Foreville: A França do Interior''.

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- Ei, vejam só isso. - Nora disse e indicou o pôster na parede.

- Bem que eu achei esse hotel parecido com um que vi uma vez quando estudava a França. Amo Paris, é uma cidade linda. - Eliza comentou.

- Que bom que você gosta da França, mas não é estranho que essa cidade era chamada de França do interior e ainda assim era pequena? Não só isso, como a gente nunca ouviu falar nisso? A gente mora no que era a cidade mais próxima de Feroville. - Justin perguntou sabiamente.

- É bem estranho, mas provavelmente porque isso foi há muito tempo, e ninguém iria viajar para uma cidade pequena só porque é chamada de ''França do interior''. E a cidade era muito nova ainda, mesmo quando a seita fez aquilo. Eliza respondeu.

- Não seria mais fácil tentar achar o porquê dessa cidade ter esse apelido? - Nora comentou.

- Você tem razão, mas já investigamos tudo o que podíamos nessa biblioteca. - Eliza respondeu.

Gabriel entrou na sala com os itens que buscou. Victoria e Francis entraram junto.

- Eaí cara, já tá melhor? - Justin perguntou amigavelmente.

- Um pouco, mas ainda quero sair daqui o quanto antes. - Francis respondeu parecendo ainda assustado.

- Enfim vocês acharam algo? - Gabriel perguntou aos três.

- Sim, descobrimos que esse lugar era conhecido como ''A França do Interior''. - Eliza respondeu.

- Sério? Por que? - Gabriel questionou intrigado.

- Não sabemos ainda e estávamos discutindo sobre como vamos descobrir.

- Eu tenho uma ideia. E se a gente tentar procurar uma biblioteca pela cidade? Até agora, só ficamos nesse hotel. - Justin disse, deixando todos pensativos.

- É uma ideia interessante, mas não exploramos nem esse hotel por completo. - Eliza contestou.

- É, mas ás vezes é melhor nós não tentarmos ir até o perigo antes de saber como ele é. - Nora apoiou o amigo.

- É, Nora, você tem um bom argumento. Você me convenceu. Então, vamos nós três? - Eliza perguntou para Nora e Justin.

- E eu? - Gabriel questionou indignado.

- Precisamos que fique aqui com os outros, só temos a Victoria pra ajudar o Francis, você pode ajudar caso algo tente atacá-los. - Eliza respondeu com calma.

- Tá, eu fico, mas antes, vamos olhar esses registros que a Victoria guardou, né?

- Verdade, eu quase me esqueci. Bem, vejamos...

Eliza pegou as fotos e algumas outras folhas que pareciam ser do diário de Hernán.

- Vejam, mais folhas do diário. - Nora disse.

- Que bom, porque o ''diário'' só tem uma folha. - Justin comentou.

- Mas e essas outras bem aí? - Victoria disse apontando para o caderno do diário.

- Todas as outras folhas estão borradas ou falando sobre coisas banais, como brigas de família bobas ou a caça que ele conseguiu, não era nem uma caça especial.

- Estranho, bom, pelo menos vamos ler as que temos aqui né. - Victoria falou e então Justin começou a ler a página que ela tinha encontrado:

''30 de Abril de 1959. Marry reclamou de Rodrigo hoje pela manhã, ela disse que ele era incomodativo e sempre falava coisas 'místicas', bobagem! Rodrigo é um homem sério, só deve estar abalado pela morte de sua irmã. Ele começou a ficar mais tempo trancado em casa e recusa visitas com frequência. Coitado, deve estar passando por uma fase difícil. Acho que se pudesse, traria sua irmã de volta à vida.''

O resto da folha estava desgastada e a tinta havia se esvaecido.

- Victoria, eu acho que tenho uma hipótese do que aconteceu, mas antes, Justin, leia a próxima página.

- Tudo bem. - Justin novamente leu em voz alta:

'' 4 de Dezembro de 1959. Sophia voltou a vida. Ele realmente conseguiu.'' - o resto da folha estava com uma gosma estranha.

- Amigos, vamos agora buscar uma biblioteca. - Eliza disse de imediato.

- Primeiro, diga a sua teoria. - Victoria falou antes de Eliza sair da biblioteca do hotel.

- A minha teoria é que: Rodrigo Lopez iniciou a seita satânica que matou quase todos dessa cidade em 1978.