Enquanto a reunião prosseguia no salão de guerra, o Tenente Zen estava em sua ronda habitual pelo convés da nau capitânia. A tempestade da noite anterior havia deixado marcas visíveis no navio e nos tripulantes, mas a disciplina militar e o treinamento rigoroso mantinham a todos focados em suas tarefas. Zen caminhava com passos firmes, os olhos atentos ao horizonte e aos arredores, garantindo que tudo estivesse em ordem. Ele era conhecido por sua perspicácia e atenção aos detalhes, qualidades que o tornavam um dos melhores patrulheiros da frota.
Enquanto observava as ondas batendo contra o casco, algo incomum chamou sua atenção. No início, pensou que era apenas uma ilusão causada pelo cansaço e pelo movimento constante do mar, mas quando olhou novamente, teve certeza: uma linha escura surgia no horizonte, contrastando com o céu cinzento.
Zen estreitou os olhos, tentando discernir mais detalhes através da névoa matinal. Conforme se aproximava da amurada, seu coração começou a bater mais rápido. Ele sabia que poderia ser apenas uma formação rochosa ou uma ilusão, mas também poderia significar terra. E, considerando a situação desesperadora em que se encontravam, qualquer vislumbre de terra firme era uma esperança bem-vinda.
"Soldado!" chamou Zen, sua voz firme. "Vá imediatamente informar o General Iroh. Diga a ele que avistamos terra a noroeste. É urgente."
O soldado saudou com firmeza e correu pelos corredores do navio, sentindo a urgência da missão. Ao chegar às portas do salão de guerra, foi confrontado pelos guardas reais. "Pare! Ninguém pode entrar no palácio," ordenou um dos guardas, com voz autoritária.
"Trago notícias urgentes para o General," respondeu o soldado, tentando manter a calma.
Os guardas trocaram olhares, avaliando a situação. "Tudo bem, entre, mas se não for importante, sua cabeça será perdida," disse o guarda com seriedade.
Engolindo seco, o soldado entrou no salão de guerra, sentindo o peso da responsabilidade.
Enquanto a reunião prosseguia, vi a porta se abrindo e um guarda real entrando com um soldado atrás. "General, esse soldado disse trazer notícias urgentes," anunciou o guarda real.
Meu pai olhou para o soldado e acenou, sinalizando para que falasse. "Fale," disse ele, com uma voz firme que não deixava espaço para hesitação.
O soldado se posicionou, claramente nervoso. "General, sou um soldado sob o comando do Tenente Zen e..."
"Fale logo," interrompeu meu pai, impaciente.
"Sim, General," o soldado respondeu rapidamente. "O Tenente Zen estava patrulhando e ele encontrou terra à vista ao norte."
A sala ficou em silêncio, todos processando a notícia inesperada. Meu pai ficou pensativo por um momento, seus olhos brilhando com uma nova determinação. Ele acenou para o soldado, dispensando-o. "Saia," disse ele calmamente.
Ficando na sala apenas os comandantes e almirantes, meu pai se virou para nós. "Parece que estamos com sorte," disse ele, sua voz carregada de esperança e alívio.
Os comandantes trocaram olhares significativos, e eu pude sentir uma onda de alívio percorrer a sala. Embora ainda estivéssemos perdidos, a perspectiva de encontrar terra trazia uma nova esperança.
"Vamos nos preparar para navegar rumo ao norte," continuou meu pai, sua voz firme. "Precisamos verificar essa terra e ver se oferece os recursos e o abrigo de que precisamos."
Enquanto a reunião prosseguia, a tensão no ar era palpável. O General Iroh discutia os planos futuros com os comandantes e almirantes, quando Bumi Tenzin, conhecido por sua crueldade e lealdade à família real, tomou a palavra. Bumi, comandante das tropas de elite, liderava 10 mil dobradores experientes, prontos para qualquer desafio.
"General," Bumi começou, sua voz cortante e firme, "como desbravaremos essa terra?"
Meu pai, o General Iroh, respondeu com a mesma autoridade de sempre. "Ao amanhecer, prepare a infantaria de elite. Vocês serão a vanguarda para preparar o terreno para a chegada de nosso povo. Leve todas as tropas sob seu comando. O Comandante Ty Lee comandará mil batedores e o Comandante Hoshi comandará outros mil batedores. Faça também uma investigação sobre essa terra. Quando a área estiver segura e investigada, desembarcaremos."
Uma força de doze mil homens seria enviada para essa missão crucial. Era uma força impressionante, digna da tarefa monumental à frente.
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"General," continuou Bumi, "se houver alguma população local, como devemos proceder?"
