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Sombras da invasão

Enquanto Arya e seu pai tremiam de medo na pousada, o eco dos eventos traumáticos da noite anterior ainda reverberava em suas mentes. Os gritos dos homens invasores ecoavam como fantasmas pelos corredores vazios, e a lembrança dos invasores sem piedade ainda assombrava suas mentes.

"Pai, o que será que vai acontecer conosco?" Arya perguntou, sua voz trêmula ecoando no silêncio tenso da pousada.

Seu pai colocou uma mão reconfortante em seu ombro, tentando transmitir calma em meio ao caos que os cercava. "Vamos ficar bem, minha filha," ele respondeu, sua voz embargada pela preocupação. "Logo logo estaremos em casa, em segurança."

Mas mesmo as palavras reconfortantes de seu pai não podiam dissipar completamente o medo que os consumia. Eles sabiam que o perigo ainda estava lá fora, à espreita nas sombras da noite, e que cada momento era precioso enquanto lutavam para sobreviver em um mundo agora repleto de incertezas e perigos iminentes.

O príncipe Roderick sentia o peso da responsabilidade e a angústia da incerteza enquanto era feito prisioneiro pelos invasores. Ele olhava ao redor, buscando qualquer sinal de esperança ou uma oportunidade de escapar, mas tudo o que via eram paredes de pedra fria e guardas implacáveis.

A confusão e o desespero dominavam seus pensamentos enquanto tentava entender o que havia acontecido e quem eram esses invasores misteriosos que podiam controlar o fogo. Ele se perguntava se algum dos seus conselheiros havia sobrevivido ao ataque e se estavam sendo mantidos em cativeiro em algum lugar da fortaleza.

Apesar do medo que o consumia, o príncipe sabia que precisava manter a compostura e encontrar uma maneira de proteger seu povo e seu reino. Ele tentava planejar estratégias de fuga em sua mente, mas cada ideia parecia mais arriscada que a anterior.

Enquanto era levado pelos corredores do castelo, Roderick rezava silenciosamente por um milagre ou por qualquer sinal de ajuda que pudesse aparecer. Ele sabia que sua única esperança era manter-se forte e esperar por uma oportunidade de reverter a situação, mesmo que parecesse impossível no momento.

O Comandante Bumi olhou para o Coronel Liang com uma expressão séria, transmitindo confiança em sua capacidade de liderança. Liang assentiu solenemente, compreendendo a importância da missão confiada a ele.

"Entendido, Comandante. Assumo o comando do porto e garantirei que tudo permaneça sob controle até o seu retorno," respondeu Liang, sua voz firme e determinada.

Bumi assentiu satisfeito, sabendo que o porto estava em boas mãos na ausência dele. Ele virou-se para partir, seu olhar determinado refletindo a seriedade da situação.

"Esteja preparado para qualquer eventualidade, Liang. Não sabemos o que o futuro nos reserva, então devemos permanecer vigilantes," alertou Bumi, antes de se afastar em direção aos portões do porto.

Liang observou o Comandante se distanciar, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros. Ele sabia que teria que liderar com sabedoria e coragem na ausência do comandante, mantendo a ordem e a segurança do porto a todo custo.

Enquanto Bumi partia em sua missão, Liang assumia seu novo papel com determinação, pronto para enfrentar qualquer desafio que viesse pela frente. O controle do porto estava agora em suas mãos, e ele estava determinado a não decepcionar a confiança de seu comandante.

O Príncipe Lu Ten percorria os corredores da nau capitânia com passos firmes e tranquilos. Os guardas reais, sempre vigilantes, permaneciam nos cantos das paredes, atentos a qualquer sinal de perigo. Enquanto caminhava, Lu Ten refletia sobre a reunião de guerra que se aproximava. Ele precisava se preparar adequadamente para receber o Comandante Bumi e discutir os próximos passos da campanha.

Atrás dele, três servos seguiam em silêncio, prontos para atender às suas necessidades a qualquer momento. Os passos de Lu Ten ecoavam pelos corredores, acompanhados pelo suave murmúrio das ondas contra o casco do navio. Ele estava absorto em seus pensamentos, pensando na responsabilidade que carregava como futuro líder da Nação do Fogo.

