Japão, Tóquio.
Nos subúrbios da grande cidade populosa, perto das montanhas, existia uma casa modesta com uma oficina de ferreiro inusitada nesses tempos modernos tecnológicos, e um homem martelava numa bigorna com o forno ardendo em chamas.
Esse homem era o ferreiro lendário do Japão atual, descendente do próprio Masamune que forjou e criou as espadas lendárias no passado que ficaram gravadas na história, junto ao seu nome.
Masamune Kagutsuchi.
Como todos os conhecidos do homem notavam diariamente, Masamune tinha nascido abençoado pelo fogo. Tanto no nome, quanto profissão.
Masamune não se importava dos comentários de seus amigos, ao escolher continuar a tradição de sua linhagem ancestral na arte da forja antiga. Uma coisa boa era que Masamune parecia ter herdado o talento de seu ancestral em forjar o metal, e graças a isso, cada peça que ele moldava no fogo, era uma obra de arte. Com sua especialização sendo espadas japonesas.
Masamune não vendia muito suas obras, mas cada feita sob encomenda era paga com um alto valor, fazendo Masamune ser um homem rico depois de vender 3 espadas no inicio de sua carreira aos 15 anos, quando recebeu a permissão de seu pai em herdar a forja e ter permissão de trabalhar depois de tantos anos sendo treinado.
Atualmente com 25 anos, Masamune Kagutsuchi tinha perdido o pai, a única família que ele tinha pela doença, e ficou triste por um tempo. Aos 20 anos, encontrou uma garota da vila perto da montanha em que morava que se apaixonou, e depois de pedir a mão dela, se casaram e Masamune construiu uma família, com dois filhos. Um menino e uma menina.
Ao contrário do que a maioria dos chefes de família fazia deixando o garoto sempre herdar as tradições da família, Masamune não queria injustiçar seus filhos, ou perder algum talento oculto dos dois. Portanto, quando completaram 5 anos, Masamune seguindo os ensinamentos de seu pai, começou a treinar e ensinar seus filhos na arte da forja da família Masamune.
Masamune ficou feliz ao perceber que ambos os filhos tinham talento para isso, mas apenas o garoto estava interessado em aprender, e a menina apesar de continuar por admirar o pai, não mostrava muita animação em aprender isso.
A esposa da família apenas observava da varanda da casa, seu marido ensinando os dois filhos com um sorriso. Ela ainda se lembrava de quando tinha conhecido o marido anos atrás. Um garoto de sorriso simples, musculoso de cabelos pretos e olhos castanhos.
Ela se lembrava de seu jeito direto, e do susto quando ele a encontrou e confessou ter se apaixonado a primeira vista por ela. Claro que ela sabia que era bonita, e teve muitos pretendentes correndo atrás dela, mas foi o ferreiro bobo e direto que ganhou seu coração e a fez se apaixonar e casar com ele, criando sua família atual com dois filhos lindos.
Apesar do que muitos conhecidos e até sua própria família dizia sobre o trabalho do marido ser desatualizado e extinto, que ela passaria necessidade ou fome, ela não se importou com isso. Ela crescera como uma filha de fazendeiro, e aprendeu a cuidar da terra desde menina. Em qualquer caso, se o marido tivesse dificuldades, ela poderia ser a força econômica da família plantando arroz na terra que tinha em sua casa. Seria pouco, mas daria para alimentar a família.
Mas depois de conhecer a história da família do marido, ela ficou chocada e muito orgulhosa por ser parte dela. Ela nunca tinha imaginado que um dia se casaria com um descendente do lendário Masamune, o melhor ferreiro do mundo e da história, criador das katanás japonesas.
E vendo as lindas espadas que pareciam obras de arte, e o dinheiro que entrava no banco a cada venda, a senhora Masamune apenas ignorava os comentários invejosos, pois era mais rica do que essas bocas de corvo grasnando no ouvido dela.
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Graças à insistência do marido, ela aprendeu a forjar com ele, pois via em seu rosto a alegria que ele tinha quando a ensinava, e para não desapontá-lo, ela aprendeu apesar da dificuldade de forjar armas, e admirou mais ainda o talento do marido.
Masamune não sabia que a esposa o louvava até os céus em sua mente. Depois de terminar o treinamento dos filhos, ele começou a se concentrar numa encomenda de um cliente especial rico que pediu que forjasse uma espada especial, com o principal objetivo de ser o mais afiado e fino possível.