A resposta de meu pai foi direta e fria. "Nessa nova terra, precisaremos de mão de obra. Capturem qualquer população local."
Bumi acenou em entendimento, um pequeno sorriso se formando em sua boca. "Sim, General. Faremos como ordenado."
Suspirei, sentindo um desconforto interno. Realmente não gostava da ideia de escravos, mas entendia a importância deles em nossa situação. Sem mão de obra suficiente, nossa sobrevivência estaria em risco. Precisávamos garantir todos os recursos possíveis para consolidar nossa posição na nova terra.
Meu pai então finalizou a reunião. "Está decidido. Ao amanhecer, começará o plano. Espero que tenham sucesso. Dispensados."
Os comandantes e almirantes começaram a sair da sala, mas eu fiquei. Tinha algo em mente que precisava discutir com meu pai. Quando todos saíram, restamos apenas nós dois e os guardas reais no canto da sala, como sempre atentos.
"Pai, será que e realmente necessário fazer escravos?" perguntei, buscando entender a necessidade dessa crueldade.
Ele mudou seu olhar de General para o de um pai amoroso. "Meu filho, eu também não gosto de fazer isso, mas é necessário. Você deve lembrar que o dever da família real é fazer de tudo para a Nação do Fogo, não importa o quão mal seremos para outros povos."
Entendi o ponto de vista dele, mesmo que não concordasse totalmente. "Entendo, pai. Obrigado pelos ensinamentos."
Meu pai me olhou com ternura. "Venha cá, meu filho. Você se manteve bem. Lembre-se de que a família real é a única forma de manter nosso povo unido."
Assenti, aceitando as palavras de sabedoria. "Entendo, pai."
Abracei-o brevemente, sentindo o peso das responsabilidades que carregávamos. Naquele momento, estava determinado a fazer o que fosse necessário para garantir a sobrevivência e a prosperidade da Nação do Fogo, mesmo que isso significasse tomar decisões difíceis e dolorosas.
Após a reunião, Bumi Tenzin, o comandante das tropas de elite, saiu em direção à ponte que o levaria ao navio onde estava hospedado. A noite estava silenciosa, exceto pelo som constante das ondas batendo contra o casco dos navios. Ao longe, viu a figura familiar de Sozin Zhao, que se aproximava.
"Saudações, Comandante Sozin," disse Bumi, inclinando a cabeça em reconhecimento.
Sozin olhou profundamente nos olhos de Bumi antes de responder com um aceno de cabeça. "Saudações, Comandante Bumi Tenzin. Vim desejar boa sorte para amanhã."
"Obrigado, Sozin," respondeu Bumi com uma leve reverência.
"Que traga a vitória para a Nação do Fogo," disse Sozin, antes de se virar e caminhar em direção ao seu próprio navio.
Enquanto observava Sozin se afastar, Bumi refletiu sobre a fama de Sozin como um lacaio leal do Príncipe Lu Ten. Ninguém duvidava de sua lealdade ao príncipe, e isso lhe conferia um certo prestígio dentro das forças armadas. Caminhando lentamente de volta ao seu escritório, Bumi ponderava sobre sua própria posição e ambições.
Chegando ao seu escritório, ordenou ao soldado de guarda: "Vá chamar os coronéis Liang e Kai. Diga a eles que preciso vê-los imediatamente."
O soldado fez uma saudação rápida e saiu para cumprir a ordem. Bumi sentou-se, contemplando a missão crucial que teriam pela frente. A nova terra era uma oportunidade não apenas para a Nação do Fogo, mas também para ele demonstrar sua lealdade e habilidade. Com sorte, talvez conseguisse um cargo no governo, mais próximo do Príncipe Iroh.
Pouco tempo depois, os coronéis Liang e Kai chegaram, suas expressões sérias e prontas para receber as ordens.
"Preparem as tropas," ordenou Bumi, sua voz firme e determinada. "Amanhã vamos desembarcar na nova terra. Quero que tudo esteja pronto para o amanhecer."
"Sim, senhor," responderam os coronéis em uníssono, antes de se retirarem para cumprir as ordens.
Enquanto os coronéis saíam, Bumi sentiu uma onda de determinação crescer dentro de si. Sabia que essa missão era sua chance de provar seu valor e assegurar um futuro promissor dentro da Nação do Fogo. Esta era sua oportunidade de ascender ao governo e se aproximar do Príncipe Iroh, consolidando seu poder e influência.
Com um suspiro profundo, Bumi se levantou e olhou pela janela do escritório, observando as luzes dos navios ancorados e o mar que se estendia além. "Amanhã," pensou ele, "será o início de uma nova era para mim e para a Nação do Fogo."