Ao chegar à sua cabine, Lu Ten parou por um momento para ajustar suas vestes e se preparar mentalmente. Ele sabia que a reunião de guerra convocada por seu pai, o General Iroh, seria crucial para determinar o futuro de suas conquistas. Com um suspiro profundo, ele entrou na cabine e começou a se preparar.

Pouco depois, Lu Ten deixou sua cabine e se dirigiu ao salão de guerra. Os guardas reais abriram as portas pesadas, e ele entrou com a dignidade de um príncipe. No salão, viu seu pai sentado à cabeceira da mesa. Lu Ten caminhou até ele e cumprimentou-o com um aceno respeitoso antes de se sentar à sua esquerda, na posição de honra.

Ele sentou-se em posição de lótus, ajustando-se com calma enquanto aguardava a chegada dos outros comandantes. A sala estava silenciosa, apenas o som suave da madeira do navio rangendo sob a pressão das ondas. Aos poucos, os comandantes começaram a entrar, ocupando seus lugares ao redor da mesa.

A porta do salão se abriu novamente, desta vez para revelar o Comandante Bumi. Ele caminhou até a frente da sala e inclinou a cabeça em sinal de respeito. "General, meu príncipe," disse ele com firmeza.

O General Iroh, com uma voz autoritária, indicou para Bumi se sentar. "Sente-se com os comandantes."

Com todos presentes, o General Iroh olhou ao redor da mesa e declarou: "Que a reunião comece." Ele voltou seu olhar para o Comandante Bumi. "Fale sobre a batalha do porto."

Comandante Bumi levantou-se e começou seu relato. "A batalha pelo Porto foi uma demonstração do poder da Nação do Fogo. Nossos planos de ataque foram meticulosamente executados, e nossas forças avançaram rapidamente contra as defesas inimigas."

Bumi detalhou cada passo da operação, desde a abordagem inicial sob a cobertura da noite até o uso estratégico das habilidades de dobra de fogo para derrubar a muralha de madeira do porto. Ele descreveu a surpresa dos defensores e a eficiência com que suas tropas tomaram o controle do porto.

"A batalha foi intensa, mas curta. Nossa força e determinação foram implacáveis. Com o porto seguro, começamos a fortificar nossas posições e garantir que qualquer resistência restante fosse neutralizada. O Porto de Ébano agora está sob nosso controle."

O General Iroh assentiu, satisfeito com o relatório. "Bem feito, Comandante Bumi. Sua liderança foi crucial para essa vitória."

Príncipe Lu Ten também acenou com a cabeça, mostrando seu apreço. "Excelente trabalho, Comandante. A Nação do Fogo se orgulha de seus feitos."

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Comandante Bumi se sentou novamente, enquanto o General Iroh prosseguia. "Com a conquista deste porto, vamos mandar o Comandante Sozin para controlar os prisioneiros. Sozin, sua missão será construir um campo para esses prisioneiros. Todos os nativos deste porto são prisioneiros – não importa se são mulheres, homens, velhos ou crianças. Eles não são do nosso povo e nunca serão confiáveis."

O General Iroh fez uma pausa, certificando-se de que todos entendessem a gravidade de suas palavras. "Quando você construir esse campo, ficará com a missão de vigiar esse campo de escravos até começarmos a mandá-los para trabalhar. Com o campo construído, mandarei o Comandante Roku Feng com suas tropas, engenheiros e civis para reformar e construir o porto, além de construir um palácio. Comandante Roku Feng, você irá três dias após a chegada do Comandante Sozin. Pegue alguns estudiosos para estudar os nativos locais."

O General Iroh fez uma pausa final, olhando para cada um dos comandantes presentes. "Reunião terminada."

Os comandantes se levantaram, cada um absorvendo suas ordens. Comandante Sozin saiu da sala, já planejando como estabelecer o campo de prisioneiros. Comandante Roku Feng começou a pensar na logística de reconstrução do porto e na construção do novo palácio. E o Príncipe Lu Ten, sempre calmo e determinado, refletia sobre a grandiosidade da missão que estavam prestes a realizar, sabendo que cada passo os aproximava mais da glória da Nação do Fogo.