Enquanto suspirava, Masamune deixou a preocupação de quem seria o alvo da arma que ele forjaria, pois sabia que uma espada era o objeto para matar seu inimigo, portanto ele estava preparado mentalmente, assim como seu pai o tinha ensinado na juventude.
Os dias foram passando e finalmente ele terminou seu novo trabalho, e depois de dar os retoques finais, assentiu em satisfação com a beleza da espada que acabara de nascer da fornalha escaldante.
Masamune perdido em pensamentos, não percebeu o fogo no forno reagindo violentamente, e quando percebeu, já era tarde demais.
A senhora Masamune e os filhos dentro da casa, ouviram uma explosão que tremeu o chão, e a beira das lágrimas, ela correu até a forja do marido e viu seu corpo queimando nas chamas, e caiu de joelhos em lágrimas. O filho e a filha gritaram pelo pai, mas ele não estava mais lá para confortar e dar amor às crianças.
No meio do nada, uma névoa escura e sombria, bloqueava a visão das laterais de uma ponte, onde várias almas andavam lentamente como zumbis, até um prédio moderno preto que engolia cada alma que passava pelos portões.
Era a mansão do julgamento do rei Yama, e a corte onde o braço direito do juiz do inferno, o deus da morte, Shinigami residia. Uma dessas almas era Masamune Kagutsuchi, que anormalmente, tinha sua consciência ativa, mas seu corpo astral não estava sob seu controle, indo sozinho para ser julgado.
Ao entrar no prédio, não era o Shinigami que estava presente, e sim um de seus subordinados, um ceifeiro de almas novato, que parecia estar de mal humor. Como todas as almas que tinha julgado com um carimbo eram almas normais nem boas, nem ruins, o ceifeiro brincava com os carimbos dado a ele pelo shinigami.
Um carimbo tinha as palavras REENCARNAR.
Outro tinha as palavras CÉU.
E o último tinha a palavra INFERNO.
Nas raras vezes em que aparecia uma alma com carma suficiente para ir para o céu, é que tirava o ceifeiro do tédio, nas outras vezes, ele apenas brincava mandando as almas para reencarnar ou para o inferno.
Na vez de Masamune, ele estava distraído lembrando-se do fora que sua namorada tinha dado nele por causa do deus do mar Susano, que tinha roubado sua namorada, e não notou que Masamune tinha o destino de ir para o céu, e carimbou para reencarnar.
Quando notou seu erro, era tarde demais. O que ele podia fazer era enviar a alma para um universo fictício que encontrou nas lembranças da alma, e dar o presente da habilidade de Adaptação. Assim, não importa qual mundo ou universo à alma seja enviada, o universo e mundo o aceitarão normalmente como um dos seus, e não como uma alma estrangeira.
O mundo onde a alma foi enviada foi para o mundo dos cavaleiros do zodíaco.
No mundo de CDZ, a alma de Kagutsuchi estava vagando no céu, sendo guiada por uma força maior em busca de um corpo para assimilar. Vagueando pelas montanhas do Japão, a força que guiava a alma encontrou um alvo, e descendo a alma de Masamune, encontrou o corpo de um garoto de cabelos loiros, e olhos vermelhos, vestindo uma armadura de soldado vermelha, com um buraco entre o elmo na testa. Era o figurante cavaleiro do fogo sem nome do anime de cdz, que morreu na luta contra Ikki de Fênix na casa das montanhas de Saori Kido.
A força que guiava a alma de Masamune empurrou a alma dentro do corpo que começava a apodrecer, e no processo curou o corpo a perfeição, e somente quando a alma e o corpo se fundiram completamente, com o coração voltando a bater, deu a habilidade de Adaptação ao novo ser adormecido, com algumas mensagens, e a força desapareceu desse mundo.
No santuário de Atena na Grécia, as batalhas contra os cavaleiros de ouro para salvar Atena tinham acabado de terminar, quando Saori Kido que descansava em seus aposentos, sentiu uma de suas constelações brilhar forte. Saori ficou intrigada com essa constelação, pois em suas memórias como Atena, nunca houve um escolhido dessa armadura de bronze exceto na era mitológica, assim como a de fênix que só ganhou um mestre no século XX atual.
Saori conectou seu cosmo a estrela, e sabia que tinha ganhado um novo cavaleiro de bronze, já que a constelação de fornalha tinha escolhido seu cavaleiro depois de tantos anos solitário nos céus. Saori com um sorriso abençoou o escolhido e a armadura com seu cosmo de Atena, autorizando e marcando seu novo cavaleiro como um de seus escolhidos para lutar em nome da justiça.