Sozin caminhou em direção à cabine do Príncipe Lu Ten, seus passos ressoando suavemente pelos corredores do navio. Ao chegar, encontrou dois guardas reais postados à entrada. Ele acenou levemente, e os guardas abriram a porta para ele.

"Meu príncipe," disse Sozin ao entrar, com uma voz respeitosa.

Lu Ten, sentado à sua mesa, não desviou o olhar dos documentos que estava examinando. Ele parecia concentrado, mas também havia uma tensão perceptível em sua postura. Sem olhar para Sozin, ele disse: "Fale."

Sozin respirou fundo antes de começar. "Logo partirei, meu príncipe. Prometo que o campo de prisioneiros será construído rapidamente e o palácio estará erguido em breve."

Lu Ten finalmente levantou os olhos, a exasperação visível em seu rosto. "Espero que sim," disse ele, com um tom de impaciência. "Não aguento mais ficar neste maldito navio."

Sozin inclinou a cabeça em sinal de respeito. "Entendo, meu príncipe. Farei o possível para que tudo aconteça conforme planejado."

Houve um momento de silêncio enquanto Lu Ten olhava fixamente para Sozin, avaliando sua determinação. Finalmente, ele acenou com a cabeça. "Está bem, Sozin. Vá e cumpra sua missão. Precisamos de resultados."

"Sim, meu príncipe," respondeu Sozin, inclinando-se ligeiramente. "Despeço-me agora."

Sozin saiu da cabine com passos firmes, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros. Ele caminhou pelo corredor, passando pelos guardas reais que se mantinham vigilantes. Enquanto se dirigia ao convés, sua mente estava focada na tarefa que tinha pela frente.

Sozin, determinado a cumprir sua missão, chegou ao seu navio com passos firmes. Chamou imediatamente seus dois coronéis, a urgência clara em seu tom.

"Preparem tudo," ordenou Sozin. "Aproveitaremos o sol da manhã e partiremos o quanto antes."

"Sim, senhor," responderam os coronéis em uníssono, virando-se para organizar as tropas sem hesitação.

Enquanto caminhava pelo convés, Sozin avistou o Comandante Bumi. Aproximou-se dele, percebendo a mesma determinação refletida nos olhos do comandante.

"Comandante Bumi, está tudo preparado?" perguntou Sozin, sem perder tempo com formalidades.

"Sim," respondeu Bumi, acenando com a cabeça. "Estamos prontos para partir."

"Ótimo. Partiremos agora mesmo," disse Sozin, com uma firmeza que não deixava espaço para dúvidas.

Os dois homens trocaram um olhar de entendimento mútuo antes de Sozin se afastar para dar as últimas instruções. O sol da manhã começava a iluminar o horizonte, prometendo um dia claro e favorável para a viagem.

As tropas se reuniram rapidamente, respondendo com precisão e disciplina às ordens de seus superiores. Em pouco tempo, o navio estava pronto para zarpar. Sozin observou com um misto de orgulho e responsabilidade, ciente de que cada momento era crucial.

"Levantem âncora!" ordenou ele, e o navio começou a se mover lentamente, deixando a segurança do porto e avançando em direção ao destino.

Enquanto o navio cortava as águas, Sozin se retirou para seu posto de comando, onde poderia supervisionar a operação. O brilho do sol refletia nas águas, e o som das ondas quebrando contra o casco parecia acompanhar o ritmo de seu coração.

Sozin sabia que a missão à frente seria difícil, mas ele estava determinado a cumprir cada tarefa com precisão e eficiência. Seu sucesso não apenas garantiria a segurança do porto, mas também fortaleceria a posição da Nação do Fogo na região.

Com o destino à vista e o espírito de seus homens elevado, Sozin sentiu uma onda de confiança. Eles estavam prontos para enfrentar qualquer desafio que surgisse, e ele não descansaria até que a missão estivesse completa.

Arya olhava pela janela da pousada, o rosto pálido refletindo o medo e a curiosidade que a invadiam. A brisa do mar carregava consigo o cheiro de sal e destruição, lembranças da noite traumática que haviam vivido. De repente, ela avistou um navio ao longe, cortando as águas em direção ao porto recém-conquistado.

"Olha lá, pai, parece que esse não era o único deles," disse Arya, com a voz trêmula, apontando para o horizonte.

O pai de Arya se aproximou da janela, seu semblante cansado e tenso. Ele seguiu o olhar da filha e viu mais navios surgindo na linha do horizonte, cada um trazendo consigo a promessa de mais soldados, mais dor e mais destruição.

"Mais navios..." murmurou ele, a voz cheia de um desespero contido. "Imagino quantos desses demônios existem."

Ele colocou uma mão reconfortante no ombro da filha, tentando transmitir uma coragem que ele mesmo mal conseguia sentir. O peso da responsabilidade como pai era avassalador, e a visão dos navios inimigos aumentava ainda mais sua angústia.

Enquanto os navios se aproximavam, o pai de Arya sabia que precisariam ser fortes, não apenas por si mesmos, mas um pelo outro. Eles tinham que sobreviver, tinham que encontrar uma maneira de resistir, mesmo que a esperança parecesse cada vez mais distante.

"Arya," ele disse suavemente, virando-se para ela. "Seja o que for que aconteça, nós vamos ficar juntos. Prometo que farei tudo o que puder para nos manter seguros."

Arya assentiu, tentando sorrir através do medo. Ela sabia que seu pai falava a verdade, mas a visão daqueles navios sombrios e imponentes tornava difícil acreditar que algum dia encontrariam paz novamente.

Os navios continuavam a avançar, implacáveis, enquanto pai e filha observavam, o futuro incerto se desenrolando diante de seus olhos.

Arya e seu pai permaneceram junto à janela da pousada, seus olhos fixos nos navios que agora se aproximavam do porto. As imponentes embarcações cortavam as ondas, movendo-se com uma precisão assustadora. Quando finalmente atracaram, uma nova onda de soldados desceu em direção ao porto, cada um trajando armaduras negras que brilhavam sob o sol da manhã.

No meio do contingente, um porta-bandeira marchava com uma postura firme e imponente. A bandeira que ele carregava tremulava ao vento, ostentando o emblema da Nação do Fogo: um sol flamejante, símbolo do poder e da dominação que essa nação buscava espalhar pelo mundo. As chamas estilizadas representavam a força e a destruição que seus soldados eram capazes de infligir.

Enquanto Arya observava, sentiu uma onda de cansaço e medo se abater sobre ela. Os homens de armadura negra, com suas expressões duras e olhares penetrantes, pareciam invencíveis. Cada movimento deles era coordenado, disciplinado, como se fossem uma extensão da própria bandeira que carregavam.

"Pai, olhe," sussurrou Arya, a voz entrecortada pelo medo. "Eles estão vindo mais uma vez. Quantos mais deles virão?"

O pai de Arya observou em silêncio, seu semblante marcado pela preocupação. Ele sabia que a presença de mais soldados significava mais controle, mais opressão, e possivelmente mais sofrimento para os habitantes do porto.

"Esses homens... essas armaduras negras..." ele murmurou, sentindo o peso da situação. "Eles trazem consigo a escuridão e a destruição. Devemos ser fortes, Arya. Precisamos encontrar uma maneira de sobreviver a tudo isso."

Os soldados continuavam a marchar em direção ao porto, formando fileiras organizadas. O porta-bandeira, agora claramente visível, ergueu a bandeira da Nação do Fogo com orgulho, como se quisesse deixar claro para todos os presentes que aquele território estava, indiscutivelmente, sob o domínio deles.

Arya se agarrou ao pai, buscando conforto e segurança. O peso da invasão, o cansaço e o medo se entrelaçavam dentro dela, criando uma sensação de desespero. No entanto, ao sentir a presença firme do pai ao seu lado, encontrou um fio de esperança.

"Vamos ficar juntos, Arya," ele disse, com uma determinação renovada. "E, de alguma forma, vamos encontrar um caminho para superar isso."

Os dois continuaram a observar, sabendo que a jornada pela sobrevivência seria longa e árdua, mas determinados a enfrentar o que viesse, um passo de cada vez.